Enquanto Annabeth havia saído, Percy permaneceu em seus escritório, andando de um lado para o outro, pois, alegava que caminhar o fazia pensar mais rápido, e nesse caso, era o que estava precisando “dependendo do que Léo falar pra ela, posso voltar ao condomínio, pegar as fitas e na segunda, entregar o assassino, mas só preciso que ela volte logo com essa resposta, afinal, não aguento mais a angustia de ter quase certeza de quem foi e não ter provas”. Ele continuava andando, quando ouviu seu celular tocar.

–Percy Jackson. – Falou ele como sempre quando atendia o aparelho.

–Oi lindinho. – Era Reyna. – Quero saber se você aceita sair essa noite?

–Hoje não dá. – Mentiu ele. – Tenho algumas coisas pra resolver.

–E amanhã?

–Vou viajar. – Mentiu mais uma vez. – Só volto na segunda, quando venho direto ao escritório.

–Tudo bem então. – Disse ela com a voz triste. – É que gostei tanto daquela noite que queria repetir.

–Pois é Reyna, mas não vai dar, estou cheio de trabalho. – Alegou ele “onde fui me meter! Eu sabia que não devia ter ficado com ela, mas quem iria imaginar que aquele gata iria grudar?” – E a Annie ta me chamando aqui, nos falamos.

–Beijo. – Disse ela, porém Percy não respondeu e simplesmente desligou o aparelho.

“Se não bastasse eu estar metido com um caso onde quase não tenho provas, estar a fim da minha assistente ainda tem uma pintora gata atrás de mim, e agora?” “Agora nada Percy, você chamou a Annabeth pra sair e se chamou é porque tem alguma intenção com ela, então não seja tolo de ir atrás da Reyna, mente o quanto der, depois, abre o jogo” Pensou ele enquanto voltava para sua cadeira.

Quando ele percebeu uma hora já havia se passado desde que Annabeth saíra do escritório, então em poucos minutos ela voltaria e ele esperava que fosse com boas notícias, porém nesse momento, um pensamento lhe surgiu: “O Valdez pode ter câmeras em casa, e caso as tenha, a gente descobre quem pegou o carro de uma maneira extremamente fácil”, vou ligar pra Annie pra ela conversar com ele sobre isso.

–Annie?

–Sim Percy, fala.

–Ainda está na cafeteria?

–Acabei de sair. – Respondeu ela parecendo confusa. – Por quê? Quer um café?

–Não, é que percebi agora que talvez o Léo tenha câmeras em casa.

–E com as gravações poderia descobrir quem entrou lá, isso? – Perguntou ela.

–Isso mesmo sabidinha. – Respondeu sorrindo. – Mas já que você já esta vindo, vamos de carro até a casa dele pra saber exatamente isso.

–Tudo bem, em cinco minutos chego. – Disse ela. – Beijo.

–Beijo querida. – Respondeu ele pela primeira vez. “Essa garota está me deixando maluco! É a única explicação lógica pra eu agir como um idiota toda a vez que falo com ela”.

Percy havia sentado no sofá da sala de espera quando a garota chegou, estava um pouco molhada, pois havia começado a chover.

–Desculpa a demora Percy, é que a chuva me atrasou.

–Sem problemas, agora senta aqui e me conta como foi com o modelo.

Annie então começou a explicar detalhadamente o que Léo havia lhe dito, sobre Jason, Octavian, Piper, enfim, tudo o que havia sido citado durante a conversa.

–Então ele brigou com o Octavian e ele tinha acesso à casa de Léo? – Perguntou Percy intrigado.

–Isso mesmo, e você sabe o que isso significa?

–Provavelmente sim, e você também já imagina. – Respondeu ele sorrindo. – Caso realmente tenha sido ele, precisamos de mais algumas provas.

–Eu sei, quer ir ver da gravação? – Perguntou ela enquanto batia o cabelo para que o mesmo secasse.

–Quero sim. – Disse ele pegando o casaco que se encontrava pendurado ao lado da parede. – Vem comigo?

–Sim. – Respondeu ela se levantando.

Ambos saíram fechando o escritório entraram no carro de Percy e seguiram rumo a um bairro onde somente pessoas famosas residiam.

–O que eles têm contra apartamentos? – Perguntou Percy ao aproximar-se da portaria do condomínio.

–Sabe que eu não faço a mínima ideia! – Disse ela sorrindo. – Mas eu prefiro.

–Eu também e de preferência não precisa ser grande. – Disse ele sorrindo.

–Mas com certeza com uma sala pros seus papéis. – Disse ela sorrindo e ele afirmando, antes de parar o carro.

–Boa tarde. – Falou o homem da portaria com um sorriso simpático. – Quem vocês queriam ver?

–Léo Valdez. – Respondeu Percy.

–O menino Léo acabou de voltar. – Disse ele indo em direção ao interfone. – Deixa que eu vejo se ele quer recebê-los.

O homem começou a falar de maneira baixa com Léo, somente olhou para os dois para pedir seus nomes, depois disso, foram liberados para entrar.

–Nossa! – Comentou Annabeth com os olhos brilhando. – Eu jurava que o condomínio da Piper era bonito, mas esse aqui ultrapassa as expectativas.

–Verdade. – Comentou Percy. – Pelo jeito esse garoto tem mais dinheiro do que ela tinha.

–Ou ela não gostava tanto de gastar.

–Pode ser. – Disse ele enquanto parava em frente a uma mansão branca, com três andares, onde, era possível perceber que no ultimo havia uma piscina. – Depois eu falava que meu pai esbanjava dinheiro.

–Pelo jeito estava errado. – Disse Annabeth descendo do carro.

–Completamente. – Concordou ele parando a seu lado. – Você fala, garanto que ele foi muito mais com sua cara do que com a minha.

–Isso é verdade. – Disse ela sorrindo antes de lhe dar um selinho e seguir em direção à porta, com Percy atrás de si.

Ao pisarem na calçada, como se fosse por mágica a porta se abriu, na verdade uma mulher de cabelos pretos, olhos castanhos e pele morena a abriu.

–O senhor Valdez está à espera de vocês, na piscina. – Dizendo isso ela começou a andar em direção a escada, sendo seguida pelo detetive e sua assistente.

–Demoraram pra encontrar minha casa hein! – Comentou Léo sorrindo. – Boa tarde novamente Annabeth, olá Percy.

–Olá. – Responderam juntos.

–Léo, nossa conversa agora é rápida. – Disse Percy sentando em uma cadeira. – acredito que tenha câmeras por todo o perímetro, e queríamos ver as gravações feitas pelas suas internas.

–Por qual motivo exatamente? – Perguntou ele encarando o detetive.

–Léo. – Disse Annie de maneira doce. – Acreditamos que elas podem ter gravado a pessoa que pegou e depois guardou sua caminhonete, isso nos ajudaria demais a descobrir quem é o assassino, não é isso que você quer?

–Claro que sim. – Falou ele sério. – Mas eu não tenho câmeras internas, somente as da rua.

–Como não? – Perguntou Percy assustado.

–Como esse condomínio era seguro, decidi não ficar gastando em câmeras dentro de minha casa, afinal, em minha mente, ninguém iria entrar aqui e roubar minhas coisas.

–Tudo bem. – Disse Annebeth recebendo um olhar reprovador de Percy. – E quanto à do perímetro, podemos olhar?

–Sim. – Disse ele. – Os acompanho até a portaria, que também quero ver isso, além do mais precisam da permissão de um morador para tal ato.

Dessa forma, os três seguiram a pé para a portaria, onde Léo conversou com Erik e os levou a uma sala, onde haviam dois homens e várias câmeras.

–Ted, Ashton. – Cumprimentou Léo. – E preciso que vocês nos mostrem os vídeos do dia 20 à noite.

–De que horas? – Perguntou Ashton enquanto mexia nos arquivos de um dos computadores.

–Meia noite em diante. – Respondeu Percy olhando atentamente o que o homem fazia.

E logo começou a rodar as gravações daquela noite, 20 minutos após o horário escolhido por Percy, foi possível ver a caminhonete de Léo saindo, porém, mais uma vez o motorista estava encoberto.

–Droga! – Esbravejou Percy. – Pensei que agora conseguiríamos vê-lo.

–Calma ai detetive!– Disse Léo tenso. – Podemos ver o da manhã do dia 21.

–Sim, podemos. – Falou Ashton. –Que horário?

–A partir das 11. – Respondeu Annie que trocava olhares com Percy.

Então o segundo vídeo começou a rodar, nele era possível ver que já era de manhã e mais uma vez a caminhonete voltava, e o motorista estava com boné novamente.

–Pelo jeito vocês não estão com sorte. – Disse Ashton, dando pause no vídeo.

–Mas deixa rodar. – Falou Percy. – Em algum momento ele vai ter que sair.

Após ter dito isso, foi possível ver uma pessoa saindo da garagem da casa de Léo e largando as chaves no gramado, em seguida, o rapaz começou a correr em direção à rua.

–Vocês não acharam estranho isso? – Perguntou Percy aos homens da segurança.

–Como assim? – perguntou Ted.

–Simples, vocês devem ficar boa parte do dia olhando isso aqui e não acharam estanho alguém sair correndo da casa de um morador completamente coberto?

–Sim, mas nem demos tanta atenção. – Disse Ashton. – Poderia muito bem ser algum ator que veio passar a noite com alguma das moradoras.

–E no dia seguinte fugiria. – Continuou Ted.

–Sim, claro. – Comentou Percy desconfiado. – Tem como me darem uma cópia de cada um desses?

E assim o fizeram, entregaram em um pendrive os dois arquivos para que o mesmo pudesse avaliar com mais calma, depois disso, seguiram em direção à casa de Léo onde estava o carro, e em completo silencio voltaram ao escritório.