BRAD

— Bradley Jonas Cooper — ouvi Julie dizer assim que atendi o celular — Onde está o Sr. Steven Grant Rogers?

— Em missão — respondi imediatamente, carregando meu rifle — Assim como eu, obrigado pela preocupação.

Eu e o capitão fomos solicitados pelo Diretor Fury. A missão consistia em recuperar um comboio de armas das Indústrias Stark que foram roubadas da SHIELD. Aparentemente, a segurança da agência não é mais a mesma.

— O que aconteceu? — perguntei enquanto seguia os passos de Rogers com a mira do rifle.

— Nada demais. Apenas certifique-sede que ele esteja amanhã na base da SHIELD para o meu treinamento — ela disse e soube na hora que ela estava planejando colocar seu plano em prática.

— Sabe que você não precisa arrumar uma namorada para ele — observei Steve abrir a maleta cheia de dinheiro falso, estava quase na hora de atacar — Talvez ele não esteja interessado.

— Tenho certeza de que ele está — respondeu — E além do mais, se não for eu a dar o primeiro empurrão, quem será?

— Mas isso não quer dizer que ele vai aliviar o seu treinamento — falei.

No mesmo instante em que os inimigos sacaram suas armas, eu e os outros agentes posicionados atiramos, exterminando todos eles.

— Você é uma pessoa de pouca fé — Julie disse — Mas acho melhor discutirmos isso quando você voltar.

— Ótima ideia — concordei, já saindo do local — Até amanhã.

— Até amanhã.

JULIE

Após a conversa que tive com Brad, desci até o laboratório do papai. Depois que Loki destruiu a Torre Stark, nós voltamos para Malibu, no entanto, papai já estava reconstruíndo a Torre que, segundo ele, seria a Torre dos Vingadores.

— Não consegue dormir? — perguntei, assim que o encontrei mexendo em mais um de seus protótipos.

— Bem, a Pepper só volta semana que vem — ele disse, voltando-se para mim — e ainda não é meia noite.

— O que será que a Srta. Potts vai pensar quando descobrir que o senhor passa dia e noite construindo armaduras? — perguntei inocentemente.

— Está tentando me chantagiar, Thalia?

— Pense nisso como um suborno — respondi.

— Continue — papai disse, servindo um copo de uísque para si.

— Preciso que o senhor me ajude a arranjar uma namorada para Steve Rogers — falei rapidamente.

— E por que eu faria isso para o Picolé?

— Para que ele pare de implicar com o senhor — falei, mesmo sabendo que era o papai que começava as brigas — e porque você pode me pedir o favor que quiser.

— Interessante, o favor que eu quiser — ele começou a caminhar à minha volta, fazendo eu me sentir como se estivesse sendo analizada — Quero que você termine com o Brad.

— O quê!?

— Brincadeira — papai tratou logo de explicar para o meu alívio — mas quero que as visitas noturnas acabem.

Assim que ele falou isso, senti meu rosto ruborizar intensamente e meu sangue possivelmente congelou. Brad vinha me visitar a noite, às vezes, mas nunca passamos de beijos e abraços.

Não que faça ser menos constrangedor o seu pai saber disso.

— Ok — falei, tentando não imaginar o que meu pai pensava de nós agora — Podemos fingir que isso nunca aconteceu?

— Essa seria a minha preferência — ele respondeu.

— Então — papai começou — Quem será a sortuda?

MEGAN

— Scott, vamos logo — bati na porta do banheiro mais uma vez — Você não é a única pessoa nesse quarto.

— Já vou — ouvi ele dizer.

Bufei, exasperada. Ele já estava lá há uns vinte minutos fazendo sabe-se lá o quê.

É melhor eu nem começar a imaginar.

— Pode ir, princesa — ele saiu de lá lindo, diga-se de passagem. Usava jeans de lavagem escura e uma camiseta vermelha escrito Made In Brooklyn.

— Acho que a princesa aqui não sou eu — falei, entrando e fechando a porta do banheiro.

Depois de um banho demorado, coloquei meu jeans, uma camisa nude e um blazer branco. Apliquei maquiagem leve sobre o rosto e coloquei meus sapatos de salto. Assim como a Julie que vivia com as suas botas, eu usava saltos sempre que possível.

Saí do banheiro com os cabelos ainda úmidos e encontrei Scott escorado à parede.

— Você demorou mais do que eu — ele disse.

— Por que ainda está aqui? — perguntei, indo à procura da minha bolsa e apostila — Você não tem aula?

— Eu vou te acompanhar — disse,pegando sua mochila preta.

— Por que? — perguntei enquanto saía do quarto. Ouvi ele fechando a porta.

— Porque estudamos no mesmo prédio — respondeu, quando saímos do prédio de dormitórios.

— Não estudamos, não — falei prontamente. Eu sabia que minha pesquisa sobre Princeton serviria para alguma coisa.

— Verdade — admitiu enquanto tentava me acompanhar — mas é o que colegas de quarto fazem.

— Acho que não — continuei caminhando. Eu sabia que estava sendo dura demais com ele, mas queria ver até onde ele iria com aquilo.

Continuei andando e avistei o prédio de Direito, mas Scott se colocou na minha frente, me fazendo parar.

— O que você quer? — perguntei, cansada de contra argumentar.

— Quero que a gente se dê bem — afirmou, me surpreendendo com a sinceridade — Sei que fui um idiota e ainda sou.

— Você é muito perceptivo — falei sarcasticamente. Ele me olhava com aquele olhar de cachorrinho abandonado, o que me fez rir.

— Ok, você venceu — respondi, fazendo com que ele sorrisse — Há apenas uma condição.

— Qual? — perguntou, franzindo o cenho.

— Não me chame de princesa nunca mais — falei, deixando-o para trás.

JULIE

— Vamos,Julie — Steve disse pela terceira vez depois de me jogar na lona pela terceira vez — Seu oponente não vai esperar você levantar.

— Eu poderia acabar com ele em um instante — falei, levantando — Com a minha armadura.

— Nem sempre você vai poder contar com ela — explicou e eu sabia que ele estava certo — Você tem que ser a arma.

Ter o próprio Capitão América como seu S.O.(Supervisor Oficial de acordo com quem foi pra Academia da SHIELD) é uma honra que muitos queriam ter, mas nem todos levam em consideração como treinar é exaustivo.

Investi um soco contra ele que defendeu facilmente. Rapidamente dei um chute alto, que surpreendeu a mim mesma, no que Steve segurou minha perna, me derrubando no chão. De novo.

— Que tal uma pausa? — ele perguntou, estendendo a mão.

— Ótimo — concordei, pegando a sua mão.

— Sei que eu cobro muito de você — ele disse, assim que me sentei no banco para tomar água — Apenas não quero que você fique indefesa no campo. Seu pai me mataria se algo acontecesse a você.

— Eu sei, Steve — falei — Não precisa se preocupar.

Pensei no que ele disse e o que me veio rapidamente a cabeça foi meu sonho com Loki. Aquele desenho que ele havia feito. Tratei de enterrar aquilo no fundo de minha mente.

Aquilo foi só um sonho. Não ia acontecer.

— Você está achando difícil se adaptar a vida de um agente? — ele perguntou.

— Não é tão difícil — respondi — Além do mais, não posso voltar atrás agora.

— Posso fazer uma pergunta? — perguntei.

— Claro que sim — respondeu.

— Por que não ligou para a Megan? — perguntei e minha voz saiu mais zangada do que pretendia.

— Eu… estive ocupado e… — ele começou a dizer, o rosto ruborizando rapidamente.

— E…? — o incentivei a terminar.

— Eu… perdi o número dela — ele disse como se tivesse cometido um crime nefasto — e fiquei envergonhado de pedir ajuda para você.

Assim que Steve terminou de falar,eu explodi em risos. Eu não acreditava que aquele era o motivo.

— Isso não tem graça — ele me olhou com um olhar culpado, me obriguei a parar de rir de quão ingênuo Steve era.

— É claro que não — menti — O engraçado é que você pode perder essa chance se não for o quanto antes.

— Que chance? — ele perguntou — Megan é só uma amiga que quer me ajudar.

— Claro que é — falei sarcasticamente — Mas se eu fosse você, iria até lá hoje.

— Eu nem sei onde ela mora agora — Steve argumentou.

— Na Universidade de Princeton, Nova Jersey — falei.

— Mas…

— Não se preocupe, há um jato pronto esperando no hangar da SHIELD — avisei — Agora vá, tome banho, arrume-se adequadamente e vá o mais rápido possível.

— Mas e o seu treinamento?

— Não se preocupe, eu posso esperar — falei, levando-o até a saída da sala de treinamento.

Fiquei rindo comigo mesma por meia hora.

MEGAN

Saí da aula exausta. A manhã havia passado rápido para o primeiro dia de aula. Desci os degraus do prédio e encontrei Scott me esperando.

— Está me stalkeando? — perguntei sarcasticamente.

— Quer almoçar? — ele perguntou, simplesmente.

— Com você?

— Só amigos, lembra? — ele sorriu ao falar.

— Ok, mas tenho que deixar esses livros no quarto — apontei para uma montanha significativa de livros legislativos.

— Eu te acompanho — ele disse, se oferecendo para carregar meus livros, o que eu deixei porque estavam pesados.

Chegamos até o prédio dos dormitórios e não pude deixar de notar quantas pessoas nos encaravam. Era melhor nem imaginar o que eles pensavam de nós sozinhos naquele quarto.

— Eu só vou retocar a maquiagem — avisei quando entramos no quarto.

— E precisa? — Scott perguntou, deixando meus livros na cômoda.

— Claro que sim — falei, me trancando dentro do banheiro.

Um minuto depois, eu já estava quase pronta quando ouvi uma batida na porta do quarto.

Larguei o delineador e saí do banheiro para saber quem era.

— Quem é, Scott? — perguntei, guardando o delineador na bolsa.

— Acho que é visita para você — Scott disse, me fazendo levantar o olhar.

Acho que perdi a respiração naquele momento. Era ele.

Steve Rogers.