Lavender Hypnosis escrita por Miss Venomania


Capítulo 15
Love is not my kind of game


Notas iniciais do capítulo

Yoooooooooh! :D Tudo bem com vocês, meus cupcakes de guaraná? *w* Aqui está mais um cap :3 Um pouco atrasado em questão de horário porque eu, bem... esqueci e.e Sorry T.T' Mas, pra compensar vocês, esse cap é bem maior que o normal e conta como dois, e explica bastante da história :3 Espero que gostem! ^.^ AYE!!



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Chegamos ao ginásio da cidade, abrindo as portas azul ciano. Falkner acende as luzes, iluminando gradativamente toda a área. Eu sabia que ele morava no segundo andar do ginásio, assim como eu; Já havia vindo visita-lo muitas vezes com Jasmine e Erika. Subimos as escadas e acendemos as luzes, dando acesso ao clássico quarto 'Falknerzesco' dele. Paredes azuis como seus cabelos e piso de assoalho branco. Uma estante de madeira que portava alguns livros, uma janela com cortinas grossas da cor da parede que dava visão para frente do ginásio , um tapete felpudo como o que eu tinha em meu quarto, um banheiro suíte á direita e a cama de casal com forro azul e dois travesseiros brancos encostada na parede ao lado da janela, com um criado mudo ao lado. Basicamente, sua inspiração para o design desse quarto havia sido o meu, com a adição de alguns poucos detalhes.

Jogo-me em sua cama, como sempre faço quando estou em seu quarto. Os edredons me envolvem como um casulo de conforto. Ele se senta ao meu lado, rindo da cara de mimo que eu fazia envolta por todos aqueles cobertores azuis, e acariciando minha cabeça.

– Criançona! – Diz, rindo e passando a mão levemente por meus cabelos. O loiro entra no quarto, com pose de superior.

– Não querendo ser indelicado, mas não há nada pra se comer aqui não? – O nativo de Ecruteak pergunta, com a maior indelicadeza possível. O azulado revira os olhos.

– Eu poderia te dar a resposta perfeita, Morty. Só não faço porque tem uma dama aqui. – Responde, com um olhar impaciente. – Mas existe um lugar específico pra isso! Se chama cozinha. Conhece?

– Seja um bom anfitrião e traga algo para seus convidados, passarinha.

Falkner suspira para se acalmar, levantando-se e descendo as escadas. Morty dá uma gargalhada assim que ele desce.

– Esse cara é um idiota! – Diz, se jogando na cama.

– Por que vocês se odeiam tanto? – Pergunto intrigada.

– Não o odeio. Eu gosto de zoar ele e ver como fica cheio de raivinha. É uma relação agridoce. Mas não sei se ele pensa da mesma forma. Acho que ele me odeia mesmo.

Suspiro, olhando nos olhos violetas do loiro. Estes estavam semicerrados, olhando para o teto, sem nenhum foco específico. Viro meu olhar para seu antebraço, que com tudo isso eu havia esquecido que estava ferido.

– Seu braço... Você tem que tratar isso agora, antes que infeccione! – Afirmo, sentando-me na cama e analisando a mordida. Havia sido bem profunda, seu sangue havia manchado a manga de sua camisa por inteiro. – Eu vou fazer um curativo.

– Não precisa se preocupar, rosada. É só um arranhãozinho.

– Você tá me zoando, não é?! – Pergunto, entrando no banheiro, á procura de um kit de primeiros socorros. – Essa mordida tá profunda. Está longe de ser um simples arranhãozinho.

Acho uma pequena caixa retangular branca, com alguns medicamentos e curativos. Carrego-a para fora do banheiro, colocando-a na cama e sentando-me ao lado de Morty.

– Se levanta daí. Fica sentado para eu ver isso direito. – Digo. Ele suspira e se senta na cama, saindo de sua posição espojada. Pego dentro da caixa um cicatrizante em spray, alguns pedaços de algodão, uma pequena garrafa com água e alguns esparadrapos. Meio sem jeito, começo a analisar seu ferimento, sem saber por onde começar.

– Está perdida? – Pergunta, sorrindo sarcasticamente.

– N-Não, claro que não! Eu sei muito bem o que fazer. Err... – Engulo em seco. –... Tire a camisa.

Imediatamente ele retira a camisa preta de manga longa, retirando também o cachecol roxo que envolvia seu pescoço. E aquela hipnose traiçoeira volta novamente. Ele era bem definido, mais do que eu esperava. Um corpo mais do que fantástico. Eu mordo meu lábio inferior enquanto sinto um calor subir por minhas bochechas, acompanhado de outro calor estranho que eu nunca havia sentido antes, que parecia subir por minhas pernas e fazê-las tremer. Ele ri discretamente de minha situação.

– Gosta do que vê? – Pergunta, com um sorriso safado. Arregalo os olhos, saindo de minha hipnose.

– N-Não seja convencido! – Digo, desviando o olhar e molhando um pedaço de algodão com água. Passo gentilmente o algodão umedecido sobre a mordida, retirando o sangue que a rodeava. Ele dá um pequeno gemido de dor, semicerrando os olhos. Eu hesitava bastante a cada movimento que eu fazia. Nunca gostei de ver muito sangue, me dá certa agonia. Mas eu queria ajuda-lo da melhor maneira que eu pudesse. Depois de vários pedaços de algodão sujos de sangue, consegui limpar completamente a mordida. Agora dava para ver claramente as marcas de dentes penetradas profundamente em sua pele.

– Isso pode arder um pouco. – Aviso, pegando o spray e agitando-o. O loiro ri sarcasticamente.

– Você acha mesmo que uma coisinha como essa vai me fazer sent—

Antes que ele pudesse completar a frase, dou uma espirrada do remédio no machucado. Ele arregala os olhos, mordendo o lábio inferior com força, como se sentisse uma aflição inigualável.

– O que dizia, senhor Matsuba? –Pergunto sarcástica. Ele olha em minha direção com um sorriso sofrido e forçado, e algumas lágrimas se formando em seus olhos.

– N-Nada. – A resposta sai em uma voz chorosa, seguida de um pequeno soluço. Tão fofo! Rio discretamente de sua situação, dando-lhe um beijo na bochecha. Ele parece corar completamente. Nesse momento, Falkner entra no quarto, trazendo consigo uma bandeja com dois sanduíches. Ele arregala os olhos, erguendo uma sobrancelha.

– Err... Perdi alguma coisa? – Pergunta, pondo a bandeja no criado mudo e nos observando com curiosidade.

– O bebê chorão aqui sentiu dorzinha quando coloquei remedinho no dodói, não foi, neném? – Pergunto á Morty, ironizando. Ele franze o cenho e faz um biquinho mimado. Eu rio baixo. – Ele foi mordido no antebraço por um dos Mightyena pra me salvar. Senhor Ecruteak, como não tive tempo de agradecer apropriadamente, considere esse beijo que te dei um agradecimento.

– Ótima forma de agradecer, Senhorita Goldenrod. – Ele diz, com sorriso tímido e rosto corado, passando a mão levemente sobre a bochecha que beijei. – Sem sarcasmo, claro!

Falkner revira os olhos, sentando-se ao meu lado na cama. Eu pego alguns pedaços pequenos de algodão e umedeço com mais um pouco do cicatrizante, pondo sobre a ferida do loiro. Cubro com uma gaze e prendo com pedaços de esparadrapo.

– Prontinho! – Digo, sorrindo. Ele olha para o antebraço, analisando o curativo.

– Até que ficou bom, rosada. – Sorri em minha direção. – Obrigado!

– De nada. – Pego um dos sanduíches na bandeja, acompanhada do loiro, que pega o outro, e dou uma mordida voraz. Parecia conter alface, queijo, cenoura ralada e frango desfiado. Estava uma delicia! – Agora que parei pra pensar, já que estamos em Violet, vai demorar um século para chegarmos a Mahogany...

– Vocês dois não deveriam retornar ao caminho á essa hora. É perigoso! – Falkner adverte. O loiro arregala os olhos, como se relembrasse de algo vital.

– Com todo esse alvoroço eu esqueci o carro na floresta! – Fala, levando a mão á cabeça.

– Bem, eu tenho que voltar á floresta para meu treinamento. Se quiser eu posso trazer o carro e estacionar aqui em frente. – Falkner sugere, levantando-se e indo em direção á porta.

– E você sabe dirigir, passarinha?

– Claro que sei!

– Hm. – Murmura, dando a ultima mordida no sanduíche. - Então, vá lá. Ele ainda tem gasolina o suficiente para vir até aqui. Mas não tente nenhum truque nem muito menos bata meu carro!

Morty entrega a chave do carro para Falkner, que sai pela porta dando uma risada maléfica.

– Não prometo nada! – Ouço-o dizer, já descendo as escadas. Morty suspira, deitando-se na cama novamente. Deito-me de lado junto a ele, apoiando minha cabeça em meu braço.

– Do jeito que ele me “ama”, vai foder meu carro de todas as maneiras possíveis!

– O que você fez pra ele te odiar tanto?

– Eu acho que foi o fato de eu falar muito mal dos nativos da cidade dele, e me achar superior por ser de Ecruteak. Ou o fato de eu sempre jogar na cara dele quando ele faz algo errado ou perde pra mim em alguma coisa. Também pode ser porque eu sempre peguei as garotas que ele não conseguia pegar, e ás vezes até ficava com as ex dele.

–... Nossa. – Digo, olhando em sua direção. Ele apenas continua olhando para o teto, rindo discretamente.

– Ele parece ter bastante intimidade com você. – Finalmente ele vira seu olhar em minha direção. – Já tiveram algum tipo de relacionamento? Ou têm, sei lá...?

– N-Não, claro que não! Somos apenas amigos. – Respondo, ficando um pouco corada. Ele ri mais alto do que deveria.

– Entendi! Você deixou o coitado na ‘Friendzone’.

–... Depende do ponto de vista. Eu acho que pra ser friendzone ele precisaria gostar de mim primeiro.

– Rosada, na boa: Tá mais do que na cara que ele é louco por você. Aposto que todas as suas amiguinhas também acham isso.

Seu olhar volta a fitar o teto. Fico pensativa por alguns segundos. Eu sempre achei que tudo aquilo que o Falkner fazia era apenas um jeito estranho de demonstrar afeição, não achei que era algo mais. Entretanto, agora que o loiro mencionou isso, meus olhos parecem finalmente se abrir para a realidade.

–... Bem, eu não o amo desse jeito. – Respondo, com o olhar baixo. - Mas não o culpo. Eu acho que o iludi.

– Como assim? – Ele parece curioso. Vira a cabeça em minha direção, encontrando seu olhar com o meu.

– Eu o conheço há muito tempo e ele sempre foi chegado a mim. Mas não muito tempo atrás, no dia que eu tomei posse do ginásio, Jasmine e Erika organizaram uma pequena festa em Olivine. E naquela festa, não sei por qual razão, eu decidi que queria ficar com o Falkner, só por uma noite. Acho que eu estava carente ou sei lá. Ele me pareceu mais atraente aquela noite.

O loiro ri descontroladamente.

– Caralho, hein! – Ele finalmente se acalma, mas continua a rir um pouco. – E como foi que rolou isso?

– Nós estávamos na festa na casa de praia á noite, e não lembro bem o que aconteceu, acho que Erika nos empurrou para a varanda da casa. Ela queria, e ainda quer muito, que eu e Falk tenhamos algum relacionamento. A gente ficou conversando um pouco e perambulando por lá, até que chegamos ao fim da varanda. Ele disse para a gente voltar, mas eu o puxei para a parede e o beijei. Ele correspondeu e ficamos ali por um bom tempo. Basicamente isso.

– Hm. E aí vocês transaram, certo?

Arregalo os olhos. Meu rosto fica vermelho e quente por completo. Ele ergue uma sobrancelha.

– Claro que não!

– Rosada, quando você usa a expressão ‘ficar com alguém só por uma noite’, significa que vocês dormiram juntos, não que só deram uns amassos. – Ele diz, como se fosse obvio.

– Bem, nesse caso não foi! – O calor que subia por meu rosto fazia parecer que havia chamas acesas em minhas bochechas.

– Você teve sorte. Pelo que conheço o Falkner, ele deve ser lesado pra esse tipo de coisa. – Fala, rindo um pouco. Ele boceja, cansado. – E eu espero que ele não se importe se eu dormir na cama dele. Não que eu me importe se ele se importar.

– Você é muito folgado, sabia?

– Fala isso mas não sabe como é dirigir cinco horas seguidas. – Argumenta. Franzo o cenho em sua direção. Quando eu ia levantar-me para levar a bandeja que estava no criado mudo para a cozinha, ele me segura pelo pulso. – Onde pensa que vai? A senhorita também precisa dormir!

– Eu dormi o caminho todo do Parque até aqui. – Respondo, revirando os olhos e tentando soltar-me. Ele me puxa subitamente, fazendo-me cair novamente na cama. Lanço-o um olhar gelado.

– E daí? Aquela perseguição foi cansativa. E se você não dormir agora vai ficar de mau humor amanhã. E não tem nada pior do que ter que aguentar uma garota de mau humor.

Pondero por alguns segundos, enquanto ele me fita com olhos entreabertos e um sorriso calmo. Solto um suspiro cansado.

–Certo. Pelo menos me deixe apagar a luz. –Peço, conseguindo soltar meu pulso. Apago a luz do quarto e deito-me novamente ao seu lado, ajeitando-me na cama em uma posição confortável. Seu sorriso se alegra.

Múltiplos minutos são passados em silêncio. Alguns pensamentos estranhos e aleatórios surgem em minha mente, nada sem muito fundamento, em maior parte questões sem resposta. Eu apenas continuo olhando para o teto do quarto escuro, com as mãos dando apoio sob a minha cabeça deitada, esperando que, talvez, o sono me atingisse em breve. Sem razão em especial, a correria causada pelos Mightyena não me causou sequelas em relação a fatiga. Meu corpo não apresentava cansaço ou sono algum.

– No que está pensando tanto? – Ouço o loiro perguntar. Viro a cabeça em sua direção, encontrando o seu olhar fixado no meu. Mesmo conseguindo enxergar apenas sua silhueta com a luz da lua cheia que era emitida pela janela, eu conseguia notar seus olhos presos em mim.

–... Não estou pensando em nada. Só estou sem sono. – Respondo, olhando novamente em direção ao teto. Ele solta um grunhido.

– Não é isso que seu olhar e sua voz expressam. – Fico relativamente surpresa. Não imaginei que ele fosse do tipo de pessoa que conseguisse enxergar através das palavras ou das janelas da alma. Poucos dos meus amigos ou pessoas próximas são acostumados á isso, e acham besteira ou frescura minha. Mas é um fato, meus olhos e meu tom de voz sempre falaram mais que minhas palavras em si. Sorrio em sua direção.

– Sei lá, é que... Ás vezes eu tenho uns pensamentos loucos. Eu imagino como eu estaria agora, se não tivesse seguido certos rumos na minha vida. Por exemplo, se eu não tivesse conhecido Jasmine, ou algum dos meus outros amigos. Como eu estaria?

– Estas são perguntas sem respostas da vida. Nunca saberemos. – Ele fecha os olhos, respirando mais intensamente. Observo o sorriso em sua silhueta. Um sorriso sincero. – Mas você se arrepende de alguma dessas coisas?

– Não, eu acho. Quer dizer, de um jeito ou de outro, as escolhas que eu fiz vão influenciar no futuro. Então só saberei se me arrependi quando a consequência chegar.

– Ou talvez já tenha chegado e você não tenha notado. – Olha-me de canto, sorrindo. Observo-o, intrigada, como se perguntasse a ele “Como assim?” – Pense bem: Só o fato de você ter conhecido a Jasmine, só por seguir este caminho, já te fez seguir e desviar de tantos outros caminhos diferentes!

– Tem razão. – Suspiro. - Mas... Se temos um futuro predestinado, como podemos fazer nossas próprias escolhas?

– Bem... Eu acredito que todos têm um objetivo na terra. – Diz, em voz calma. – Entretanto, o modo como você vai alcançar esse objetivo é influenciado por cada escolha que você faz, e cada palavra que você diz... Entende?

Dou uma risada baixa. Seu modo de pensar era realmente inteligente. É como se ele abrisse minha mente com suas palavras e justificasse minhas dúvidas. Enquanto nossas silhuetas iluminadas pela luz lunar trocavam olhares, toco suavemente seu rosto, sentindo-o aquecer brevemente.

– Sábias palavras, loirinho.

Ele dá uma risadinha discreta, como se estivesse constrangido.

Passo alguns curtos minutos refletindo no que ele me dissera, enquanto meu olhar sem rumo passeava por todos os cantos do quarto. De certo modo, o que Morty falou em relação á Jasmine era completamente certo. Se eu não a tivesse conhecido, eu provavelmente não teria conhecido Falkner, Erika, e nem até mesmo o próprio loiro. De fato, tenho mais dívidas com ela do que eu imaginava. Um sorriso inexpressivo surge em meus lábios.

– Morty, você... – Viro-me em sua direção entre minhas palavras, vendo seus olhos fechados, respiração tranquila e face serena, por ter se entregue ao sono. Estico-me para dar-lhe um beijo calmo na testa, que faz surgir um sorriso em seu rosto calmo. – Boa noite, Senhor Ecruteak.

Continuo mantendo meu olhar sem rumo em volta do quarto por um longo tempo até o sono me atingir de supetão, e eu finalmente me pôr a dormir.


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Notas finais do capítulo

Yaaaaaaaaaaaaaay! :3 Eu curti escrever esse cap ^.^ Acho que procedeu :3 Espero que tenham gostado ^.^ Até quinta/ sexta, cupcakes de guaraná! AYE!!!



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