Another Selection escrita por Enthralling Books


Capítulo 3
A quase selecionada


Notas iniciais do capítulo

Hey, dears.
Desculpem a demora. Minhas aulas começaram e, logo de cara, recebi quatro trabalhos para fazer. Como recompensa pela demora, hoje tem mais um capítulo além deste.
Enfim, os comentários caíram. Sei que eu disse que não exijo comentários, mas a fic está no início e é importante vocês dizerem o que acham dela, pra eu saber se vale a pena.

Acho que é só isso. Aproveitem o capítulo.



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Depois da minha noite mal dormida, apenas me restou ficar tocando violino até a hora em que minhas criadas aparecessem para me acordar. Estava sentada numa poltrona vermelha que arrastei do quarto para a sacada, deixando que a paisagem acrescentasse ainda mais sentimento às notas que fluíam a partir dos meus dedos e, sem perceber, já tinha uma plateia. Assim que acabei de tocar pela sétima ou oitava vez, ouvi aplausos atrás de mim e me virei, dando de cara com minhas três criadas.

Sorri e fiz uma reverência profunda enquanto elas riam e aplaudiam.

– A senhorita tem muito talento. É incrível! – Lucy disse com os olhos brilhando.

– Obrigada. Treinei durante a vida inteira, alguma coisa eu tenho que saber. – Ri enquanto elas me acompanhavam.

– Tudo bem, tudo bem. A senhorita precisa se arrumar para o café. – Anne sorriu e foi escolher um vestido para eu usar.

– Vamos ter que fazer mágica com a maquiagem. – Mary percebeu se aproximando e examinando meu rosto, assustada com as minhas prováveis olheiras – O que aconteceu?

– Eu não consegui dormir e fiquei matando o tempo na banheira e depois na sacada. – Disse, gesticulando e torcendo para que elas não me perguntassem a causa da insônia. Elas são boas garotas e sinto que seremos amigas, mas esse assunto é simplesmente demais para mim.

Elas se entreolharam, mas por fim deram de ombros e não fizeram mais perguntas.

– Ouvi dizer que as primeiras Selecionadas vão chegar em poucas horas. – Lucy comentou, depois de um longo tempo em silêncio. Isso pareceu chamar atenção das outras duas enquanto eu fiz um esforço para não revirar os olhos, mas acho que minha careta colocou tudo a perder.

– Qual é o problema, senhorita? – Mary perguntou.

– No momento, vocês me chamando de senhorita. Já disse que podem me chamar de Meri. – Fiz minha expressão de brava.

– Mas...

– Sem mas, Anne. Se alguém vier cobrar de vocês, mande vir falar comigo ou diga que foi uma exigência minha ou sei lá.

Anne suspirou claramente contrariada, mas assentiu. Ficamos em silêncio por meros dois segundos antes que Mary se lembrasse do assunto.

– Então? A senh... Você não respondeu minha pergunta.

– Não tem o que responder, é só que eu acho tudo isso meio sem sentido, sabem? Quero dizer, as Selecionadas sabem que o que está em jogo é a coroa, a riqueza, a fama... Elas podem ser de um jeito com o príncipe e de outro jeito sem ele. Não há nenhuma garantia que ele vai conseguir conhecer de verdade a garota que vai ser nossa futura rainha. Esse espetáculo todo é ridículo. – Disse a causa de parte da minha irritação contra a Seleção. É claro que não podia dizer que tudo o que tem a ver com o príncipe me irrita.

Elas ficaram sem saber o que dizer por um tempo, mas depois Lucy respondeu timidamente.

– Bem, a rainha Amberly veio de uma Seleção. Não deve ser assim tão ruim.

– Eu acho que isso vem das moças, não da Seleção em si. Só nos resta torcer para que o príncipe tenha sorte com as selecionadas dele. – Mary acrescentou.

O café da manhã passou como um borrão e, da família real, apenas a rainha estava presente. O que quer que esteja ocupando ao rei e ao príncipe deve ser importante pra fazê-los perder a segunda refeição consecutiva.

Essa visita ao palácio estava sendo um verdadeiro tédio. Eu só via Ahren e Lord Joseph durante as refeições e, muito de vez em quando, esbarrava com a rainha em algum corredor. Como se não bastasse, também não podia ficar no Salão das Mulheres, porque as selecionadas começaram a chegar e eu queria evitar o máximo possível meu contato com elas. Durante o dia, ou eu ficava tocando violino no jardim, ou jogando cartas com as minhas criadas.

– Vocês estão estranhas. – Disse, enquanto fazia uma jogada – O que aconteceu?

– Nada. – Lucy suspirou – Não aconteceu nada.

Franzi as sobrancelhas e antes que eu pudesse perguntar o que ela queria dizer com aquilo, Mary fez outro comentário vago.

– As selecionadas já chegaram.

– Isso já sabíamos. O que tem demais? – Perguntei ainda confusa. Anne bufou, aparentemente irritada com Mary e Lucy e me explicou a situação inteira.

– Existem vários tipos de criadas. As que são direcionadas para as selecionadas, são as mais bonitas e capazes. É uma honra ser a linha de frente, sabe? É como se elas representassem a beleza da própria Monarquia.

– E vocês queriam estar entre elas. – Concluí, entendendo onde elas queriam chegar.

– E nós queríamos estar entre elas. – Lucy confirmou.

– E por que não estão?

– Porque armaram pra gente, só por isso. – Mary explicou com uma voz irritada como eu nunca tinha ouvido antes.

– Quem? Por que fizeram isso?

Ignorando a minha primeira pergunta, Anne desatou a explicar o que tinha acontecido.

– Silvia, a senhora que cuida de basicamente tudo aqui no palácio, fez uma espécie de teste para as criadas. Nós fomos divididas em trios e cada trio deveria arrumar um manequim como se estivesse arrumando uma selecionada para um jantar no palácio. Nós três fomos para o meu dormitório para trabalharmos lá com privacidade e, quando terminamos, nosso manequim ficou parecendo uma verdadeira princesa. Deixamos o manequim por lá mesmo e voltamos ao nosso trabalho enquanto esperávamos dar a hora para nos apresentarmos à Silvia, mas, quando fomos buscá-lo, ele estava simplesmente destruído.

– Que coisa horrível! – Exclamei realmente abismada com aquilo. – Vocês sabem quem fez isso?

– Não temos certeza, mas achamos que foram as criadas direcionadas para a selecionada de Carolina. – Lucy confessou timidamente.

– Bom, temos que fazer alguma coisa.

Elas olharam para mim com uma expressão de dúvida, mas meu olhar determinado pareceu animá-las.

– O que? – Mary perguntou curiosa.

– Eu tenho um plano. Hoje as Selecionadas irão ficar o dia inteiro no Salão das Mulheres e jantar no próprio quarto, certo?

– Certo. – Responderam em uníssono, esperando eu continuar.

– Então faremos o seguinte: vamos ter o nosso próprio dia de beleza aqui no meu quarto e, amanhã de manhã vocês me arrumam para o café da manhã como se eu fosse uma selecionada... Não! Como se eu fosse da realeza. Eu tenho a vantagem de sentar junto com a família real. Vamos deixar as Selecionadas com inveja e eu aposto que amanhã mesmo a Silvia aparece por aqui pra falar com vocês.

Bem, não era “Oh! Que plano perfeito, maravilhoso, tudo de bom!”, mas isso faria com que elas tivessem seus quinze minutos de fama entre as outras criadas. Talvez trinta.

A animação exagerada que elas demonstraram em seguida quase me fez desistir. Não é como se eu fizesse o estilo boneca, mas acho que eu consigo passar por isso.


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Notas finais do capítulo

Eu sei... Não aconteceu muita coisa neste capítulo, mas tenham paciência. Ele é extremamente importante para a continuidade da estória. E para as ansiosas de plantão (temos algum garoto lendo isso?), no próximo teremos a ilustre presença do príncipe de Illéa por aqui.

Espero por vocês nos comentários e volto daqui a pouco.
Beijos.



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