Um divã para dois escrita por Tulipa


Capítulo 14
Catorze




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*Tony*



Ela se move nos meus braços e eu logo desperto, mas não deixo que ela perceba, nunca deixei que ela percebesse que eu acordo no exato momento em que ela acorda. Depois da nossa primeira vez juntos eu a mantive em meus braços a noite toda. E na manhã seguinte ela comentou: “Como um homem que deixou dezenas de mulheres acordarem sozinhas dorme assim grudado?”, acho que nunca saberei como responder, mas, com certeza, ela será sempre a única mulher com a qual que conseguirei dormir assim.

Desde então ela adormece nos meus braços, e durante a madrugada fatalmente nos separamos, mas quando um de nós dois se dá conta disso nossos corpos se atraem feito ímã. Só não acontece quando não estamos bem, e esse era o meu receio em voltar pra NY, porém parece que definitivamente estamos bem. Continuo fingir dormir enquanto ela move o meu braço com cuidado e desliza para fora da cama. 07:00am, segunda-feira, ela é extremamente pontual quando o assunto é seu trabalho, ainda mais depois de uma semana afastada dele.

Sei todo o ritual, porque ela é docemente metódica, ao se levantar ela vai à cozinha, liga a cafeteira e põe fatias de pão na torradeira, então ela volta ao quarto. Alguns minutos no banheiro, mais alguns no closet, e quando o seu perfume fica muito mais forte eu sei que é porque ela se debruçou sobre mim pra beijar meu rosto, às vezes os meus lábios, depois disso ela deixa o quarto. Toma o seu café e sai pro trabalho.




(...)



Quarta-feira, hoje tem terapia, não esquecer.

Pouco mais de 16h, e eu estou repetindo isso desde a hora em que levantei e li o bilhete da Pepper sobre o móvel. Jarvis sabe do meu compromisso, mesmo assim, eu me lembro dele toda hora. As nossas sessões foram mudadas para quarta porque agora acontecerão apenas uma vez por semana, e eu acho muito melhor assim, porque nós somos sempre o último casal do dia e quase sempre ficamos mais do que o período pré-estipulado.

—Chefe...chefe?!

—Oi, Agente Hill?

Eu estava falando sobre as novas armas da Agente Romanoff e do Agente Barton e você simplesmente parece que parou de me ouvir.— a Agente Hill comenta, eu realmente havia parado de ouvi-lá pra não me esquecer do meu compromisso, mas não vou assumir isso.

—Eu estava pensando nas mudanças que serão necessárias, já que os protótipos não tiveram o desempenho esperado.— dou uma desculpa porque sei que é isso o que ela iria sugerir.

Mesmo?— ela pergunta. Talvez eu não tenha sido muito convincente.

—Mesmo.— respondo —Inclusive estou com os projetos abertos aqui. Até o final da semana eu envio as novas armas.— eu falo.

Ok. Quanto as outras pendências...

—Os outros projetos estão bem encaminhados, Agente Hill.— eu digo.

Tudo bem, chefe. Boa tarde.— ela diz e encerramos a vídeo-chamada.

No começo achei bacana essa coisa de ser o Diretor da SHIELD, mas na confusão que a minha vida se tornou eu passei a responsabilidade pro Rogers, porque eu tinha que estar ao lado da Pepper e, pra função de líder, eu devo admitir que ele é muito mais responsável que eu, afinal, ele é o mais velho. Picuinhas a parte ele é o primeiro Vingador, e eu sou bastante humilde quanto a isso, posso projetar tudo, pagar tudo, deixar tudo mais bacana e ainda assim deixar outro comandar. Volto a me concentrar no meu trabalho enquanto tento não esquecer do meu horário.

Sr, são 17h, e falta exatamente uma 1h e 30min para o seu compromisso com a Sra Stark.— Jarvis me avisa, quando eu novamente já estava absorto em meu trabalho.

—Obrigado, Jarvis, você sabe o que fazer, certo?

Atualizando as modificações dos projetos na base de dados e salvando no servidor, Sr.— ele responde enquanto deixo a oficina.



Décima Primeira Sessão


Dr Hayden sorri quando nos vê, ele parece mais feliz do que todas as vezes em que minha sogra nos viu juntos. Talvez eu deva assumir que a minha opinião a respeito da terapia mudou muito desde a primeira vez que pisei aqui. Olhando de fora pode parecer que resolveríamos tudo sozinhos, mas não fossem as sessões eu jamais teria tido coragem pra confrontá-la e ainda estaríamos na mesma. Tínhamos um problema e não falar sobre ele era o nosso maior problema.

—É bom ter vocês dois de volta.— o dr diz.

—Eu preciso dizer que é bom estar de volta?— Pepper pergunta.

—Não se você não quiser.

—Bem, dr, é bom estar de volta também. E bem.— ela segura a minha mão.

—Bom.— ele ajeita os óculos em seu rosto e pega o seu caderninho —Como vocês ficaram desde a última sessão?

—Minha última ou nossa última? — pergunto, e ele aponta com a caneta pra mim —Eu fui embora como disse que ia, mas ela foi me buscar, e nós descobrimos que o nosso maior problema era não se colocar no lugar do outro. No momento em que isso aconteceu começamos a exorcizar nossos fantasmas.

—Isso é ótimo.— ele diz.

—E nem foi você que nos deu a dica.— Pepper alfineta.

—Mas a função do terapeuta não é mostrar o que está errado, é fazer com que através das sessões vocês toquem em assuntos que fatalmente não tocariam, e diante dessa omissão o próprio paciente verá seu problema.— ele diz —Pode demorar meses, 15, 20 ou mais sessões. Ou apenas algumas semanas como com vocês. Mas se vocês voltaram é porque nem tudo está ajeitado ainda.— quando ele diz isso Pepper se ajeita no sofá, então eu percebo que ela ainda quer falar sobre alguma coisa —Mas nós chegaremos lá.— ele diz. Onde ou o quê será esse lá me preocupa um pouco —Eu vi vocês numa matéria na internet.— ele comenta quando percebe que ficamos calados.

—Que matéria?— Pepper se manifesta.

—Num desses sites adolescentes...— ele responde —No final de semana minha filha estava lendo uma matéria sobre a cantora que ela adora, eu não tinha ligado o nome a pessoa, até me dar conta de que você já falou sobre ela aqui algumas vezes. Ela fez um show em Los Angeles, parece que sairá um disco novo.

—É sim.— Pepper responde.

—Eu não costumo ver ou pesquisar coisas sobre os pacientes fora do consultório, mas nesse caso a culpa foi toda da Luna.— ele fala —E não se preocupem, não falo sobre as sessões ou o nome dos meus pacientes em casa.

—Sério que você não faz nenhuma pesquisa extra-consultório?— a pergunta da Pep tem um misto de surpresa e indignação.

—Atrapalha o processo, até porque a maioria das coisas que eu posso encontrar serão manipuladas ou inverdades.— ele fala —Mas foi bom saber que vocês têm uma vida social ativa.

—Estamos retomando a vida social.— Pepper diz —Acho que estamos retomando tudo.

—Isso é bom.— ele diz.

—Ainda estou surpreso que você não leia revistas e site de fofocas.— comento.

—Porque o espanto?

—Porque a Pepper é muito apegada a esse tipo de coisas, mas eu não estou nem aí, nunca estive. E ela sempre disse que eu era a única pessoa no mundo que não me importava com o que as pessoas falam sobre mim.— eu digo.

—No caso não é sobre mim que falam, mas mesmo assim eu não leio.— ele diz —Mas você, Virginia, se preocupa mesmo com o que é publicado?

—Demais.— respondo.

—Acho que ele perguntou pra mim, Tony.— ela diz ríspida —Já me preocupei mais, dr.

—Quando você se preocupava?

—No começo.— ela diz —Para o Tony era fácil não se preocupar, ele cresceu sob os holofotes, mas eu nunca tinha tido a minha vida especulada daquela maneira. Não eram mais só as pessoas na empresa comentando e maldando, era todo mundo. E isso atrapalhou um pouco as coisas.— ela diz.

—Que coisas?— o Dr quer saber.

—Muitas coisas.— ela responde. Devo reconhecer que o começo não foi fácil mesmo, ela estava saindo de um relacionamento e engatando outro, mas não foi uma traição ou coisa do tipo. O que o fato de expor o nosso relacionamento pode ter prejudicado tanto? Tento me lembrar e não consigo —Mas nada que atrapalhasse. Como eu disse há algumas sessões, foi muito rápido, namoro, noivado, casamento. Quando casamos a especulação da imprensa foi a mesma do meu pai, uma gravidez, e por algum tempo eu fui acusada de ter dado o golpe nele. Se a imprensa soubesse.— ela fala.

—Soubesse o quê?— Dr Hayden pergunta.

—O quanto demorou.— ela diz.

—O quê demorou?— ele questiona, ela não vai dar a resposta que eu acho que ela dará, vai?

—Como eu posso dizer sem soar indecente?— ela pensa em voz alta —Hum. Digamos que demoramos pra sair do zero a zero.

—Baby...

—Ele é nosso analista, amor, tipo um padre, não pode nos julgar, e nem expor as nossas sessões.— ela ironiza, sei que ela está se referindo ao que eu disse numa das primeiras sessões. A Pepper tem uma ótima memória e vez ou outra sempre usa o que eu já disse contra mim —Mas eu entendia, porque a vida dele nunca mais seria como era antes. E achava fofo o esforço dele.

—Quanto tempo demorou?— Dr Hayden pergunta.

Uma eternidade, respondo mentalmente.




Ninguém acreditaria se eu contasse que nós nunca havíamos transado. Que em quase dez anos a nossa única troca de fluídos aconteceu com dois beijos. Dois beijos, em dez anos, e um desejo mútuo latente, essa foi a minha maior prova de resistência. Após salvar a vida dela na Expo Stark eu me declarei, ela fez o mesmo de uma forma mais contida, até porque ela não precisava dizer que me amava, no fundo eu sempre soube.

E agora? eu perguntei.

Agora descemos daqui e vamos pra casa. ela responde.

Voando?

Nem pensar. ela diz Tente contatar o Hogan, veja se ele está bem, onde ele está e se há condições de ele vir nos buscar.

Segui as recomendações dela, mas quando Hogan chegou eu a convenci a voltar com ele sozinha. Então eu voei pra casa, ajeitei tudo, porque a minha experiência em criar um novo elemento que substituísse o paládio quase destruiu a oficina e parte da sala. Depois da faxina tudo o que eu queria era um banho e minha cama. E ela. Mas ela não estava, não essa noite pelo menos. Pegar no sono foi um custo, mas eu consegui, e no meio da madrugada eu achei que estava sonhando quando ela enfiou-se comigo sob o lençol e me abraçou. Eu automaticamente me viro, fico frente a frente com ela e faço Jarvis deixar o quarto a meia luz pra que eu possa vê—la.

Acho que nós já ficamos separados por tempo demais, você não? concordo com a cabeça Você quase morreu. De novo. Não faça mais isso. ela diz ao me abraçar.

Se você não fizer mais. eu digo.

Você sabe que todas as vezes em que eu quase morri foram por sua causa, certo?

Eu sei, me desculpa.

Mas nenhuma vez doeu tanto quanto aqueles três meses. ela me aperta tanto que quase dói, não imaginava que ela tivesse tanta força Não suma e não morra. ela suplica e me beija. Enredando suas mãos nos meus cabelos ela me puxa mais pra perto, aprofundando o beijo, nossas línguas se tocam e eu a ouço gemer, enquanto ela continua a me torturar com a boca. Sorte a minha não me lembrar que seu beijo era tão bom ou meu calvário sem eles teria sido muito pior. Quando o beijo termina eu me sinto tonto, porque, assim como o nosso primeiro beijo anos atrás foi ela quem tomou a iniciativa. Ainda me sinto sem ar, mas quem precisa de ar? Oxigênio, essa coisa tão superestimada. Eu preciso dela. Seguro seu rosto em minhas mãos e nos olhamos sem dizer nada, então ela sorri pra mim, seu rosto esquenta, tenho certeza de que ela está ficando ruborizada embora quase não consiga ver Eu nunca fiz isso. ela diz sem graça.

—É meio difícil de acreditar, porque foi muito bom e porque eu sei de tudo o que você viveu nos últimos anos.

Não estou falando do beijo, estou falando disso, me despir e invadir a cama de alguém. ela fala.

Pra tudo há uma primeira vez, né? agora sou eu quem a beija, duro, faminto. Eu a quis tanto e por tanto tempo que fui capaz de dormir com outras pra esquecê—la, e quando não dava certo procurava alguém que ao menos se parecesse um pouco com ela. Porque é ela. Definitivamente é. Pep... eu interrompo o nosso beijo Não dá pra ser agora. Não posso. Tudo tem uma primeira vez, mas a nossa não será hoje.

Por quê? a decepção em sua voz é evidente.

Porque não pode ser assim. Quero fazer diferente. eu digo.

Fazer diferente é me mandar embora antes mesmo do sexo? ela se afasta de mim, escorrega pra fora da cama e procura o seu vestido.

Pep, você me ouviu te mandar embora? eu pergunto ao me sentar na cama.

Você não me quer, porque foi muito fácil, não é? Eu vir até aqui e me jogar na sua cama foi uma idiotice. O prazer do caçador e caçar. ela diz brigando com o zíper do vestido Inferno! ela pragueja porque o fecho não sobe Não sei o que eu vim fazer aqui.

Você veio porque eu te amo. digo ao me levantar E você me ama. caminho até ela E nós já ficamos separados tempo demais. eu seguro seu queixo e levanto seu rosto pra mim Você veio pra me fazer lembrar que o seu beijo é fodidamente quente, e que eu quero ter muito mais de você, com você.

Então porque você está me mandando embora?

Você me ouviu dizer "Vá embora"? ela move a cabeça em negação Não quero que você vá, só não vai rolar essa noite.

Por que não?

Porque eu quero fazer direito. eu digo Eu quero te levar a um encontro. Quero te pegar na sua casa, te levar pra jantar e depois então... ela sorri Qual é a graça?

Isso é lindo, mas pra você é meio careta. ela diz.

Me deixa ser careta? Eu nunca fiz esse tipo de coisa. eu peço.

Tudo bem. ela diz Me ajuda com o zíper do vestido.

Ele parece meio desconfortável pra dormir. eu digo.

Assim que chegar em casa eu me livro dele, vou levar um carro seu, aliás, porque eu convenci o Happy a me deixar aqui, mas amanhã trago de volta...

Deixa eu repetir, acho que não ficou claro, não te mandei embora, o fato de não fazer sexo não quer dizer que você não pode ficar. eu digo.

Você quer que eu fique? assinto Aqui? assinto Mas não tenho nada no quarto de hóspedes.

Não faz diferença, não quero que você fique no quarto de hospedes mesmo, te quero aqui comigo.

Mas o meu vestido é mesmo muito desconfortável, então, terei que dormir assim... seu vestido vai ao chão exibindo sua lingerie de renda preta.

Porra. eu coço a cabeça.

Melhor eu ir embora, né?

Não! eu corro até o closet, pego uma camiseta e entrego a ela.

Melhor assim? ela pergunta ao se enfiar na camiseta. A olho dos pés a cabeça.

Porra! eu praguejo, ela está perfeitamente sexy mesmo dentro de uma camiseta do Metálica que ficou enorme em seu corpo Jarvis, apague a luz.

Tony, você quer fazer valer aquele ditado "O que os olhos não veem, o coração não sente"? ela caçoa.

Pep, não é o meu coração que está sentindo, pode ter certeza. eu digo e ela ri do meu pesar.

Foi uma noite muito difícil, mas passou. E na manhã seguinte quando tomávamos café juntos ela decidiu ligar a tv e se deu conta de que teria muito trabalho a fazer. Fatalmente o nosso encontro não aconteceria naquela noite também, nem nas seguintes. A exposição de tecnologia que ela organizou por meses e deveria durar até o final do ano havia sido destruída em menos de um mês. O meu maior concorrente no mercado de armas era o responsável pela confusão e estava preso, culpando outro homem que estava morto. Resumindo: durante mais de um mês ela foi apenas uma CEO exausta e eu era um super-herói cansado.




—Foram 38 dias, e algumas horas de espera.— finalmente respondo a pergunta do Dr Hayden.

—Você contou? — ela pergunta.

—Lembro-me que você também contou.— eu digo.

—Mas eu sinceramente não me lembrava quantos dias foram.— ela ri.

—Fora esses 38 dias, sexo nunca foi um problema?— Dr Hayden indaga.

—Não.— eu verbalizo enquanto ela apenas move a cabeça em negação.

—Muitas vezes foi até a solução pra algumas rusgas.— ela completa.

—Acredito que com a maioria dos casais seja assim.— o Dr comenta —O problema é quando o casal baseia todo o relacionamento no sexo. Quer dizer, não é um problema se os dois souberem lidar com isso. Mas numa situação como a que vocês passaram, se a base da relação fosse apenas essa não haveria terapia que resolvesse.

—Porque você diz isso?— Pepper questiona curiosa.

—Porque durante uma gravidez de risco a pratica sexual deve ser deixada de lado, certo?— aquiescemos —E, pela minha experiencia, a maioria das mulheres que passam por um trauma como o seu não recuperam a libido tão rápido, é um processo bastante lento na verdade, e nesse caso não depende só da mulher, o papel do marido é fundamental e muitos homens não compreendem.

—Meu marido pode parecer, mas definitivamente não é como a maioria dos homens.— ela me defende e eu sinto que talvez eu não mereça tanto. Mas não entrarei no assunto aqui, o último grão de areia na ampulheta sobre a mesa do dr Hayden acabada de cair.

—Vejo vocês na próxima quarta-feira?— Dr Hayden pergunta ao perceber que eu ja me dei conta de que a sessão terminou.

—Acredito que sim.— eu falo.

—Então até quarta.— ele diz e nós nos levantamos.

—Qual é a idade da Luna?— Pepper pergunta, quando eu já nem me lembrava mais que o assunto da última hora surgiu por causa da filha do nosso terapeuta.

—15.

—Ela conhece a Jessica? Bem se ela é uma fã claro que conhece, mas ela já esteve com ela?

—A minha esposa já esteve com ela em alguns shows, mas acho que cara a cara ela nunca a viu.— ele responde. Pepper não diz mais nada, apenas se despede e deixamos o consultório.

—Você vai arrumar um encontro entre a Jessica e a garota?— eu pergunto ao chegarmos ao carro.

—Posso intermediar isso sim, eu só não sei quando a Jess volta pra NY.—ela diz.

Quando o nosso carro sai do estacionamento a chuva que cai sobre o para-brisa adia os nossos planos de jantar fora, voltamos pra casa e jantamos um macarrão com queijo feito a quatro mãos. Eu gosto quando cozinhamos juntos, mesmo que seja algo simples como agora, é sempre um tempo pra rirmos e conversarmos. Ela falava sobre como aqueles 38 dias foram difíceis pra nós dois, porque mesmo que não conseguíssemos jantar fora nós nos víamos todos os dias, e nos beijávamos e nos apagávamos como dois adolescentes com os hormônios em ebulição.

—Você ficou calada de repente, o que foi?

—Estava pensando se você também contou quantos foram os nossos dias de abstinência no último ano.— ela responde.

—Não faço ideia, por quê?

—Nada, apenas curiosidade.— ela responde. E se cala e o meu maior medo é de que ela esteja pensando alguma besteira a respeito da minha fidelidade.


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Notas finais do capítulo

Cês acham que a Pepper vai encanar? Ou nem?

Até o próximo.
Feliz Páscoa, me mandem chocolates, envio meu endereço por mp. Hahaha


Beijos ;)



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