Lavender Hypnosis escrita por Miss Venomania


Capítulo 5
Show me how is It like in New York City


Notas iniciais do capítulo

Yoooooooooooooh!! :3 Mais um cap o/ Referência marota no título de novo u.u' Esse cap é meio parado, mas é uma parte importantíssima para o plot da história. :3 So, without further ado, let's go! o/



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Alguns minutos se passam com o silêncio entre nós três. Eu apenas ajeitava alguns fios desalinhados de meus cabelos, Eusine terminava de tomar seu sorvete e Morty descansava quase que jogado no banco. Como em um feixe de luz, a lembrança de minha viagem surge em minha mente, preocupando-me mais do que deveria.

– Que horas são? – Pergunto, quebrando o silêncio. Eusine pega seu Pokégear no bolso e olha o relógio.

– Nove e quinze. – Eu congelo com o que ouço. Eu já deveria estar com tudo arrumado, indo para o porto nesse momento. – Você está bem? Parece pálida...

– Não, eu não estou bem! Eu não estou nada bem! Droga!! – Levanto, andando de um lado para o outro, pisando com força. Morty ergue uma sobrancelha.

– Qual foi, rosada?

– Qual foi?? Nesse momento eu deveria estar indo para o porto do outro lado da cidade, para pegar o navio para Mahogany. Eu tenho um compromisso importante lá amanhã cedo!

Morty se levanta, pondo a mão em meu ombro para que eu parasse de andar em círculos como uma louca.

– Relaxa, eu posso te dar uma carona até o porto. Chegamos lá em menos de cinco minutos de carro. – Fala, em um tom calmo.

– Mas eu não estou nem com as malas prontas ainda! – Digo. Algumas lágrimas de desespero surgem em meus olhos, mas consigo evitar que caiam.

– Bem... Então se quiser eu posso te levar pra Mahogany!

Arregalo os olhos com a proposta. Eu geralmente sou uma pessoa bem despreocupada, que cai em qualquer papo bobo, mas pela primeira vez eu hesitei em uma proposta desse tipo. Ir a um lugar tão distante, em um carro sozinha com dois homens que acabei de conhecer. Isso não seria uma coisa muito sã de se fazer.

– Eu... Eu não sei se é uma boa ideia. – Respondo. Minhas bochechas ardiam.

– Calma, não é como se eu fosse te assediar ou algo assim.

– Mas... Não seria um incomodo muito grande pra você? – Pergunto, olhando meus pés, completamente sem jeito.

– Nem. Mahogany é praticamente do lado de Ecruteak. Além disso, não aguento mais ficar andando por aí com o Eusine falando sobre Suicune. É um saco! – Fala, rindo de canto. Eusine revira os olhos em reprovação da fala do amigo. – Pode ficar tranquila.

Sinto minhas bochechas arderem e corarem. Uma pessoa em estado normal de sanidade não aceitaria uma carona de um cara que conhece há menos de vinte e quatro horas e que sempre está bebendo, mas... Eu não tinha opção.

–... Que hora saímos, então? – Pergunto, ainda insatisfeita com a situação.

– Quando você quiser. Mas eu acho que pra chegar a Mahogany em um horário bom ainda hoje, deveríamos sair no máximo meio-dia. É um caminho meio longo.

– Hm... – Pondero sobre o assunto sobre alguns segundos. – Você se importa se sairmos agora? Eu estou com um pouco de pressa.

– Sem problema algum!

Consinto com a cabeça e viro-me em silêncio, andando em direção ao ginásio. Pode ter sido uma atitude incrivelmente indelicada, mas eu sinto que se ficasse lá mais um segundo eu acabaria fazendo besteira. Subo as escadas e entro no quarto pensando na decisão que acabei de tomar, me sentindo uma verdadeira idiota. Enfio algumas roupas em uma mala, sem pensar muito nisso, ou acabaria mudando de ideia. Avisto jogada em um canto do quarto a sacola que Jasmine havia trazido, na qual havia o vestido que comprara para eu usar no festival. Resolvo leva-lo comigo, caso precise de algum traje esporte-fino. Em alguns minutos, saio novamente do ginásio, carregando um par de malas de viagem, uma preta com as alças em volta dos ombros, mais no estilo de bolsa, e uma cor-de-rosa, estilo mochila.

– Está pronta para ir? – Morty me pergunta. Parece bem animado com isso.

– Acho que sim... – Respondo.

– Ótimo! Espera só um minuto, vou buscar o carro na garagem do hotel.

Consinto com a cabeça, sentando-me novamente ao lado de Eusine no banco. Um silêncio constrangedor nos rodeou, aparentemente nenhum de nós dois sabia o que falar naquele momento. Eu tentei fazer algumas perguntas a ele, que eram sempre respondidas com grunhidos de sim ou não, então acabei desistindo de fazer contato.

Após alguns longos minutos, um carro preto alto e de vidros escuros faz a curva na rua do ginásio, parando na frente do mesmo. Engulo em seco. Depois que entrasse nesse carro, não teria mais como mudar de decisão. Morty sai pela porta do motorista.

– Vamos nessa, rosadinha? – Pergunta, ficando frente á frente comigo, pondo suas mãos em meus ombros e sorrindo. Eu congelo com seu toque, e sinto um calor interno com o apelido. É uma sensação estranha que nunca tive antes. É como ter uma chama de fogo gélido dentro de mim. Tendo-o assim, frente á frente comigo, posso ver como é alto em comparação á mim, talvez uns doze centímetros.

– V-Vamos. – Respondo, saindo de meu transe. Ele passa suas mãos mais para baixo em meus braços, retirando de mim as mochilas e pondo-as no porta-malas. Em seguida, abre a porta do carona á minha frente. Por alguma razão, esse ato mexeu comigo mais do que deveria.

– Primeiro as damas. – Diz, me ajudando a entrar no carro devido á altura do mesmo, fechando a porta. Vira-se em direção á Eusine, mostrando-o uma chave dourada á frente dos olhos.

– Escute bem, essa é a chave do meu quarto no hotel. Vou deixar você responsável por ela. Pode usar meu quarto pra pequenas badernas ou o que quiser, mas NÃO abra nenhuma gaveta do criado-mudo, entendeu? – Fala, em um tom sério de si que eu não tinha visto antes. – E se você perder essa chave em uma de suas perseguições ao Suicune... Tudo que posso dizer é que não vai mais ter a capacidade de ter filhos.

Entrega a chave ao amigo, que a essa altura já estava assustado com a ameaça, e caminha em direção á porta do motorista do carro, abrindo-a. Nesse momento eu notei que minha situação havia piorado. Legal, já que o Eusine não vem conosco, vou ficar presa em um carro por horas apenas com o Morty. Incrível!

– Essa ameaça foi desnecessária, cara... – Eusine comenta, guardando a chave no bolso. O loiro ri.

– Você sabe que eu te amo, cara! – Responde, entrando no carro e pondo o cinto de segurança. Faço o mesmo, pondo-o o mais apertado possível. Não se sabe o que um rapaz que estava enchendo a cara há pouco tempo pode fazer no volante. O loiro inicia a ignição, dando ré para que pudéssemos sair da rua sem saída e irmos á rota. Em questão de segundos, estávamos saindo de Goldenrod, indo em direção a Ecruteak e então a Mahogany.

Olho pela janela a paisagem interessantíssima que tínhamos no caminho: Árvores, árvores e mais árvores. Nada de muito bom com o que distrair os olhos. O silêncio reina por alguns segundos, criando um clima extremamente desagradável.

– Por que o Eusine não veio conosco? – Pergunto, tentando puxar algum assunto. O loiro olha-me de relance, com expressão séria, mas sobrancelhas erguidas.

– Ele vai ficar em Goldenrod por mais um tempo, procurando pelo Suicune de um canto a outro. Eu só vim pra cá para fazer companhia a ele, e aproveitei pra ficar para o festival. Ele é como uma pequena praga que grudou em mim e não sai mais, principalmente por nossos interesses serem bastante parecidos de certo modo. Mas eu gosto muito dele. – Responde sem tirar os olhos da estrada.

– Vocês parecem ter uma amizade bem bonita. – Digo, fitando-o. Ele solta um pequeno grunhido. – Como se conheceram?

– A história de como ficamos amigos é meio estranha. Não vou perturbar seus ouvidos com isso. – Parece ter ficado mais sério subitamente desde que saímos da cidade.

– Conta, eu quero ouvir!- Insisto, sorrindo em sua direção. - Parece ser interessante, e além do mais, não tem mais o que fazer nesse caminho chato.

Ele suspira.

– Sabe... Na época da escola fundamental, quando eu tinha por volta de oito anos, eu tinha um pequeno problema que... Afetava-me de um modo que me tornou antissocial e excluído. Eu me tornei uma criança depressiva e estranha, que não tinha amigos e que tentava ao máximo agir como adulto o mais precoce possível. Comecei a estudar sobre o tipo fantasma para iniciar uma jornada antes de todos. Mentia dizendo que treinava por desejar ser um poderoso treinador um dia, mas meu real desejo era viver sozinho, e conviver com minhas ‘dificuldades’ da época sem o julgamento de ninguém.

Ouço com atenção. Uma parte de mim sente pena do pobre garoto que ele foi. Uma infância isolada deve ser terrível

–... Foi quando conheci o Eusine. – Continua. – Ele era outro garoto estranho e com quem ninguém se importava. Começamos a nos dar bem, e de certo modo um ajudou o outro a ser mais confiante. E agora eu sou relativamente mais bem sucedido que ele, mas continuamos melhores amigos. – Um sorriso sincero brota em seu rosto. – Bem clichê, não é?

– Nem tanto. Quer dizer, já vi muito isso acontecer em filmes e histórias fictícias, mas nunca na vida real. – Respondo, sorrindo em sua direção. – Mas quais eram as dificuldades que você tinha?

Arrependo-me de ter feito a pergunta. Seu sorriso desaparece, se transformando em uma expressão triste e cálida.

– Bem... Sou órfão desde os sete anos.

Uma culpa infinita surge dentro de mim.


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Notas finais do capítulo

Yay! ^.^ Tadinho do Sr Matsuba ;^; O próximo cap também vai ser muito importante para o plot, então vou posta-lo hoje ou amanhã pra a história ser assimilada de vez :3 Espero que tenham gostado >.< Comentem dizendo o que estão achando da fic, please. AYE! BAYE!



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