Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 17
Savannah Desrochers


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Curta porém cheia de... ingleses!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593724/chapter/17

Capítulo 16

Savannah

“A mulher sem as fraquezas do coração próprias do sexo não é uma mulher perfeita” – Júlio Diniz

Teatro Mágico – É Ela

O baile começaria logo. Savannah observou a fileira de meninas já preparadas. As inglesas ostentavam as cores brancas e azuis em seus vestidos, em sinal de sua nacionalidade. As francesas esbanjavam vermelho, azul e branco. As russas graciosas em seus verdes e creme. Chinesas com amarelo vivo, ou laranja claro. Japonesas com rosa e prateado. E, claro, Savannah, com a camisa social branca de botões, a saia esvoaçante preta e a gravata vermelha, os cabelos presos por uma faixa, deixando os cachos todos para cima, balançando enquanto movia-se impaciente. As sapatilhas vermelhas que usava eram macias, mas nem toda a maciez do mundo poderiam tirar o tormento de ficar quinze minutos parada no mesmo lugar.

A suas costas, a vizinha de quarto conversava com outra garota sobre os vestidos.

– Você é muito corajosa por usar uma saia. – elogiou a garota quando olhou para Savannah. Pelas cores que ela usava, Savannah a identificou como uma russa.

– Eu acho que o verde não realça a sua cor, talvez roxo, ficaria lindo. Mas é um pouco brega usar um tomara que caia com laço, não acha? – sorriu.

A russa sorriu, forçadamente, e virou-se para outra garota. Savannah deu de ombros, enquanto voltava a observar o fluxo da fila. “Disseram que nós poderíamos descer em breve”. Os guardas estavam posicionados nas escadas, as armas em mãos, embora fossem meramente brinquedos. A Península Ibérica tinha tanta tecnologia que era banal o uso de armas de fogo, com toda a segurança do castelo. Além disso, não havia livros, apenas aparelhos eletrônicos, ela havia ganhado seu próprio computador portátil para bolso quando chegou, onde havia todas as anotações das aulas e dos livros da biblioteca. Poderia ler qualquer um quando quisesse, ou então tirar fotos e conversar com as outras selecionadas.

Normalmente as pessoas faziam isso. Para ela quando conversava com alguém. Savannah nunca entendeu o motivo. Lá no começo da fila, finalmente a Madame Serafina permitiu que a primeira garota avançasse escada abaixo, em direção ao Salão do Baile.

– Senhorita Chelsie Allen, da Inglaterra. – anunciou um dos guardas armados, e enquanto a garota descia, os convidados olharam-na, admirando sua beleza. No final das escadas, o príncipe Guilherme esperava. Pegou a mão de Chelsie e beijou-a suavemente, deixando a menina se misturar com os demais no salão. – Senhorita Elwyn Vogue, da França.

A fila começou a diminuir, e a cada nova menina que descia, era um passo para frente. Quando finalmente chegou sua vez. O guarda falou alto seu nome completo e a impulsionou para frente. Achou isso um pouco equivocado, afinal ela poderia cair da escada, mas não falou nada, pois tinha de sorrir, como madame Serafina a prometeu fazer.

– Senhorita Savannah Desrocheri, da Inglaterra.

– É Desrochers. – corrigiu o guarda, entretanto ele a ignorou. Continuou descendo até chegar ao pé da escada, onde o príncipe a recebeu com um sorriso. Ele pegou sua mão e beijou de leve. Enquanto se levantava, Savannah viu algo que um príncipe realmente não deveria ter. – Vossa Alteza, tem uma mancha de pasta de dente da sua camisa. Tudo bem, eu tiro para você – segurou-o e colocou o dedo na boca, molhando-o com saliva e esfregando a mancha até que desaparecesse. – Prontinho.

– Obrigado – Guilherme riu e a mandou para o resto das outras selecionadas.

Quando alcançou-as, Savannah não compreendeu porque estavam sorrindo para ela. Talvez porque fossem gentis.

– Você é única, Savannah. – uma delas riu, e virou as costas, desaparecendo na multidão.

– Acho que isso é bom. – deu de ombros, avançando pelos convidados e encontrando finalmente a prometida mesa de doces. A Madame Serafina disse que haveria pelo menos cem iguarias. E realmente, ela não havia mentido.

Encheu-se de caramelo, enquanto observava os convidados, todos movimentando-se levemente, enquanto a música continuava calma e serena. O Rei ria em seu trono, com alguns amigos íntimos e o príncipe tirava algumas selecionadas para dançar. Mas tudo parecia... Monótono demais. As pessoas não pareciam estar se divertindo de verdade, isso a deixava preocupada, afinal porquê uma festa se não há diversão? Todos sabiam que o Rei da Península Ibérica era conhecido pela extravagância, e com certeza ele não iria querer que seus convidados morressem de tédio. Sentiu alguém tocando-lhe o braço e virou-se. Era o primo do príncipe, que conhecera no primeiro dia. Ele estava com Guilherme quando as recebeu. Gustavo abriu um sorriso, ele era muito gentil e algumas garotas falaram que preferiam-no em vez de Guilherme. “Mas no final estamos todas aqui pelo príncipe e não o primo dele”.

– Me daria a honra? – ele se inclinou.

– Ah, eu não sei dançar. – respondeu.

– Não tem problema. – Gustavo segurou sua mão direita. – Eu te ensino.

Puxou-a pela multidão de convidados. Savannah apenas tropeçou e seguiu-o, até o centro do salão de baile, onde Guilherme dançava com uma das selecionadas da França. Ele olhou Gustavo e torceu a boca para o primo, que devolveu a ele uma língua. Ambos riram e Gustavo se aproximou de seu corpo, colocando a mão atrás de suas costas e segurando ainda sua mão direita.

– Tem certeza que vai ficar tão perto assim? – perguntou – Eu posso pisar no seu pé.

– Com tanta graciosidade, eu nem perceberia. – ele piscou, e conduziu-a para os lados, movendo os pés com facilidade, enquanto Savannah sentia-se quase grudada ao chão. Ela realmente não tinha jeito para aquilo. Quando ele já a havia girado pela quinta vez, a música terminou e Gustavo a jogou para frente, em direção a Guilherme, que se despedia da francesa. Trombou com o príncipe e riu. – Boa sorte, Gui, ela já está pronta para dançar.

Guilherme acenou ao primo e envolveu-a pela cintura com ambas as mãos. Seu rosto próximo a fez pensar que ele tinha uma barba muito grande para a idade.

– Obrigado por limpar a mancha da minha camisa. – ele sussurrou.

– Vossa Graça, eu devo dizer que essa música está me enjoando. E eu não consigo mais ficar com isso. – ergueu as pernas e jogou longe as sapatilhas, para debaixo de uma das mesas de comida. Tocando o mármore gelado com os pés nus, Savannah sentiu a energia subindo pelo corpo. – Podemos trocar o disco?

– Claro – Guilherme ergueu as sobrancelhas – Você sugere o quê?

– Algo mais... Jovem. Algo que nos faço dançar de verdade. Não essa coisa de velho. Esse violino está quase me fazendo chorar.

Guilherme soltou uma gargalhada grave.

– Eu estava pensando a mesma coisa. Vou falar com o DJ. Fique aqui, gracinha. – e deixou-a, desaparecendo por entre os convidados. Savannah olhou ao redor e encontrou Aemi, a chinesa que havia dividido o carro com ela para chegar até o castelo. Correu até ela, desviando de casais abraçados ou homens segurando taças de vinho e champanhe.

– Tire os saltos, Aemi. – ordenou, enquanto apontava os próprios pés. – Nós vamos dançar de verdade.

– Mas...

– Apenas tire! – e deixou-a, correndo até Chelsie. – Tire agora mesmo essas botas ridículas! O príncipe vai colocar uma música de verdade. – a inglesa abriu um sorriso e se livrou das botas rapidamente. Em quase dois minutos, ela já havia encontrado todas as selecionadas e estavam descalças. Enquanto corria de um lado para o outro, não notou quando trombou pela segunda vez com o príncipe. – E então?

– A música vai mudar em três... Dois... – sua voz foi abafada pelo grave de um contrabaixo, enquanto a bateria inundava o salão Isso! Era isso que ela chamava de festa. Deu um salto alto, enquanto se lembrava de como dançava loucamente em casa, junto com mamãe e Elijah, o padrasto. Guilherme tirou o terno e a gravata, enquanto a segurava pelas mãos e a rodava no centro do salão. Aos poucos, as selecionadas também entravam na dança improvisada e Gustavo puxou uma de suas irmãs para dançar também. Guilherme a soltou e chamou mais amigos, ela conseguiu convencer quatro moças convidadas e de idades próximas para dançar também, e as selecionadas cada uma trazia mais e mais pessoas para a dança, até que o próprio Rei levantou-se de seu trono e adentrou o baile, jogando fora seu terno e sua gravata, como o filho fizera e esbanjando juventude (algo incrível para alguém da idade dele, Savannah pensou).

Fomos invadidos por ingleses!

Ouviu o grito na multidão, enquanto perdia-se entre as pessoas, sentindo cotovelos e ombros empurrando-a, e ela mesmo empurrava a todos. Ah, como era bom sentir-se em casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para quem acha que já conhece a Savannah, calma. Essa menina só mostrou um lado até agora! E às leitoras que ainda não tiveram os personagens apresentados apropriadamente: calma, a sua hora de bilhar chega, minha filha! Hahaha, beijos da Meell e... VAMOS SER INVADIDOS POR INGLESES!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Your Selection - Fanfic Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.