A vida depois do casamento escrita por Costa


Capítulo 9
A pescaria


Notas iniciais do capítulo

Mais uma one shot, galera.
Espero que gostem. :)



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Desde que Lety contara para seus filhos que quando era pequena costumava pescar, os pequenos cismaram que também queriam.

Lety costumava pescar com seus pais em um riacho no interior. Após alguma conversa e alguns beijos, Fernando concordou em levá-los até lá.

Eles não tinham sequer um anzol, Fernando, em sua afobação habitual, tratou logo de comprar todo o material necessário. Desde simples varas de bambu até molinetes sofisticados.

Ficaram de ir até o local em um final de semana. Chamaram Erasmo e Julieta. Eles aceitaram ir.

No dia da grande pescaria, Julieta prepara deliciosos lanches para levarem. Fernando e Erasmo se encarregam de prender as varas e os molinetes no teto do carro de Erasmo.

Após pegarem tudo o que precisariam, partiram rumo ao seu destino. Lety, Fernando, As crianças e Jiló foram no fusca. Erasmo, Julieta e Moty no carro de Erasmo.

Chegaram quase ao local desejado depois de mais de 2 horas de viagem. Para chegarem ao lago, teriam que adentrar uma estrada de terra batida onde o capim já ameaçava crescer. Erasmo, com medo de que seu carro não pudesse aguentar, achou melhor parar ali perto e seguir junto com o genro no carro. Tinha chovido na noite anterior e a estrada estava um pouco lamacenta.

–Querido, acho melhor deixar o carro aqui junto com o do meu pai e nos vamos a pé. O fusca não vai conseguir passar por essa estrada. -Lety adverte.

–Meu fusca consegue sim. Esse carrinho aqui nunca me deixou na mão. -Fernando se gaba.

Lety não acredita muito, mas prefere ficar quieta e deixar seu marido agir.

Após uma tentativa, eis que o que ela temia acontece: O fusca atola na lama.

Fernando sai do carro resmungando. Ele vê que é pior forçar, ele só irá conseguir atolar mais o carro na lama. Por pedido de Fernando, todos saem do carro e ele irá tentar empurra-lo para desatolar enquanto Lety dá a partida.

–Vai! -Fernando grita para Lety enquanto ele empurra o carro.

Assim que acelera, o fusca acaba patinando um pouco espalhando lama por todas as partes. Fernando fica imundo, mas acaba conseguindo desatolar o carro.

Após aguentar as piadas de seus filhos, mulher e sogros e resmungar bastante, Fernando leva o fusca e o para próximo a um lago.

Demorou um pouco para chegarem no destino final, mas valeu a pena. O lugar era lindo. Era um grande lago com várias árvores espalhadas ao seu redor. O capim próximo era baixo, bem parecido a uma grama. Fernando e as crianças ficaram maravilhados de verem o lugar. Lety e seus pais emocionados de revisitarem.

Fernando e Erasmo logo arrumaram as coisas. Haviam levado várias cadeiras de praia. Armaram elas na borda do lago enquanto Lety e sua mãe preparavam o lanche. As crianças e os cães brincavam felizes.

Já estava tudo pronto, Fernando se sentou, pegou uma vara e lançou o anzol na água. Lety tentava fazer o mesmo, mas não encontrava as iscas.

–Onde estão as iscas, amor. -Ela questionou.

–Iscas? -Fernando perguntou.

–Sim, iscas. Geralmente usamos minhocas, mas eu vi que você comprou uma ração. Onde está?

–É mesmo. Eu nem coloquei nada no anzol. Deve ter ficado nas bolsas lá no fusca.

Fernando e Lety vão até a bolsa e tem a infeliz surpresa de ver que o Jiló e o Moty assaltaram o embrulho e comeram toda a ração.

–E agora, como vamos pescar? -Fernando pergunta.

–Sempre tem a opção dois: minhocas. -Lety diz animada.

–Meio nojento, mas vamos lá.

Fernando começa a escavar o chão em busca das preciosas iscas. Ele acha uma minhoca e, com a ajuda de um graveto, a coloca numa latinha. Ele não queria tocar naqueles bichos nojentos. Seus filhos faziam o mesmo para ajudá-lo, mas, ao contrário dele, as crianças não se importavam de pegar os bichos na mão.

Após recolherem uma quantidade significativa de minhocas, voltam para poder pescar. Lety rapidamente retira algumas minhocas e as coloca no anzol para seus filhos. As crianças estão muito entretidas com a pescaria. Julieta fica brincando com os cães. Erasmo tentava fazer uma fogueira para assar os futuros peixes que pegariam. Fernando ainda estava tomando coragem de pegar a minhoca na mão para colocar no anzol.

–É só espetar ela, Fernando. -Lety diz rindo.

–Eu sei, mas estou tomando coragem para isso, estou me preparando. -Fernando diz suspirando.

–Quer que eu a coloque pra você? -Lety questiona.

–Por favor. -Fernando diz entregando para Lety a lata de minhocas.

Letícia não se aguentava de rir, seu marido tinha medo de minhocas.

Após algum tempo tentando pescar, eles não conseguiram pegar nada. Os peixes beliscavam, roubavam a isca, mas não se prendiam ao anzol. A primeira a ter sorte foi a Lety que, no entusiasmo, puxou com força fazendo o pequeno peixe sair da água e acertando o rosto de Fernando que ganhou um olho roxo e alguns arranhões na face devidos as escamas cortantes.

–Me perdoe, querido. -Lety diz correndo a abraça-lo e lhe limpando o rosto por onde o sangue começava a escorrer.

–Tudo bem, não foi por mal. Estou bem. -Fernando responde

–Está mesmo?

–Estou. Ao menos agora temos um peixe para comer, não é grande, mas já é alguma coisa. -Fernando responde levantando o peixe que era menor que sua mão.

Nesse momento a pequena Aurora fisga algo e Fernando corre a ajuda-la. A pequena consegue pescar um grande peixe de mais de 5 kg. Todos ficam boquiabertos com a façanha da mais nova.

Julieta rapidamente vai limpar o peixão e o põe para cozinhar na fogueira que Erasmo tinha acendido. Enquanto cozinha, eles continuam a pescar. Os peixes que conseguem pescar não são tão grandes quanto aquele, mas mesmo assim eles os devoram.

Mais tarde, já satisfeitos e cansados de pescar, eles decidem andar um pouco por aquele lugar mágico. Lety avista um grande pé de abacate lança um olhar pidão para Fernando.

–Ah não. Eu não sei subir em árvores. -Fernando resmunga

–Por favor, querido. Esses abacates parecem deliciosos. -Lety pede.

–Tá bom, mas se eu cair, não reclame.

Fernando sobe no pé, com dificuldade, e começa a pegar os abacates maiores e joga-los para Lety. Após pegar uns 10, ele começa a descer, mas uma formiga morde sua mão, ele se desequilibra e acaba caindo. Letícia corre para socorre-lo. Ele está bem, mas, de repente, começa a contorcer-se e sentir várias picadas. Lety também sente as picadas. Aí então se dão conta de que ele caiu sobre um formigueiro de lava pés. Rapidamente eles se levantam, recolhem os abacates e correm de lá.

Após mais esse desastroso episódio, tudo ocorre muito bem. No fim da tarde, as crianças e os cães já muito cansados acabam dormindo no carro. Eles se despedem naquele lugar maravilhoso. Tirando o fato de Fernando ter ficado com o olho roxo, cheio de marcas vermelhas pelo corpo devido às mordidas das formigas e com a roupa cheia de lama, tudo havia ocorrido muito bem. Aquele era um local onde gostariam de voltar. Levaram boas recordações da primeira pescaria de seus filhos.

Fim.


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