Garota rara e diferente escrita por Adolfinho


Capítulo 24
Perdida


Notas iniciais do capítulo

Bem, demorou um pouco, mas bem menos do que antes. Espero que curtam esse capítulo, e gostaria de agradecer pelos comentários. Fico feliz em ver que muitos continuam acompanhando essa história rara e diferente mesmo com a minha preguiça em escrever. Vocês ganharam o prêmio de Miguxos do Ano.



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Depois de um tempo, eu acabo de perceber que entrar nessa caixa foi uma péssima decisão. Foi melhor do que ser capturada por essa gente inferior, mas ainda assim uma má idéia.

Na verdade, não sei se entrar na caixa foi a maior bobeira que eu fiz. Acho que não. Isso nem foi tão ruim. O problema foi decidir querer comer todo o Danoninho dentro dela. Eu passei a última hora comendo eles. Uma hora tem 60 minutos, e eu como um potinho de Danoninho a cada 16 segundos, em média. Então, se você quiser calcular, saberá quantos potes eu comi.

Enfim, mesmo que você não tenha calculado, deve imaginar que é muita coisa. E, por isso, eu agora estou com muita dor de barriga e preciso urgentemente ir ao banheiro, algo muito difícil de fazer quando você está dentro de uma caixa. E não, eu não consigo sair, porque os malditos soldados colocaram outra caixa em cima da que estou.

O que mais me deixa com raiva é que essa situação toda poderia ser evitada se a minha mãe não fosse uma tirana e tivesse me obrigado a abandonar as fraldas logo aos meus onze anos de idade. Poxa, fraldas são tão úteis. Fico feliz que ela não me fez largar a mamadeira, porque eu não consigo dormir direito se eu não tomar um achocolatado nela antes.

Eu divaguei bastante, então, resumindo: Eu estou presa em uma caixa, me escondendo de soldados e com dor de barriga.

Ah, e também estou sendo levada para algum outro lugar. Os soldados haviam comentado aonde estariam levando as caixas, mas eu estava ocupada e não prestei atenção. Só o que sei é que é bem longe.

Subitamente, o caminhão breca. Acho que chegamos.

Os soldados abrem a carroceria do veículo e começam a tirar as caixas. Sinto alguns deles levantando a que estou e movendo-a.

Eles a largam de uma vez. Que trogloditas! Não sabem que se deve ter muito cuidado ao transportar Danoninho? Eu sei que eu comi tudo, mas eles não precisam saber disso.

Felizmente, eles não abrem a caixa. Ainda bem, porque se fizessem isso e se deparassem comigo, eu iria virar um queijo suíço, só que mais bonito. Aliás, um queijo suíço não, afinal, não são raros como eu. Então, se eles me encontrassem, eu iria virar um queijo Pule. Esse sim é um queijo com muito glamour.

Espero algum tempo até não ouvir mais os soldados conversando. Abro uma fresta da caixa e dou uma espiada. Não consigo ver nenhum inimigo. Quero dizer, não consigo ver nada. Está nevando bastante.

Retiro-me da caixa. Não tenho a mais remota idéia de onde estou. Essa é uma situação bastante pernóstica. Eu não sei bem o que significa essa palavra, mas eu comprei um livro sobre como se passar por intelectual e estava doida para usar uma das dicas.

Agacho-me e começo a andar silenciosamente, como se estivesse em uma missão secreta. Tento andar o mais quietly possível — usar estrangeirismos sem necessidade também estava no livro, by the way — para não ser notada.

Pego o meu celular e o ligo. Está difícil de ver a tela por causa da neve. Não tem sinal e eu não tenho o número de ninguém do acampamento para pedir ajuda. Pode até parecer um problema, mas a regra Nº 46 do livro de regras das fanfics clichê diz que a protagonista da história sempre tem o número de celular de todos os que conhece, assim como sinal para ligar para eles, mesmo que ela esteja em locais inóspitos. Eles chamam isso de “Ligação Ex Machina”.

Ligo para Percival.

— Alô? — Ele atende.

— Percival, sou eu, a Julieta. Eu preciso de ajuda! Eu estou em algum lugar bem montanhoso e frio, e tem alguns soldados que querem extrair minha raridade.

— Julieta, como você conseguiu o meu número se eu nem ao menos tenho celular?

Isso pode parecer estranho, mas eu já expliquei a regra para vocês.

— Isso não importa agora. Você pode me ajudar?

— Acho que... posso. Mas eu preciso que você me dê uma descrição melhor de onde está. Praticamente toda a área após o rio é fria e cheia de montanhas.

Dou uma olhada em volta.

— Tem um acampamento de trailers por perto, e nesse acampamento tem uma placa. Não consigo ler ela direito por causa da neve, mas tem uma foto de um cara sorrindo. Ele tem uma barba grande.

— Caraca! Julieta, fuja daí, porque você foi capturada pelos humanos do Vale Olímpio, e se eles te encontrarem eles vão te transformar em queijo suíço.

Puxa, eu já não falei que é queijo Pule?


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Notas finais do capítulo

Tcha-au.