Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 9
Dominique Quebec


Notas iniciais do capítulo

Reação ao terminar de escrever o capítulo: lágrimas, sorriso e música francesa. Boa leitura :3



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Capítulo 8

Dominique

A paixão é a febre do espírito enfermo, é o delírio do coração, é o fogo da alma; é preciso que a razão a domine, para que ela não nos sacrifique” – Nabuco de Araújo

Quelqu’um M’a Dit – Carla Bruni

Os cabelos louros pareciam recém cortados, alinhados e penteados com muito cuidado. A camisa estava lisa e branca como nunca vira ser possível, ostentava facilmente a expressão de tranqüilidade, não exibia sorrisos, e os olhos escureciam debaixo das sobrancelhas louras. Dominique o mediu com os olhos e notou que ele também era baixo. Muitas garotas eram maiores que ele e isso visivelmente as incomodava, como se a altura pudesse tirar a chance delas de ter a coroa. Uma coroa banal, na opinião de Dominique, porque ali, diante dele... Era tão bonito. E parecia tão solitário, em pé, sem ninguém ao seu lado, nem guardas, nem moças inglesas. Apenas ele e seus botões.

– Bom dia, senhoritas – de repente ele interrompeu o silêncio, erguendo também a cabeça e olhando-as pela primeira vez. Dominique não soube se havia algo por trás daquele olhar, mas ele avaliava-as, isso tinha certeza. Encarava cada uma. Demorou meio segundo em uma russa, um segundo sobre uma japonesa, e dois segundos na garota ao seu lado, que provavelmente era uma francesa, como a própria Dominique. Pensou que seria sua vez, mas os olhos dele pularam para a garota do outro lado. Ergueu uma sobrancelha, realmente magoada. Ele terminou de observar as moças e lançou outro olhar para confirmar. De repente parou nela. Aleluia! Ele franziu as sobrancelhas, e uma ruga apareceu entre elas. Desviou o olhar dele, não queria encará-lo. Mas soube. Ele demorou quatro segundos. – É um prazer enorme tê-las comigo. – e então sorriu, um pouco robótico. – Hoje é um dia muito importante para mim e para vocês, também. – limpou a garganta. – Creio que a maioria saiba falar inglês. Eu contratei os instrutores para ensinarem o básico durante a viagem no avião. Espero que tenham passado bem.

O silêncio seguiu e ele trocou o peso de um pé para o outro, ligeiramente incomodado pelio mortal ecoar de sua voz no salão principal do Castelo de Windsor. Quando Dominique pensou que ele pediria que elas falassem algo, o príncipe abriu um sorriso. Não como o anterior, mas sincero. Dominique não o vira sorrir assim desde que descera para recebê-las.

– Soube que algumas preferiram vir de navio. O avião assusta, não é mesmo? – ele tentou procurar quem é que havia insistido em viajar por navio. – Eu tenho pânico de lugares altos, odeio altura. Quem foi que fez a gentileza de não me tornar o único medroso?

As garotas se remexeram ao seu lado. O príncipe fez uma pergunta, mas só uma delas poderia responder. Dominique pensou em deixá-lo no silêncio novamente, mas quando notou, já estava falando. Às vezes não sabia o que esperar de si mesma.

– Fui eu. – quase gritou, então controlou a voz. – Fui eu, Majestade.

– Foi gentileza da sua parte. – ele sorriu, mas voltou ao ser o sorriso robótico, e isso a feriu. – Dominique Quebec?

– Isso – sentiu algo quente se agitar em seu peito. Ele sabia seu nome. Sabia o nome dela! A respiração começava a acelerar, quando o príncipe desviou os olhos dela e novamente mudou o ar para profissionalismo.

– Devem estar com fome. Mandei preparar uma mesa com todas as iguarias inglesas para vocês. Irei conversar com cada uma, em particular, após a refeição. Minha mãe e minhas irmãs insistiram em comer com vocês. Tudo bem?

Todas concordaram em uníssono. E ele exibiu outro sorriso pequeno e sem vida.

– Ótimo. Fiquem à vontade.

Ficar à vontade para ela era fácil, mas quem é que falaria para o príncipe ficar à vontade? Ele parecia tão incomodado quanto às chinesas, que mal sabiam comer com garfos e facas. Comeu apenas o bolo, feito de chocolate, com um morango em cima. Gostava de bolo de chocolate, mas não tanto quanto de torta de frango. Torta de frango... Um clique em seu crânio, perninhas de aranha arranhando o cérebro e então caiu em trevas.

º º º

O cheiro de torta de frango impregnava o ar, enquanto Tia Marienne cuidava do fogão a lenha, enquanto seus filhos ajudavam-na a colocar a mesa. E no canto, no fundo daquela cozinha, Dominique encarava algum ponto fixo na frente do rosto. Adrien colocava os copos na mesa, Cloud buscava os pratos em uma despensa do lado de fora da casa e Thierry estalava o dedo na frente de seu nariz.

– Dom, Dom – ouviu-o após algum tempo, moveu a cabeça em sua direção, o rosto entrando em foco. Cabelos loiros, uma barba rala. – Quer suco?

– Quero – respondeu, quase sem perceber, enquanto abaixava os olhos e voltava a encarar o vazio. Não conseguia deixar de pensar. Pensar. E não pensar. Quando fechava os olhos, voltava para aquele lugar, entre as ferrugens do avião, os bancos espalhados, Corpos desaparecendo atrás e debaixo de sucata. Sangue, muito sangue. E cenas desoladoras. O pior era estar lá, debaixo de um desses restos de avião, sentindo a perna torcida, o sangue escorrendo pela testa e não conseguir se mover. Entalhado nas pálpebras, ela conseguia ver perfeitamente, sentir perfeitamente e ouvir. Os gritos. Ouvir. O choro. Ouvir seu próprio coração e se apegar a esperança de estar viva.

Engoliu em seco, a garganta se fechando. Thierry entregou o copo para ela e bebericou um pouco, sem mesmo notar que o fazia. Quando terminou, abaixou o braço lentamente e perdeu a força sobre ele, derrubando o copo e deixando-o se quebrar em um milhão de pedaços de vidro. Ouviu a exclamação de Tia Marienne e também Adrien, mas não se incomodou em olhar o chão. Pois ele morreu. Papai, ele morreu. Não percebeu quando as lágrimas haviam se formado novamente nos cantos dos olhos.

Por que ele morreu? A pergunta lhe vinha, e respondia que a culpa era do avião que caiu. Então por quê não morreu também? Ela e Pierre, seu irmão, que também estava no avião. Por que vivo se ele morreu? Era injusto. O olhar novamente perdia-se, enquanto a depressão invadia sua mente. Não havia sentido nisso. Não havia sentido em viver sem seu pai. Ele não iria voltar, não o veria novamente, nem escutaria sua voz. Esperava, por algum motivo, que ele pudesse voltar. Para ela, ainda estava vivo. Era difícil convencer alguém tão teimoso quanto Dominique.

O cheiro. Ela lembrava. A carne. Por que tinha de lembrar? Morte. Queria esquecer. Queria esquecer tudo aquilo, queria deletar da memória, simplesmente recomeçar, sem papai, sem o avião, sem nada. Não queria se lembrar dele. Sabia que se não se lembrasse, ele morreria eternamente para o mundo. Era ela e seu coração quem ainda o mantinham vivo. Mas e daí? Ela só queria esquecer.

Quando notou, as mãos de Thierry a envolviam e estava deitada no chão. Via com o canto dos olhos os cacos de vidro ao seu lado, enquanto o corpo pulsava e movimentava-se. Não tinha controle. Os músculos retorciam, flexionavam, repuxavam, como se descargas de eletricidade descessem por sua cabeça e tomassem tudo. Doía, ah, como doía. Sentiu a saliva escorrendo pelos cantos da boca, enquanto Tia Marienne enviava um pano de prato dentro de sua boca. Adrien e Clound também a seguravam, tentando conter seu corpo. Aos poucos, sentiu o coração disparando no peito, batendo contra as costelas, como se quisesse quebrá-las e escapar. Então parou. Tudo parou, em um instante. O suor escorria por sua nuca e não havia nada diante de seus olhos além do negro das pálpebras.

As mãos de Thierry uniram-se sobre seu peito e ele começou a pressionar. Força, então nada a tocava. Novamente empurrou, e parou. Massageava seu peito, e sentia a urgência em seus movimentos. As mãos fechadas em punhos, como se não conseguisse abri-las de desespero. Dominique só notou que não respirava quando tentou respirar. Sugou o ar com todas as forças ainda restantes e então a sonolência e o cansaço a tomaram.

Naquela tarde, teve um ataque epilético.

º º º

Voltou a si, respirando fortemente, enquanto as mãos se fechavam ao redor do tecido do vestido. Sentiu o gosto de sangue na boca, havia mordido os lábios. Piscou cerca de dez vezes antes de finalmente virar o rosto e notar que algumas meninas faltavam na mesa. Outras conversavam entre si e um nome foi chamado, a dona dele se levantou e caminhou até o lado leste do grande salão. O príncipe, sentado diante de uma mesa, mexia em alguns papeis e anotava algumas observações, quando a menina chegou, levantou-se, beijou-a e voltou a se sentar.

Estavam conversando.

Sabia que tinha perdido alguma coisa, mas simplesmente... Era incontrolável, os fleches. Ainda os tinha, embora não tanto quanto antes. Há um ano, perdeu o pai e quase a sua sanidade. Agora, lutava para se recuperar. O tempo que passou se recuperando do choque na casa de campo da família foi bom, mas não a ajudou em tudo. Sentia saudade dos sons da fazenda, galos, porcos, vacas e cabritos. O incessante som da monotonia. Nada acontecia e ao mesmo tempo tudo acontecia. Era bom sentir o vento, sentir o cheiro da chuva ao longe, sem esperar ou correr para entrar em casa.

A mesa de madeira era escura e seus olhos a encaravam. O prato vazio e cheio de migalhas de bolo de chocolate fora retirado de lá sem que percebesse. As janelas ostentavam cortinas grossas escondendo o lado de fora do palácio. Agradecia mentalmente por isso. A última coisa que queria era ver o céu. O príncipe mandou a garota embora e chamou outro nome de sua lista. Enquanto isso, ela observava tudo o que passara despercebido à primeira vista. As cadeiras tinham um estufado macio e a maioria das garotas eram morenas, dele pele clara e olhos profundamente escuros. Ela era como um ponto diferente, loura, olhos claros e lábios pintados de vermelho. Pintados naturalmente, por seu próprio sangue e carne. As unhas se mostravam bonitas, entretanto o esmalte já saia nos cantos. Havia uma música suave por trás de todo o som das conversas. Olhou ao redor, procurando de onde vinha. Era na mesa do príncipe, um toca-discos velho funcionava. Junto dele, uma xícara fumegante, papel amarelado, uma caneta tinteiro e ele, os cabelos arrumados, a camisa de botões agora amassada. Dominique quase poderia ter dito que ele pertencia a outra década, outro milênio. E aquilo só aquecia ainda mais seu coração. Ele não pertence a esse mundo, como ela também não pertencia.

A música era doce, um pouco melancólica. E era francesa. Reconheceu as palavras, a cantora, entretanto não lhe era familiar. Mas aquilo era um disco, não? Provavelmente nunca tivera o prazer de conhecê-la. Deveria estar morta. Por que as coisas boas sempre estão mortas?

– Dominique Quebec – ouviu-o chamá-la, com os olhos fixos nos papeis que manuseava. Levantou-se, imitando as garotas que o fizeram antes. Caminhou até lá com a cabeça baixa e quanto se sentou, ele ergueu os olhos. – Dominique.

– Vossa Graça. – seu inglês não era fluente, mas aprendeu bem na escola. Uma escola de alta classe, por sinal, como todo o resto de sua família. “Eles vivem pelo luxo. E se não fosse o avião, eu também viveria”.

– Dominique – ele repetiu.

– Príncipe Adam. – ela encolheu os ombros.

– Dominique.

– Adam.

Seu sorriso foi caloroso. O príncipe sorria. Sorria para ela, o Sol brilhava, tão vívido, diante de seus olhos. A garganta se fechava, enquanto a música invadia seus ouvidos. Os raios solares realmente atravessavam as cortinas pesadas, sopradas pela brisa quente da Inglaterra. Gotículas flutuavam no ar, como poeira em um sótão abandonado.

– Não quero que me chame de príncipe, ou de Vossa Graça. Não sou graça de ninguém. – ele riu, automático, como se tivesse feito essa mesma piada com todas as outras. Isso apagou um pouco a magia no lugar.

– É uma graça, sim. – respondeu, rápido demais. O rubor subiu a garganta, manchando as bochechas e aquecendo as orelhas. – Quer dizer, não uma graça, mas Vossa Graça...

Adam a encarou. Encolheu-se. Estava fazendo papel de idiota. Como não conseguia dominar a própria língua? Ergueu a cabeça para pedir desculpas, quando ele também ergueu a cabeça, o queixo apontado para o teto, a penugem loura no descendo pelo pescoço, e então gargalhou. Gargalhou de verdade.

– Você é engraçada. – disse, após voltar a olhá-la. O príncipe, vermelho, se acomodou na cadeira de forma mais desleixada que antes. Perdeu um pouco do brilho profissional. – Então, Dominique, você além de pequena também é piadista?

– Eu tento. – o jeito como falou pareceu arrogante.

– Muito bem. – ele concordou. – Então tenho algumas perguntas a fazer, antes que você me tire do rumo da entrevista – e sorriu. – Qual sua cor favorita?

– Cor? – ergueu uma sobrancelha.

– Sim, quero saber sua cor favorita. – ele a encarou, sério. Sentiu certa urgência. Talvez fosse um teste, como aqueles testes de personalidade ou de casal perfeito. Respirou fundo.

– Creme.

– Ah, eu também gosto de creme. Principalmente sobre bolo de morango. – a encarou. E então começou a rir de si mesmo. E quando notou, ela também estava rindo. Não sabia se realmente teve graça, mas apenas vê-lo já lhe dava vontade de sorrir. – Desculpe, faz tempo que eu não faço uma piada – limpou o canto do olho, onde uma lágrima de humor se formava. Ela estava fazendo o príncipe chorar de rir. O nervosismo subiu, fazendo o coração acelerar. E se estragasse tudo? Parecia estar indo tão bem... – Minha cor preferida é azul.

– Azul como o céu?

– Azul como... – ele pensou. – Como... – parecia não saber qual exemplo dar. – Como seus olhos.

Se Dominique estava nervosa antes, entrou em pânico agora. O rosto vermelho era impossível de esconder, enquanto agarrava a barra do vestido com força.

– Desculpe, parece que eu dei em cima de você, não? É que era o único tom que eu achei bom usar. – deu de ombros, como se fosse algo trivial, e novamente o príncipe estragou um pouco a magia do momento. Ele parecia ser um pouco estranho. Criava um clima completamente mágico, só para quebrá-lo em seguida. – Segunda pergunta: O nome de uma pessoa importante.

– Por que um nome?

– Por que eu fiz as perguntas e essa era uma delas – ele a encarou – Vai responder?

A frieza deveria tê-la incomodado, mas só fez Adam parecer ainda mais... Encantador?

– Bem, então... Aaron.

– Por que Aaron?

– Era o nome do meu pai.

– Seu pai. Uma pessoa muito importante, então. Ele é bem próximo de você?

– Ele... – se respondesse, iria quebrar de vez qualquer clima romântico que estivesse entre eles. Mas o que fazer além de contar a verdade? E além disso, queria que Adam soubesse. Queria contar para ele, falar sobre papai com ele. Como jamais quis fazer com outra pessoa. – Ele morreu há um ano.

Os olhos de Adam subiram dos papais para ela e encararam-na por alguns segundos antes dele subir as sobrancelhas e a ruga aparecer novamente lá. Se remexeu na cadeira e respirou fundo.

– Bem, então ele é muito, muito importante.

“Meus pêsames”, “Sinto muito”, “Eu não sabia...”, “Aposto que ele te amava muito”. Eram coisas que ela já estava acostumada a ouvir. Mas Adam não disse nada disso. Ele não se desculpou por tocar no assunto, nem mesmo falou algo sobre o que papai seria ou não. Ele simplesmente balançou a cabeça, pensativo.

– Eu ia perguntar o nome de alguém importante para colocar o retrato no quarto em que vai passar o resto da Seleção. A maioria disse familiares, mas nenhum deles estava morto. Normalmente era o nome da mãe, ou de um irmão. Se eu colocar a foto de seu pai, isso irá te machucar?

Machucar...? Encarou-o. Adam se importava se algo a machucaria? Ver o rosto de papai sempre que fosse dormir, sempre que levantasse pela manhã... Isso não a machucaria. A primeira vez que viu o rosto dele, após o enterro, a fez ter uma crise de choro, mas já fazia meses que não o via. A imagem continuava solida em sua mente, na memória, mas sabia que logo desapareceria. Tê-lo para sempre ao seu lado seria ótimo.

– Não, eu adoraria. – abriu um sorriso ligeiro, enquanto dizia.

– Que bom – Adam também sorriu. – A última pergunta é... – ele olhou o papel e então ficou pensativo, com as sobrancelhas unidas, como ele sempre fazia. Dominique já havia percebido o modo como ele parecia feliz, profissional, melancólico ou simplesmente indiferente. E achava muito bonito como ele ficava pensativo. -... eu... – ele parou mais alguns segundos, visivelmente intrigado. “Parece estar decidindo fazer algo que não deveria”. – Eu posso te chamar de Nique?

A pergunta a pegou de surpresa.

– A maioria das pessoas me chamam de Dom.

– Eu quero saber se posso te chamar de Nique.

– Pode, mas por quê Nique?

Ele se levantou.

– Nique era a deusa grega da vitória. – e então chamou o próximo nome.


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Notas finais do capítulo

... Então, o que acharam? Eu ainda estou sorrindo, como uma boba, hahahahahah. Acho que sou a única escritora que fica pulando de alegria com o que acontece com os próprios personagens numa história que ela mesma escreveu. Mas como eu já disse: comigo as coisas são aleatórias, eu sou uma pessoa bem aleatória e... Eu não tinha idéia que iria gostar tanto do Adam como estou gostando agora. Meu inglês frio e enigmático :3
Vamos aos shippers:
#Chadam ou #Adom ?
Dominique: http://data.whicdn.com/images/28433299/tumblr_m3vu01oeB91qg20tno1_500_large.jpg