Mischief escrita por Liv


Capítulo 9
Travessuras Parte II


Notas iniciais do capítulo

UMA RECOMENDAÇÃO? Como assim, produção? Eu mereço isso??? Meu Raziel, não sei mesmo como agradecer. Obrigada mesmo e espero que goste desse capítulo porque ele é total e inteiramente dedicado a você!!! ALLYA DARTH, sua diva!!!! Mas antes que leiam o capítulo e comecem a me odiar, sabiam que as coisas vão se resolver e eu realmente acho que a Rayon mereceu esse capítulo. Obrigada mesmo por seus comentários maravilhosos e por me encorajarem a escrever cada vez mais. Vocês são os melhores leitores do mundo, sério! Muito obrigada por tudooooo :*



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“Sinto falta do doce sabor da vida

Sinto falta das conversas

Estou procurando por uma canção essa noite

Estou mudando todas as estações

Gosto de pensas que tínhamos tudo

Desenhamos um mapa para um lugar melhor

Mas eu cai na estrada

Meu bem, por que você fugiu?

Eu estava lá por você nas horas mais difíceis

Eu estava lá por você nas suas noites mais obscuras

Mas me pergunto onde você estava

Quando eu esta no meu pior momento, caído de joelhos

E você disse que eu poderia contar com você

Me pergunto onde você estava

Quando todos os caminhos que você pegou

Te trouxeram de volta para mim”

–Maps (Maroon 5)

Nada mais fazia sentido. Nada mais parecia ter uma razão decente. Ela estava enlouquecendo e ela sabia disso. Só não sabia ao certo o que fazer. Dizer para alguém que o vira seria um erro, certamente iriam ficar ainda mais preocupados e ela não aturaria isso. Talvez ir embora fosse uma opção, mas para isso teria de passar por Heimdall e ele não a deixaria ir facilmente. Mas ela poderia sumir. Não era tão difícil desaparecer em Asgard, mas seu problema ainda seria Heimdall. As opções ficavam menores a cada vez e ela não sabia ao certo que caminho tomar.

As aparições dele começaram a ficar frequentes. Nunca duraram mais do que dois minutos, mas ele sempre estava lá e isso estava começando a irritá-la. Por mais difícil que fosse, ela ignorava todas as tentativas dele de falar com ela. Rayon sabia que era uma ilusão e se recusava a ficar louca.

Naquela noite Odin pedira-a para que fosse até a sala do trono. Ela levou a espada para o caso dele irritá-la, mas os guardas foram mais espertos do que ela e lhe tiraram a arma. A menina caminhou até alguns metros do trono e encarou o deus sentado nele. Odin se apoiava preguiçosamente no braço do trono e um sorriso percorria seu rosto. Havia algo muito errado. Aquele era Odin, rei dos nove reinos e ele jamais havia se portado de tal modo. Ela fez uma breve reverencia e voltou a encará-lo.

–O que deseja, senhor? –Perguntou ela. Se realmente havia algo errado, ela descobriria o que era. Odin levantou seus olhos para os guardas.

–Guardas! Me deixem a sós com a senhorita Rayon. –Ordenou ele. Os guardas hesitaram por alguns segundos, mas ao olhar para a expressão do deus, logo se retiraram.

Odin sorriu satisfeito e se pôs de pé. Desceu as escadas e parou, encarando Rayon.

–Minha cara, chamei-a aqui para anunciar que mudara novamente seu posto na guarda! –Ele só podia estar brincando. Qual era a dificuldade de pedir para que alguém a avisasse? Não era nada demais. Ele deveria mesmo estar brincando- O general Frost comunicou tal feito esta manhã. Agora você ficará na guarda pessoal dele. O que...

–Me diga que está brincando... –Falou ela, fitando o chão.

–Não vejo como pode não estar feliz com a noticia, Rayon. –Disse Odin, obviamente decepcionado. Ela estava sentindo uma terrível desconfiança. O senhor de Asgard não costumava demonstrar emoções, principalmente decepção. E ele era ocupado demais para chamar Rayon para um simples comunicado. Ela não podia acreditar que aquilo era sério.

–Então está me dizendo que me chamou aqui apenas para dizer que mudei de cargo?

–Se não ficou satisfeita com...

–Apenas... –Ela falava lentamente- Me responda.

Odin revirou os olhos. Ele havia mesmo revirado os olhos? Como um sinal de tédio ou irritação? Aquele era o mesmo Odin que ela conhecera a vida toda?

–Sim, Rayon, eu a chamei para isso. Pensei que ficaria feliz com o comunicado.

Ele deveria estar brincando com ela. Maldito deus! Ela deveria estar parecendo uma idiota. A menina se recompôs e sorriu alegremente.

–Claro que estou feliz, senhor. –Disse ela, dando um passo na direção do deus, que recuou um passo. Odin não recuava. Odin enfrentava.

Se realmente havia algo de errado com ele, ele não queria que ela soubesse. Então precisaria ser discreta.

–Me perdoe, mas o senhor é ocupado e não pensei que seria possível abrir mão de seu valioso tempo para me dar essa noticia. Ainda mais ontem que eu... –Ela respirou fundo- Sinto muito por ter reagido tão mal ontem, pai de todos, sinto mesmo.

Enquanto se desculpava ela andava na direção dele sorrateiramente. Por um tempo, ele não havia notado seu movimento, mas logo começou a se esquivar da menina. Ainda assim, ele parecia ainda acreditar nela. Odin riu e assentiu.

–Ora, minha cara, não se preocupe! Fico feliz porque estamos nos entendendo.

Postura relaxada. Evitando contato físico. Demonstração exagerada de emoções. Risadas. Aquilo deveria ser uma pegadinha. Rayon podia jurar que aquele em sua frente não era...

Ela sentiu um terrível arrepio percorrer seu corpo. Sua respiração ficou acelerada e seus olhos pareceram queimar. Uma pegadinha. Só poderia ser uma pegadinha. Aquela risada. Aqueles olhos. Aquela expressão. Tudo que ela estava vendo no pai de todos a levava para uma pessoa e uma pessoa apenas.

Rayon tentou engolir a raiva que ardia em sua garganta e forçou uma expressão triste.

–O senhor por acaso teve mais noticias sobre a... –A menção do nome dele agarrou-se novamente, impedindo-a de pronunciá-lo. Aguente, Rayon!- morte de Loki?

O deus pareceu surpreso com a menção do nome do filho. Ele fitou vários cantos da sala. Ele não sabia, ela pôde ver. Estava tentando procurar por uma desculpa.

–Bem eu... acho melhor não desenterrarmos o assunto.

Ela sorriu levemente.

–Sim, entendo.

A raiva parecia a consumir cada vez mais. Ela fitou o chão por um longo tempo. O que ela faria? Iria ataca-lo ou... Algo clareou-se em sua mente. Algo que ela ouvira fazia muito tempo, mas ainda se lembrava. Uma conversa.

“-Não vou conseguir aturá-lo! –Reclamou ela.

–Pare de frescura, Ray. Você sabe que consegue. –Encorajou Heimdall.

–Mas e se ele se transformar em alguma outra coisa e me enganar? Você sabe bem como eu detesto que me enganem! –Berrou a menina irritada. Heimdall sorriu e fez um sinal para que ela se aproximasse. Ela deu alguns passos na direção dele e esperou para ouvir o que ele tinha a dizer.

–As ilusões se desfazem quando tocadas por alguém real, Ray. Só toque nele e verá a verdade que se esconde.”

Ela ergueu os olhos lentamente e esboçou o melhor sorriso.

–Pai de todos, se me permite, tenho de encontrar Sif para treinarmos e eu gostaria de dar algumas palavrinhas com o comandante antes de começar meu novo posto.

–Claro, está liberada. Vá.

Ela fez uma reverencia e se virou para deixar a sala. A mão que agora se firmava em sua adaga que estava escondida no cinto parecia tremer. Faltando apenas alguns passos para a porta, ela puxou a arma do cinto e virou-se, mirando no braço de Odin. O objeto alcançou seu alvo. A lâmina havia feito um corte no braço do deus e agora permanecia no chão com resquícios de seu sangue.

Odin urrou de dor e segurou o braço, mas antes que pudesse ter qualquer reação ela correu até ele, tomando o cetro de suas mãos e o acertando na barriga. Firmou suas mãos no cetro e usou o objeto como impulso para chutá-lo para longe.

Chocando-se contra uma pilastra, o pai de todos respirava com imensa dificuldade. Os olhos da menina estavam marejando. Com tristeza e com ira.

–Levante-se! –Ordenou ela.

Ele permaneceu inerte. Ainda com a mão no braço, tentando interromper o sangramento. Asgardianos também podiam sangrar. Ela aproximou-se dele, ainda com o grande cetro em suas mãos.

–Levante-se, seu miserável! –Berrou a menina.

Odin se apoiou nos joelhos e levantou-se com dificuldade. Ela se aproximou dele o suficiente para sentir sua respiração. O deus a olhava pesaroso e cheio de dúvidas. Ela sorriu friamente e chutou novamente seu estômago com seu joelho. Antes que ele caísse novamente ela agarrou seu pescoço e forçou-o a ficar de pé.

A magia se desfez diante de seus olhos. Os olhos claros e azuis foram substituídos por olhos verdes e profundos. Os cabelos brancos se transformaram em cabelos negros e as vestes de um rei se tornaram as vestes de um príncipe esquecido.

O ar de seus pulmões pareceu estar em chamas. Ela o soltou e virou-se antes que as lágrimas caíssem. Sentiu as mãos deles cercarem seu corpo, mas ela o afastou. Virou-se e encarou os olhos do deus em sua frente. Loki a olhava preocupado.

–Rayon, eu posso explicar...

–Não, não pode! Você me fez pensar que estava ficando louca. Você brincou comigo enquanto eu achava que você estava morto. Você acabou com a minha vida, seu idiota! –Ela empurrou-o e ele caiu no chão- O que acha que eu sou? Uma donzela em perigo? Alguém que está cega de amores por você? Mas saiba que não sou! Se eu tiver de matá-lo por suas idiotices, Loki, eu juro que o farei. Eu sei exatamente o que você é. Você é o monstro das historias que os pais contam para aterrorizar os filhos. Você é o demônio que engana e brinca com os sentimentos das pessoas. E eu sou como você, eu sou tudo o que você é, mas não pense por um segundo se quer que o fato de que eu te amo vai impedir que eu...

–Rayon! –Berrou ele. As lágrimas caiam de seus olhos enquanto ele tentava se levantar, mas ela voltava a chutá-lo de novo e de novo- Nós precisamos conversar... é importante...

–Não! Tudo o que precisávamos conversar já foi dito quando você fez o que fez. –Ela se ajoelhou e o olhou mais de perto- Dois meses, Loki. Dois meses pensando que você estava morto. Dois meses tendo que fingir que estava tudo bem.

–Você precisa me ouvir, Ray. Por favor.

As lágrimas não caiam mais do rosto da garota. Ela o olhou por mais alguns segundos para que se lembrasse do rosto dele. Para que se lembrasse do que ele fizera. Rayon sabia o que Loki era, sabia que ele não era o verdadeiro monstro. Sabia que ele apenas fingia ser essa coisa horrenda que enganava a todos, mas ela estava cansada de correr atrás de alguém que não queria ser resgatado.

Ela se levantou e ajudou-o a se levantar. Subiu as escadas do trono e sentou-o lá. Colocou o cetro em suas mãos. Ele queria falar com ela, mas ela sempre desviava do assunto ou o ignorava. Rayon desceu as escadas e olhou para Loki no trono, ele mal podia se mexer e estava sangrando. Ele implorava para que ela o ouvisse, mas ela não tentaria mais. Fez uma reverência e sorriu.

–Adeus, meu rei. Conseguiu finalmente o que sempre desejou.

Ela se virou e abriu a grande porta. Ouviu Loki berrar por seu nome, mas ela não olhou para trás. Ela não olharia.

Não haviam guardas do lado de fora então ela andou rapidamente para fora do palácio. A Bifrost passou por seus pés rapidamente e logo os olhos de Heimdall estavam sobre ela.

–Rayon o que você...

–Me mande para Midgard. –Disse ela. Heimdall deu um passo em sua direção e a menina fitou as estrelas. Ela iria embora e não voltaria. Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Nos falamos nos comentários. E sim, vocês podem me xingar depois que lerem hahahahah
E espero que tenham gostado da nova capa!