Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 39
Príncipe Syaoran


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 38

Príncipe Syaoran

“A paz é a saúde das Nações – Tudo nos sorri em tal regime” – Coelho Neto

Conduzia o garanhão pelo campo. Três outros guardas o acompanhavam. Syao gostava de cavalgar, lhe dava paz. O céu azul sem nuvens e o Sol quente afastavam qualquer pensamento de que o mundo estivesse em guerra novamente. A China não se envolveria. Bom era saber que seu povo estava seguro. Passou por entre alguns arbustos que roçaram em suas botas de montaria. No final da fila, as selecionadas vinham silenciosas. Ambas sentadas em cavalos malhados, vestidos longos e chapéus cobrindo as cabeças. Syao não sabia se aquilo era bom ou ruim. Não sabia se o silêncio delas deveria deixá-lo confortável ou desconfortável. Nunca lidara com mulheres antes, principalmente em passeios. Normalmente saía sozinho, ou com Isao, quando eram crianças. Syao não sabia se aquele tipo de relacionamento estava correto. Ele não sabia o que dizer a elas, como olhá-las, como se aproximar... Não sabia de como ter contato com elas! Pareciam dois fantasmas, vagando, e sempre que tentasse tocá-las, sua mão ultrapassaria a forma e então elas desapareceriam. Balançou a cabeça. Não havia ninguém que lhe dissesse como fazer aquilo. Agora só restavam elas, uma seria sua esposa.

E isso o assustava.

Quando perguntou ao mestre de armas o que deveria fazer, ele disse “Chame-as para sair”. Bom, estava saindo. A cavalo. Com três guardas entre eles. Talvez fosse melhor convidar uma de cada vez, se dedicar às duas ao mesmo tempo seria impossível. Estava sendo impossível. Respirou fundo. Este era o problema de não ter uma mãe presente, ou alguém para ver namorando pelos corredores do castelo. Syao não conhecia relacionamentos românticos, nunca vira um e ninguém nunca lhe disse como era. Nem mesmo seu pai falava sobre a mulher. Syao falava sobre poucas coisas com ele. Mas isso não o incomodava. Syao também não sabia como era a relação de pai e filho nos outros lugares no mundo.

Esse era o resultado de se isolar um garoto em um castelo no centro de nada. Mas Syao gostava de viver no meio dos vales, com campos repletos de relva, arbustos e árvores. Gostava de admirar as montanhas ao longe e dos templos brotando da terra como rochas isoladas. Ele gostava de sentir a brisa suave, o cheiro das cerejeiras. Parou debaixo de uma das árvores e apreciou as flores. Primavera. Santa primavera. Virou o rosto, sorrindo.

– Não são bonitas? – perguntou, entretanto as meninas estavam longe demais para ouvi-lo. Seus guardas barravam a passagem entre eles. – Vocês podem voltar, ficarei bem. – Syao tentou expulsá-los.

– Seu pai ordenou que o protegêssemos de perto. – um dos homens respondeu – Há ainda selecionadas desaparecidas pelos arredores.

– Tudo bem – Syao desmontou do cavalo. Era impossível ir contra uma ordem de seu pai. Por mais que fosse o príncipe, enquanto o Imperador não morresse, Syao ainda não seria ninguém. E ele não queria que o pai morresse. Já não tinha a mãe, ficar sem seu pai seria terrível. Caminhou até os cavalos das duas garotas, que conversavam entre si. Quando o viram, pararam. Syao não queria que parassem, queria que continuassem conversando, como duas garotas comuns. Mas esse era o efeito que tinha quando se aproximava das moças, elas paravam de falar e fingiam estar esperando que ele dissesse algo. – As flores das cerejeiras são tão adoráveis quanto ambas. – sorriu, e elas retribuíram o sorriso, um pouco desconfortáveis. Syao preparou alguma outra coisa para dizer, mentalmente, quando notou que havia uma pétala sobre os cabelos de Lydia. Riu fraco, enquanto a menina erguia as sobrancelhas – Uma bela coroa, senhorita. – comentou, e ela logo entendeu, retirando a pétala do lugar. Syao entristeceu. Não era isso que queria. Queria que ela deixasse a flor lá, entre os cabelos.

Mas não disse. Nada tinha que dizer. Nunca.

O silêncio constrangedor recaiu sobre eles, e teve de se virar para uma das árvores e colher algumas flores, antes que ruborizasse. Ele odiava esse modo como tudo acabava no silêncio. Talvez a culpa fosse sua por não saber manter um diálogo, ou talvez a culpa fosse delas, por serem tão silenciosas. Mas qual era o seu direito de procurar culpados? Ele não era digno disso. Olhou o céu e contou as horas através do Sol. Logo teria de ir para os treinos.

– Vocês gostariam de ir ao meu treino, hoje? – virou-se para elas, e ambas concordaram em meneio. Sorriu, voltando ao cavalo, montando-o e junto com os guardas, partindo. Era isso o que sempre fazia. Falava alguma coisa, tentava continuar, silêncio, então arrumava um jeito de escapar e tudo terminava. Havia uma frieza entre eles. Uma parede de gelo que o impedia de se aproximar delas. E não sabia como quebrar aquele gelo. Syao só sabia que tinha de se casar com uma francesa, e sua única opção era a garota francesa que restara. Porém ainda não sabia se deveria mesmo fazer aquilo. Ainda não a conhecia. Mal trocara duas ou três palavras com a garota. Como se casaria com ela?

Por algum motivo, ainda queria quebrar o gelo.


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Notas finais do capítulo

Enquanto o mundo está em guerra, a China permanece pacífica, com um príncipe tão isolado e desengonçado que mal sabe como criar uma ligação entre suas selecionadas. Syao nunca teve um amigo ou namorada, apenas Isao, quando eram crianças. Como será que se aprende a sentir amor?



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