Garota rara e diferente escrita por Adolfinho


Capítulo 23
Desnorteada


Notas iniciais do capítulo

Oiê!



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Abro meus olhos lentamente. Ainda estou um pouco zonza depois do que aconteceu na floresta.

Estou sentindo bastante frio. Finalmente consigo abrir completamente os meus olhos. Eu estou seminua, apenas com a minha calcinha do Nirvana. Não sei exatamente porque tiraram as minhas roupas. Espero que não seja o que estou pensando.

Tento me levantar, mas estou amarrada a uma barra de metal presa na parede. Nada que um pouco de magia rara e diferente não possa resolver.

— Karma Chameleon — Brado.

Nada aconteceu.

Não sei por que, mas ultimamente minha magia anda falhando bastante. Não sabia que isso podia acontecer.

Ouço vozes. E elas estão próximas. Vejo a porta se abrindo e um homem entrando. Ele está bem agasalhado. Fecho meus olhos e finjo ainda estar desacordada.

— É sempre assim — Ele resmunga — Enquanto eles ficam lá, de boa, analisando a roupa da garota para tentar extrair a raridade dela, eu tenho que ir lá limpar o cocô do dragão.

Semicerro os meus olhos. Consigo ver ele pegando uma coisa que parece um aspirador de pó e duas luvas brancas bem maiores do que a mão dele.

Ainda reclamando, ele sai da sala e fecha a porta. Abro meus olhos e vejo que ele deixou um Toddynho em cima da mesa.

Talvez seja isso que preciso para minha magia voltar a funcionar.

Tento pegar o produto com meus pés. É bem difícil. Imagino que a descrição da cena seria bem maçante para você, então, falemos de algo interessante.

Eles têm um dragão! Cara, isso é tão legal. Nem sabia que eles ainda existiam. Digo, na Doce Love às vezes os nerds falavam disso, mas eu não sabia que poderia dar ouvidos para o que aqueles seres inferiores a mim falam.

Finalmente consigo pegar o Toddynho com os pés. Miro o canudo em mim, abro a boca e aperto. Consigo beber um pouco, embora a maioria do líquido seja derramada em outros lugares.

O Toddynho acaba. Quem sabe agora eu posso me soltar.

— Karma Chameleon!

Boy George, o ser do terceiro gênero, aparece e me liberta. Essa magia é muito boa para várias situações (eu acho).

Estou livre, mas ainda morrendo de frio. Eu preciso de algum tipo de casaco.

Percebo que um daqueles soldados deixou o uniforme dele ali. É um casaco todo preto, com uns desenhos bem estranhos.

Enquanto visto o casaco, lembro que eles falaram alguma coisa sobre examinar minhas roupas para extrair a raridade delas. Não sei muito bem o que eles queriam dizer com isso, mas acho que explica o porquê de eu estar nua. Eu estou congelando. Mesmo com esse casaco, minhas pernas ainda estão desprotegidas, e faz muito frio aqui.

Caminho até a grande porta pela qual saíram os soldados, abro-a e dou uma olhada. Parece que o corredor está vazio. Eu saio da sala em que estou. Surpreendentemente, está bem menos frio aqui. Parece que o corredor é aquecido.

Escuto barulhos. Olho para trás e vejo que dois tarimbeiros acabaram de sair de outra saleta ali perto. Logo que saem, eles já me avistam, e começam a gritar e chamar seus companheiros.

Começo a correr deles. Eu estou nervosa, porque não conheço esse lugar, e não tenho a menor idéia de onde fica a saída. Minha primeira idéia é evadir por essa porta enorme, toda colorida, com uma placa gigantesca com os dizeres “A SAÍDA É AQUI” nela. Mas parece muito óbvio, deve ser uma armadilha ou algo assim. Eu sei que a porta está aberta e dá para ver uma estrada lá fora que me levaria à liberdade, mas eu aposto que é tudo ilusão de ótica.

Ao invés de cair nesse truque barato, simplesmente continuo correndo.

Subitamente, percebo vários objetos estranhos passando perto de mim. Logo, me dou conta de que são dardos. Isso é um baita de um problema. Entro, então, na porta à esquerda e a fecho.

A porta pela qual entrei me levou a um cômodo. A primeira coisa que percebo é que não há saída dele. E a segunda coisa é que os soldados inimigos estão cada vez mais perto, e isso me preocupa muito, pois o que será de mim se eles extraírem toda a raridade de euzinha?

Eles estão chegando extremamente perto, então a decisão que eu tomo é me enfiar em uma caixa de papelão que está por perto. Para minha sorte, no momento que eu me fecho dentro dela, os dois soldados entram. Por sorte, eles são muito estúpidos e nem pensam em me procurar aqui. E tem mais: essa caixa está cheia de Danoninho, então, vou ter muito com o que me deliciar enquanto espero a poeira baixar.


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Notas finais do capítulo

Tcha-au!