Felizes para sempre? escrita por Takeru Takaishi


Capítulo 3
Capítulo III - E se...


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAA!
Bom, no segundo capítulo não houve muitos comentários. Na verdade, só teve um até agora. MAS ACREDITO QUE A MAIORIA DEVE ESTAR MUITO OCUPADA COM O RETORNO DAS AULAS.
Desculpa aí né, mas as minhas só começam em março! ahahahaha
ALIÁS, GOSTARIA DE DIZER QUE ESTOU MUITO FELIZ. Vou começar a faculdade de direito, e mais... CONSEGUI UMA BOLSA DO GOVERNO. UHUUUUUUUUUUL!
Tô muito ansioso pra começar. Espero que dê tudo certo!

Bem, quanto ao(s) capítulo(s), vou manter essa mesmo tamanho. Não vou estender muito. Esse ficou mais puxado para a narração envolvendo os sentimentos da 'Hikari espírito'.
Eu pretendia postar esse quando mais gente desse sinal de vida. Mas isso não aconteceu. *rosto rompendo em lágrimas, com All by myself de fundo*

Boa leitura!



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Hikari nunca entendeu muito a definição de morte, até vivenciá-la.

Antes do incidente, a morena tinha a certeza – assim como todos – que as pessoas nascem, e por um nano segundo, sem que elas percebam, acabam morrendo a qualquer momento por infinitos motivos.

Mas após o ocorrido, lembrou-se que todos os dias ouvia nos noticiários vários casos de morte. Alguns por motivo de velhice e/ou doença; Outros, no entanto, de vítimas que tiveram suas vidas tiradas injustamente, assim como ela.

E em sua mente veio a imagem de todos que a conheciam – em especial, sua família - e em como a notícia teria chegado aos seus ouvidos, quais seriam suas possíveis reações e como seriam suas vidas daqui em diante.

Não era justo que sua alma fosse levada. Pelo menos não agora.

Ela tinha um futuro a ser vivido. Desejava seguir sua carreira profissional assim que se formasse na faculdade, constituir uma família ao lado de Takeru, comprar uma casa...

A moça suspirou por um segundo. Por mais que quisesse voltar, não teria chance de vivenciar nada daquilo.

Tudo que tinha sido arquitetado em seus pensamentos não importava mais. Os sonhos e planos foram deixados de lado assim que a tragédia aconteceu.

Sua vida fora consumida pela imprudência de outra pessoa.

Suas pálpebras se fecharam, na tentativa de lembrar mais uma vez do momento. Tentou pensar no rapaz que dirigia o automóvel, o que ele teria feito para estar em alta velocidade, quem era sua família, no porquê de ter prosseguido com o pé no acelerador ao invés de pisar no freio ao vê-la caminhando no meio do asfalto, se estava embriagado, se estava fugindo...

As diversas perguntas talvez nunca tivessem uma devida resposta. E ela não tinha como se culpar, pois o sinal estava fechado.

Pensando melhor, tinha sim. Se tivesse tomado mais cuidado ao atravessar a rua. Se não estivesse com tanta pressa. Se ao menos tivesse ligado para seus pais na noite anterior. Se tivesse ficado mais tempo na casa de seu namorado. E se... E se.

Seu arrependido agora perduraria por toda a eternidade.

A moça queria se agarrar na velha teoria de que tudo tem um propósito e tempo determinado. Mas não conseguia. “Eu tinha uma vida!” – tornou a pensar. Mas balançou sua cabeça tentando afastar suas ideias. Estava sendo egoísta. Ela não era a primeira e não estava nem perto de ser a última a sofrer uma injustiça.

E lhe ocorreu que embora tivesse passado por tanta coisa ou viesse ter muito mais anos para viver, ela nunca teria nada. Simplesmente porque a morte não escolhe idade, cor, sexo ou condição social.

E agora entendia literalmente o seu trecho de livro preferido:

“Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resultariam das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.”.
Quem é você, Alasca?

(...)

Ao ouvir o canto leve dos pássaros, a morena abriu os olhos para ver a nova imagem que se formava diante de si. Hikari apareceu de pé no cemitério de Odaíba, na zona sul da cidade.

O extenso gramado fora preenchido por vários familiares e amigos - inclusive professoras do jardim de infância que não a viam há muito tempo, mas que também não deixavam de ser amigas. Até mesmo outros que só a conheciam de vista compareceram ao local como forma de demonstrarem algum afeto pela família.

Seus pais, com os olhos mais vermelhos que os daquela cena no hospital, passaram a mão mais vez no rosto que já tinha sido preenchido por muito sorriso e vitalidade em situações passadas.

O corpo foi coberto por um vestido branco e em sua cabeça foi colocada uma coroa multicolorida de flores. Suas mãos foram entrelaçadas e fixavam três flores em cima do coração.

Normalmente, pessoas teriam a oportunidade expressar algumas palavras sinceras. Mas qualquer coisa que dissessem não mudaria o fato de Hikari estar morta. O silêncio tomou conta do local, deixando um clima arrasador.

Vagarosamente o caixão marrom foi tampado e abaixado para o fundo da cova, finalizando o último momento em que o corpo da moça Yagami foi visto em carne e osso.

Entre a multidão vestida de preta, uma mulher murmurou baixinho:

– Foi embora tão jovem.

– Não podemos mudar o nosso destino. – disse um homem ao seu lado. Aparentemente, era seu marido ou um amigo bem próximo. A frase foi seguida de um forte abraço e um longo beijo na testa.

No fundo, eles sabiam que as despedidas eram coisas amargas de serem vividas. E naquele momento, a despedida de Hikari agora ultrapassar o gosto do fel.

Não demorou muito para que o caixão chegasse ao fundo. E como de costume, flores foram jogadas, seguidas de longos abraços e os mais torturantes pêsames para serem dados aos familiares. Minutos depois, o túmulo de mármore escuro foi tampado, dando espaço para uma fotografia de moça e outros arranjos de flores. Uma placa foi fixada na tampa do túmulo indicando a quem pertencia.

Hikari Yagami

* 06/08/1991 † 18/03/2010

“Filha, companheira, dedicada, estudiosa e sonhadora. Sabes o quanto te amamos e o quanto estamos tristes por sua partida. Mas a certeza de que você está em um lugar melhor e está olhando por nós algumas vezes nos ajuda a viver. Você sempre estará em nossos corações! E temos a certeza de que a partir de hoje mais uma estrela dotada de luz brilhará na imensidão do céu”.

A morena voltou a vasculhar pela multidão que lentamente seguia para casa cabisbaixa, na tentativa de encontrar um jovem alto com cabelos loiros. Várias pessoas passaram por ela, sem que notasse a sua presença.

Mesmo assim não o encontrou.

Voltou ao local onde sua família estava de pé ao lado do túmulo. Imaginou que agora com uma porção menor de gente, conseguiria encontrá-lo através de suas características. E estava certo. Encontrou um loiro alto. Mas era seu cunhado, Yamato.

Por que ele não havia comparecido ao enterro dela? Onde ele estava num momento como esse? Ela até entendia que não deveria estar sendo nada fácil. Mas queria vê-lo uma ultima vez.

E quando todos já tinham cruzado o portão para fora e só restava a família da caçula Yagami, a moça não soube explicar, mas foi levada para uma montanha bem distante, como se estivesse sido teletransportada. No alto da inclinação pôde ver seu namorado.

Takeru estava com os olhos vermelhos e trazia consigo um buquê de tulipas. Uma brisa forte soprava, deixando seus finos cabelos loiros inquietos.

– Sabe Hikari... Nunca me imaginei dizendo essas coisas. Então seja onde estiver, peço que não seja tão dura com meu discurso. – e deu um sorriso fraco – Não sei nem por onde começar... Santo Deus! Não tive chance de ter te dado um ‘adeus’. Juro que se tivesse outra chance, acordaria naquele seu beijo, antes de sua morte. Te puxaria pra perto de mim mais uma vez. Nem que fosse por mais 20 segundos. – Pausou seu discurso mais uma vez, enquanto uma lágrima descia – 20 segundos. Era o que eu precisava pra te não te ver partir. Confesso que me distanciei por um tempo. Não te visitei naquele hospital, não fui ao seu velório e nem mesmo compareci ao seu enterro. Isso só me machucaria ainda mais. E agora, veja só... Estou sendo clichê. – Revirou os olhos e continuou. – Espero que não esteja rindo com uma cena dessas.

Mas Hikari apenas abriu um sorriso e se colocou ao lado dele, o que não fez nenhuma diferença. O loiro continuava a se pronunciar normalmente, enquanto olhava o pôr do sol ao longe:

– Era aqui que eu planejava te pedir em casamento um dia. Mas vejo que não vai ser mais possível. Vou sentir saudades assim como as estrelas sentem a falta do sol nos céus da manhã. Espero que entenda minhas razões, assim como eu entendo que o mundo é uma caixinha de surpresas e a cada dia nos deixa ainda mais confuso sobre a verdadeira definição do que é a vida. – E fechou os olhos, sentou-se próximo à ponta da colina e deixou que as pétalas fossem levadas pela brisa.

Seria a vida uma simples e frágil tulipa vulnerável a qualquer agente destruidor da natureza? Ninguém saberia responder. O que o loiro sabia era que o que tinham vivido ficaria para sempre em sua mente.

O espírito da moça colocou a mão no rosto do namorado pela última vez enquanto seus olhos lacrimejavam. Não disse nada. Mas com o toque, o loiro sentiu uma aura de conforto o envolver. Abriu um sorriso, beijou a última flor e a jogou do penhasco, depois que outra lágrima escorreu de seus olhos.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo também já está pronto! E vai ser postado em breve. Lembrando que ele será o ultimo. Não quero estender muito a narrativa dessa fanfic pra não ficar muito chata.
Bom, qualquer erro, me avisem.
Santo Deus, primeiro dia de carnaval e eu estou aqui no computador. DANE-SE, não ligo muito pra carnaval.

Até õ//



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