Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 10
Natalia Le Fay


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 9

Natalia

“Somos capazes de tornar sensacional o que em si mesmo não tem a menor importância” – Viana Moog

Beyoncé – Best Thing I Never Had

Eu vou te buscar.

Pressionou as cobertas sobre a boca, enquanto tremia. Já havia chorado tudo o que conseguia por aquela noite. A tela do celular brilhava, enquanto as palavras surgiam, uma atrás das outras, como normalmente acontece.

Vou te matar, você não será de mais ninguém.

Desligou o celular e jogou-o em algum canto longe no quarto, colocou o travesseiro sobre a cabeça e soluçou. Já era quase quatro horas da manhã e ainda não conseguira dormir. Já havia jogado o celular três vezes e ido buscá-lo. Como nunca tinha visto o rosto dele? Como nunca percebeu que Daniels não a queria só como uma aluna de balé? Confiava nele, em menos de três meses fariam uma turnê pela Inglaterra e agora ele a ameaçava de morte. Ele não era um homem, era um monstro! Pressionou ainda mais as cobertas contra a boca para que seus pais não a ouvissem. Talvez devesse aceitar a oferta de Sofia e mudar de casa, ir morar com a melhor amiga. Ouviu o som do celular recebendo outra mensagem e encolheu-se. Iria quebrar ele, tinha que terminar com tudo isso. Levantou-se, acendeu a luz e pegou o celular entre o guarda-roupa e a penteadeira. Só precisava de algo que pudesse usar para quebrar o chip que continha o número do celular. Pegou uma tesoura, cortou-o ao meio, e depois em pedaços menores. Arrancou a bateria do celular e jogou-a dentro de uma das gavetas da penteadeira.

Os olhos inchados e vermelhos de chorar demoravam para colocar o quarto em foco, enquanto jogava-se contra a cama. Daniels era tão mau, tão frio... Tinha medo que ele pudesse pegá-la novamente e usá-la. Usar... Como se fosse seu brinquedo. Natalia tinha tanta vergonha de si mesma, sentia-se tão imunda... Ela era fraca, tão fraca.

Mas isolamento não iria trazer sua vida de volta. Não iria apagar o que ele tinha feito. A única saída era fugir dele. Fugir de Daniels, para algum lugar que não pudesse encontrá-la. E graças a Sofia, já sabia o que fazer. A carta da Seleção. Era sua única escapatória sem precisar contar a mais ninguém o que Daniels fizera. As meninas tinham de ser virgens, sim, mas quem é que iria querer duvidar se ela dissesse que nunca havia sequer beijado? Só podia torcer para a sorte estar a seu favor quando o sorteio acontecesse.

º º º

Não sabia se olhava para cima ou para o lado, para baixo ou para frente. Não sabia nem mesmo o que fazia lá. Estava na Eurásia, longe de Daniels, longe de casa e de Sofia. Mas não se sentia livre, sentia-se... Confusa. A Seleção foi a melhor escapatória, e depois de Sofia a persuadir, preencheu a carta e colocou-a no correio novamente, tirou a foto, pagou a taxa de inscrição e torceu os dedos na frente da televisão sexta-feira de noite. E seu nome foi sorteado, por um dos príncipes da Eurásia. Ainda recordava o modo como eles agiam juntos, em sincronia. Loiros, altos, pareciam os mais velhos entre todos os príncipes. E muito diferentes de Daniels.

– Natalia Le Fay – o príncipe da direita disse, era Mikhail, o famoso queridinho do Rei.

– Ela é linda. – comentou Nikolai, o famoso queridinho da Eurásia. Ser chamada de linda era ótimo, mas eles haviam dito a mesma coisa para todas as outras sorteadas.

Agora, diante deles, sabia que não deveria ter feito isso. Não podia disputar os príncipes se não estava nem mesmo interessada neles. Ela só queria fugir daquele monstro... E acabou colocando a corda no pescoço. Mikhail sorria, usava um bonito terno azul escuro, com as mangas abotoadas e a gravata bem presa. Seu cabelo era equilibrado por gel e ele cheirava a colônia masculina. Nikolai, de braços cruzados, os cabelos bagunçados como se tivesse acabado de acordar e pijama. Os irmãos não se pareciam, ao contrário do que pensariam sobre gêmeos, eles não eram idênticos. Loiros, sim, mas os traços de Mikhail eram mais suaves que os de Nikolai.

– Dobro pozhalovat', dorogoy moy milyye. – Mikhail disse. – Bienvenue, mon cher belle. – limpou a garganta – Welcome, my dear lovely. Bem-vindas, minhas adoráveis queridas. – disse em mandarim – Boku no aisuru suteki, yokoso.

Seu irmão riu, atrás dele, enquanto abria os braços e espreguiçava-se. Disse algo para seu irmão em russo e subiu as escadas, sem se importar com elas. Mikhail pareceu chateado, mas logo abriu um sorriso.

– Ne stesnyayates. – e subiu as escadas também. As trinta e cinco garotas ficaram encarando os degraus, quando uma delas passou na frente e começou a subir. Ela tinha lindos cabelos louros prateados, até a cintura, e olhos pintados de preto, destacando as íris violeta. Quando ela parou de subir e olhou para trás, parecia entendiada.

– O príncipe disse para ficarmos à vontade e depois para segui-lo. – e então voltou a subir as escadas. Aos poucos, todas obedeceram a ordem. Natalia seguiu o fluxo, olhando o tempo todo a porta no salão principal, desejando voltar e acabar com tudo. Ser a primeira a sair da Seleção, admitir que tinha sido loucura ir para a Eurásia sem nem mesmo saber falar russo. Como ela viveria ali, como agüentaria? Uma menina ao seu lado pisou sobre seu pé.

– Desculpe, desculpe – ela inclinou a cabeça, envergonhada. Era uma chinesa, como ela, e parecia quase tão confusa.

– Ei, qual seu nome? – segurou o braço da garota antes que ela fugisse.

– Mei. E o seu?

– Natalia. – sorriu, tentando parecer à vontade, como o príncipe mandou que estivesse.

– É um nome europeu ou asiático? Você é do oeste? – Mei perguntou, e visivelmente o sotaque dela indicava que ela vinha do extremo leste, onde a cultura chinesa era muito mais forte.

– Sou da parte européia, sim.

– Interessante – a garota a ajudou a atravessar duas altas francesas e chegaram ao último degrau, suspirando e ofegantes. Mei era baixa, mais baixa que Natalia, e tinha lindos cabelos negros caindo lisos e brilhosos, olhos puxados como qualquer oriental da parte asiática e um sorriso tímido. – Acho que vai ser difícil aprender o russo. Na escola só nos ensinaram o inglês.

Natalia se lembrava, as escolas ensinando o inglês como uma língua igual ao mandarim. Natalia não achava que seria tão difícil, ela aprendera inglês facilmente, então não seria complicado aprender também o russo, certo? Mas para quê aprenderia se não estava nem mesmo querendo jogar? Mei tinha aquela timidez, observa a as outras competidoras sempre avaliando se eram boas ou não. A garota inglesa que havia entendido o que o príncipe disse estava já ao lado dele, diante de uma porta no começo do corredor para o qual as escadas levavam.

– Este é o quarto de Arabella. – ela traduziu, jogando os cabelos louros prateados para o lado. Parecia perigosa. Arabella foi até a frente e entrou no quarto. O príncipe caminhou até a outra porta. E disse algo para a inglesa. – Este é o quarto de Bianca. – e novamente tudo aconteceu. Carolyn, Daniela, Diana, Eyas, Ferdinanda, Goiva, Helena, Haruka, Chamaram Mei e logo em seguida a chamaram. Cerca de vinte das selecionadas já estava acomodada em seu quarto. Natalia caminhou até a porta e viu as letras em russo que deveriam ser seu nome. Olhou para a inglesa e depois para o príncipe e entrou.

As paredes estavam pintadas de branco, com prateleiras fixadas de madeira escura. Toda a mobília era de madeira, com uma cama de casal ocupando a parte leste, um closet enorme cheio de roupas e sapatos, um lustre somente para ela e luminárias que mudavam a intensidade da luz. Admirou os livros nas estantes, sem perceber que três jovens adentravam o quarto. Todas louras, pálidas e de olhos extremamente azuis. Avaliou. Elas eram mais bonitas que a maioria das Selecionadas.

– Somos suas criadas – a primeira disse, em mandarim enferrujado. Natalia soltou o livro que segurava em cima da penteadeira nova de madeira escura e espelho enfeitado de jóias para se curvar.

– É um prazer ser servida por vocês. – algo que já estava acostumada a fazer em restaurantes e lojas quando ia comprar algo. As três moças se entreolharam e a última, mais alta, deu um passo a frente.

– Sou Saray, estas são Freyj e Katar. – cada uma acenou diante de seu nome. – E você é nossa querida Natalia Le Fay. Devo dizer que a senhora é tão bela quanto na foto do sorteio. Príncipe Nikolai falou muito sobre você.

– Nikolai? Ele disse que eu era bonita.

– Linda, senhora, linda – Freyj se pronunciou, a menor do grupo. – Linda é diferente de bonita. E realmente é a melhor de todas. Não imaginei que uma chinesa pudesse ser tão européia. Com certeza sua família está orgulhosa.

– Obrigada – murmurou, incomodada com todos os elogios.

– Devemos arrumá-la para as aulas de russo. – anunciou Saray, indo até a penteadeira e pegando uma das escovas de cabelo. – Sente-se e iremos deixá-la maravilhosa.

Não soube como recusar. As criadas pareciam tão contentes em fazer seu trabalho que só pôde assentir, sentar e deixar que a arrumassem.


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Notas finais do capítulo

Bom, já sabemos que a Jasmine vai ter o primeiro encontro, que será com o Syao (Como ela vai conseguir fazer um encontro com ele? Não sei T-T). Enfim. Já completamos o ciclo de quatro apresentações, o que significa que está na hora de um príncipe aparecer. Quem vocês querem?
#Adam
#Guilherme
#Isao
#Louis
#Mikhail
#Nikolai
Escolham! :3 E só mais uma coisa: O Guilherme está sendo deixado por todo mundo, se continuar sem ninguém (só com a Savannah, terei de fazer propaganda dele o tempo todo u.u E eu sei ser chata, ok?).