–Annie! – Chamou Percy de sua sala. – Por acaso você lembra qual era a altura do cara que entrou na casa?

–Não sei. – Disse ela sentando na cadeira em frente à mesa do seu chefe/ficante.

–É que se a gente soubesse exatamente a altura, seria mais fácil na hora de acusar alguém.

–Mas só não entendi uma coisa, porque você desistiu do Léo?

–No caso, não desisti completamente, só estou esperando a poeira baixar um pouquinho, pra mandar uma menina muito linda atrás dele. – Disse ele curvando-se sobre a mesa e a beijando.

–Nem venha com essa Percy. – Disse ela sorrindo. – Ele sabe que trabalho pra você.

–Na realidade, acho que ele não viu esse rostinho lindo direito quando veio aqui com os amigos, afinal, os três estavam tão nervosos que não prestavam atenção em quase nada. – Disse ele enquanto pegava a mão da garota sobre a mesa. – Mas pra ele, você vai se apresentar como minha assistente sim, e dizer que eu me arrependo pelo que fiz, por isso te mandei conversar com ele em meu lugar.

–Mas porque me apresentar como sua assistente?

–É o único jeito realmente de sabermos as coisas. – Falou enquanto soltava a mão da garota. - Porque se formos mentir pra ele, nunca vamos saber o que queremos.

–Diferente do Octavian. – Comentou ela. – Porque se fossemos dizer que estávamos o investigando, ele iria se fechar e não falar nada.

–Isso mesmo Sabidinha. – Disse ele sorrindo.

–Sabidinha? Hein? – Perguntou ela confusa.

–Você fica linda confusa sabia? – Perguntou ele enquanto se aproximava da garota. – Mas o apelido de sabidinha é porque você está começando a deduzir as coisas do caso, e eu estou gostando muito disso. – Completou ele a puxando em sua direção. – E disso também. – Falou ele antes de roubar um beijo demorado da garota loira que com ele trabalha.

Annabeth se afastou, confusa, “afinal, o que ele quer comigo? Simplesmente do nada ele começa a me beijar e eu baixo a guarda assim tão fácil?” pensava ela “tenho que saber o que ele realmente quer!”

–Provavelmente você deve estar debatendo mentalmente a minha atitude. – Disse ele enquanto olhava-a nos olhos. – Pois saiba que são as melhores possíveis.

–E elas envolvem agarrar a assistente durante o expediente? – Perguntou ela erguendo uma sobrancelha.

–Com certeza sim. – Respondeu sorrindo. – Mas olha, você vai descobrir o que realmente quero amanhã à noite, quando formos jantar.

–Você ta me chamando pra sair Percy? – Perguntou ela assustada com a atitude dele.

–Exatamente isso Annie. – Disse ele enquanto voltava à sua mesa. – Mas agora, preciso que você vá atrás do Valdez, e como amanhã é sábado, não precisa vir ao trabalho.

–Tudo bem. – Falou ela enquanto ia para a porta.

–Alias. – Percy chamou sua atenção. – Às nove passo em sua casa, vamos para o Marea.

Annabeth saiu ainda impactada com a atitude do rapaz que por acaso vinha a ser seu chefe “ele me beija quando quer e do nada me chama pra irmos jantar no Marea? Alguma coisa ta acontecendo e eu não estou conseguindo entender o que é” pensava ela enquanto discava o número de Léo. Após ele atende-la marcaram de se encontrar em uma cafeteria perto do escritório de Percy.

Annie chegou ao local com 10 minutos de antecedência e pediu um capuccino enquanto o modelo não chegava, e mais uma vez se perdeu em pensamentos “ele pode estar tentando me pedir em namoro, mas ai seria estranho, porque trabalho com ele, e isso não seria muito normal!” “Mas é fácil, é só não ficar se agarrando no horário de trabalho que está mais do que bom”.

–Annabeth? – Um garoto moreno chamou-a fazendo-a se assustar. – Desculpe pelo susto é que não tinha certeza se era você.

–Sem problemas Léo. – Falou ela sorrindo. – Sente-se

E assim o garoto o fez, porém, alguns minutos foram de extremo silêncio entre os dois enquanto o garoto analisava o rosto da menina de forma minuciosa, até que Annabeth, atordoada, tomou a iniciativa.

–Quero te pedir desculpas pelo modo como meu chefe agiu com você a alguns dias. – Começou ela de maneira nervosa. – Simplesmente esse caso esta mexendo com nosso emocional.

–Imagino, se até eu estou assustado por não ter nenhuma resposta. – Disse ele sorrindo.

–Pois é, estamos fazendo todo o possível pra descobrir as coisas, mas o ruim é que como o Percy te disse, o carro que o assassino usou era como o seu. – Disse ela olhando-o nos olhos. – E depois que fomos atrás do número da placa descobrimos que era o seu.

–Mas como? – Perguntou ele assustado. – Meu carro estava em casa!

–Mas não é o que aquele vídeo indica Léo, segundo ele, seu carro passou a noite em frente à casa de Reyna Ramirez-Arellano e no dia seguinte voltou à sua casa.

–Mas como.. – Começou ele, antes de se lembrar de algo. – Eu não achava minha chave de manhã!

–Justamente por isso Léo, estamos cogitando que alguém entrou em sua casa, e pegou o carro. – Falou ela de maneira calma.

–Mas quem poderia ter sido? – Pediu Léo como se esperasse que ela tivesse a resposta e lhe passasse de maneira rápida para que pudesse ir embora.

–Ai que está o problema Léo, temos suspeitos, mas não sabemos quem teria acesso a sua casa. – Disse ela com um olhar solidário.

–Deixa eu pensar, tem meus amigos, os empregados.

–E todos são de confiança?

–Sim. – Disse ele ainda pensando em nomes. – Meu agente também.

–E por acaso ele é o Octavian?

–Era, faz mais ou menos uma semana que discuti com ele. – Falou Léo. – Ele queria 50% dos direitos de cada ensaio que eu fizesse, mas é óbvio que não aceitei e joguei um monte de sujeira no ventilador.

–Por exemplo, o que? – Perguntou ela curiosa.

–Ele e o assistente meio que são fascinados por verem pessoas nuas em frente a eles. – Disse ele com repugnância. – E caso essas pessoas não o fizessem, armavam um jeito delas se darem mal.

–Eu sei que a Piper era modelo dele também, sabe se ela aceitou isso?

–Provavelmente sim, porque nunca ele iria fazer alguém se tornar modelo da Victoria Secret’s se não fizesse o que ele queria.

–Então você também aceitou a ideia. – Disse ela o encarando. – Pois é da Calvin Klein.

–Tive que aceitar, no começo eu não queria, mas depois que ele falou do contrato, disse que eu só iria assinar depois de tirar aquelas malditas fotos.

–Certo. – Disse ela de maneira calma. – Mas, tem uma coisa que fiquei sabendo ontem, quando fomos ao escritório dele, Octavian comentou que você havia dito a ele que tinha contratado um detetive, me diga, quando foi isso e por quê?

–Foi no mesmo dia que soubemos da morte de Piper. – Disse ele enquanto olhava para seu expresso. – Porque, ele também tinha o direito de saber, afinal, era o agente dela.

–E quanto ao Jason? Alguma coisa pra você indica que ele é o culpado?

–Não, o Jason era louco pela Pipes. – Disse ele voltando o olhar à garota em sua frente. – E na noite, sai uns minutos depois dele, da festa, e sei que é errado, mas o segui, queria ver o que ele ia fazer.

–E ele? – Instigou ela em busca de pistas.

–Foi pra casa de seus pais e quando eu vi que ele não iria sair tão cedo, pedi pro taxi voltar pra minha.

–Ou seja, o Jason não foi. – Comentou ela após tomar um gole de seu Capuccino.

–Não, ele é tão inocente quanto qualquer um de nós.

–Tudo bem então Léo, te agradeço por ter vindo, essa conversa vai ajudar bastante em nossa investigação. – Disse ela ao levantar.

–Eu que agradeço, Annabeth, finalmente me senti a vontade perto de um detetive. – Disse ele sorrindo.

–Sou só uma assistente. – Respondeu ela sorrindo.

–Mas mesmo assim, foi bom conversar com você. – Disse ele enquanto seguia ao balcão para pagar a conta e em seguida se retirava do local, deixando uma loira refletindo sobre o que havia sido dito ai.