Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 38
Capítulo 38 - Demônio Loiro


Notas iniciais do capítulo

Eai, galerinha o/
Cá estou eu mais uma vez para postar um capítulo novinho em folha de mais um dia na vida de Hime Yagami... Na verdade, é o mesmo dia, então vocês me entenderam!
Enfim, agora eu devo agradecer as lindas que comentaram o capítulo anterior: Ayuno, Saky, Cni, Thamyres, Uchiha Taciane, Lily e minha mais nova leitora e integrante dessa grande facção, Hailang!
Bem, gente, os dias da nossa princesa na Academia Cross estão em contagem regressiva, então precisamos dar um momento de alegria para ela, com seu amigo Mitsuo... Mas será curto, porque hoje teremos a participação de ninguém mais e ninguém menos que Hanabusa Aidou o/ hehehe já podem imaginar a zoeira que está por vir :v
*Boa Leitura*



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As aulas do dia foram suspensas para que os alunos se dedicassem para a preparação final do baile que ocorreria no dia seguinte, um detalhe que eu não tinha a menor ideia até chegar a minha sala e ouvir o professor informando sobre isso.

Como de costume, assim que as palavras “baile” e “decoração” foram pronunciadas, Zero rumou para só Kami-Sama sabe aonde ele vai quando foge das aulas. Eu sabia que Zero não tinha qualquer interesse em participar das festividades escolares, e acho podia afirmar para mim mesma naquela altura do campeonato que em parte estava deprimida por experimentar a “paixão adolescente” nessa segunda vida (a desmemoriada) e não ser acompanhada por quem queria. Mas eu sabia que Kaname seria uma companhia incrível, mesmo que fosse muito errado eu continuar com esse plano de ir com ele – a verdade era que eu tinha esperanças de que alguém pudesse me salvar de ter meu coração despedaçado sempre que me permitia ser franca e baixar-a-guarda com Zero.

A decoração do salão estava realmente de encher os olhos!

Havia garotos pendurando brilhantes estrelas de isopor presas a fios de nylon no teto, meninas organizando onde colocar cada uma das pequenas árvores brancas que estavam rodeadas por piscas-piscas de luz branca, Naomi e as tietes estavam em um canto dando ordens para os meninos sobre onde pendurarem a enorme lua brilhante de isopor.

– Eu ainda não entendo porque Naomi está tão obstinada em te ignorar – disse Mitsuo as minhas costas, me assustando.

Coloquei uma mão no peito, tentando conter o mini enfarto cardíaco, e fulminei meu colega com os olhos. Eu estava um bocado paranoica com o mundo após Kira me avisar que era uma questão de tempo para Leigh aparecer no colégio e tentar me assar no espeto, então pessoas aparecendo de fininho estava no top três das coisas que me irritavam essa semana.

– Por Kami-Sama, Mitsuo, faça algum barulho para avisar que você está se aproximando.

Mitsuo não pareceu nem um pouco abalado com minha reclamação e o meu tom fulo, apenas abriu um sorriso travesso e disse:

– Sinto muito, Hime, mas não posso evitar os meus indiscutíveis talentos como ninja.

E então ele fez uma pose de luta completamente ridícula que ele achava que um ninja faria, e conjunto de um gemido estranho que mais se assemelhava a um lobo com diarreia, o que me arrancou boas gargalhadas – principalmente por ele não ter nenhuma inibição que o impedisse de fazer tal coisa em um lugar tão lotado quanto estava o salão.

Somente Mitsuo e seu senso-de-humor retardado para conseguir me fazer rir quando tinha minha vida virada de cabeça para baixo.

– Oh, sinto muito, Sexto Hokage da Aldeia da Folha. – Ironizei. – Não queria parecer desrespeitosa com o Grande Mitsuo.

Ele se empertigou e abriu um sorriso convencido, colocando as mãos na cintura em uma pose pomposa de super-herói.

– Está tudo bem, reles mortal, – brincou – você será perdoada desta vez. Mas enfim, como vão seus ânimos para toda essa babaquice? – E fez um gesto que abrangeu todo o recinto. – Deve estar ansiosa para uma dança coladinha com Kaname Kuran.

E então ele começou a dançar uma valsa com uma pessoa invisível, a face em uma expressão exagerada de prazer e serenidade que quase me fez rir outra vez.

Senhor, Mitsuo acordou atacado!

Segurei seu ombro, tentando faze-lo parar de dançar, pois estava começando a atrair muita atenção para si – os alunos ficavam lançando olhares estranhos para Mitsuo e dando risadinhas.

– Pare com isso, seu maluco! – Pedi, tentando segurar uma risada. – Eu ainda nem vi como é o vestido que Kaname me deu, não faço ideia do que fazer com meu cabelo ou que maquiagem usar... Na verdade, eu não tive muito tempo para pensar sobre isso.

Ele sacudiu a cabeça para os lados lentamente como se me considerasse uma decepção.

– Hime Kurosu vai ao baile com Kaname Kuran e não tirou sequer cinco minutos de sua vida para pensar em como ficar irresistível? – indagou, fingida estar incrédulo. – Mais que espécie de fêmea é você que vai com um dos maiores gostosos da Night Class e não se importa com o evento? Ele é um tipo único, com genes perfeitos para seus futuros filhos!

– Você tem uma mania incômoda de dizer essas coisas como se fossemos cavalos.

Ele ignorou o que eu disse, continuando a falar normalmente.

– Ou você está mais interessada em um certo albino rockeiro com porte de Lorde Inglês?

Eu não estava comendo e nem bebendo nada, mas eu consegui engasgar com ar e comecei a tossir compulsivamente.

Pelo Anjo, está tão na cara assim?

– Não morra, Hime, – pediu com um sorriso malicioso – eu não tinha ideia de que minha teoria estava certa, já que vive dizendo o quanto Zero é prepotente e insuportável... Na verdade, eu desconfiava que esse ódio não passasse de uma atração profunda e descontrolada pelo...

Eu não resisti à vontade de estapear Mitsuo. Eu já sabia que eu tinha uma atração profunda e descontrolada por aquela criatura estúpida e branquela, e aquele não era o melhor dia para me lembrar disso.

Mitsuo ficou tentando conter meus avanços com os antebraços ou tentando segurar meus pulsos, mas era em vão – na verdade, acho que ele não estava tão determinado a me impedir, vendo que ele não estava impondo muita força em seu agarre.

– Ai! Pare com isso, sua louca! – Exclamou, ainda não conseguindo me deter – Pelo amor, menina, você tem uma mão pesada. Você está tomando biotômico?

Parei de golpeá-lo imediatamente, sobressaltada, pois eu não estava usando um tico de força nos tapas, e mesmo assim o braço de Mitsuo estava vermelho como se eu tivesse tentando machuca-lo de verdade e não somente uns tapinhas de advertência.

– Está comendo espinafre, Hime? – Indagou Mitsuo, esfregando os locais avermelhados. – Tem mais força no punho do que um homem.

Oh, droga, estou mostrando minha anormalidade com evidência demais.

– E você, com quem você vai? – Tentei mudar de assunto. – Menino ou menina?

Dessa vez foi o Mitsuo quem revirou os olhos, mas quando ele abriu a boca para me responder, um grito masculino atravessou o salão, interrompendo-o e silenciando todos ali presentes em um nano segundo, fazendo-me enrijecer as costas.

– Hime Kurosu!

Oh, não... Pelo amor do saco plástico, de Raziel, Kami-Sama, Zeus e o que mais tiver... Diga-me que estou delirando.

Fechei os olhos bem apertados e levei uma mão para cobri-los, esperando que assim o grito se tornasse um delírio da minha imaginação, mas sabia que o mundo não funcionava assim.

– Deus, por que você me odeia? – Perguntei aos céus com uma voz chorosa.

Virei-me lentamente em direção à voz, temerosa, vendo o demônio loiro vestido com o uniforme da Night Class atravessar o salão de maneira elegante em minha direção, deliciando-se com minha expressão de angústia por estar acrescentando mais motivos para as meninas da escola não gostarem muito de mim.

Eu estava completamente certa que Aidou Hanabusa tinha uma alegria intensa em me perturbar e fazer com que as meninas da Day Class ansiassem por me estrangular por causa da minha suposta sorte – acho que depende do ponto de vista, já que para mim, tê-lo me chamando em um ambiente lotado e para todos verem era uma puta falta de sorte – e eu não estava exagerando quanto ao estrangulamento, pois já podia sentir os diversos olhares fuzilando minhas costas.

Aidou se aproximou de mim com um caminhar elegante e muito cheio de si, sua figura iluminando-se a medida que todos os olhares se dirigiam a cena que ele estava prestes a fazer – uns cutucavam os outros e apontavam para nós, já com um sorriso divertido nos lábios.

– Fiquei sabendo de um rumor que anda rondando a escola de que você está namorando Kaname – ele disse/acusou assim que parou a minha frente.

E eu penso, uau, consegui. Eu realmente consegui morrer de um derrame aos 17 anos de idade, mas quem diria que seria Aidou Hanabusa a desencadear esse mal em mim?

Se já chegou aos ouvidos do Hanabusa é uma questão de tempo até que Kaname saiba... Parece que inventar essa mentira para provocar Zero não foi muito inteligente.

– Eu não acredito que você está me trocando pelo Líder do Dormitório, Hime. – Ele dramatizou antes que eu tivesse chance de pensar em qualquer coisa, se eu obtivesse a capacidade de pensar naquele momento – E depois de todas as nossas juras de amor eterno? As promessas que fizemos? Os milhões de torpedos com “Ok”?

Ele realmente estava fazendo aquilo comigo na véspera do baile? Realmente estava fazendo aquele falso drama na frente de todo o colégio apenas para que eu fosse perseguida e atormentada mais uma última vez antes do ano letivo terminar? Estava atuando como se fossemos uma espécie de Hazel Grace e Augustus Waters do Japão?

Eu sabia que ele estava me zoando, assim como diversos alunos da Day Class, que riam as minhas custas, mas eu tinha minhas dúvidas sobre se as fãs dele estavam cientes.

– Aidou, você só falou comigo duas vezes em todos os meses que eu estou aqui. – Argumentei, tentando menosprezar nossa pseudo-relação. – Quase nem presto mais atenção em você.

Peguei a caixa cheia de enfeites aos pés de meu amigo, que babava descaradamente por Aidou, e tentei caminhar para longe daquele o mais rápido possível; mas aquele filhote de belzebu tinha pernas longas e conseguiu me alcançar muito facilmente – até demais para o meu gosto.

Para que me serve a minhas pernas longas se eu não consigo sequer fugir desses vampiros?

– Certo, espere! – Ele se virou e bloqueou meu caminho. – Nós dois sabemos que é impossível você não ter prestado atenção em tudo isso. – e gesticulou para si mesmo.

Eu arqueei uma sobrancelha para toda a sua autoestima, e ele abriu um de seus sorrisos encantadores que fez todas as meninas as minhas costas – e Mitsuo – suspirarem. Não vou dizer que eu também não fiquei desestabilizada, porque mesmo que ele fosse irritante, ainda parecia um anjo (só parecia), mas pelo menos fui mais discreta.

Conversar com Aidou era uma desgraça, na verdade, qualquer interação existente com aquele loiro demoníaco era uma desgraça, pois além de conseguir atenção demais de toda viva alma que estivesse por perto ou só de passagem, ele adorava fazer um show de horrores onde eu era a vítima.

– Nossa, Aidou, a humildade te mandou um abraço! – Comentei com humor.

– Deixo a humildade para as pessoas feias ou as tolas que não sabem aproveitar seu potencial. – Declarou, balançando uma das mãos com descaso.

Uau, acho que ele me chamou de feia... Ou tola...

– O que você quer de mim, Aidou? – Perguntei, cansada daquela perturbação. – Além de me insultar por minha humildade.

E o desgraçado se ajoelhou aos meus pés pela segunda vez na vida, suas mãos juntas como se fosse me implorar alguma coisa – e eu desejei com toda a minha alma que ele não fosse, que era habitual dele se ajoelhar em frente a garotas e rezar.

Vã esperança...

– Tudo que eu quero é seu coração e seu doce, doce amor. Abandone o Kaname, renuncie o seu nome...

Isso é uma tentativa falha de recitar Shakespeare?

– Isso já está ficando muito “Romeu e Julieta”... – Comentei com desgosto, esfregando a testa em frustração.

E por um breve momento, divaguei com a possibilidade doce e maravilhosa de aquela criatura tomar Água de Serpente, como o Romeu fez, e morrer...

Seria um favor para o universo!

– Não ridicularize meu amor! – Protestou com muito drama, fazendo gestos exagerados. – Estou jogado diante de teus pés para dizer que Kaname não te ama tanto quanto eu.

Eu soltei um suspiro baixo, sabendo que implorar para que ele parasse apenas o atiçaria a continuar – seria como uma criança correndo de um cão bravo, apenas o atiçaria a correr atrás.

– Pare com essa bobeira e diga de uma vez o que você quer comigo, Aidou? – Inqueri, já de saco cheio daquela mania idiota dele.

Aidou se colocou de pé, ainda com aquele maldito sorrisinho divertido por causa do quanto sua cena destruíra qualquer possibilidade de paz na minha vida pelo resto do ano, e então pôs um braço em volta de meus ombros, guiando-me para fora do salão – ato que também não ajudou muito com minha imagem.

Tentei sair do seu abraço, mas ele se manteve firme, até parecia que eu não estava usando força nenhuma.

– Vim até aqui sob ordens do excelentíssimo Líder do Dormitório, Kaname Kuran. – Falava com diversão, e eu parei de relutar e ignorei os suspiros. – Ele a convida para comer com ele no intervalo de seu momento como decoradora.

Uau, como a fila anda rápido, não? Ou é culpa desses rapazes que parecessem sentir quando seu concorrente pisou na bola?

Eu estava me sentindo muito piriguete aqueles dias, pois em um momento eu termino um noivado e no outro estou me atracando na cozinha com Zero. Então o albino me enxota de sua vista como se eu fosse um cão sarnento e em seguida, Kaname me convida para um almoço?

– E então? – Pergunta Aidou, curioso e animado. – Você vai comparecer?

Aquilo estava errado, toda aquela situação estava errada. Eu já estava planejando ir ao baile com um cara que estava noivo, mesmo quando havia prometido a Yuuki que não seria um empecilho em seu noivado; agora ia aceitar partir em um encontro com Kaname Kuran quando ele estava comprometido e não era certo?

Abri a boca para recusar, mas então uma movimentação desbotada por sobre o ombro de Aidou chamou minha atenção, e eu vi o olhar atento de Zero sobre a cena que se desenrolava, esperando minha resposta.

Eu pensara que ele havia ido para o quinto dos infernos vadiar, mas aparentemente ele havia retornado ao salão assim que soubera que Aidou fazia uma visitinha a Day Class – eu e ele sabíamos que de todos os vampiros, Aidou era o mais “terrível”, sempre perguntando as meninas qual era o tipo sanguíneo delas.

Como eu havia descoberto não tão recentemente, eu era uma baita garota vingativa e orgulhosa, então para mostrar para Zero que a fila anda (mesmo que não tivesse andado), forcei um sorriso em meus lábios e disse com o máximo de animação que reuni:

– Mas é claro! Diga a Kaname que iremos sim nos encontrar.


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Notas finais do capítulo

Mas minha genteee, parece que nossa menina tá bad agora, moça vingativa!
Who Run The World? Girls! kkk
O que será que virá desse encontro? O que será que Kaname quer? E as forças da Hime? Coitado do Mitsuo, aqueles tapas devem ter doído como o inferno :v kkk
Mas e vcs? Gostaram do capítulo? Deixem suas opiniões e críticas logo ali embaixo e me enviem! Até vcs, fantasminhas! Não quero ter que comprar um tabuleiro ouija para saber a opinião de vcs u.u kkkk
Espero que tenha sido do agrado de vcs!
Até a próxima o/