Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 39
Capítulo 39 - Entrevistada Pelo Vampiro


Notas iniciais do capítulo

Olá, galerinha o/
Olha um novo capítulo de FDS na parada!!
Bem, eu queria agradecer a todas as lindas que deixaram reviews no capítulo anterior, e dizer que vocês são muito lindas e me inspiram demais da conta! Lily, Hailang, Cni, Saky, Kattrice, Thamyres, asukakazama, Ayuno Salvatore e Uchiha Taciane :3
Minha justificativa por ter demorado, além da internet (hehe) é que eu me distraí lendo uns mangás ae... Bem, sabe como é, né? Comecei a ler Shingeki no Kiojyn e Tokyo Ghoul (Uta, my love *-*) e acabei ocupando demais meu tempo...
Ok ok, não me matem, eu sei que dessa vez foi vacilação...
No capítulo de hoje, teremos uma breve participação de Akatsuki e Ruka – ela ainda não gosta da Hime kkkkk
Então chega de blábláblá, né?
*Boa Leitura*



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Eu sou uma idiota! O que eu estava pensando? Eu prometi para Yuuki que não seria um empecilho no relacionamento dela com Kaname, como pude me esquecer disso tão depressa? Será que dá para eu ser mais impulsiva e inconsequente?

Esfreguei a testa por debaixo da franja com frustração comigo mesma e me remexi sobre o feno em que eu estava sentada no estábulo da Academia Cross.

Após me informar do desejo de Kaname de se encontrar comigo na hora do almoço, Aidou se despediu de mim com um abraço apenas para acrescentar mais um pouco de ciúmes em suas fãs – e riu no meu ouvido enquanto eu me debatia para me livrar dele – e assim que ele saiu, eu precisei correr do salão com uma manada de meninas histéricas e revoltadas em meu encalço.

Estava escondida no estábulo, abraçando meus joelhos e me lamentando por ter aceitado comparecer ao encontro com o Líder do Dormitório, achando-me a criatura mais infantil e impetuosa que já foi colocada na Terra. Já não bastava eu ter concordado em ir ao baile com um homem comprometido, onde a noiva dele estaria, eu também tinha que ir a um encontro desnecessário com ele.

“Bem, aproveite esse compromisso para cancelar sua ida ao baile com ele”, soprou a parte racional do meu cérebro que não me ajudara anteriormente.

Soltei um suspiro baixo e joguei minhas costas no feno, sentindo-me o ser humano mais tolo da Academia Cross... Droga, nem um ser humano eu era! Eu era uma maldita vampira Sangue-Primário com o direito de tomar a liderança e subjugar aos meus caprichos o morcego-mor com quem aceitei me encontrar.

Esse tipo de poder sempre cai nas mãos de quem não o deseja, os filmes da Marvel estão aí para mostrar!

Encarei o teto de madeira do estábulo mordendo o lábio inferior, temendo meu futuro incerto e o ser que iria me tornar.

– Hime Kurosu? – Inqueriu uma voz forte, cortando o som dos cascos e bufos dos cavalos.

Pus-me sentada em um supetão e encarei a figura desleixada recostada no batente de entrada, observando-me com desinteresse. O rapaz que me chamara era incrivelmente bonito e vestia o uniforme da Night Class de forma desleixada – o blazer branco aberto, sem a gravata e o colete branco; e a camisa preta com três botões abertos, revelando parte de sua pele impecável e prometendo um físico de tirar o fôlego.

O vampiro que eu conhecia apenas de vista tinha ondulados cabelos ruivos dourados, bagunçados artisticamente, e olhos de um tom parecido com o de suas madeixas. Seus olhos eram um pouco caídos, “olhos tristonhos” como li em um livro, e eram completamente lindos. As mãos desse rapaz tão lindo estavam escondidas no bolso da calça branca.

– Sim, sou eu. – Respondi, tentando não parecer tão surpresa por nem o ter notado chegando. – E você, quem é?

O rapaz se empertigou e então fez uma reverência completamente antiquada, o que parecia ser bastante comum entre esses rapazes da Night Class, mas ao contrário dos outros que o faziam como se fossem algum herói romântico do século XVII, aquele ruivo fazia como se fosse uma ação automática da qual ele não se importava muito.

– Sou Kain Akatsuki. – Apresentou-se ele com aquele timbre de voz super sexy – acho que eu tinha uma queda por caras com trejeitos de “bad boy” – e então caminhou até mim com passos elegantes. – Vim sob ordens do Líder do Dormitório para guia-la até o ponto de encontro.

Fiquei duplamente sobressaltada, pois primeiramente aquele não fora um encontro ao acaso, Kain Akatsuki realmente estivera me procurando e conseguira me encontrar; e segundamente porque fiquei pensando nas maluquices que me ocorreram nesse pouco tempo e as horas haviam passado tão depressa que eu sequer notara.

Eu sacudi a cabeça freneticamente, provavelmente o fazendo questionar o que é que Kaname vira em mim (a dúvida é mútua), e coloquei-me de pé com muita rapidez. Fiz o melhor que pude para tirar o feno agarrado em meu cabelo e deixa-lo apresentável, puxei a barra do blazer negro para baixo para que ele se ajustasse corretamente ao meu corpo e endireitei a minha faixa de monitora em meu braço.

– Certo, estou pronta.

Eu devo ser uma desonra a raça feminina.

Era certo que eu não estava indo a esse encontro com a intenção de seduzir Kaname Kuran, mas qualquer garota que se prezasse teria se ajeitado muito melhor do que eu.

Akatsuki não demonstrou nenhuma reação, sua expressão permaneceu estoica (e se ele tivesse uma aura maligna o rodeando e uma aversão instintiva a minha pessoa, poderia compara-lo a Zero), e então assentiu para a saída/entrada.

– Me siga.

O vampiro ruivo me deu as costas e começou a caminhar para longe daquele lugar sem olhar para trás para ter certeza de que eu o estava acompanhando, embora eu soubesse que estava andando mais devagar que o normal para que facilitasse para mim a tarefa de acompanha-lo.

Kain não parecia ser um tipo muito falante ou talvez não estivesse muito interessado em conversar com uma – supostamente – humana sem graça, pois se manteve taciturno enquanto caminhávamos lado a lado; as mãos escondidas nos bolsos da calça e seus olhos concentrados no caminho à frente.

As meninas da Day Class me observavam passar com a figura ruiva e perfeita de Akatsuki com um ultraje estampado no rosto, parecendo prestes a saltarem sobre mim e estraçalharem meu rostinho.

– Como é que Hime pode ter tanta sorte? – Resmungava uma delas. – Estava aos abraços com Aidou no salão e agora está na companhia de Akatsuki!

– E não se esqueça de que ela também vai ao baile com Kaname! – Disse a outra, indignada. – Essa garota só pode ter salvado o mundo sozinha em outra encarnação para ter tanta sorte.

Eu teria rido se não estivesse tão incomodada com a atenção estava recebendo em um só dia.

Baixei a cabeça para que meu cabelo se tornasse uma cortina que escondesse meu rosto, que começava a corar, e me perguntei o porquê dessas meninas não irem caçar algo para fazerem ou uma louça para lavarem ao invés de me fuzilarem com os olhos.

– Hime idiota! – murmurou outra garota para mim a minha direita enquanto eu passava, a sua voz baixa.

Eu me detive em frente a ela e apertei as mãos em punhos, tentada a virar e acertar um soco bem no nariz dessa menina que teve a audácia de me insultar apenas porque estava caminhando com um garoto da Night Class. Era patético todo esse ciúme e raiva por causa de homem, elas deviam se dar mais ao respeito ou no mínimo serem mais discretas. Além do mais, eu não tinha culpa se esses vampiros pareciam sentir o cheiro e um ímpeto de ir atrás de quem não desejava sua companhia.

Você é muito mais forte do que ela, Hime, acabaria com o rosto dessa pobre tiete com um só soco.

Contentei-me apenas com lançar um olhar mortal de rabo-de-olho para ela, que a fez recuar um passo para trás, temerosa – será que estava começando a ter uma aura negra vampiresca?

Voltei-me para frente e vi que Kain Akatsuki estava há uns passos à frente, observando-me por sobre o ombro com um olhar interrogativo que eu respondi com um dar de ombros. Ele apenas acenou a cabeça para o caminho a frente, um chamado silencioso para retomarmos nosso caminho.

– Você sabe o que Kaname Kuran quer comigo? – Perguntei-o assim que o alcancei, mantendo a voz baixa para que as enxeridas não ouvissem.

– Não tenho conhecimento dos assuntos que Kaname deseja tratar com você. Terá que esperar encontra-lo para descobrir do que se trata, Hime.

Eu já falei que a voz desse morceguinho, Kain Akatsuki, é super sexy? Pois é, eu tremia na base só de ouvi-lo falar.

Acompanhei o vampiro ruivo e silencioso com a curiosidade me corroendo o cérebro, afinal mesmo que Kaname houvesse me convidado para ir ao baile, ele nunca desejara me encontrar antes, então tinha certeza que ele não estava me chamando para me dar umas aulas particulares de valsa ou assistir ao filme Drácula 3000.

– Posso sentir o cheiro da fumaça desse seu cérebro trabalhando, Hime.

Eu saltei para o lado ao ouvir a voz da pessoa com quem eu mais brigo do que me dou bem ao meu lado esquerdo e no susto eu praticamente atropelei Akatsuki – se ele não fosse incrivelmente forte, teria caído quando pulei para cima dele, mas ao invés disso, ele sequer titubeou e ainda me segurou pelos ombros para eu não me espatifar ridiculamente no chão.

Olhei para a figura pálida de Zero Kiryuu, tão despojado quanto o vampiro ruivo que eu esbarrei com o susto – o blazer do seu uniforme aberto e a gravata frouxa; os cabelos prateados caindo frente aos olhos claros...

Por que ele tem quer ser tão fodidamente lindo?

Não passou despercebido por mim o olhar desgostoso que Zero lançou para as mãos de Akatsuki e então para o rapaz as minhas costas – que se eu não o conhecesse tão bem, não teria notado; e podia sentir sua ligeira fúria esquentando o ar ao seu redor.

Mesmo me deliciando com ter feito Zero ficar zangado, desconfiando levemente de que aquela reação tinha a ver com ciúmes (às vezes, eu amava aquela ligação); afastei-me de Akatsuki em um salto e pus-me a enfrentar o albino.

– O-o que você está fazendo aqui, Zero? – Tentei parecer brava.

Zero enfiou as mãos nos bolsos de maneira aparentemente displicente e olhou para longe, mas aquela atuação não podia ocultar o leve desconforto que eu senti nele.

– Não vou deixa-la sozinha com um bando de vampiros, Hime. – Retorquiu com a voz impassível.

Eu não entendia Zero de maneira nenhuma, aquela criatura estava muito além da minha compreensão. O que devia se passar naquela cabeça insana, que num minuto agia como se se preocupasse comigo e no outro me enxotava como um cão leproso?

Franzi o cenho, indignada, e pus-me no caminho do albino com uma das mãos em punho.

– Eu não pedi sua companhia, Zero! E você não foi convidado, então...

– Zero Kiryuu também foi chamado a esse encontro. – Uma voz feminina falou as costas do albino. Fiquei na ponta do pé para olhar por cima do ombro dele e vi a figura de Ruka. – Nosso mestre não está te chamando para um jantar romântico, então pare de se achar.

Querida vida, quando eu digo que as coisas não podem piorar, eu não a estou desafiando.

Estreitei meus olhos para a loira e quando abri a boca para respondê-la a altura, não me importando nem um pouco com o fato de ela ser uma vampira, Akatsuki falou primeiro em um tom calmo e levemente repreensivo.

– Ruka, controle seu temperamento.

Embora não parecesse ter gostado de ter sido censurada, Ruka baixou os olhos para o chão, furiosa, e balançou a cabeça em concordância – e eu quase fui dar um beijo na bochecha de Akatsuki por ter esse poder e moral sobre aquele Golden Retriever com presas.

Akatsuki e Ruka nos guiaram para um recanto na Academia Cross que eu nunca fora, onde havia um jardim pequeno e bonito próximo aos corredores da escola. Havia uma grama verdíssima e alguns arbustos floridos, dando aquele lugar um ar de Conto de Fadas. Algumas árvores frondosas faziam sombra, e sob uma delas estava duas almofadas bastante fofas no chão e uma recostada ao tronco do nosso guarda-sol natural para dar um apoio confortável às costas do rapaz de cabelos castanhos com o uniforme da Night Class. Próxima dele, eu vi uma pequena mesa com alguns aperitivos e um bule de chá rico em detalhes – ele tinha cara de custar muito mais do que meus poderes monetários poderiam pagar.

Kaname Kuran virou seu rosto para mim, seus calmos e penetrantes olhos castanhos avermelhados encontrando os meus rapidamente, e fazendo meu coração dar um tranco com tamanha beleza de um ser – isso devia ser um crime!

Um dos cantos de seus lábios rosados se ergueu minimamente para mim em um sorriso suave tão bonito que tudo que era capaz de fazer era piscar e piscar, abobalhada.

– Saudações, Hime. Kiryuu. – Ele falou de maneira cordial, sua voz tão melódica quanto sempre. Então ele voltou sua atenção para mim. – Há quanto tempo não nos vemos.

Segurei minhas mãos à frente de meu corpo, segurando as com nervosismo, e me curvei rapidamente em um gesto respeitoso.

– Olá, Kaname. – Felizmente minha voz soara firme. – Parece que foi há um mês a última vez que nos falamos.

“O dia em que ele viu sua calcinha”, soprou aquela parte desagradável de meu cérebro, levando um jato de rubor para as minhas bochechas.

Eu tinha que me lembrar daquele momento constrangedor justo naquele instante? Não podia esperar pelo menos a hora da minha ronda pelo território da Night Class, quando estivesse sozinha? Ou quando eu estivesse no banho?

– Não é necessária toda essa formalidade, Hime. – Kaname ergueu uma de suas mãos. – Aproxime-se e sente-se perto de mim, por favor.

Como resistir quando ele pede tão docemente?

Embora ainda tivesse um bocado nervosa com a situação e a dúvida sobre o que Kaname Kuran poderia querer comigo, dei um passo em direção à almofada redonda e rosa ao lado dele antes da mão de Zero agarrar meu pulso, me impedindo.

– Ela não precisa chegar mais perto, Kuran. – Refutou Zero em um tom sério. – Hime não é surda, pode te ouvir daqui.

Fiquei estupefata com a reação superprotetora de Zero, e eu observei seu rosto pálido e o olhar afiado que lançava para Kaname com muita confusão. Virei-me para o Líder do Dormitório da Lua, esperando que ele fosse fazer algum movimento contra Zero ou no mínimo devolver aquele olhar com algo tão afiado quanto, mas este apenas observava o albino com certa frieza.

– Tampouco você a comanda, Zero. – Kaname respondeu. – Se ela desejar se sentar ao meu lado, eu duvido que você poderá fazer alguma coisa.

Os lábios de Zero se retesaram um pouco, bravos, exibindo os dentes brancos e perfeitamente alinhados – apenas com caninos pontudos demais – e falou entredentes:

– Pague para ver, Kaname. – E eu jurei ter visto uma brasa acender naquele lilás.

Esse bastardo está dizendo que manda em mim? E meu plano não era fazer ciúmes nesse idiota?

Puxei meu braço de seu aperto com força, impressionantemente livrando-me dele na primeira tentativa e não como nas outras vezes, que eu tinha que ficar me sacudindo até que ele se cansasse de mim.

– Não se intrometa, Kiryuu. – Falei de maneira baixa e definitiva.

Ele franziu o cenho em surpresa e dissabor, um pouco catatônico com minha reação e o fato de tê-lo chamado pelo sobrenome, e eu aproveitei desse momento para andar até aquela almofada antes que Zero voltasse a si.

Ajoelhei-me na almofada fofinha e sentei sobre os tornozelos, ao lado daquela figura linda e comprometida – às vezes é bom você enfatizar para si mesma que o terreno já tem dono, antes que comece a babar demais.

– O que você quer falar comigo, Kaname? – Fui direto ao assunto, não aguentando de curiosidade.

– Não deseja comer primeiro? – Ele sugeriu, indicando a mesa coberta por tentadores aperitivos doces e salgados. – Não sabia exatamente do que você gostava, então pedi de tudo um pouco.

Se ele soubesse que eu sou o tipo de pessoa que é só jogar sal em uma pedra que eu como...

Havia uma variedade tão deslumbrante de opções se insinuando naquela mesa que eu não fazia ideia de por onde começar, mas meu estômago impaciente, só para me sacanear na frente de Kaname e não me dar à alternativa de dizer que estava sem fome para fazê-lo não me enrolar; soltou um rugido alto e desafinado.

Todo o meu sangue fora drenado para o meu rosto e eu baixei a cabeça para que o cabelo formasse uma cortina para cobri-lo.

– Obrigada. – Sussurrei. – Foi muito atencioso de sua parte.

Estiquei a mão para a mesa e peguei alguns dos aperitivos apenas para calar o meu estômago e fazê-lo parar de me envergonhar na frente de Kaname, e empurrei toda aquela massa com uma xícara de chá de rosas – aquilo era chique demais para uma pobre como eu.

Evitei o olhar de Kaname enquanto me alimentava, tentando aparentar ser uma jovem educada e não um porco selvagem (como dissera Zero para mim, naquela mesma manhã), e me incomodei com o fato de ele estar me observando comer – as desvantagens de se almoçar com um vampiro.

Aliás, vampiros comem? Será terrível se eu não puder mais aproveitar um estrogonofe, quando ascender...

– Então, o que você quer comigo? – Inqueri, curiosa e impaciente. – E por que Zero tinha que vir também?

Ele entrelaçou os dedos e me olhou com muita seriedade.

– Te chamei porque quero saber o motivo de você ter requerido ver Kira Asamiya.

Meu coração parou.

Tudo que pensei foi que eu estava ferrada, pois ele falara isso perto de Zero, e eu já sentia os olhos do albino fixados em mim com uma atenção excessiva e incômoda, o sentimento de surpresa mesclado com a fúria e a revolta que deviam ter acendido uma brasa em seus orbes lilases.

Engoli em seco, ansiosa e nervosa, e encarei Kaname me perguntando como descobrira que eu encontrara Kira.

Yuuki...

Mas era claro! A única pessoa que estava ciente desse meu encontro com Kira era a vampira Sangue-Puro, pois fora ela quem o chamara para mim; e o fato de ela ter me dedurado para Kaname sobre minha escapada informativa com o bad boy de olhos azuis tornava tudo muito estranho e confuso. Não devia ser um alívio para essa menina eu estar arriscando meu pescoço com outro Sangue-Puro? Por que ela estava me ferrando dessa maneira, fofocando para Kaname que eu andara passeando com o Kira? Não que eu achasse que ela tinha a intenção de me ferrar, Yuuki não era esse tipo de pessoa, mas não tinha sentido ela ter contado para Kaname.

– Não sou obrigada a me justificar. – Falei com teimosia.

– Com toda a certeza você é obrigada! – Declarou Zero, irritado, caminhando em minha direção a passos pesados; e eu me coloquei de pé para enfrenta-lo. – Que merda você foi fazer, Hime?

Infelizmente desse maldito não tinha como eu esconder as coisas, e estava cogitando correr para as colinas, pois o rapaz parecia prestes a me esganar.

Aquela situação era completamente estranha, pois estava sendo entrevistada por dois vampiros lindos sobre um terceiro (que também era lindo) sobre assuntos que não eram da conta deles... Ok, talvez fosse um pouco da conta de Zero, mas ainda assim era assunto meu! Claro que se eu falasse isso em voz alta, Zero rebateria, então optei por um plano B.

– Eu queria fazer perguntas... – Falei, esperando que fosse o suficiente para que me deixasse em paz – Tinha dúvidas sobre mim e como ele me conhecia antes da minha perda de memória, não me parecia idiotice tentar falar com ele.

– É idiotice! – Trovejou Zero, muito irritado, e eu recuei um passo.

– Está ciente de que ele tem a intenção de leva-la da Academia, Hime? – Perguntou Kaname, o único que parecia estar no controle naquele instante.

Oh, droga, ele também sabe disso... Espero que ele pense que minha cara de surpresa seja por causa da informação que me deu.

– E-eu não... – Gaguejei, tentando mentir da forma mais convincente possível.

Os olhos de Zero se estreitaram para mim, desconfiados, e o semblante de Kaname não parecia muito diferente ao do albino, e eu não suportei mais olha-los. Aparentemente minha tentativa fora um fracasso completo.

Esses dois passaram todo esse tempo se odiando e agora vão se juntar para me desmascarar?

– Você sabia, Hime. – Acusou Zero, praticamente cuspindo as palavras. – Sabe das intenções do Asamiya.

– Isso é uma suposição sua. – Retruquei. – Eu sei que ele quer me levar embora, pois foi o preço que ele pediu para me contar às coisas que eu não sei, algo que eu recusei.

Era uma meia-verdade, e eu esperava que isso fosse o bastante para ludibriar Zero e aquela ligação estúpida que ficava dando para ele todas as pistas de que precisava para me desvendar.

– Você está me escondendo alguma coisa, Hime. – Concluiu Zero, dando mais um passo em minha direção, sobrepujando-me com sua altura. – Você está pensando em partir com aquele patife que você mal conhece?

Pelo Anjo, por que ele tem que ser tão perceptivo?

Certo, plano ofensivo!

– É claro que não, seu idiota! E de qualquer maneira, o que te importa? Eu não sou nada sua, Zero; não sou sua responsabilidade e tampouco você está tentando ser meu melhor amigo. Se eu estivesse indo embora, o que não estou; você não deveria ficar feliz com isso? Não sou sua pessoa preferida, se lembra?

Mostrei meu melhor sorriso cínico para Zero, fiz uma breve reverencia a Kaname e então dei as costas a ambos, saindo correndo dali o mais rápido possível para ganhar algum tempo, pois a cada segundo um segredo meu ficava por um tris de ser descoberto.

Tenho que ir embora daqui o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

Querida Hime, se você acha que andar para longe vai fazer com que Zero pare de te azucrinar, se toque! kkkkk
Acho que a situação não está muito boa para a Hime e que Zero não vai deixar isso para lá... Abre teu olho, Zero, pois Hime vai acabar te deixando para chupar dedo u.u
E aí, galera, o que acharam do capítulo? O que será que aconteceria se Zero descobrisse o que Hime verdadeiramente é? Como acham que ele reagiria? E não menos curioso, como é que Kaname reagiria se soubesse? Será que ele vai ficar chocado? Com certeza hehe Será que ele vai ficar revoltado? Vai criar uma revolução? E os vampiros da Night Class? Eles já são tão fieis a Kaname... Será que eles vão ir contra Hime? Dúvidas, dúvidas...
Agora me deixem fazer outra perguntinha... Quando comecei a escrever essa fic, eu “abrasileirei” as coisas, não usando todos aqueles “kun”, “sama”, “senpai”... Essa noite eu estava me perguntando (embora seja tarde para eu me perguntar) se isso as incomoda. Respondam, tá bem, meus amorecos?
Vejo vocês na próxima o/