Mischief escrita por Liv


Capítulo 10
A dor que não fala


Notas iniciais do capítulo

Já que mais de uma leitora comentou sobre colocar os Vingadores na série eu repensei a ideia umas mil vezes e decidi me arriscar, pois afinal, me arrisquei completamente com Mischief e não podia estar mais feliz com o reconhecimento que ganhei. Espero que aprovem a ideia e logo conheceremos o senhor Rogers, Banner, Barton e a senhorita Natasha. Onde está o Loki? Loki sumirá por um tempo, mas prentendo fazer uma surpresinha para vocês, esperem só. Espero que apoiem a ideia de que eu inclua os Vingadores, mas se não, ME DIGAM! Podem falar na cara e na coragem: "Strakia, não ta legal". Eu ouço as opiniões e vocês, são realmente importantes pra mim então quero saber, okay?
Se não se importam, pretendo colocar algumas frases nos capítulos, pois achei uma frase perfeita para esse.
Uma leitora disse e quero saber se vocês apoiam #RayonEmRagnarok
OBS.: Estamos entre Thor: Dark World e Avengers: Age of Ultron (coloquei em inglês só pra ficar mais chique)
Vou colocar uma distância de uns seis meses entre Thor DW e Avengers AoU. Por enquanto, se passaram três meses e ainda faltam mais três para AoU.
OBS.2: Não sejam pão duros e vão logo ver o filme Avengers AoU. Vale MUITO a pena, vão por mim!
=Beijocas.



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"A dor que não fala

Geme no coração até que o parte"

–William Shakespeare

Não acontecera como na ultima vez. A cabeça dela parecia estar prestes a explodir e, ao abrir os olhos, sentiu uma terrível dor cair sobre si. Será que havia acontecido algum erro durante sua ida? Sentiu algo cobrindo seu corpo e soube que repousava em algo macio. Encarou o teto bege com alguns desenhos mais escuros. Sentou-se e se viu em um quarto. Na primeira impressão, pensou ainda estar em Asgard, mas logo notou alguns objetos que revelavam que estava em Midgard.

Jogou as cobertas para o lado e levantou-se, fitando a imensa cidade pela janela. Mesmo daquela imensa altura, podia ouvir os barulhentos carros passando pelas ruas. Carros. Ela detestava carros. Mas onde estaria ela? Em New York outra vez? Um barulho vindo de longe despertou os sentidos da menina, que fitou a porta. Correu até lá, mas estava trancada. Antes que articulasse um plano que envolvia pular da janela, –sua mente aceitava a ideia de que ela provavelmente não sofreria tantos danos caso pulasse- ela pôde ouvir vozes do outro lado.

–Não seja tolo de entrar aí! –Reclamou uma voz feminina- Você sabe bem como ela fica quando alguém estranho entra no quarto.

–Mas e se ela já tiver acordado? –Argumentou uma voz feminina. Rayon não notou preocupação na voz do homem. Pensou então que ele só estava curioso- A menina só dorme faz tempo. Além do mais, seria extremamente indelicado de nossa parte se ela acordasse e se visse trancada, não acha?

–Quer saber? Tenho que chegar meus papéis, não vou ficar aqui e discutir com você. Se quer entrar, vá em frente, mas não reclame caso ela te ataque. –Alertou a mulher. Bem, ela não estava totalmente errada. Rayon pensava seriamente em atacar os inimigos naquele exato momento.

–Ah, bobagem!

Seguiu o olhar pela roupa que vestia. Não era seu traje de batalha. Onde raios estariam suas roupas? Por Odin, vestes humanas eram extremamente desconfortáveis para ela. Percorreu o quarto e notou um copo com água em uma pequena mesa ao lado da cama. Correu até o objeto e jogou a água pela janela. Estava com sede, mas não beberia nada até saber se era ou não realmente água. Colocou o copo no chão e, com uma das pernas da mesinha, o quebrou, o que fez menos barulho caso simplesmente o atirasse no piso frio.

Ela ouviu a tranca se destravar e pegou um dos cacos de vidro do copo. Enrolando na estranha camiseta que vestia. Correu até a porta e escondeu-se rente a ela. Aos poucos, a porta se abriu, como se quem o estivesse fazendo, estava tomando cuidado para não ser atacado, mas logo a pessoa entrou. Ela avistou um homem adentrar o local, mas ainda não a havia visto.

Rayon correu em sua direção e o derrubou com uma rasteira. Com as pernas, prendeu os braços dele, imobilizando-o e posicionou o caco de vidro em suas mãos no pescoço dele.

–Se tentar se mexer, eu cortarei sua garganta no segundo seguinte!

O homem a olhava com certo receio, mas ela notou um leve toque de divertimento em seus olhos castanhos. Ela conhecia muito bem aquela expressão. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ouviu um barulho, como se um grande livro houvesse caído no chão.

–Tony! –Gritou uma voz. Rayon ergueu o olhar e viu uma mulher ruiva os encarando preocupada.

–Nem ouse se aproximar, posso matar vocês dois ao mesmo tempo e não duvidem disso! –Ameaçou Rayon. Ela não sabia se realmente podia fazer tal coisa, apesar de ser fácil atacar mortais, mas não podia deixar a oportunidade de assustar humanos passar em branco.

A mulher ruiva se aproximou lentamente dela. Ela havia engolido em seco e seus olhos demonstravam um certo pavor. Sim, aquilo estava sendo muito divertido.

–Rayon, não queremos te fazer mal. Jane a trouxe até aqui. Lembra dela, não é?

Rayon analisou a mulher, que a encarava fixamente. Apesar do medo, a menina viu certa coragem nela . Ela não estava mentindo, ainda assim ela não tirou a faca do pescoço do homem, mas afrouxou a mão.

–Se não querem fazer mal então porque me trancaram? Não sei para vocês mortais, mas para nós, trancar alguém sem a conscientização da pessoa é tipo um sequestro e sinceramente, não estou com paciência alguma para...

–Rayon! –Gritou alguém atrás da mulher. Rayon inclinou-se para o lado e viu que Jane corria até eles. Ela avistou o estado em que o tal Tony estava e não pôde conter o riso.- Me perdoe, senhor Stark, ela é assim mesmo. Pode soltá-lo, Ray.

Rayon encarou o homem, que sorria desesperado. “Ande logo e tire isso do meu pescoço” ele parecia dizer. Ela se levantou e ajudou-o a levantar.

–Vou confessar que ser atacado por uma mulher não é uma experiência prazerosa. –Falou ele, estalando a coluna.

Ela sentiu a dor na cabeça atingi-la novamente. Sentiu as pernas bambearem e apoiou-se nos joelhos antes que caísse. Alguém segurou seus braços.

–Rayon, você está bem? –Perguntou Jane. A menina sacudiu a cabeça, tentando afastar as diferentes imagens que surgiam em sua mente.

–Venha, Rayon. Acho que temos muita coisa para conversar. –Falou a moça ruiva.

Ela os conduziu até a sala fora do quarto e se sentaram no sofá. Todos a olhavam com certa preocupação. A menina se lembrou que os amigos a trataram do mesmo modo quando... quando... Ela não conseguia se lembrar. Deveria ter imaginado a situação. Piscou os olhos e encarou Tony e a moça ao seu lado.

–Quem são vocês afinal? –Tony arregalou os olhos e quase cuspiu a bebida que estava bebendo.

–Não sabe quem eu sou... –Ele riu e olhou para a ruiva, apontando para Rayon- Isso sim é uma novidade.

–Não seja, bobo, Tony. –Falou a ruiva- Sou Pepper Potts e esse é Tony Stark.

–Como vim parar aqui? Não me lembro de quando cheguei...

–Como da ultima vez, eu e Darcy conseguimos detectar o sinal de onde você chegou, mas quando nós e nossa equipe chegamos lá... você estava inconsciente, Ray. Pensei que seria temporário, mas nos três dias seguintes eu não soube o que fazer, pois você não acordava. Na semana seguinte detectamos mais sinais e minha equipe foi para onde vinham. Me ligaram dizendo que uma moça queria falar comigo. Era Sif, ela pediu para que eu a deixasse o mais escondida possível, pois Odin estava a sua procura. Não me disse a razão ou algo do tipo, mas eu concordei.

–Jane me ligou e perguntou se haveria problema em mantê-la aqui. Desde então, você tem ficado no quarto por três meses, Rayon. Tentamos mesmo te fazer acordar, mas não conseguimos. Nenhum outro argardiano nos mandou respostas então a mantivemos no quarto, mas trancamos a porta, pois todas as vezes que alguém a não ser Jane entrava, você surtava! Começava a gritar e a atacar qualquer um que se aproximasse.

Ela não sabia bem como reagir. Nunca ouvira falar de alguma viagem para Midgard que havia dado errado. Talvez tenha batido com a cabeça em algum lugar. Ela não sabia dizer, simplesmente não sabia. Não sabia o que estava acontecendo e sua cabeça estava tão confusa a ponto de parecer querer explodir.

Ao ver o terror nos olhos da menina, Jane pediu para que Tony e Pepper se retirassem e aproximou-se de Rayon.

–Qual a última coisa que se lembra? –Perguntou a mortal.

–Bem, eu... –A cabeça ardeu novamente. O que estava havendo de errado com ela, afinal?- Lembro-me de que Odin pedira para que eu vigiasse a cela de Loki e... Aparecem tantas imagens... Mortes, gritos, e...

–Muitas dessas imagens tem Loki? –Perguntou ela.

Rayon fez uma careta e olhou confusa para Jane.

–Loki? Eu... –Ela se deixou pensar por um segundo. Não havia visto o deus das travessuras muitas vezes na vida. Sacudiu a cabeça negativamente- Por que eu deveria me pensar de Loki?

–Bem, você falava o nome dele durante seu sono. –Jane a fitou ainda mais preocupada- A ultima coisa que se lembra foi de Odin tê-la designado para guardar a cela dele?

–Me lembro de discutir com ele. Céus, acho que cheguei a ataca-lo. –Rayon tapou a boca. O que havia dado nela para atacar o rei dos sete reinos?- Por isso ele deve estar atrás de mim. Jane, eu devo ter enlouquecido para fazer tal coisa.

–Espere! –Falou ela, fitando o nada com olhos arregalados. Jane olhou para Rayon com imensa dúvida.- Quando fui para Asgard Thor mencionou que você já estava cuidando de Loki fazia...

–Você foi para Asgard?

–Não se lembra?

–Eu me lembraria disso, tenho certeza.

Jane fitou o chão e assentiu. Pousou uma mão no braço de Rayon e encarou a menina. Ray não via a preocupação de sempre, agora via medo e não entendia a razão para tal.

–Ray... acho que você perdeu a memória sobre os últimos meses. Eu estive em Asgard. Falei com você. Thor me disse que você e Loki estavam se aproximando e...

–Pare! –Berrou a menina, levantando-se.- Você está mentindo! Eu sei muito bem o que aconteceu nos últimos meses e eu jamais seria nada além de conhecida de Loki!

–As imagens que você está vendo... devem ser as lembranças que perdeu. Rayon, tente se lembrar. Isso pode ser a real razão de Odin estar atrás de você ou...

–Me deixe sozinha, Jane. Por favor. Só preciso de alguns minutos.

Logo ela ouviu os passos da astrofísica se afastando. Sentou-se no sofá e fechou os olhos, apoiando a cabeça nas mãos. As imagens foram despejadas sobre ela como água fria.

Mortes. Muitas mortes. Ela sabia que deveria sentir uma terrível dor por essas mortes, mas essa dor já não estava mais lá.

Gritos de terror e desespero. Ela queria fazer algo para calá-los, mas não pôde. Ela falhara. Não sabia em quê, mas tinha certeza de que falhara.

Sentiu um toque frio. Várias imagens das celas passaram por suas mentes. “SAIA DAQUI!” Berrou uma voz. Ela sentiu um aperto no peito, mas não soube a razão nem de onde vinha a voz.

Olhos. Aqueles olhos estavam em todo lugar. Sempre com ela, sempre em seus pensamentos, sempre estavam direcionados para ela. Olhos verdes profundos que faziam-na querer saber desesperadamente de onde vinham.

Sorrisos e lágrimas. Aquele sorriso era real, ela sabia. Quase ninguém o havia visto, mas ela tinha a sorte de vê-lo e ser a razão dele. Aquelas lágrimas que nunca caiam quase a mataram. Por que esse alguém choraria?

Ela beijara alguém. Tinha alguma noção disso, mas quem? Não fizera aquilo de novo e sabia que não deveria querer. Sua mente e seus sentidos a diziam para ter raiva.

Sim, a raiva. A terrível ira agora estava em controlando-a. Ela gritara tanto... Machucara alguém, quem sabe? Só sabia que essa ira a causara um terrível desgaste. Ela se sentia completamente devastada. Se sentia... traída?

Sacudiu a cabeça. Precisava afastar aqueles pensamentos ou eles poderiam ser sua ruína. Aqueles olhos... Eles foram sua ruína. Rayon não conseguia se lembrar de ninguém com olhos assim. Ela preferiu seguir em frente. Se não pensasse nas memórias então elas não iriam perturbá-la. Estava tudo bem. Sabia bem que fora para Midgard por livre e espontânea vontade então aproveitaria a estadia. Ela poderia se acostumar com o lugar.

Um súbito sorriso surgiu de seus lábios e não pôde deixar de rir, ao se lembrar do comentário insano de Jane.

–Eu... amiga de Loki? –Falou ela para ninguém em especial. Por um segundo pensou que não deveria ser tão ruim, mas logo descartou a ideia. Ela sabia que o detestava e não mudaria de opinião. Negou com a cabeça e saiu a procura de Jane, Tony e Pepper.- Jamais.

Jamais?


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulos!!! Se me permitem fazer uma perguntita... o que acham da minha escrita? Digo, é boa? Conseguem sentir-se como o personagem ou devo melhorar?
Bye bye, povo!
#RayonEmThorRagnarok
#RayonEmRagnarok