Mischief escrita por Liv


Capítulo 13
Coração de Elástico


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS QUERIDOS LEITOREEEEES!!!! Vocês querem me matar? Podem matar hahahahah
Me perdoem mesmo por outra terrível demora, mas as últimas semanas tive meu TCC, últimas provas para a conclusão do meu curso e... ESTOU EM MEU PRIMEIRO EMPREGO, PESSOAL!!! Fiz estágio por 4 meses e fui contratada! Não posso nem expressar o quanto estou feliz com isso. Mas agora saí de férias -FINALMENTE- e tenho bastante tempo para retomar a escrita das minhas fics.
Semana passada uma fic que eu amava MUITO foi apagada pela autora e fiquei desolada. Ela disse que não conseguia mais escrever a história, que estava desanimada e tudo mais e por mais que eu amasse a fic, a autora estava certa, ela não podia se forçar a escrever algo se não se sentia bem com isso.
Estou comentando isso galera, para que vocês saibam que não é o meu caso. Eu deixei Mischief e mais duas outras fics nesse hiatus porque realmente não estava tendo tempo, mas fiquem tranquilos porque eu amo Mischief e mais que tudo amo poder escrever essa história e contar com as reações sempre hilárias que vocês tem a cada capítulo.
ENFIM, já escrevi demais, mas acho que vocês mereceram uma resposta. Uma ÓTIMA leitura para vocês e espero que, se tiverem um tempinho, possam dar uma comentada para que eu saiba o que estão achando e tudo mais.
BYE BYE, POVOOOO ♥



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"E outro vai por água abaixo

Mas por quê não conquistar o amor?

E eu posso ter pensado que éramos um

Queria lutar nessa guerra sem armas

Eu queria isso, queria muito isso

Mas haviam tantas bandeiras vermelhas

Agora outro vai por água abaixo

Sim, vamos ser claro, não vou confiar em ninguém

Você não me destruiu, ainda estou lutando por isso

Tenho uma pele insensível e um coração de elástico

Mas a sua lâmina pode ficar muito afiada

Sou como um elástico até você puxá-lo bem forte

Posso estourar e agir rápido

Mas você não vai me ver desmoronar

Porque eu tenho um coração de elástico "

–Elastic Heart (SIA)

Depois de dois dias da chegada de Thor, Rayon descobrira como acessar as lembranças. Ela podia ver as coisas quase nitidamente, o que era bom. Mas precisava quase morrer para isso, o que era péssimo.

Ela conseguira fazer Bruce comentar que a mente pode trabalhar de uma forma completamente diferente quando estamos dominados por sentimentos fortes como desespero ou raiva. Isso a fez ficar mais pensativa do que já estava nas últimas semanas. Depois de pesquisar escondido em alguns livros do cientista e consultar Natasha e Clint, ela finalmente soube que método deveria usar.

Jane tinha uma banheira em um banheiro não muito utilizado em seu apartamento. Rayon implorara para que ela deixasse usá-la, afirmando precisar acalmar seus pensamentos, o que não era total mentira. Jane, é claro, se compadeceu da garota e permitiu.

Rayon podia dizer que era arrogante, sarcástica demais, grosseira e até controladora, mas nunca se julgou como medrosa, ela apenas tinha cautela o suficiente para saber quando era mais válido argumentar ou cortar cabeças. Por mais que tivesse esse pensamento em mente, ela não poderia esconder o fato de que estava apavorada. Caso ela não retomasse o controle de sua mente, iria imergir em um caminho sem volta para seu inconsciente por mais tempo do que o necessário, o que daria tempo para que a água a levasse.

Ela tinha certeza de que jamais esqueceria sua primeira tentativa. A água na banheira estava em uma temperatura que Ray julgou agradável, facilitando sua entrada. Assim que recostou a cabeça em um dos cantos da banheira, ela fitou o próprio reflexo na água. Seus olhos estavam avermelhados, possuía profundas olheiras e estava pálida. Naquele momento Rayon entendeu. Entendeu que, na verdade, ela não estava prestes a fazer um jogo com a morte em troca de algumas lembranças. A real situação estava clara agora e ela entendeu a razão do desespero de todos ao seu redor. Ela já estava morrendo. O que quer que ela havia esquecido, estava a consumindo de uma forma que ela não estava nem um pouco ciente até o dado momento.

Rayon fechou seus olhos. Ela poderia sim estar morrendo, mas não se entregaria tão fácil, faria o que sabia fazer melhor, lutar. Assim que imergiu nas águas seus ouvidos foram tomados por um silêncio assustador, o que a fez se fechar apenas para si mesma, para seu inconsciente, para suas tão procuradas respostas.

Suas mãos seguravam firme as laterais da banheira, forçando-se a permanecer dentro da água. Por um tempo, nada aconteceu. Fora exatamente como ela pensava que seria. As lembranças vinham no decorrer que o ar ia embora. Era uma troca fatal e ela estava disposta a fazê-la.

Um turbilhão de fragmentos de sua memória foi tomando conta as mente dela. Coisas que ela não conseguia acreditar, mas não podia negar que as estava vendo.

–Rayon! –Ela ouviu o grito como se a pessoa estivesse ao seu lado. Deixou o inconsciente assim que sua mente reconheceu a voz, assim que seus ouvidos puderam ouvir a agonia vinda de alguém que chamava seu nome. A falta de fôlego foi tomando seus pulmões e ela soube que estava correndo naquela lembrança. Mas não notou que o ar também se esvaia.

Por mais que sua mente e seu corpo reconhecessem aquela voz, ela não lhe era muito familiar. Rayon não sabia a razão daquela agonia e nem porque corria tanto, mas quis mais que tudo virar-se para onde a voz vinha e entender porque estava sofrendo daquela forma.

Seus olhos se abriram repentinamente quando a pressão da água e a falta de ar nos pulmões a consumiu quase por completo. Rayon emergiu respirando rapidamente e com dificuldade, mas ignorou a dor física e sentiu o alivio ao notar que o método realmente funcionara. Ela não entendia ao certo o que vira, mas as memórias começavam a se encaixar.

–Ray! –Chamou Jane, batendo na porta- Está tudo bem ai?

Um leve sorriso brotou dos lábios da garota, enquanto recostava sua cabeça novamente em uma das paredes da banheira, deixando o ar voltar lentamente e a respiração se estabilizar.

–Tudo ótimo... –Sussurrou ela.

***

Loki não sabia o que era estar de bom humor havia bastante tempo. O que o fazia ser mais grosseiro do que já era com o povo de Asgard, mas ele estava pouco se importando com qualquer um deles.

Ele estava incrivelmente cansado. Cansado de não conseguir dormir, cansado de ter ilusões, cansado de ter sido um tolo. Após a ida de Thor, ele simplesmente surtara, não que isso não estivesse sendo muito frequente. Loki era um deus, era poderoso e praticamente indestrutível, o que fazia se odiar por ter um ponto fraco. Ele não deveria ser apegado a nada e muito menos a uma pessoa. Mas lá estava ele, pensando, refletindo, preocupando-se e ficando irritado com o sumiço de Rayon.

Mas acima de tudo, ele estava cansado de esperar. Loki não era uma pessoa paciente, calma e controlada, ele apenas controlava a si mesmo para que esse lado não o consumisse. O deus de fato não era um típico príncipe que esperaria sua amada pela eternidade. Na verdade, aqueles meses já haviam sido eternidade demais para ele. O amor dócil, protetor e incompreensível que ele sentia por Rayon havia se tornado algo bruto, gélido e doentio. Naquela etapa ele não sabia como reagiria se a visse novamente, mas tinha quase certeza de que não rastejaria sobre seus pés e pediria perdão. Não por uma questão de orgulho, mas sim porque ele já estava farto daquela situação patética em que se encontrava.

Loki não estava gostando nem um pouco da sensação de não ter Rayon por perto. Isso estava o enlouquecendo e ele não conseguia se concentrar em cuidar devidamente do reino.

Ao levantar-se aquela manhã Loki encontrou-se extremamente convicto a encontra-la. Ele a prenderia em uma cela se fosse necessário, mas não a deixaria partir outra vez. Rayon poderia sim ser a fraqueza de Loki, mas isso não significava que ele não poderia domar essa fraqueza. Se ele a mantivesse consigo o tempo todo, não precisaria temer mais nenhuma falha.

–Senhor! –Chamou um guarda, ajoelhando-se aos pés das escadas do trono.

Loki, ou melhor, o pai de todos, o encarou como se ele fosse um pequenino animal insignificante. Seu sangue mancharia facilmente o chão do castelo, pensava ele, divertindo-se com a situação e o medo nos olhos do guarda.

–Heimdall pediu para chama-lo com urgência, pai de todos. Ele... –O guarda respirou fundo e olhou ao seu redor- Ele disse ter encontrado a garota.

O sorriso nos lábios do deus se desfizeram enquanto a malicia em seus olhos aumentava ainda mais. Ele se levantou e desceu as escadas calmamente, pousando uma das mãos no ombro do guarda.

–Uma boa notícia, afinal de contas. –Disse ele, esboçando um sorriso amigável para o outro.

Dirigiu-se a Bifrost o mais rápido que pôde e encontrou Heimdall como o de costume. Parado, encarando as estrelas.

–Heimdall... –Chamou. Sua voz saiu mais baixa do que ele imaginava e mais desesperada do que gostaria.

O guardião virou-se. Loki poderia jurar que encontraria outra expressão em seu rosto. Os olhos de Heimdall estavam preocupados e assustados. Um calafrio percorreu o corpo do deus e sua mente se encheu de dúvidas.

–Meu senhor, eu encontrei Rayon. Não possuo um local correto, mas acredito que agora será muito mais fácil encontra-la.

–E o que atormenta seus pensamentos? Achei que sentisse falta de...

–Eu sinto, majestade. Rayon é uma grande amiga e procurei-a incansavelmente, mas...

A voz dele falhou e ele pareceu mergulhado nos próprios pensamentos. Loki ficava mais impaciente a cada vez, mas a preocupação que começava a crescer em seu peito o privava de fazer qualquer coisa.

–Mas?

–Tem algo errado, senhor. Não sei o que é e sinto não poder explicar o que vi, mas tem algo errado. Não apenas com Rayon, mas toda essa situação. Tem algo errado com Midgard.

Ele não entendera absolutamente nada do que Heimdall falava, mas sua convivência com o guardião da Bifrost o fazia ter certeza de que a situação era bem pior do que ele imaginava. Loki soube que não adiantaria insistir para que o outro explicasse a situação e ele estava ficando sem tempo.

–Mandarei um guarda busca-la em Midgard. Ficarei fora alguns dias, pois farei uma visita importante a dois reinos vizinhos. Sabe que você é um dos que mais confio por aqui, Heimdall.

–Não se preocupe, senhor, mandarei avisá-lo caso algo aconteça.

O deus assentiu e se retirou do local onde estava.

***

Loki pegou o que achou necessário para a viajem e logo retornou à ponte, agora, na forma de um guarda.

–Heimdall. –Disse ele, anunciando sua chegada- Irei buscar a fugitiva a mando do pai de todos.

Não demorou muito para que o deus se encontrasse novamente em Midgard. Ele se assegurou para que Heimdall estivesse ocupado o suficiente para não ter tempo de procura-lo e descobrir sua identidade verdadeira.

O deus aterrissou em um solo que ele não conhecia, mas sabia bem a cidade onde estava.

–Estou de volta New York! –Exclamou com um enorme sorriso em seu rosto.

Enquanto andava, sua aparência mudava mais uma vez. Agora Loki não era nada mais do que um patético mortal. Apesar da aparência, ele estava confiante. Depois de muito refletir sobre a localização de Rayon, Loki sabia onde procurar. Thor estava em New York com Jane. E assim que o irmão se foi não bastou muito tempo para que ele desconfiasse que Rayon poderia estar lá. Ele havia se informado bastante e descobrira que Ray e a mortal haviam se tornado bem próximas. Patético, Ray. Mesmo vindo de você... Pensou ele, sentindo-se desapontado com a garota.

Loki ainda se lembrava do caminho para a torre de Tony Stark. Isso não garantiria a ele encontrar Ray lá, mas ele precisaria começar por algum lugar.

***

–Fale sério, Ray, você sabe que eu fui bem mais preciso do que você! –Exclamou Clint assim que entraram no apartamento de Jane.

–Clint, não seja bobo...

–De que lado você está afinal, Natasha? –Reclamou ele, encarando a ruiva, que riu ao notar a expressão do Gavião Arqueiro.

–Ela está do lado racional da história, que diz que eu tenho uma mira bem melhor que a sua. –Falou Rayon, jogando-se no sofá.

Ela e Clint passaram praticamente a manhã inteira disputando quem possuía a melhor apontaria no arco e flecha e, por mais que fosse difícil admitir, o Gavião Arqueiro era tão bom quanto ela. Mesmo que ela jamais admitisse o empate, sua mira e a de Clint eram praticamente idênticas.

Rayon estava prestes a argumentar novamente quando sentiu uma pontada em sua nuca. Ela fechou os olhos, forçando-se a respirar lentamente. Não durou muito para que Natasha e Clint a cercassem.

–Ray...

–Estou bem! –Afirmou, erguendo a cabeça- Só estou cansada, juro. Me deem alguns minutos para tomar um banho e podemos sair para comer alguma coisa, o que acham?

Mesmo que ainda desconfiados, os dois assentiram e permitiram que ela fosse. Já fazia uma semana em que ela testava seu novo método, cada vez as coisas ficavam mais claras em sua mente. Ela não comentara sobre aquilo com ninguém e nem pretendia até que estivesse com tudo sobre controle, pois sabia que não aprovariam seu método.

Ao entrar no banheiro Rayon tombou e segurou-se na porta. Enquanto a banheira enchia-se de água ela sentou no chão e repousou a cabeça em seus joelhos encolhidos. Mergulhar nas águas e passar pelo processo era difícil e cada vez mais doloroso, mas quando mais ela se lembrava, menores os surtos ficavam. Ela até estava obtendo um certo controle sobre seus novos dons.

Assim que a banheira se encheu o suficiente ela colocou uma das mãos na água e sentiu um terrível calafrio. Estava fria demais. Rayon fez uma careta, a dor estava aumentando e ela não aguentaria controla-la por muito mais tempo até que os objetos começassem a se quebrar.

Ela nem se quer pensou em retirar nenhuma das vestes, apenas entrou na banheira e mergulhou o mais rápido possível, antes que seu corpo começasse a sentir o frio. As mãos que seguravam as bordas tremiam imensamente, mas ela afastou o pensamento o máximo que pôde e se concentrou em se acalmar.

Ao contrário dos outros dias, ela não demorou para sentir a dor ou para perder o ar. Todo o seu corpo foi tomado por uma terrível dor, mas ela sentia-se distante demais para se preocupar com isso, pois as lembranças já estavam retornando...

–Rayon! –Berrou Loki enquanto ela deixava a sala do trono.

Ela forçava-se a não olhar para trás, pois sabia que as lágrimas cairiam e que ela desistira da ideia de partir. Antes que ele pudesse se recompor ela correu para a Bifrost, tentando desviar os pensamentos que a assombravam. Assim que se aproximou do final da ponte, Heimdall a encarava confuso.

–Rayon o que você...

–Me mande para Midgard. –Ordenou ela, fitando as belas entrelas. Heimdall deu um passo em sua direção e repousou a mão sobre seu ombro.

–Qual o problema, Ray?

–Eu não aguento mais isso. Não aguento permanecer nessa situação por mais nenhum segundo. Heimdall, eu faria tudo para esquecer isso, faria de tudo para voltar no passado e mata-lo em todas as chances que tive. –Ela fitou os olhos alaranjados do guardião enquanto as lágrimas escorriam gelidamente sobre seu rosto.

–Está falando de Loki? Ray, ele se foi. Sei que está sendo difícil para você, mas ir embora não é a melhor opção. Sabe que iremos fazer o possível para...

–Não... –Sussurrou ela- Heimdall, por favor...

–Rayon! –Ela ouviu Odin berrar seu nome de longe. Seu corpo tremeu e ela aproveitou que Heimdall não havia ouvido o deus.

Heimdall olhou-a pesarosamente e assentiu.

Ela sussurrou um “adeus” para o guardião, mas antes que pudesse ser levada para Midgard, algo a lançou para o outro lado do local. O corpo de Rayon chocou-se contra uma parede. Tudo ao seu redor ficou em um silencio profundo e perturbador. Ela sentiu uma terrível pressão sobre si, como se seus ossos estivessem sendo esmagados e sua pele sendo queimada. Ela abriu os olhos o máximo que pôde e notou uma poça de sangue enorme formando-se em sua frente.

Rayon respirou fundo enquanto sentia uma última lágrima escorrer de seus olhos. O que quer que acontecera simplesmente a deixou sem forças. Ela deixou Asgard a tempo de ouvir Odin erguendo uma das mãos e adentrando o local com seus guardas. Ele tentou arrancar a espada das mãos de Heimdall, que gritou para que o pai de todos não fizesse aquilo, mas sua atitude foi em vão.

Tarde demais. Era simplesmente tarde demais.

Para onde quer que Heimdall planejasse transportar a menina, seu plano falhara. A chegada de Rayon em Midgard fora mais dolorosa do que ela gostaria. O guardião da Bifrost uma fez dissera à ela que, durante uma transição de um reino para o outro, a espada não poderia ser retirada do local, ou haveriam consequências desastrosas. Ele citara exemplos como, cair em um reino diferente, morrer, acabar no meio do espaço ou até pior.

Segundo Heimdall, o transporte era feito em uma ordem que sempre era seguida. Primeiro o corpo, começando dos pés até a cabeça, e depois, a mente. Ele relatara que se a espada fosse retirada no transporte do corpo, a pessoa provavelmente teria ferimentos graves e poderia até perder algum membro do corpo. Mas se a espada fosse retirada no transporte da mente, danos na memória seriam notados. Os acontecimentos recentes seriam esquecidos ou até desapareceriam eternamente. Ambos os transportes e seus lapsos causariam danos que ele temia não compreender.

E foi dessa forma que Rayon aterrissou em Midgard, deixando uma parte de suas memórias e pensamentos em Asgard, junto com a ira de Loki. Em um lugar que claramente não era New York ou outra cidade que conhecera. A consciência da garota não durou por muito tempo, pois sua mente estava vagando por outro lugar. Ela não sabia ao certo a razão e nem como viera parar em Midgard, na verdade, ela não tinha mais certeza de coisa alguma a não ser a dor. A dor não era apenas física, mas também atormentava sua mente.

A poça de sangue voltava a se formar e, lentamente, ela simplesmente se entregou ao desconhecido e se perdeu em um mundo que ela sequer conhecia...

A dor. Ela tinha total consciência da dor. Sentia-se mergulhada na própria mente e trancafiada nos próprios medos. Ray poderia pedir por ajuda, mas ao se lembrar do que acontecera nos últimos meses ela simplesmente deixou-se levar. A menina estava cansada, das mentiras, medos, incertezas e, acima de tudo, estava cansada de lutar. Foi bem ali, imersa nas águas geladas de um simples apartamento da grande New York que uma Asgardiana deu seu último suspiro. Seu último pedido de socorro.

Adeus, Loki... Foi seu último pensamento, deixando de lado toda a raiva e ressentimento e desejando poder vê-lo uma última vez.

***

Não demorou muito para que ele avistasse a enorme torre do outro lado da rua. Antes de atravessá-la ele notou que um homem adentrava o local, seguido por uma mulher. Ele conheceria aqueles dois em qualquer lugar.

Correu para o outro lado da rua enquanto sentia o peso de seus pés mudar e fazer o barulho irritante da armadura chocando-se com o concreto. As pessoas naquela cidade estavam simplesmente ocupadas demais dentro de si mesmas para notar que ele havia alterado novamente sua forma. Antes que o casal pudesse dar mais um passo para o interior do local ele gritou:

–Thor!

O homem loiro virou-se e olhou-o assustado. Se a situação permitisse, Loki riria das vestes mundanas do irmão. Patético!

–Frandal? O que faz aqui?

Thor estava começando a esboçar um sorriso e caminhar em sua direção, mas Loki ergueu as mãos e olhou-o assustado.

–É sobre Rayon, ela está em perigo. Odin ficou louco e perdeu o controle. Está mandando guardas para cá e eu precisei vir para alertá-lo, Thor. Precisamos ajuda-la.

Loki sorriu imensamente em seu interior quando notou o quão certo estava sobre o paradeiro de Rayon ao olhar nos olhos do irmão e de Jane.

–Ela já deve ter chegado com Clint e Natasha, vamos para meu apartamento. –Disse Jane, apressada, preocupada e levemente assustada.

Thor estava cabisbaixo e apenas seguiu a mulher. O deus das travessuras deu uma última olhada na torre Stark e esboçou um sorriso vitorioso, retomando seu caminho atrás dos dois.

–Estou chegando, Ray –Cantarolou ele, apressando seus passos.


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Notas finais do capítulo

E AI? Acalmem-se galera, eu disse que as coisas se resolveriam, mas isso seria aos poucos. Me digam o que acharam, o que amaram, o que odiaram e tudo mais.
Sei que ainda existem coisas confusas, mas é essa a intenção, ainda assim, me exponham suas dúvidas, ficarei muito feliz em responder vocês, pessoal
ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULOOOOO