Lavender Hypnosis escrita por Miss Venomania


Capítulo 6
Say goodbye to the pain of the past


Notas iniciais do capítulo

Yooooooh! :3 Como eu disse, segundo cap do plot hoje >.< Dois caps resumidos em conversas que vão influenciar pakas mais tarde na história. Espero que gostem :3



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–... Desculpa. – Falo, quase inaudível.

– Não é sua culpa. – Responde com seriedade, fitando a estrada infinita á nossa frente. – Minha mãe morreu em um acidente de avião, e meu pai se suicidou uma semana depois, devido á depressão.

– Deve ter sido muito difícil pra você, não é?

– Teria sido mais fácil se tivesse acabado por aí. Como eu era apenas uma criança, demorou para que finalmente caísse a ficha e eu notasse que meus pais haviam partido de uma vez por todas. Mas quando isso aconteceu, eu simplesmente não conseguia aceitar. Não queria ficar na custódia de nenhum de meus parentes. Queria que meus pais voltassem. Foi quando a loucura começou. Eu comecei a ter visões de espíritos, parecidos com minha mãe e meu pai, que apareciam sempre, me mandando fazer coisas que eu não devia. E eu simplesmente não conseguia evitar fazer o que mandavam. Era como uma possessão. Fiz coisas terríveis por causa dessa insanidade, coisas que não podem ser revertidas...

Eu estava gelada por dentro e por fora. Essa história é triste, mas ao mesmo tempo apavorante. Não sabia que reação expor que não fosse extremamente indelicada.

– Mas quando eu já estava no meu limite, com pensamentos insanos me possuindo, Eusine me ajudou e me deu o apoio de um amigo, algo que eu nunca havia tido antes. Ainda tenho visões ás vezes, mas eu as encaro como algo bom agora. Afinal, não é todo mundo que tem esse dom.

– Pois é... – Tento responder, de modo que não soasse imbecil, mas que mostrasse que eu estava prestando atenção.

– Está desconfortável com algo?

– N-não, eu... Só não quero acabar falando algo idiota. – Um pequeno sorriso piedoso surge em seu rosto, enquanto me fita de canto de olho. Ficamos em silêncio por alguns segundos.

– Quantos anos você tem, rosada?

– Dezoito. – Respondo de modo curto e grosso.

– Hm. – Murmura, rindo baixo. – Mais velha do que parece. Mas pelo menos não vai ser mais tão estranho estar sozinha em um carro comigo, já que é maior de idade.

– E você? – Apenas ignoro seu comentário, retornando á pergunta que havia feito.

– Vinte e dois. – Surpreendo-me com a resposta, arregalando os olhos. – Qual foi? São só quatro anos a mais.

– Verdade. - Cruzo os braços, deitando-me mais profundamente no banco confortável do automóvel. – Além disso, tenho outros amigos com essa idade.

– Nossa! Já estou no nível de amizade. – Sorriu de modo sincero. – Que honra.

Volto a olhar pela janela, enquanto o silêncio volta a predominar. A paisagem havia mudado, podia-se ver um largo rio, com as margens repletas de árvores e outras formações vegetais. As águas claras eram hipnotizantes, e os sons ambientes que ecoavam do lado de fora me fizeram entrar em um transe estranho. Tento ao máximo não encontrar meu olhar com o do loiro, o silêncio absoluto havia criado um clima estranho entre nós, principalmente após eu ter feito-o despertar novamente uma dor do passado que residia dentro dele.

– Quem era aquela garota no stand? – Tento novamente criar um assunto, e assim como da ultima vez me arrependo de ter feito tal pergunta.

– Deve estar se referindo a Madalene. Eu dormi com ela em uma festa em Ecruteak. Eu nunca fui muito com a cara dela, porque apesar de ela ser muito gost... - Interrompe a própria frase para uma correção. -... Linda. Apesar de ela ser muito linda, ela é muito possessiva. Eu só dormi com ela porque bebi além da conta, e acho que meu instinto masculino afetado pelo álcool falou mais alto que meu cérebro. Quando acordamos no dia seguinte ela já queria marcar a data de nosso suposto casamento. Ela não entendeu e não entende até hoje que não sou homem de relacionamento sério.

– Hm. – Murmuro, sem saber ao certo como reagir.

– Pra ser sincero, eu acho que nunca tive uma namorada de verdade na vida, uma pela qual eu realmente sentisse algo verdadeiro e não somente por beleza corporal. – Uma expressão pensativa toma conta de sua face, seguida de um sorriso. – Acho que meus relacionamentos foram resumidos em fazer amor e não sentir amor, sabe como é, né?

– Pra ser sincera, não, não sei.

Mais alguns minutos se passam em silêncio. Pego meu Pokégear e olho o relógio. Marcava onze horas e vinte e cinco minutos. O tempo havia passado muito rápido desde que tínhamos saído de Goldenrod e entrado no caminho que parecia infinito por entre as rotas.

– Se importa se pararmos para almoçar, rosada? – Pergunta, com um olhar inocente. – Eu não tomei café da manhã direito por causa do afobamento do Eusine.

– Não tomou café, mas estava bebendo cerveja, não é? – Argumento. O loiro revira os olhos.

– Que saco, você me julga demais! – Um tom de seriedade mais do que a necessária surge em sua voz. – Podemos almoçar ou não? Estamos a alguns minutos do Parque Nacional. Lá tem um bom restaurante.

–... Claro.

– Ótimo. Estou faminto, não como desde ontem á tarde.

Cruzo os braços e ajeito-me no banco do carro, com um pouco de raiva. Eu preferiria não parar o caminho para um almoço, além de não estar com fome. Mas uma parte de mim se preocupava mais do que deveria com o loiro metido e rude, mas ao mesmo tempo charmoso e gente boa que estava ao meu lado. Além disso, eu gosto do Parque Nacional. É um lugar pacato e que exala uma aura alegre.

Não demorou muito para que ouvíssemos de longe os gritos de animação vindos do estádio no qual acontecia o Pokéathlon, localizado no próprio parque.

– Parece que as finais do Pokéathlon estão causando mais repercussão do que eu pensei que fossem. – Ouço Morty comentar ao meu lado. – O caminho para Ecruteak provavelmente vai estar totalmente bloqueado por centenas de veículos dos fãs que vieram assistir.

– M-mas... Tem como passarmos, não é?!- A preocupação surge em mim quase que instantaneamente. O que mais me afetava no momento não era chegar atrasada á conferência que havia sido convocada, mas sim ter que passar mais tempo trancada em um carro com ele.

– Não. – Sua sinceridade excessiva me causa uma pequena raiva. – Temos duas opções, mas, infelizmente, acho que não vai gostar de nenhuma das duas. Uma delas é ficarmos no Parque até quase anoitecer, que é quando a maior parte dos visitantes vai embora, e a passagem estará livre. A outra é contornamos e seguirmos caminho por Violet, mas isso levaria muito tempo.

– Vamos ficar por aqui, mesmo. -Não foi preciso pensar muito para fazer minha escolha.

– Boa escolha! – Responde fitando-me com um sorriso no rosto, que foi retribuído. Em alguns minutos chegamos á entrada do Parque Nacional. Como Morty havia dito, estava impossível atravessar com todos aqueles veículos na estrada. –Acho melhor você entrar logo no parque, tenho que procurar algum lugar para estacionar o carro, e isso pode demorar um pouco.

Consinto com a cabeça, removendo o cinto de segurança e saindo pela porta de carona, dando de cara com a entrada do parque á minha frente. Passo pelo arco metálico que delineava a entrada pelo muro que separava a área do resto da rota. Inspiro o aroma fresco da grama. Venho neste parque desde criança, e o aroma nunca mudou, sempre trouxe uma sensação de leveza e bem estar. Caminho pela trilha de tijolos, olhando em volta. Crianças brincavam e corriam de um lado para o outro, casais faziam piqueniques românticos debaixo de árvores, e algumas senhoras sentadas nos bancos alimentavam os Pidgeys com migalhas de pão. Nada fora do normal.

– Whitney!! – Ouço a voz juvenil animada chamar meu nome á minha direita. Viro-me, para dar de cara com o jovenzinho de cabelos lavanda correndo em minha direção para um abraço de reencontro, correspondido por mim.


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Notas finais do capítulo

>.< Yay! Finalmente acabou a parte importante para o plot! Agora volta a ser mais interessante :3 Espero que tenham gostado >.< Até a próxima! AYE!



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