A vida depois do casamento escrita por Costa


Capítulo 13
Naranjito


Notas iniciais do capítulo

Sei que isso não tem nada a ver, pessoal, mas hoje estou feliz porque minha aula foi cancelada e eu encontrei um querido professor meu que não via há tempos. Por esse motivo, deixo-lhes mais uma one shot.
Espero que desfrutem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592324/chapter/13

Fernando saiu para passear com Jiló. Já era tarde na noite, mas todo dia ele repetia essa rotina. Ao passarem por uns entulhos, Jiló se agita e começa a latir e avançar em uns pedaços de pano. Fernando, com dificuldade, o segura pela coleira e, ao fuçar nos entulhos, acha um filhote de gato que aparentava ter pouco mais que um mês. Era um adorável filhote de pelagem alaranjada. Ele enrola o pequeno animal em sua blusa e, com dificuldade controla Jiló que teimava em querer morder o gato. Ele volta para casa e Lety, que já estava deitada, se levanta estranhando a agitação do cão que costumava ser tão calmo.

–Por que o Jiló está agitado? -Lety pergunta.

Fernando não diz nada, apenas retira o gato da camisa, o entrega para Lety e segura o Jiló. Como o cão não parava quieto, Fernando o prende no banheiro.

–Onde o achou? -Lety pergunta.

–Estava lá perto da lixeira, no meio de uns pedaços de pano, na verdade, foi o Jiló que o achou.

–Pelo o que eu estou vendo, o Jiló não gosta muito de gatos. Ele é um amor com outros cachorros, mas com gatos...

–Não gosta não. Outro dia ele viu o gato da vizinha passeando aqui por perto e danou a botar o bicho pra correr. Por sorte eu consegui segurar ele antes que pegasse o bichano.

–E o que vamos fazer com esse pequenino aqui? O Moty também não gosta de gatos.

–Não sei. Vamos deixar ele aí hoje e amanhã decidimos. Só não podemos deixar as crianças o verem, senão vão cismar de ficarem com ele.

Naquela noite, Fernando e Lety alimentaram o pequeno gato e deixaram que ele ficasse no quarto com eles. Jiló teve que dormir na sala para não machucar o pobre gatinho.

No dia seguinte, Fernando disfarçou o quanto pôde com o gato no quarto para que seus filhos não o vissem. Assim que Lety os levou para a escola, Fernando teve uma ideia do que fazer com o gato.

Ele o enrolou dentro de sua camisa e saiu.

Pouco tempo depois chegou na casa de Carol que prontamente o atendeu. Omar havia saído para levar o filho na escola e não demoraria a chegar. Ela convidou Fernando para entrar. Só lá dentro, já devidamente acomodado no sofá, ele revelou o real motivo de sua visita retirando o gato de dentro de sua blusa. Carolina logo morreu de amores pelo bichano.

–De onde saiu isso? -Carol pergunta enquanto brinca maravilhada com o gato.

–Estava próximo da lata de lixo, jogado lá.

–Qual o nome?

–Ainda não tem. Pra falar a verdade, eu tinha esperanças que você pudesse me ajudar. Jiló não gosta de gatos e não sei o que fazer com essa fofura.

–Quando eu era criança, eu tive um gato bem parecido com esse. Acho que talvez, se o Omar concordar, eu possa o adotar.

–Seria bom. Sei que ele estaria em boas mãos. Pra ser sincero só não fico com ele por causa do Jiló. Daquele cão doido que o Omar me arrumou.

–Como é? Omar que te deu o Jiló?

–Foi. Não sabia?

–Claro que não.

–Ele chegou lá em casa e praticamente enrolou o bom coração de Lety para que ela ficasse com o cachorro.

–E por que aquele idiota não o trouxe para cá? Eu adoraria ter adotado o cachorro. Pra falar a verdade, há tempos falo isso com ele. Pode deixar esse pequeno aqui, Fernando. Omar, querendo ou não, será o pai de um lindo gatinho alaranjado.

Fernando se despede de Carol e sai triunfante. Ao sair, esbarra com Omar que acabara de chegar.

–Falei que eu me vingaria. -Fernando diz antes de arrancar com o carro.

Omar fica sem entender nada e entra em casa. Ele se joga no sofá, mas logo dá um salto ao sentir algo subindo por suas pernas. Era o pequeno gatinho que queria brincar.

–Carol, Carol, entou um gato aqui! -Omar grita.

Carol rapidamente aparece e diz com calma:

–Não entrou gato nenhum. Esse é o seu mais novo filho, Naranjito*.

–Como é? -Omar pergunta confuso olhando para o gato.

–Seu compadre trouxe ele para nós.

Agora Omar entendeu, agora fazia sentido o que Fernando dissera quando estava saindo.

–Ah não. O único gato que pode ter nessa casa sou eu.

–Não é nem um pouco convencido, né?

–Mas Carol, um gato?

–Poderia ter sido um cachorro se você não o tivesse levado para o Fernando. A escolha foi sua.-Carol se aproxima de Omar e o segura pela gravata- Agora, seja um bom pai e vá comprar a comida para o seu filho. -Ela diz apontando para o gato.

–Eu não tenho mesmo escolha, não é?

–Não senhor.

–O que um homem apaixonado não faz?

Omar sai bufando enquanto Carol fica rindo. De agora em diante, Naranjito seria um Carvajal.

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Laranja em espanhol é naranja. Seu diminutivo seria naranjito.