Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 9
Capítulo 9 - Doce Aroma Infernizante


Notas iniciais do capítulo

Yoo, pessoas, olha quem voltou?? EOOLLL o/
Tentem não me matar, pfv, ontem foi meu aniversário! Sim, ontem foi meu aniversário (eeeebaaaa - sqn)!
Vamos cantar os parabéns pra mim?
Parabéns para Milla, nessa data querida, muitas felicidades, Muitos anos de vidaa eehhh
Agora o com quem será?
Com queem seráa? Com quem será que a Milla vai casar? Vai depender, vai depender se o Johnny Dep, Kaname, Zero, Edward, Lestat, Damon, Sebastian, Mu, Asmita, Will H., Jace L.... ok, chega, a lista vai ser infinita kkkk
Beem, o capítulo de hoje começará com uma breve narração de Zero para explicar alguns detalhezinhos sobre o pq Hime extrai o pior dele (hehehe).
Agora chega de enrolação!!!
*Boa Leitura*



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*Zero*

Não tinha uma resposta para o porquê de eu ainda concordar em ser caçador com todas as circunstâncias; matar meus semelhantes e ver meu destino estampado em seus rostos desfigurados a desfalecerem com as balas de minha arma. Com um suspiro depreciativo, olhei os três vampiros Nível-E estirados aos meus pés, o trabalho que eu viera fazer já terminado – e eu sabia desde o início que não duraria mais que algumas horas para localiza-los e mata-los.

Passei por cima de um dos corpos moribundos, caminhando para fora daquele condomínio, perguntando-me o porquê de eu ser tão covarde por estar fugindo de uma garotinha tola e fraca; e tão egoísta por saber o risco que ela corria como Guardiã e mesmo assim por em primeiro lugar os meus problemas – mas a resposta era óbvia, e mesmo que eu a odiasse, ela existia e era cruel e inegável. Eu representava um perigo muito maior a ela do que todos aqueles vampiros, afinal eu não passava de um Ex-Humano destinado a decair e se tornar mais uma das pragas da qual os caçadores da Associação, ordenadas pelo Conselho, tinham a obrigação de exterminar – era quase uma piada mórbida eu, caçador da Associação, seguindo a tradição familiar, estar destinado a virar aquilo que mato.

E eu sabia que estava começando a perder o controle de mim mesmo, e o cheiro dela não estava me ajudando em nada.

O aroma do sangue de Hime infestava a casa inteira, e em algumas noites eu me pegava caminhando involuntariamente para a porta de seu quarto. Nos primeiros dias, era um caso de “sonambulismo” no qual eu acordava quando estava prestes a invadir seu quarto; mas depois de um tempo começara a sofrer quedas de consciência, e em uma dessas, me peguei a beira de sua cama, os lábios muito próximos de seu pescoço pálido e fino.

Mas a pior de todas eram as madrugadas em que o cheiro doce e atraente de seu sangue me fazia agonizar a noite inteira com a já conhecida dor lancinante na garganta, como se um espeto quente estivesse sendo enfiado em minha garganta – e podia até sentir meus olhos se revezando entre a cor vermelha e ao lilás habitual. E mesmo quando eu estava desperto e com meu corpo sob meu controle, aquele desejo de suga-la até a última gota me perturbava todos os dias e todas as horas, a cada mísero segundo. As pastilhas de sangue, que antes já não adiantavam de muita coisa, agora não conseguiam conter a ardência excruciante.

Assim que o Conselho, com indicação da Associação, enviou-me uma carta com um pedido expresso desse trabalho, vi uma oportunidade de fugir daquela casa, tirar férias daquele doce aroma que me dava água na boca.

Precisava passar uns dias longe de casa, longe dela; ou senão estaria perdido.

Hime estava me deixando muito perto de decair.

*Hime*

Se o território do Dormitório da Lua durante a noite já me dava arrepios quando tinha a assistência de Zero, sem ele era tudo muito pior – o que era antagônico ao levar em conta como eu me sentia com sua presença.

O lugar me parecera sombrio, como se eu estivesse vagando ao redor de um cenário de filme de terror, e a minha imaginação não estava me ajudando em nada. Assustava-me com qualquer barulho, até com os que eram causados por mim; e sentia-me observada por alguém escondido entre as árvores que circundavam a área. Toquei involuntariamente em Red Promises, a bela adaga com o cabo em marfim lapidado – ganhara de presente de Kaien para me proteger caso necessário, o que comprovava que nem o próprio diretor tinha certeza sobre seus planos pacifistas. Permiti que meus olhos sondassem o espaço ao meu redor antes de continuar a caminhar.

Sentia-me culpada pela minha explosão com o albino aquela manhã; e mesmo que eu estivesse nervosa graças às provocações idiotas dele, não me dava o direito de julgá-lo e provoca-lo com sua maior ferida.

Zero era um grande enigma para mim, e quanto mais eu o questionava, mais dúvidas apareciam para me atormentar a mente – e nem sempre ele estava com paciência para recebê-las.

Soltei um suspiro frustrado e senti minha barriga roncar com a fome, dando seu ar da graça na hora errada.

Durante o almoço, logo após a prova que eu não servira de qualquer ajuda para Naomi, ficara revirando o conteúdo em minha bandeja com o hashi, tentando sobreviver ao turbilhão de pensamentos, o sentimento de culpa criando um bolo em meu estômago que me impedia de levar qualquer alimento para a boca. Naomi tagarelava sobre como a minha cena do dia anterior com Kaname repercutira pelo colégio, e que algumas garotas do fã-clube do Líder do Dormitório da Lua estavam “verdes de inveja” por minha sorte inestimável.

– Mesmo que eu não me interesse pelo Kaname, – disse Mitsuo, ajeitando seu cabelo negro arrepiado pelo reflexo de seus óculos espelhados, que estavam com Naomi – considero-a uma sortuda e uma azarada ao mesmo tempo. Mas desde que você não se envolva com o Aidou Hanabusa, poderá sobreviver até o fim do ano.

Ergui os olhos de minha comida, confusa e subitamente interessada na conversa.

– Aidou Hanabusa?

Naomi virou o rosto para mim, deixando Mitsuo sem seu espelho inesperadamente; a boca do rapaz se retorcendo em uma linha chateada.

– Não tem como não nota-lo, Hime. Ele é um loirinho exibido da Night Class. – explicou a ruiva com um sorriso pequeno, sem sequer notar a reação de Mitsuo – As garotas do colégio são loucas por ele, em sua maioria. Estaria morta se me ouvissem falar dele desta forma.

Lembrei-me do garoto loiro que apontava o dedo em forma de arma para as garotas enquanto lançava piscadelas, e quão difícil ele tornara o trabalho de conte-las – era desanimador ponderar que sem Zero, eu provavelmente seria pisoteada.

– É até muito conveniente à pronúncia de seu nome se assemelhar com a palavra inglesa “Idol”, não acha? – falou Mitsuo, enquanto se debruçava sobre a mesa para obrigar Naomi a virar o rosto para ele, que estapeava suas mãos.

Balancei a cabeça concordando e fingindo não notar a cena que meus colegas faziam.

Logo perdi o interesse no assunto, e um pensamento sobre o que Zero estaria fazendo naquele momento me assaltou a mente.

Cogitei com um sorriso que ele poderia estar deitado em algum quarto de hotel a olhar para o teto, permitindo-se divagar sobre seus misteriosos assuntos dos quais ele nunca compartilharia.

“Se Zero e eu fossemos pessoas normais, ambos teríamos celulares e eu teria a oportunidade de mandar uma mensagem de texto pedindo-lhe desculpas”, eu pensei. “Mesmo que muito provavelmente eu fosse receber uma resposta amarga”.

– O que há com você, Hime? – inqueriu Naomi, tirando-me de meus devaneios – Você parece preocupada com alguma coisa.

Fiquei tensa e envergonhada, pois não havia percebido o quão óbvio eu estava deixando minha frustração, que por sinal era muito idiota. De que me importava o que aquele ser grosso e irascível estava fazendo? E de quem era realmente a culpa de eu ter explodido? Dele!

Naomi estalou os dedos na frente de meu rosto, e eu a olhei com olhos esbugalhados, sentindo-me um tanto perdida e constrangida por ter me distraído novamente. Remexi-me sob seu olhar perscrutador e cocei a parte de trás da cabeça nervosamente, forçando um sorriso.

– Ah, n-não é nada – gaguejei.

Naomi analisou meu rosto por alguns instantes, desconfiada, antes de perder a luta para Mitsuo, que conseguiu ter seu espelho de volta; a ruiva dizendo que o rapaz era um “metrossexual irritante”, o que iniciou uma discussão hilária.

Fitei o céu estrelado que cobria o território sombrio do Dormitório da Lua, um pequeno sorriso aparecendo em meus lábios ao lembrar-me da cena de meus amigos no refeitório.

– Está uma belíssima noite, não acha? – ouvi uma voz masculina melódica e calma me dizer.

Com a mão segurando o cabo da adaga escondida em meu blazer, virei-me a tempo de ver um sorriso suave nos lábios de Kaname Kuran, que estava parado a mais de quatro metros.

Soltei um suspiro aliviado, surpreendendo a mim mesma por não o temer – pelo menos com aquela distância entre nós. Retirei a mão de minha arma e ajeitei meu uniforme.

– Ah... Olá, Kaname. – forcei um sorriso que deve ter sido pavoroso e nada natural – Você me assustou.

Ele caminhou calmamente em minha direção com uma graça invejável; e cada passo mais próximo aumentava o ritmo de meu coração, espalhando o temor pelas minhas veias e todas as terminações nervosas, como um veneno.

– Olá, Hime – ele disse educadamente, parando a uma distância que eu considerei segura. – Não precisa ter medo de mim.

A frase fez algo estalar dentro de mim, que endureceu meus órgãos e minha expressão. Ergui o queixo, tentando parecer mais confiante do que realmente estava.

– Eu não estou com medo de você – objetei com teimosia.

Um sorriso torto apareceu em seus lábios perfeitos, o olhar sondando-me o rosto atentamente com ligeira diversão, o que me deixou desconfortável.

– Você é uma garota corajosa. – concluiu, apreciativo.

Arqueei uma sobrancelha.

– Mas você não tinha acreditado que eu o temia?

– E você teme, Hime. Posso ouvir seu coração acelerado, o aroma de seu medo no ar misturado ao de seu sangue...

A menção de meu sangue fez meu couro cabeludo espinhar e meu sangue gelar, me tornando hiperconsciente de meu pescoço e pulsos.

– E isso está te dando fome?

Kaname riu como se eu houvesse contado alguma piada, e então sacudiu a cabeça em negativa. Quase me derreti com o alívio.

– Pelo menos não a mim... – acrescentou sugestivamente.

Minha cabeça se inclinou um pouco para a esquerda, confusa.

– A Night Class já retornou ao dormitório.

A surpresa fez uma passagem breve em meu semblante. Engoli em seco e olhei para o dormitório a minha esquerda, uma cena muito assustadora passando por minha mente, estrelando os alunos da Night Class – eles se assemelhavam aos vampiros Nível-E, com olhos vermelhos e expressões animalescas a farejar meu sangue.

– Não desejo assusta-la, – Kaname disse, atraindo minha atenção – mas seu aroma é… tentador.

Dei um passo para trás, atônita, um movimento involuntário proveniente de meu reflexo; meu coração tropeçando e disparando.

O belo rosto de Kaname se metamorfoseou em uma expressão aparentemente culposa.

– Não precisa me temer, Hime... Eu só vim para conhecê-la e avisa-la que não precisa mais perambular sozinha neste frio.

Fiz uma careta confusa, a curiosidade sobrepujando qualquer outro sentimento.

– Me conhecer? Por quê?

Era um argumento difícil de engolir, levando em conta que ele – pelo que notei e soube – não tinha o costume de trocar palavras com alunos da Day Class, mandando representantes em seu lugar – o mais comum sendo o famoso Aidou Hanabusa. Além do mais, eu era uma novata magrela e desinteressante; o que o Príncipe Charlie dos vampiros iria querer comigo?

– Estava curioso sobre você... – ele explica calmamente, caminhando com a mesma elegância, e dessa vez eu não recuei.

Corei copiosamente com suas palavras, sentindo meu estômago dar um nó – não é todo dia que um cara bonito te diz que tem curiosidade sobre você, então tentem me entender.

“Já que caras bonitos como ele que você tem contato é apenas certo albino ranzinza”, uma parte rebelde de meu cérebro zombou.

Kaname parou a distância de um braço, e de onde estava podia sentir o aroma inebriante que vinha dele – não era algum tipo de colônia, era algo que pertencia somente ao Sangue-Puro.

– C-curioso sobre mim? – questionei, incrédula.

Os olhos de Kaname eram suaves e gentis, mas atentos de uma maneira desconcertante, absorvendo cada detalhe.

– Na verdade, todos os outros estão. – ele admitiu – Todos ficaram sabendo sobre o que aconteceu com a aldeia Lunier, e que você é a única sobrevivente...

– Vocês conhecem Lunier? – inqueri, curiosa e esperançosa, dando um passo em sua direção.

Ele sorriu e assentiu.

– Todo vampiro conhece os locais onde não são bem-vindos, e Lunier é um desses lugares.

Engasguei com a surpresa.

– Quer dizer que o povo da aldeia sabia sobre os vampiros? – inqueri com os olhos muito abertos.

– Sim, Hime. Se auto titulavam uma aldeia por serem quase emancipados do estado, vivendo por conta própria. Se você era de lá, também era uma puritana que detestava vampiros.

Franzi o cenho com dissabor.

– Puritana?

Minha expressão e o que disse o divertiram, pois Kaname estava lutando contra um sorriso.

– Era uma sociedade vegetariana, – explicou com humor – onde eram proibidas celebrações, música; e acreditavam que nós, os vampiros, somos demônios.

– Uma piada cósmica os demônios terem os dizimado – ouviu-se uma voz atrás de Kaname.

Olhei por cima de seu ombro, tendo que ficar na ponta do pé, e vi uma garota de cabelos loiros e porte de modelo caminhando até nós.

– Um comentário bastante insensível, Ruka. – Kaname repreendeu com superioridade. – Principalmente com nossa monitora, já que eram sua família e amigos.

Ruka dirigiu seu olhar indolente para mim brevemente, uma análise rápida, então descartou, voltando sua atenção ao líder do dormitório.

– Sinto muito, mestre – ela disse, fazendo uma reverência.

Kaname olhou o gesto sem se abalar, embora eu estivesse surpresa com o nível de respeito que o Sangue-Puro tinha. Seria assim com todos os outros?

– Não é a mim que deve desculpas, Ruka, – falou Kaname, tranquilo e impassível – mas a Hime – e gesticulou em minha direção.

Ruka voltou-se para mim, seu olhar não expressava qualquer sentimento que eu pudesse categorizar como “culpa” ou “arrependimento”.

– Minhas sinceras desculpas, Hime. – e assentiu para mim.

Nada mais que palavras... Eu sei que ela não sente muito.

– Tudo bem. – respondi com um dar de ombros.

– O que há, Ruka? – Kaname quis saber.

– É o Aidou, mestre – Ruka explica calmamente – Ele está… – busca a palavra em sua mente – irrequieto com o cheiro de certo alguém – e balança a cabeça em minha direção. – O senhor tinha dito que a levaria para casa, mas o cheiro da garota continuava a infestar o dormitório; então vim para ver o que estava acontecendo.

Kaname solta um suspiro cansado.

– Porque você era a única interessada em o que quer que eu estivesse fazendo. – acrescentou Kaname friamente.

Uau, essa deve ter doído um pouco...

Ruka não disse nada, apenas mudou o peso para outra perna e desviou seu olhar para mim.

– Seu aroma é realmente muito bom. – ela ponderou – Me surpreende que tenha sido a única que sobreviveu, e não a primeira a morrer.

Estreitei meus olhos, não apreciando suas palavras.

– Muita gentileza de sua parte me dizer isso. – disse sarcasticamente. Descartei a vampira irritante e bonitona, e olhei para Kaname – Bem, eu vou indo para não virar a refeição de Aidou Hanabusa. Até algum dia.

Kaname sorriu delicadamente e acenou.

– Até.

Dei-lhes as costas e comecei a caminhar para a saída daquele território perigoso, antes da voz já distante de Kaname me deter.

– Hey, Hime – virei-me para ele, notando que Ruka já havia ido – Tome cuidado com o Zero.

E antes que eu pudesse perguntar por que, ele se virou e caminhou de volta para o dormitório.


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Notas finais do capítulo

A Ruka não pareceu gostar muito da Hime #SóAcho
Eaee, personas?? Oq acharam? Comentem o/ pq eu adoro reviews (Goxxtu Mutchoo)
E inté a próxima, amorecos