Bem-vinda à América! escrita por Gabi Torquato


Capítulo 13
Greenhouse.


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a noite em uma das mais badaladas boates de New York!



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Horas depois estamos descendo de um táxi no SoHo onde fica a Greenhouse, a boate do momento em Nova York. É bastante fácil encontrar celebridades frequentando-a, difícil é conseguir entrar se você não estiver bem vestido ou não for considerado bonita(o) o suficiente pelo pessoal da portaria.

Na hora que Cameron postou a foto ele não estava na boate, pois ela só abre a partir das 22:00hrs. Mas brilhantemente tive a ideia de ler os comentários e vi ele chamando um amigo, dizendo que estaria lá. Então passei mais de duas horas me arrumando com Carla e não estávamos um total estrago. Se eu fosse um cara, com certeza ficaria desconcertado olhando para uma ruiva e uma oriental bem arrumadas propositalmente.

Eu estava All Black! Escolhi um vestido curto de mangas longas brilhante, uma sandália Christian Louboutin e uma bolsa Chanel. Fiz uma maquiagem dourada com preto e meu cabelo caia em um ondulado sutil. Eu estava... ok.

Já Carla estava incrivelmente linda! Usava um vestido tubinho vermelho, uma sandália cor bronze Giuseppe Zanotti - calçamos o mesmo número - e também uma bolsa Chanel, branca com preta. Seu cabelo também estava ondulado, mas era a partir da metade e com ondas menos soltas. Sua maquiagem era básica, marcada de marrom. Ela com certeza ainda arrancará muitos suspiros essa noite.

Gastamos apenas alguns minutos na portaria até que nossa entrada fosse liberada. Nada que uma pesquisa rápida no Google sobre meu nome e alguns dólares não resolva. Entramos e meu queixo realmente caiu: teto transparente com muitos cristais pendurados dando a impressão de uma paisagem ondulante, um grande aquário iluminado como balcão do bar e paredes que dão efeitos de plantas, tudo muito colorido. Além de música sensacional!

– Vamos procurar Cameron! - gritei para Carla, enquanto puxava sua mão para darmos uma volta.

– Você ainda não me disse porque está atrás desse menino. - ela gritou de volta. Apenas balancei a cabeça.

Vi Cameron, Justin e outros na ponta do balcão do bar. Me virei para Carla e gritei:

– Finja que não estávamos procurando -o.

Nos dirigimos até um lugar próximo de Cameron, e eu estava rezando que ele percebesse que estávamos lá. Carla pediu um dry martini - porque ela já tem 21 - e me deu. Sorri em agradecimento.

Ficamos lá sentadas por alguns segundos até que alguém tocasse no meu braço. Quando me virei, era Cameron. Sorri.

– Chloe! - ele gritou por cima da música para ser ouvido.

– Oi! - gritei de volta, fingindo surpresa. Ele me estendeu a mão me convidando a sair do banco em que eu estava sentada. Aceitei, porque não se consegue nada recusando.

– Essa é Carla! - falei, apontando para a oriental baixinha e sexy que estava comigo. Pelo sorriso que vi em seu rosto, ele gostou do que viu.

Ele me puxou até onde seus amigos estavam. Carla e eu acenamos a mão para todos porque apresentações dariam muito trabalho. O que foi ótimo porque eu não sabia se conseguiria falar alguma coisa no mínimo aceitável, porque o maldito Justin é realmente muito gato.

O dj colocou Powerful para tocar e eu comecei a me mover lentamente no ritmo da música tentando parecer o mais sexy que eu poderia ser, mexendo casualmente no cabelo e segurando minha taça na mão.

Minha dança desajeitada deve ter funcionado, porque quando Waiting For Love começou a tocar Cameron veio até mim para me levar para a pista. Olhei para Carla enquanto ia e dei de ombros para expressão assustada dela que gritava "E EU???", ela apenas revirou os olhos e virou para o bar pedindo alguma coisa.

– Quem é aquele seu amigo? - perguntei para Cameron, gritando o mais alto que podia.

– Qual? - perguntou ele, colocando a mão na minha cintura. Quando digo cintura quero dizer o mais próximo possível da minha bunda. Esperava que Cameron não estivesse entendendo a mensagem de um jeito errado. Se eu estava incrivelmente arrumada e agindo de jeito sexy - eu esperava - propositalmente? Sim. Mas esse meu comportamento não era direcionado para ele.

– O loiro alto de olho azul. - respondi, rebolando o máximo possível para ver se eu conseguia deslocar sua mão mais para cima.

– Aah, Justin. - ele disse, balançando a cabeça e sorrindo. - Sempre perguntam muito quem é ele. Vamos pegar uma bebida, eu te apresento.

Me senti mal por usar Cameron para chegar até Justin, mas é o que eu podia fazer. E mesmo que eu e mais algumas outras - eu suspeitava - tivéssemos se aproximado dele para chegar até o amigo, duvido que Cameron tenha problema com mulheres, então tudo bem.

Voltamos para o bar e Carla estava apenas sentada tamborilando os dedos no balcão/aquário no ritmo da música com uma taça que continha um liquido laranja dentro.

– O que você está bebendo? - perguntei surpresa. Ela não bebia.

– New Ruby, não é alcoólico. - ela respondeu balançando a taça. Certo, isso explica.

Cameron me levou até Justin, e minhas mãos estavam suando. Eu realmente ia fazer isso? Estava prestes a dar para trás quando pensei nos comentários soltados quando eu passava no corredor.

Sim, eu realmente ia fazer isso.

– Justin! - Cameron chamou, desviando a atenção do loiro para nós. - Eu estou cansado e minha amiga Chloe aqui tem muito o que dançar por hoje. Poderia fazer a gentileza?

Sorri envergonhada e olhei para o lado enquanto sentia ele me examinar de cima a baixo. Acredito que não será nenhum sacrifício para ele, na verdade.

Ele caminhou até mim e pegou minha mão para - estou incrivelmente surpresa - beijá-la. Arqueei minha sobrancelha e sorri em apreciação.

– Justin Jon Baker. - se apresentou, dando um sorriso incrivelmente sexy. Meu Deus, alguém pode me lembrar que não isso é sério?

– Eu sei. - devolvi, depois de uma pausa me apresentei. - Chloe Lamont McLaggen.

Ele sorriu e me puxou pela mesma mão que já estava segurando. Voltamos para o lugar onde há minutos eu estava dançando com Cameron, embora com algumas diferenças. Apesar de estar super animado dançando, Justin não parecia exatamente animado com a companhia, ou seja, eu. E toda vez que eu tentava arrancar uma única palavra dele, ele conseguia desviar do assunto.

Coincidentemente no momento em que minha coxa nua tocou na sua, o seu celular vibrou no bolso da sua calça. Ele pegou para ler alguma mensagem, e quando terminou olhou nervoso ao redor.

– Se importa se eu dar uma saidinha? - perguntou, saindo sem esperar uma resposta. Eu me importava, porque eu nunca iria conseguir alguma coisa com ele se esquivando. Voltei para o bar e Carla estava com Cameron, então pedi para um dos garotos pedirem uma bebida para mim enquanto eu seguia Justin com os olhos.

Carla viu que eu havia voltado e veio até mim.

– E ai? Cadê ele?- ela perguntou, olhando ao redor. Dei de ombros.

– Não sei. Meu passe de liberdade escorreu por entre meus dedos. - respondi triste, bebericando meu martini. Pensei por um segundos. - A não ser...

– A não ser o que? - ela gritou para mim, mas eu já estava saindo. Justin estava sozinho, era minha chance! Segui pelo caminho que vi ele fazendo e nada teria me parado a não ser a cena que eu estava vendo.

Passei alguns segundos paralisada enquanto minha mente processava o que meus olhos estavam captando.

– Ai meu Deus! - exclamei surpresa.

Como se tivesse levado um choque, Justin saiu do beijo em que parecia mergulhado. Ao contrário de me deparar com uma garota digna dos anúncios da VS - o que eu imaginava ser o tipo de Justin - me deparei com um cara incrivelmente gato, de pele morena, cabelo preto e olhos castanhos.

Eles olharam espantados para mim.

– Des-desculpe, eu não queria atrapalhar. Sin-sinto muito! - gaguejei, dando as costas e fazendo meu caminho de volta. Não estava nem na metade quando senti as mãos de Justin no meu braço, virando-me para ele. Ele me puxou e me imprensou na parede mais próxima.

Eu juro que se a situação fosse outra, eu estaria achando isso absurdamente incrível. Mas eu estava com medo da expressão em seu rosto.

– Você não viu nada. - ele disse sussurrando em meu ouvido e depois roçando lentamente sua boca em meu pescoço, enquanto acariciava uma mecha do meu cabelo. - Você não vai dizer nada. Entendeu? Até porque ninguém iria acreditar.

Meu corpo estremeceu quando ele puxou a mecha sem qualquer delicadeza e segurou minha cintura com força. Balancei a cabeça em concordância.

– Muito bem. É em nome da nossa recém adquirida amizade. - ele disse sorrindo, antes de sair passando seus lábios pelos meus. Virei meu rosto com repulsa nesse momento.

Como as aparências podem enganar tanto? Não só pelo fato de Justin Baker ser gay, mas também por ele ser um incrível canalha. Permaneci encostada na parede enquanto pensava em tudo que eu tinha acabado de descobrir nos últimos minutos.

Olhei para o balcão e vi que Justin tinha até escolhido o melhor lugar. Eles com certeza nos viram, e provavelmente todos acharam que eu estava ficando com ele. Serve para reforçar sua fama de pegador.

Voltei para o balcão do bar e Carla que olhava com uma expressão esquisita.

– O que foi aquilo? - ela perguntou. Eu estava abrindo a boca para falar algo quando Cameron chegou meio alterado e passou o braço na minha cintura.

– Grande Chloe! - ele gritou, levantando sua bebida. Forcei um sorriso e me esquivei do seu braço.

– Estamos indo embora. - Gritei para ele, acenando a cabeça para Carla em direção à saída. Dei uma última olhada em Justin e ele sorria para mim ironicamente. Devolvi o sorriso, mas ele não precisou ser forçado. Era puramente sincero.

*

Já no táxi procurei o último número adicionado na minha agenda de contatos e selecionei a opção de mandar mensagem.

Em nome da nossa recém adquirida amizade, entre em contato comigo - pessoalmente - até as cinco da tarde de amanhã, mandei. É claro que juntamente com um anexo da foto mais recente da minha galeria, tirada discretamente antes que os modelos percebessem que eu estava presente.

Justin Baker ainda não conhecia Chloe McLaggen. Eu também não, mas estava adorando conhecer.


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Notas finais do capítulo

Farei meus pedidos de sempre, entretanto, eles devem ser levados mais a sério hoje. O último capítulo não teve nenhum comentário, e isso é bem ruim porque eu preciso de vocês me incentivando a escrever. Mesmo que o capítulo não seja legal, vocês podem comentar fazendo críticas construtivas. Por vocês eu posso melhorar!
Por fim, lá se vai: Comentem, favoritem, acompanhem e recomendem a história. Ela precisa disso, eu preciso disso.
Até o próximo cap! ♥♥



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