O legado dos Magos escrita por O esquecido


Capítulo 2
O pergaminho


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas chegou... Primeiro capítulo da saga galera! Espero que gostem! xD



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O assassino parou com a adaga a um milímetro do pescoço do rei.

Nulfrid ficou de olhos arregalados, com os lábios secos e mal conseguia respirar. Uma lança de gelo perfurava as costas do atacante, enquanto Durac se aproximava lentamente.

–Muito... Obrigado. – Pronunciou o rei.

–Não foi nada, majestade. – Respondeu o mago com um sorriso abafado.

–Mas infelizmente...

Foi depois dessas palavras, que Durac viu a mão esquerda do assassino, com uma adaga de ferro, perfurando o abdômen de Nulfrid.

–Pelos Deuses, não pode ser! – Gritou o mago enfurecido.

Durac agarrou as costas da armadura do mercenário e o arremessou longe, tendo assim certeza de que ele estava morto.

O rei caiu no chão de repente, com sua pele ficando mais pálida e sua respiração ofegante.

–Não! Você não pode morrer agora! – Gritou novamente.

–Me desculpe, amigo... – Murmurou o rei.

Durac preparou da mais forte magia de cura que ele tinha. Juntou quase toda magia de seu corpo, mas quando foi lançar o feitiço, uma onda de guerreiros vestidos por uma armadura negra invadiu o local. Guardas surgiram para o combate, pois descobriram que o primeiro assassino era apenas uma distração para saírem de dentro do castelo. Comandante Clark lutava bravamente à frente dos guardas, porém a onda de atacantes atravessou a barreira defensiva e chegou ao mago. Durac fez uma barreira magica em volta dele e do quase falecido rei, impedindo o ataque, depois conjurou três golens da tempestade para ajudá-lo. Os golens eram gigantes e derrubavam seis ou sete guerreiros com um golpe. O mago recuava o mais rápido possível, e lançava pequenas ondas de energia para Nulfrid continuar vivo.

Os golens caíram depois que milhares de assassinos entraram no local. O poderoso feiticeiro estava encurralado, mas manteve a barreira com pouco esforço. Repentinas flechas foram lançadas contra a barreira, e ela estava finalmente quebrando.

Quando rapidamente, a barreira quebrou como cacos de vidros, mas o mago foi ágil e jogou uma gigante esfera de fogo contra a multidão, causando uma gigantesca explosão.

Depois que o pó se espalhou, um guerreiro investiu contra o mago, que foi lançado a parede após levar uma pancada pelo escudo do mesmo.

Caiu e cambaleou um pouco. Quando sua visão retornou ao normal, viu o grande homem carregando Nulfrid no ombro. O mago logo levantou uma parede de pedras em frente ao oponente.

–Como ousa me desafiar?! – Falou o guerreiro.

–Cale-se! Solte-o agora! – Gritou Durac

O feiticeiro lançou diversas magias destrutivas contra o guerreiro. O lutador estava fraco, e então pediu reforços, mas era inútil devido a barreira de pedras altamente poderosa.

A magia de Durac estava acabando, pois tinha que conter a barreira e atacar. Quando o lutador acertou um golpe de leve no ombro, o mago se desconcentrou e a barreira foi ao chão.

Guardas e assassinos lutavam insanamente. No meio do tumulto, o corpo do rei havia sumido. Durac procurou mas não encontrou nem vestígios do rei, apenas um pedaço de sua túnica vermelha e sua coroa.

Comandante Clark abateu o guerreiro que lutou contra o mago, mas o corpo do rei já estava longe dali, tudo que pode encontrar foi uma carta selada por magia, ou seja, só magica poderia abri-la.

–Deixe-me ver isso. – Falou o mago.

Pegando a carta, analisou que aquele selo era diferente de outros que ele já viu. Era uma marca negra, que emitia um poder surpreendente e devastador, que só de pensar em abrir o mesmo, sua mente sofria uma dolorosa dor.

–Ficarei com isso. Até que desvende o mistério por trás disso, não quero que ninguém se machuque tentando.

O chefe da guarda concordou com Durac, e seguiu para sala do Conselheiro do Rei.

Chegando lá viu que o homem tinha sido atacado e rapidamente correu para ajudá-lo.

Deitado no chão coberto por livros com sangue, tinha consciência, mas não conseguia se mover muito. O ataque tinha sido pior do que o comandante pensava. As estantes estavam derrubadas e o escrínio estava tombado no chão, parcialmente destruído.

Guardas ajudaram o Conselheiro levantar-se.

–Se não fosse meu pouco conhecimento de magia, estaria morto. – Falou Snul, com sua voz rouca.

–Você sabe que perdemos o ataque e também sabe que estou aqui para perguntar sobre o trono. Nós precisamos anunciar um novo rei em breve, e você é o responsável por revelar o próximo lorde dessa cidade. Em pouco menos de duas horas, cidadãos aparecerão a frente desse castelo. Não podemos deixá-los sem um rei. E com certeza vão reclamar da segurança de Summer Watch, e não vai adiantar falar que eles portavam uma magia desconhecida, pois a fúria está tomando conta deles no momento. – Pronunciou o general da cidade, com uma expressão séria.

Snul ficou em silêncio por um momento, pensando na resposta adequada, afinal, tudo estava nas mãos dele naquela hora.

–Bom... Estou ciente da situação. Não vou permitir uma rebelião no momento, pois seria devastador. A primeira pessoa que tenho a indicar é você, Comandante Clark. Você tem toda a sabedoria de um mago, toda audácia de um guerreiro, e toda a astucia de um sutil arqueiro. Ninguém é vivo da família do rei, por motivos que você sabe. Então, aceite meu pedido e não se preocupe com sua posição atual, Dourous pode assumir esse cargo, afinal já liderou muitas tropas em sua ausência e já lutou em outras guerras entre cidades, além de ser o melhor ferreiro da região. Aceite, por favor. – Falou o Conselheiro, apresentando dificuldades na fala devido aos ferimentos.

–Eu... Aceito sua proposta, com toda honra. Não tenho como dizer não, e também não sei palavras para uma proposta tão importante.

***

Durac estava em sua casa, na sala onde se preparava para ler o pergaminho. Se sentia preocupado pois nunca sentiu tanto poder vindo de um pedaço de papel.

‘’ É agora.’’ Pensou para si mesmo. Logo depois, fechou seus olhos, concentrou seu poder mental ao máximo, e direcionou as mãos ao pergaminho. Uma aura esbranquiçada pairou sobre o local. Durac não se movia, apenas escutava estranhas palavras em sua cabeça, indecifráveis conjuntos de letras desconhecidas que de certa forma machucavam o pensamento do mago.

Sua cabeça estava trancada em um transe, que parecia impossível de se libertar.

–O que procura? – Dizia uma voz igual a dele.

–Eu não sei. – Respondia o homem.

–Por que procura?

–Eu não sei.

–Onde procura?

– Não sei.

–No fim, verá que sua busca trará a dor daqueles que você ainda não considera.

O feiticeiro estava perdendo a consciência, não conseguia se livrar daquilo. Sem saber, não podia controlar o que fazia.

E de repente, seu corpo despencou no chão, e voltou a ser quem ele era antes.

Após levantar, a névoa branca dispersou-se e o pergaminho permanecera fechado. Não se lembrava do jogo mental que acabou de acontecer. Se sentia confuso demais para pensar. Saindo do quarto foi beber um copo de agua fresco. Abriu as janelas de mármore para receber a brisa leve da cidade. Sua casa era simples, feita mármore polido. Era fresca e agradável, e foi montada assim justamente para realizar seus experimentos.

O mago saiu de casa e se direcionava ao castelo. A cidade estava danificada, e o povo gritava de raiva.

Durac foi perdendo a visão enquanto se aproximava do castelo. Seu movimento ficou cansado, seu corpo pesado, até que caiu no chão e desmaiou por completo.

– Lembre-se. Foco. Saber. Poder. O que procura? – Disse a voz novamente.

–Eu não sei. – Repetiu Durac, com calma.

Pessoas se aproximaram do mago com cuidado, sem saber o que fazer. O homem estava empalecido. Murmurava palavras embaralhadas que ninguém compreendia.

O povo chamou Dourous para ajudar o magico. O forte homem de cabelos longos e castanhos claros, que trajava uma camisa branca de algodão e botões na gola. Usava botas negras e uma calça marrom escura de couro. Mantinha uma espada de metal embainhada para ocasionais caças.

O ferreiro da cidade levantou o mago no meio da multidão, e pediu para que todos abrissem caminho o mais rápido possível.

Chegando ao castelo, estavam Snul e Clark no hall principal, debatendo assuntos diversos. Quando viram Durac nos braços de Dourous, ficaram espantados devido ao estado do mesmo.

–O que aconteceu?! – Perguntou o atual rei, Clark.

–Ninguém sabe ao certo. Apenas que ele estava estirado no chão a pouco tempo. – Falou o ferreiro com sua voz forte.

–Deixe-me examina-lo. – Falou Snul, com seriedade.

Levaram Durac até a sala de hospedes do castelo, colocaram-no numa cama, e o Conselheiro começou a examinar o homem.

Quando Snul colocou sua mão sobre a cabeça do mago, seu corpo começou a suar e a sua respiração ficou ofegante.

Clark tentou separar a mão de Snul, mas não conseguiu, pois o homem girou e acertou uma magia de fogo na barriga do comandante, que foi arremessado a parede.

Dourous desembainhou sua espada e recuou.

–Está bem, General?! – Perguntou confuso.

Clark levantou-se rapidamente e ficou preparado para batalha.

–Sim, estou. Mas o que está acontecendo?! – Indagou o comandante.

–Paz... Vida... Nada mas existirá! – Gritou Snul, que agora estava possuído por uma força misteriosa e poderosa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Então o próximo será ainda melhor! :D