Tempos modernos escrita por Florrie


Capítulo 21
Oberyn - Filhos


Notas iniciais do capítulo

Finalmente um PDV do meu lindo e maravilhoso Oberyn.



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Sua primeira filha foi Obara.

Ele era jovem quando ela nasceu. Fruto de uma noite com uma garota de programa. A mulher – que era mais velha que ele – apenas o avisou sobre o bebê quando a pequena Obara nasceu. Oberyn se lembrava de largar tudo o que estava fazendo e correr de volta para Lançassolar. Ao chegar à cidade onde cresceu ele foi direto ao endereço que a mulher lhe deu.

– Não pensei que viesse. – Ela segurava um pequeno embrulho nos braços. – Deve ter acontecido alguma coisa na noite que ficamos juntos e antes que pergunte, sim, eu tenho certeza que é seu.

Oberyn cuidadosamente pegou a criança em seus braços e assim que a menininha abriu os olhos ele soube que era dele.

– Eu não posso criá-la, tem uma senhora no fim da rua que adora crianças, ela vai ficar com Obara e...

– Não.

– Desculpe?

– Eu vou levá-la.

– Mas... Mas você não pode! – Ele olhou sério para ela. Sempre odiou quando as pessoas diziam que ele não podia fazer alguma coisa. – Obara ficará bem com essa senhora e assim poderei visitá-la sempre.

– Ela vai ficar com o pai.

– Um garoto rico como você não deveria querer a filha de uma prostituta! – Seu tom de voz subiu perturbando a menina que se remexeu nos seus braços.

– É claro que eu quero.

– Por quê?

– Ela é minha.

A mulher ainda brigou por alguns minutos, mas Oberyn acabou vencendo e levou a menina para a casa que passou sua infância. Seu irmão mais velho, Doran, estava sentado na varanda sentindo a brisa vinda do mar quando ele chegou.

– O que é isso? – Perguntou com a voz calma. Ele sempre teve a voz calma. – Ou melhor, quem é?

Sua doce irmã chegou à sala lendo um livro e só o notou quando a bebê soltou um gritinho. Ela correu até ele e soltou um daqueles sons que as mulheres costumam soltar ao ver um bebê bonitinho.

– Que fofinho.

– É uma menina. Chama-se Obara.

– E de quem é? – Perguntou Elia enquanto estendia o dedo para que a menina agarrasse.

– Minha.

Por alguns instantes tudo o que se podia ouvir era o barulho do vento batendo contra a vidraça. Seu irmão Doran foi o primeiro a quebrar o silencio.

– Eu já esperava por algo assim. – Ele se levantou e se aproximou. – Deixe-me vê-la. – Doran a pegou no colo e então a analisou com seu olhar critico. – É uma criança bonita, mas você deve fazer um teste para ter certeza que é seu.

– Eu farei por você irmão, mas não preciso de teste nenhum. Não está vendo? Ela tem os meus olhos.



Sua segunda filha foi Nymeria.

Ela foi o resultado de um breve relacionamento com uma mulher rica de Volantis. Dessa vez ele acompanhou toda a gravidez e ignorou todas as tentativas dos seus irmãos de fazê-lo se casar. Nymeria nasceu em Volantis e ainda ficou lá por quase dois anos, foi o tempo de sua mãe arrumar um marido e achar que a filha ficaria melhor com o pai.

Oberyn não podia ter ficado mais feliz. Nymeria seria bem cuidada em Dorne e ele não precisaria pegar um avião todas as vezes que quisesse vê-la. O único ponto negativo era a avó da garota que foi fervorosamente contra a mudança para Westeros. De qualquer maneira, as visitas da mulher – e do resto da família – era um preço pequeno a se pagar.

Quando chegou a Lançassolar, Nym logo fez amizade com Obara – agora com quatro anos – e era comum vê as duas correndo pelos corredores com suas roupas de banho prontas para pularem na piscina. Elia, que na época tinha começado a namorar o infame Rhaegar, adorava ficar com as sobrinhas e contar historias antigas do tempo em que Westeros foi governado por Reis e Rainhas.

Uma noite, enquanto os dois colocavam as meninas para dormir, Elia comentou brincando.

– Eu fico imaginando quando é que a terceira vai chegar.

Ironicamente, não demorou mais do que dois meses para ele descobrir que havia, perdida por Dorne, mais uma garotinha com o seu sangue.



Tyene foi sua terceira.

E também a mais diferente das irmãs. Ela tinha os cabelos loiros escorridos e bonitos olhos azuis. Filha de uma jovem noviça que Oberyn desvirtuou. A encontrou em uma cidade pequena perto de Paloferro. Tyene já engatinhava e quando ele chegou à humilde casa o recebeu com um largo sorriso.

Enquanto segurava a menina ele observou todas as pinturas dos Sete que enfeitavam a casa. Um grosso livro, Estrela de Sete Pontas, foi colocado na cômoda do lado da pequena televisão. Quando a mãe de Tyene voltou para a sala lhe ofereceu uma xícara de café.

– Sei que costuma levar suas filhas para Lançassolar e cuidar delas, acho isso muito nobre e espero que faça o mesmo pela doce Tyene. – Lena, era como se chamava, estava com os cabelos dourados presos em um coque e parecia a mais inocente e pura das mulheres. – Contudo não abrirei mão dela. Uma menina precisa da sua mãe.

– Você pode vir comigo. Digo-lhe logo que não me casarei, mas cuidarei para que tenha moradia e sustento. – Pensou no que o irmão diria. Ele sempre reclamava que Oberyn precisava se dedicar mais aos negócios da família e se controlar na hora de trazer filhos ao mundo. – Poderá ficar com ela todos os dias.

– Isso seria perfeito.

Uma semana depois ele chegou com Tyene e Lena em Lançassolar. Seu irmão, como já era esperado, o pediu para ter certeza sobre a paternidade e que pensasse em casamento. Ela parece ser uma mulher descente, você deveria se casar. Deu a mesma resposta de sempre.

– Não fui feito para casamentos.

Lena ganhou um quarto na sua casa e ela passava a manhã inteira lendo para sua filha e também para as outras. Poucos meses depois nasceu a primeira filha de Doran com sua esposa, Arianne. Virou rotina Mellario – mãe de Arianne – e Lena se juntarem todas as tardes para deixar as garotas brincarem.

(Seu irmão morava na casa ao lado, a que tinha uma bela vista para o mar lá embaixo. Altas cercas separavam as duas propriedades que já eram espaçosas por si só, contudo, Arianne, que se tornou quase uma irmã para suas meninas, vivia pulando a cerca e se machucando, então foi decidido colocar uma porta que ficava sempre aberta.)

Quanto Tyene já estava com um ano Lena se mudou para uma casa nos arredores e passou a dividir o seu tempo entre a escolinha onde dava aula, o Septo e Tyene.

A garota cresceu uma mulher bonita e com um rosto tão inocente quanto o da própria Donzela. Claro que Oberyn sabia que havia muito do seu sangue correndo nas veias dela e que aquela inocência nada passava de uma mascara.



Sua quarta foi Sarella.

Provavelmente a que mais herdou sua curiosidade e também seu talento de se meter aonde não devia. Nasceu do ventre de uma comerciante das Ilhas do verão, uma mulher bonita que vivia viajando. Oberyn a trouxe para casa assim que a menina nasceu e ignorou sem dificuldades o olhar desaprovador do irmão. Você tem mais filhos do que um coelho Oberyn, Doran reclamou, mas assim que pegou Sarella nos braços se deixou sorrir.

– Ela tem os seus olhos. Todas têm. Até mesmo Tyene.

Sua irmã Elia veio visitá-lo com o bebê Aegon nos braços e a pequena Rhaenys do lado. Sua casa se encheu de risos e brincadeiras, as paredes estavam sempre riscadas e os jarros caiam toda a hora. Nesse meio tempo a esposa de Doran já estava esperando o segundo filho do casal, um menino que viria a se chamar Quentyn. Elia passava horas segurando a pequena Sarella e rindo ao tentar adivinhar como se chamaria a quinta.

– Você acha que terei mais filhos?

– Eu o conheço bem irmão, aposto que em breve essa casa ganhará mais um morador.

Sarella tornou-se uma mulher bonita ao crescer. Com seus cabelos negros encaracolados que ela insistia em manter na altura do ombro, olhos castanhos como os dele e a pela escura sem nenhuma imperfeição. Mas antes de ser uma mulher ela foi uma criança que adorava aprontar ao lado de Tyene e Arianne. Quantas vezes Oberyn não precisou retirar as três meninas de alguma confusão que se meteram? Quando as trazia para casa elas precisavam ouvir um longo sermão de Doran, mas no fim do dia sempre ganhavam um doce dele.



Elia foi à quinta. O nome foi uma homenagem a sua querida irmã.

O divorcio fez com que ela viesse para Dorne por alguns meses para logo depois convencê-lo a se mudar para Porto Real. Ele não queria deixar Dorne definitivamente, mas foi necessário. Elia precisava dele e Doran insistiu que seria bom os dois supervisionarem os negócios de Porto Real. Elia não tem um grande relacionamento com os Lannister, você pode fazer esse papel.

Foi em Porto Real que ele conheceu Ellaria. A mulher tinha aspirações semelhantes à dele e não demoraram muito para começarem a sair. A relação que ele julgou que terminaria em alguns breves meses se prolongou por anos e é claro, lhe deu alguns frutos.

Sua irmã o adorou quando ele colocou seu nome na sua primeira filha com Ellaria. Obara, com seus oito anos, até então não tinha gostado de Porto Real. Sua primogênita sentia imensa falta de Dorne. Tudo mudou quando Elia e Ellaria foram morar com eles. A mulher se tornou uma espécie de mãe para todas e Elia virou a nova mascote do time. Tyene a enrolava em sedas amarelas e cantava canções religiosas na hora de dormir, Sarella contava-lhe piadas – mesmo que a menininha não entendesse – e tentava ensiná-la a falar.

(Houve um dia em que Sarella passou quase duas horas repetindo o seu nome para Elia.)

Enquanto se adaptava a correria de Porto Real – muito mais intensa do que em Lançassolar – ele administrava seu tempo entre dar atenção às filhas e a Ellaria, visitar a irmã e os sobrinhos e tentar descobrir como diabos ela conseguiu se dar bem com Lyanna Stark.

(Ele descobriu, eventualmente, que Lyanna não era uma pessoa tão ruim assim. E suas meninas adoravam Jon, então não é como se ele pudesse virar as costas para a mulher.)



Sua sexta filha foi Obella.

A garota já veio ao mundo gritando mais alto que qualquer uma de suas irmãs. Desde pequena já tinha toda a sua impetuosidade e coragem. Adorava correr pelos cantos e se esconder dos deveres, também amava cantar e comprar vestidos bonitos. Nym era provavelmente sua irmã predileta, Obella era quase uma boneca para a mais velha que gastava todo o seu tempo a vestindo com as mais diferentes roupas.

Ellaria costumava rir e dizer que Obella daria trabalho quando crescesse.

E ela não estava errada.

No momento em que a menina se juntou com Shireen Baratheon ele soube que teria dores de cabeça. Principalmente quando Stannis Baratheon – provavelmente a pessoa mais sem graça do mundo – vinha até ele com sua brilhante idéia de ter uma longa conversa sobre as garotas.

(Conversar sobre as armações de Obella e Shireen era como tortura e quando se adicionava Eddard Stark na equação ficava ainda pior.)

A maioria das pessoas pensa que sua sétima criança foi Dorea, o que não era exatamente verdade.



Sua sétima criança não foi uma menina e sim um menino.

Ele conheceu Cersei nas varias reuniões – altamente tediosas – que ele precisava ter com os Lannister. Sempre conversava com Tyrion Lannister, na época um jovem tentando impressionar – o quase impressionável – pai. Mas naquele dia houve uma mudança de planos e ele ficou em uma sala por três horas com Cersei Lannister.

Oberyn já a tinha visto, obviamente, e Ellaria já tinha manifestado sua atração pela a mulher.

(Ele e Ellaria tinham um relacionamento aberto. Doran sempre reclamava e pedia por um casamento, mas nenhum dos dois estava propenso a isso.)

Ela era esposa de Robert Baratheon e nunca lhe chamou muita a atenção. Oberyn não sentia uma boa energia emanando dela. Podia ser bonita como um pecado, mas ficaria longe de sua cama – por mais que Ellaria fosse amar a historia.

Sua determinação foi pelo o ralo na noite da festa da empresa em que Cersei e seu marido foram convidados. Ele viu quando Robert discutiu com a esposa que furiosa saiu do lugar com uma taça de vinho nas mãos. Por impulso ele a seguiu e então a encontrou perto do banheiro feminino xingando alto toda a linhagem dos Baratheon.

– Maldito! Seus filhos? Eles são de Jaime seu gordo estúpido. – Só então ela o notou ali e ficou branca como cera. – O que está fazendo aqui?

Ele decidiu fingir que não tinha ouvido aquilo.

– Verificando se você está bem.

– Eu estou mais do que bem, agora vá embora.

Ele nunca gostou de receber ordens.

– Não.

– Seu... Seu insolente.

– Insolente? Isso é o melhor que você tem?

Ela andou rápida até ele e tentou lhe dar uma tapa no rosto. Ele segurou sua mão e encarou seus olhos verdes irritado. Talvez fosse culpa da musica do fundo ou das varias taças de champanhe que tinha tomado, mas antes que ele notasse estava pensando que ela tinha belos olhos.

Minutos depois estavam no banheiro arrancando as roupas um do outros.

Nove meses depois ele soube do nascimento do bebê Tommen.

Esteve na casa dela um mês depois e observou o menininho se remexer no berço. Ele tinha os cabelos e os olhos dela, não, ele tinha seus olhos. Todos os seus filhos tinham seus olhos.

Ellaria esteve ao seu lado quando ele visitou os Baratheon e assim que viu o seu olhar ela soube.

– E eu achei que você só podia gerar meninas.

– Não está com raiva?

– Você me conhece melhor que isso Oberyn. – Ela riu. – Eu jamais ficaria com raiva de um bebezinho tão bonito. Contudo de um homem feito... Mesmo o nosso relacionamento tem regras.

Ellaria nunca foi boa em guardar rancor e quando Cersei foi até ele com a expressa ordem de que não se aproximasse do seu menino mais novo, pois não havia a menor chance dele ser seu, foi ela que o acalmou.

– Deixe estar por enquanto, no futuro você poderá dizer a ele.



E então veio Dorea. Sua oitava.

Ela tinha os cachos de Ellaria e seus olhos escuros. Era energética e ousada desde criança. Tinha herdado toda sua coragem. Para desespero de Ellaria, a menina adotou o costume de escalar arvores e se meter em situações perigosas. Toda semana Dorea chegava em casa com algum tipo de ferimento.

– O que eu lhe falei sobre bicicletas e ladeiras? – Ellaria perguntou enquanto enfaixava o braço da menina.

– Uma combinação estúpida.

– Exatamente.

Dorea também tinha o temperamento volátil – assim como Obara – e costumava se meter em brigas – muitas vezes contra meninos. Oberyn sempre sorria e lhe ensinava algum golpe novo quando ela aparecia com um novo hematoma o que levava aos dois recebendo uma bronca de sua companheira.



A nona – e ultima – foi Loreza.

Loree sempre foi gentil. Uma verdadeira princesinha desde muito pequena. O que não a fazia menos impetuosa que as irmãs. Seu cabelo castanho era longo e liso e estava sempre enfeitado com uma fita colorida. Das filhas foi a que menos lhe deu trabalho. Quando ele e Ellaria decidiram seguir caminhos separados ela foi a única que não brigou ou fez cara feia.

Ela entendeu.

As meninas mais novas se mudaram com a mãe para um apartamento do outro lado da rua – ele não quis ficar longe das filhas – e era comum Loreza ir para a casa dele almoçar e contar tudo sobre o seu dia.

(Dorea sempre vinha junto com um novo machucado e Ellaria aparecia depois para lhe dar uma bronca por ele ter ensinado algum golpe novo à menina.)

Realmente, Loree quase não lhe dava nenhum trabalho. Até que um dia chegou em casa e lhe confessou.

– Tem alguém de quem eu gosto papai.

– E qual o nome dele? – Perguntou curioso.

A menina corou e respondeu baixinho.

– Tommen Lannister.

Oh Deuses.

– Sua mãe já sabe?

– Eu vou contar para ela no jantar.

É... Ele já podia prever Ellaria vindo até ele no outro dia para ter uma conversa séria. Já está na hora, ela iria lhe dizer, vocês não estão saindo? Ela será mais receptiva a idéia. A mulher definitivamente não conhecia Cersei Lannister.

– Você tem certeza Loree?

– Tenho pai. Eu o amo com certeza.

Suspirou. Doran bem o havia alertado que filhos eram complicados. Ele nunca achou que chegaria a tanto.



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Notas finais do capítulo

Oberyn podia escrever um livro sobre a magia da paternidade - e também podia ter algumas aulas de como usar preservativo.
Gostaram? Comentários são sempre bem vindos :)
Beijos ;*