Tempos modernos escrita por Florrie


Capítulo 48
Friday Night


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo contém mais de um ponto de vista, todos fazem parte da realidade regular.
O pdv da Cella é dedicado a lais m, que como eu, adora a ideia de Robb e Myrcella juntinhos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595072/chapter/48



Myrcella olhou-se pela a décima vez no espelho que cobria uma das paredes da sala de estar. Deuses, por que será que ela não conseguia fazer suas mãos pararem de suar? Isso era tão ridículo.

– Ele está atrasado. – A voz da sua mãe a assustou.

– Na verdade não, eu que me adiantei.

– Ele tem mais de vinte anos minha filha e você não chegou aos dezessete ainda.

– Estou perto. – Essa conversa de novo não. – Robb é um cara legal mãe.

– E muito mais experiente do que você. – Suspirou. Isso era bem verdade. – Você devia estar saindo com meninos da sua idade.

– Cinco anos não é muita coisa. Você e o Oberyn têm uma diferença ainda maior.

– Eu e o Oberyn somos adultos. – Myrcella finalmente olhou para sua mãe. Ela estava deslumbrante em um vestido vermelho. Todo mundo dizia que a garota tinha toda a beleza da mãe, mas isso não parecia verdade nem de longe.

– Vocês têm um filho junto.

Arrependeu-se de ter dito aquilo no instante seguinte. Ela tinha concordado em não fazer comentários sobre aquele assunto, principalmente depois de perceber que suas palavras e as de Joff deixavam Tommen nervoso com relação ao pai. Ao menos ele merece ter um pai.

– Myrcella...

– Desculpe mãe, não vamos falar sobre isso. – Felizmente a mulher decidiu que havia algo importante na cozinha e saiu.

Onde está você?

Seu celular vibrou e ela notou que era uma mensagem de Shireen.

Papai está namorando, tenho certeza. Ele não consegue esconder as coisas de mim.

Myrcella riu e respondeu.

Deixe o seu pai namorar em paz.

Segundos depois o celular voltou a vibrar.

Certo. Certo. Agora me fale do gostosão Stark. Ele já chegou para te pegar?

Myrcella suspirou.

Ele não chegou ainda, mas deve estar a caminho.

Shireen respondeu.

Roubou as camisinhas da sua mãe? Acho que ela mata o Robb se ele te engravidar.

Seu rosto esquentou e ela rapidamente respondeu.

Pelos Deuses Shireen, não vamos fazer nada de mais.

Ela riu com a resposta que recebeu.

Tinha que ser uma lerda igualzinha ao Edric. Aquele primo estúpido que não se liga em nenhuma indireta que eu dou. Jura que eu disse que os lábios dele eram extremamente beijáveis e que ele ficava super bonito sem camisa e o garoto riu e disse que eu era engraçada? Engraçada! O que é que eu tenho que fazer para ser mais óbvia? Estávamos sozinhos aqui em casa, no meu quarto, eu estava usando minha blusa com o decote-caça-homem.

Myrcella revirou os olhos.

Não vou comentar nada.

Depois disso demorou um minuto e meio para receber outra mensagem.

Use camisinha!

Desisto.

Talvez devesse voltar para o quarto e retocar a maquiagem, mas seus pensamentos foram interrompidos pela a campainha. Ela correu para atender, mas foi empurrada por seu irmão mais velho idiota que surgiu da cozinha. Joffrey abriu a porta com seu sorriso arrogante.

– Olá Joffrey.

Robb estava tão bonito que sua beleza fez dela um ser sem cérebro por alguns segundos.

– Robb Stark. – A voz do seu irmão a trouxe de volta. – Eu me lembro do dia em que fui pegar a Sansa para o nosso primeiro encontro.

Oh merda. O rosto do seu namorado se tornou duro como pedra. Joffrey levaria um soco e Myrcella não iria mover um dedo para impedir.

– Já estamos indo Joff, tchau.

– Calma irmã, eu não tive a conversa com ele.

– Que conversa?

– A conversa sobre intenções e tudo mais.

– Isso é conversa de pai.

– Na falta de um pai o irmão mais velho toma a responsabilidade.

Joffrey estava sorrindo como se aquilo fosse uma grande piada. Provavelmente é.

Olha aqui...

– Deixe de ser um completo idiota por alguns minutos Joff. – Seu irmão Tommen direcionou um olhar mal humorado para o irmão mais velho. – Fuja antes que ele volte a si.

Myrcella tomou o conselho do mais novo, pegou a mão de Robb, e o arrastou até o carro estacionado ao lado do meio fio.

Deixaria seu irmão para trás e focaria apenas no seu maravilhoso encontro.



Myrcella nunca foi uma pessoa muito sortuda, mas ela estava começando a achar que seu azar tinha alguma coisa haver com algum pacto maligno que alguém deve ter feito contra sua pessoa.

Assim que chegaram ao restaurante bonito que Robb escolheu ela se sentiu feliz, não era nada muito fino como os restaurantes que sua mãe gostava de freqüentar – lugares que ela tinha certeza que uma garota de dezesseis anos não freqüentava com seu namorado. Entretanto a felicidade durou até que ela viu não uma, mais duas exes de Robb sentadas em diferentes mesas.

Sim. Duas ex-namoradas.

Jeyne Westerling estava sentada em uma mesa encostada na parede. Ela estava incrivelmente bonita, parecia uma modelo. Myrcella olhou para o seu vestido cor-de-rosa que no máximo poderia ser adjetivado como fofo e então olhou para o vestido dourado que fazia Jeyne parece uma daquelas atrizes de série adolescente. Sentada a sua frente estava outra mulher tão bonita quanto a Westerling. Myrcella não a reconheceu de lugar nenhum.

– Dacey? – Robb falou baixinho ao seu lado enquanto os dois eram levados para a mesa já reservada.

– Dacey? – Perguntou de volta incomodada pelo fato de Robb estar olhando para a mesa de Jeyne.

– Dacey Mormont. É filha de uma grande amiga do meu pai. Eu não sabia que ela e Jeyne eram amigas.

Myrcella observou quando Dacey pegou a mão de Jeyne e sorriu de uma forma especial.

– Eu acho que elas são mais do que amigas.

Roslin Frey foi vista logo depois em uma mesa não muito longe da deles. A garota estava adorável e seu sorriso era um dos mais brilhantes do local. Myrcella já começava a pensar em pedir por uma intervenção divina quando notou quem estava com a garota.

– Tio?!

Infelizmente Robb falou alto demais e chamou a atenção da ex – na verdade das duas – e também do homem ruivo e bonito que era conhecido como Edmure Tully, irmão mais novo da senhora Catelyn.

– Robb? – O homem parecia genuinamente surpreso. – É bem... Que bom rever você.

Roslin estava com o tio de Robb?

– Olá Robb.

– Oi Roslin.

Logo depois foi a vez de Jeyne e sua acompanhante os notarem.

– Deuses Robb, já faz algum tempo. – Jeyne disse feliz até que reconheceu Roslin sentada em outra mesa. Seu sorriso morreu na hora. – Que coincidência.

– Bom te ver Jeyne.

– Digo o mesmo Frey.

A tensão era tanta que já estava palpável.

– Espera, você não é Myrcella Lannister? – Jeyne a reconheceu e olhou divertidamente para Robb. – A amiguinha da Arya.

Amiguinha da Arya.

Myrcella quis se enterrar ali mesmo. Por que mesas tão próximas? Por quê?

– Oh, eu me lembro de você, não foi a menininha que uma vez viajou com os Stark para Correrrio e soltou todos os porcos da fazenda do meu pai? Eu me lembro de você correndo pelo o campo...

– Sim, essa era eu.

Seu rosto ficou todo vermelho. Aquele homem precisava mesmo lembrar da semana que ela passou em correrrio quando tinha dez anos? A mãe de Arya quis visitar a fazenda no interior e Myrcella adorou os primeiros dias, até que ela abriu uma portinha de madeira que ela não podia abrir e bem... Uma dúzia de porcos furiosos a perseguiram até que alguns trabalhadores da fazenda a salvaram. Claro que e o seu mico não podia ficar sem platéia. Todos os Stark e Tully estavam presentes.

Por intervenção divina o garçom finalmente resolveu aparecer com o cardápio e todos se voltaram a suas respectivas mesas. Não houve mais conversas paralelas pelo restante do jantar, mas Myrcella não deixou de se sentir um tanto tímida.

O jantar acabou não sendo exatamente como ela imaginou.

Eles estavam dentro do carro quando Robb perguntou se podia pegar um atalho para sua casa. Aparentemente a avenida principal estava engarrafada.

– Sem problema. – Ela respondeu.

Myrcella não viu nada demais até que percebeu que ele dobrou em uma rua conhecida pelos jovens da cidade. Era a rua onde vários motéis com suas placas neons esperavam por casais a procura de diversão. Deuses. Der repente ela podia ouvir sua prima dizendo na sua cabeça: use camisinha.

Então o carro parou na frente da entrada de um motel que tinha na fachada uma foto de uma mulher seminua fazendo uma pose sexy em uma cama de plumas brancas. Robb se virou para ela prestes a dizer algo, mas Myrcella foi rápida e declarou antes:

– Você é gostoso e tudo mais, entretanto, não irei perder a minha virgindade nesse motel. Quanta ousadia sua pensar nisso.

O Stark pareceu genuinamente surpreso.

– Espera, eu não... Oh Deuses, desculpe, não me liguei no que isso iria parecer. – Ele riu. – O carro deu um problema e eu estava para avisar que terei que chamar o seguro.

Ela corou.

– Oh sim, claro.

– Então quer dizer que você me acha gostoso e tudo mais?

Ela corou ainda mais.

– Dá para chamar o seguro logo?




Depois de uma hora e meia ela chegou em casa. Robb a levou até a porta como um perfeito cavalheiro.

– Desculpe, acho que a noite não foi exatamente perfeita... – Ela não sabia exatamente o motivo de se desculpar, mas as palavras saíram antes que pudesse detê-las.

– Quem deveria se desculpar era eu. Sinto muito pela a parte do motel...

– Sem problemas.

Os dois ficaram calados por alguns instantes.

– Sabe, apesar de tudo, foi uma noite perfeita para mim.

– Jura? Até mesmo a parte em que nós encontramos tio Renly e ele veio tirar satisfações?

Robb riu. A cena do seu tio saindo do motel ao lado do namorado e ficando extremamente bravo com o Stark foi engraçada – e embaraçosa.

– Até mesmo essa parte. – Ele respondeu colocando uma das mãos no seu rosto. – Você estava lá e isso já basta.

Ela sentiu como se fosse desmaiar. Robb aproximou o rosto do seu e então perguntou quando seus narizes estavam prestes a se tocar.

– Eu posso te beijar ou isso seria ousadia demais?

Ela soltou uma risada e o beijou.


.


.



Era sexta feira à noite.

Ele podia estar assistindo um filme no cinema. Lendo um livro em casa. Jogando vídeo game com alguns amigos.

Ao invés disso Tommen estava na residência de Doran Martell em um jantar em família.

– Gostou do assado Tommen? Fui eu que fiz. – Sua prima Arianne perguntou orgulhosa. Ele tinha achado um tanto picante demais para seu gosto, mas já estava a tempo suficiente naquela família para saber o que devia ou não dizer a Arianne Martell.

– Está incrível.

– Viu Aegon, ele disse incrível.

– O garoto só está com medo priminha. – Aegon Targaryen estava sentado ao lado da mãe e riu descaradamente. – Obara provavelmente é mais útil com uma panela na mão do que você.

– Não diga isso da comida da sua prima. – Elia Martell olhou para o filho com um olhar de advertência.

Rhaenys, outra prima, olhou diretamente para ele e sorriu.

– Diga-me Tommen, que tipo de garota você gosta?

Doreah tinha lhe alertado que Rhaenys era a maior casamenteira da família.

– Bem, eu...

– Pare de tentar arranjar uma namorada pro garoto irmã e trate de arranjar um para você.

– Perdeu o medo de morrer Aegon?

– Não me culpe por ser uma encalhada.

Tommen julgou que Aegon não era lá muito esperto em falar isso para uma garota de sangue Martell. Ele estava descobrindo que as mulheres dessa parte da família podiam ser bastante intensas. Sua tia Elia bateu na cabeça do seu primo como advertência.

– Pare de irritar sua irmã.

– Só estou dizendo a verdade.

– Falou o cara que até ontem estava choramingando por que levou um pé na bunda de Asha Greyjoy.

– Primeiro, eu não levei um pé na bunda.

– Ah jura, e o que foi aquilo então?

– Apenas um pequeno mal entendido.



Depois do jantar e do bolo de chocolate feito pela sua tia Elia, Tommen foi arrastado pelas irmãs até o quarto de Arianne Martell e obrigado a sentar em uma cadeira enquanto as garotas o olhavam de forma suspeita.

– Eu fiz algo de errado?

– Não. – Tyene respondeu. Ela era a mais calma das irmãs. – Nós estamos apenas querendo ajudar.

– Ajudar com o que?

– Você sabe. – Loreza respondeu. – Nós descobrimos o motivo de você não gostar de mim antes de bem... Antes de a gente descobrir que somos irmãos.

– Vocês sabem...?

– Não foi muito difícil irmãozinho. – Nymeria começou. – Principalmente depois daquele dia na praia em que sua mãe chamou aquela amiga dela e seu filho.

– Russell?

– Foi um tanto obvio pelo o modo como você olhou para ele depois que o garoto tirou a camisa. – Sua irmã Elia riu. – Você tem bom gosto.

Rickon, Damon, agora as meninas?

– Não precisa ficar nervoso. – Obella disse. – Agora nos conte tudo sobre ele.

Tommen suspirou.

– Nem faça essa cara, não é como se você fosse sair desse quarto sem contar. – Nymeria sorriu de forma maligna.

Sem alternativa ele contou tudo. Desde o inicio até os beijos seguidos por longos períodos de fingimento e atuação por parte de Russell. Ele até comentou o fato de Damon o descobrir e a conclusão da sua irmã Myrcella sobre Rickon.

– Que idiota! – Elia foi a primeira a reagir. – Ele não tem o direito de fazer isso.

– O Russell gosta dele, mas tem medo de assumir. – Obella replicou.

– Ele está brincando com os sentimentos do Tommen.

– Você não pode ter certeza disso Elia.

Tommen corou com a forma como elas conversavam como se ele não estivesse sentado logo ali.

– Ninguém vai comentar o fato de Myrcella ser, oficialmente, a pessoa mais lerda do mundo? – Loree perguntou. – Rickon não gosta do Russell e nunca gostou.

– Suas atitudes são causadas pelo ciúme. – Ele defendeu o ponto de vista da irmã.

– Certamente Tommen, mas não é ciúme do Russell.

– E de quem seria?

Todas as garotas olharam para ele como se tivesse um melão pendurado no seu pescoço.

– Retiro o que disse, você é oficialmente a pessoa mais lerda do mundo.


.


.



Sansa acordou e percebeu que ainda era de noite. Sua cabeça doía como se alguém martelasse pregos nela. Nunca mais vou beber, nunca mais vou beber. Tudo culpa de Jeyne que insistiu em ir naquela estúpida festa de fraternidade. Agora sua amiga devia estar com Theon em algum lugar enquanto ela... Ela estava aonde mesmo?

A claridade vinda da luz da lua permitia enxergar um pouco aquele cômodo estranho. Estava em um quarto, mas um quarto que não lhe pertencia. Sua respiração ficou presa na garganta. Calma Sansa, calma... Não aconteceu nada... Não... Puta que pariu! Ela segurou o grito que ameaçou sair quando percebeu que estava em uma cama deitada entre dois homens. Dois homens.

Mas tudo que é ruim pode piorar.

Na sua esquerda estava o seu amado Willas Tyrell. O homem dos seus sonhos e seu futuro marido. Na sua direita estava Harrold Hardyng, a criatura mais detestável de Westeros.

– Eu não fiz isso. Eu não fiz isso. Eu não fiz isso.

Sansa constatou que ainda estava com suas roupas intimas, o que deveria ser um bom sinal.

– Sansa? – A voz de Harry soou um tanto sonolenta. – Isso é um pesadelo?

– Provavelmente. – Respondeu.

– Harry? Sansa?

Deuses, ele acordou.

Willas Tyrell sentou-se na cama e demorou alguns instantes para notar o que estava acontecendo. Seu rosto ficou pálido.

– O que nós...

– Puta que pariu. – Harry quase gritou ao seu lado. – Alguém me diz que a gente não fez isso.

– Vamos manter a calma, – Willas pediu – alguém lembra o que aconteceu ontem?

– Eu cheguei com uns amigos, bebi, eu e a Sansa brigamos...

– O senhor apareceu e nós... – Ela continuou, mas parou ao sentir a cabeça doer. – Acho que nós bebemos mais e então...

– Eu me lembro da gente subindo as escadas e tudo fica confuso. – Willas terminou.

Primeiro aquela foto horrível e agora isso?

– Nenhum de nós três se lembra do que aconteceu, certo?

Harry perguntou e os outros dois concordaram.

– Talvez seja melhor continuar sem lembrar. Vamos fingir que isso nunca aconteceu.

– Acho que essa foi à primeira boa idéia que você já teve Hardyng.

– Eu sou cheio de boas idéias Stark.

Willas pensou um pouco antes de responder.

– Acho que será prudente.

– Ótimo. O que aconteceu na sexta fica na sexta.

Sansa não poderia concordar mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não se acanhem, podem comentar que eu não mordo ninguém :D
Beijos ;*