Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 26
Capítulo 26 - Paixonite Desnecessária


Notas iniciais do capítulo

Ohayo, galerinha o/
Como tá a vida de vocês? Espero que muito bem!
Cheguei nesse belo recanto para postar um capítulo de “reconciliação”, porque depois do capítulo anterior... Hime e Zero trabalhando juntos seria um problema, minha gente! E, bem, próximo capítulo eles vão precisar estar concentrados e unidos para tudo que vai acontecer... Pelo menos os mais unidos possíveis hehehe
Bem, agora eu quero dizer um grande “bem-vinda” a Lily Viana e Giulia Potter hehe
E não posso deixar de agradecer as divas que já são figurinha carimbada nessa Facção que cresce cada dia mais: Cni, Saky, Yuki, e a recém-retornada da escuridão, Wina o/
O mérito de essa fic ter chegado até aqui também é de vocês, que me deixam reviews tão maravilhosos que me inspiram a escrever e me enchem de ideias. Sério, vocês são demais! Não é qualquer aspirante a escritora que tem um time tão maravilhoso incentivando-a a prosseguir *olhinhos brilhando*
Bem, o capítulo de hoje vai ser um “pré-bomba”, porque meus abores, o próximo vai ser quente!
Agora peguem a pipoquinha e um copo de água com açúcar pra Hime que vai rolar uma tretinha – pra variar hehehe
*Boa Leitura*



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Depois que Zero partira, eu fiquei jogada em minha cama por um bom tempo, me perguntando que merda havia sido aquela que acontecera. Até umas horas atrás, eu estava com minha vida sobcontrole e tudo estava bem, mas quando vi o rosto do desbotado eu sentira tanta raiva, e mesmo que eu não fizesse ideia do por que ou desde quando eu a sentia, na hora eu não me importava tanto quanto a possibilidade de realmente bater nele – e estranhamente ela evaporara assim que ele me segurou de maneira tão íntima...

Um arrepio me percorreu o corpo assim que me lembrei da maneira que Zero me prensara contra a porta, ao mesmo tempo em que senti uma agulhada terrível em meu peito e mais lágrimas ameaçaram escapar por meus olhos.

Meu Deus, o que está acontecendo comigo?

Sacudi a cabeça fortemente, livrando-me de todas as imagens que envolviam os momentos anteriores e tentei ser objetiva e sensata, começando por desde quando eu começara a sentir raiva de Zero. Minha mente apresentou uma imagem completamente nojenta do branquelo olhando sonhadoramente para as pernas de Yuuki Kuran – e a visão levou outra onda ira por meu corpo, as mãos cerrando em punhos involuntariamente.

Mas o que foi isso, minha gente?

Questionei a mim mesma porque eu estava revoltada por ele estar caindo de amores pela Yuuki, e eu recebi um não-seja-tão-idiota olhar de meu subconsciente.

“Todo mundo sabe que todo aquele enjoo que sentiu vendo Zero e Yuuki era na verdade ciúmes”, afirmou uma vozinha debochada na minha mente.

Eu engasguei com o ar e me coloquei sentada mais que imediatamente, horrorizada.

Ciúmes? Ciúmes de Zero? Por que raios eu estava com ciúmes daquele idiota?

A dona da vozinha, aquela parte desconhecida de mim, balançou a cabeça como se estivesse me constatando mais tapada do que achasse possível.

“Por Deus! Quando bateu a cabeça perdeu a percepção?”, estava soando bastante ranzinza, “A resposta é bastante óbvia...”.

Lembrei-me de como eu ficara quando Zero me prensara contra a porta, como o toque dele deixara uma trilha de calor que continuava a formigar mesmo ele já tendo ido embora, a emoção que senti naquele breve instante em que eu o beijara; e a resposta me acertou como um belo tabefe estalado na bochecha que me mandava acordar para a vida.

Eu tenho sentimentos românticos por Zero Kiryuu...

Arregalei os olhos, horrorizada com a resposta e com tamanha a minha estupidez por me permitir gostar de alguém tão rabugento e irritante.

Pelo amor do saco plástico, qual é o meu problema? Como isso foi acontecer?

Afundei o rosto no travesseiro, esperando que ele pudesse me engolir e tirar daquele universo – ou no mínimo me matar sufocada, o que daria para o mesmo propósito.

O sinal soou, anunciando o inicio das aulas, o que me fez levantar da cama como se tivesse sido eletrocutada. Eu me esquecera de que eu tinha que comparecer na sala de aula para evitar uma reprovação por falta.

Fui dar uma olhada na minha pessoa no espelho e quase tive um enfarto fulminante com o que vi. Eu estava um caco de gente, um vislumbre de um humano e fiquei completamente surpresa com a potência daquele espelho – devia ser feito de adamantium porque a meu reflexo teria destruído até blindagem. Meu rosto estava inchado e vermelho, assim como meus olhos, e não me surpreenderia se alguém acreditasse que eu estivera fumando ervas ilícitas em algum lugar. O delineador que eu usara para tentar melhorar minha aparência havia se tornado um desastre de manchas ao redor dos meus olhos e por toda a minha bochecha – eu parecia um fantasma de uma garota que fora afogada na privada e estava assombrando o banheiro.

Peguei um lenço úmido e fiz o máximo de esforço para tirar aquelas manchas pretas do meu rosto e o mais rápido possível, mas por fim desisti com a constatação de que continuariam escurecendo a área ao redor de meus olhos como belos hematomas.

Que seja! Não quero seduzir ninguém.

“Tem certeza?”, a parte rebelde do meu cérebro provocou.

Sacudi aqueles pensamentos inconvenientes para longe e saí correndo para fora do dormitório, resolvendo pesar todos os contras sobre ter sentimentos pelo Zero para outra hora, um momento que eu não estivesse atrasada e sentindo a vergonha me rasgar cada vez que me lembrasse do nome que começa com Z.

Corri o mais rápido que pude impor as minhas pernas, não deixando de notar que os corredores já estavam vazios, o que indicava que todos estavam nas aulas.

Quando alcancei a porta da sala, com os pulmões queimando em uma necessidade desesperada por ar, fiz o maior estrondo abrindo-a, o que atraiu todas as atenções para mim.

Meu rosto queimou horrivelmente com minha estupidez, e dizendo que aquela semana estava sendo uma desgraça sem fim. Pessoas normais teriam parado e entrado com toda a delicadeza, mas eu já dera a vocês provas mais do que suficientes de que regras normais não se aplicam a mim. Eu praticamente arrombei a porta da sala com o empurrão, fazendo-a bater na parede com um barulhão que não duvidava que até Kaien em seu escritório deveria ter ouvido; e sem contar que meu professor careca de sociologia deu um baita grito agudo, saltando para trás como uma donzela – se havia alguma dúvida de que ele era de outro time, morrera naquele instante.

Todos olharam para mim, alguns com interrogações na testa e outros me fuzilavam por minha “entrada triunfal” os ter assustado.

Sorri amarelo enquanto o sangue era drenado para meu rosto.

– Obrigado por se juntar a nós, Srta. Kurosu – falou o professor de forma sarcástica.

Esta realmente não é a minha semana...

E porque eu estava com o humor maravilhoso e uma paciência de Jó, respondi com um sorriso sardônico:

– É sempre um prazer, professor.

Antes que ele viesse a me dar uma resposta que combinasse com seu olhar feio, me pus a andar na direção das carteiras e não deixando de notar que Sakura estava ocupando a carteira ao lado de Naomi, o que provavelmente era uma dica de que ela não me queria mais como sua parceira de aulas.

Maravilha! Vou ter que arrumar outro lugar para ficar... Um homem pode mesmo destruir uma amizade feminina.

Meus olhos vagaram por todo o recinto a procura de algum lugarzinho para me recolher, ignorando que eu detinha a atenção de todos os alunos; e encontrei uma carteira vaga ao lado da última pessoa que eu gostaria de ver naquele dia... Ok, a última que eu gostaria de ver em um bilhão de anos.

Soltei um suspiro de desistência, sabendo que o professor careca não me permitiria sentar no chão com o resquício de dignidade que eu fingia ter, e me dirigi com o queixo erguido para a cadeira ao lado do albino e dizendo aos céus que eles haviam caprichado no castigo aquela manhã.

Joguei meu bumbum na cadeira, fazendo um barulho terrível com a cadeira que ocasionou em outro olhar afiado do professor careca, mas como eu já estava com problemas demais para me importar com aquele tiozão me boicotando nas aulas dele, dei de ombros e fiz um aceno vago com a mão indicando que ele prosseguisse com a droga da aula.

Pois é, agora virei uma rebelde!

Então após outro de seus olhares feios, o professor voltou a sua tagarelação completamente inútil sobre Marx, o que eu ignorei com veemência, já que Marx não ia me ajudar com nenhum dos meus problemas – eu já estava de saco-cheio pelo dia inteiro, e estava com pena de conversar com Mitsuo naquele humor de merda.

Esfreguei a testa por debaixo da franja soltando um profundo suspiro e me forçando a ignorar copiosamente a criatura infeliz ao meu lado, mesmo que sua presença fosse como um peso no meu peito.

Senti o olhar dele queimando em meu rosto, o que me deixou mais desconfortável do que naturalmente estava, e eu fiquei muito tentada a pega-lo pelo cabelo e bater sua testa na mesa.

A atenção que recebia me incomodava e me tornava ainda mais irritadiça, mesmo com as palpitações descompassadas e o nó na garganta – fiquei me perguntando como eu não havia notado que eu estivera alimentando sentimentos por ele, o ser ranzinza sentado ao meu lado, e como resposta lembrei-me da manhã do dia anterior, em que ele me acusara de estar atraída por ele...

“Está tentando mentir para mim ou para si mesma?”, ele me dissera.

Depois de toda a situação da manhã do dia atual, eu podia afirmar com veemência que eu estivera tentando me enganar, e não fora uma tarefa difícil ao julgar como era absurda a ideia de criar sentimentos românticos por uma pessoa que só sabia me insultar e que despertava o pior em mim.

Raziel, o que eu vi nele?

E como minha mente estava muito empolgada para me responder as minhas dúvidas em relação a minha paixonite desnecessária, inúmeras imagens se passaram em minha cabeça, pequenos detalhes de Zero que eu deixara passar no momento, mas não a droga do meu coração.

O momento que ele aparecera na porta daquela cabana em Lunier como um anjo vingador, a preocupação em seus olhos enquanto eu perdia minha consciência e quando eu aceitara o trabalho de Guardiã/monitora da Academia Cross (tanto que ele também se tornara apenas para ficar de olho em mim, e inventara a loucura de me treinar para que eu não morresse), a maneira como me olhara na manhã do meu primeiro dia de aula que me deixara paralisada; a forma preocupada com que me acudira quando eu engasgara, a visão do garoto sofrido e perdido olhando as estrelas como se fossem a coisa mais trágica que tivera a oportunidade de testemunhar... Seus pequenos sorrisos (mesmo que fosse com minhas quedas), seus pequenos gestos (mesmo que irritados) de tentar livrar meu pescoço do que ele julgava “perigoso”, aqueles olhos lilases cintilando com o fogo da batalha...

Ok, eu já entendi o porquê estou caidinha por ele, não preciso mais dessas cenas para fazer meu coração palpitar fora de ritmo...

Resolvi pegar meu caderno e rabiscar coisas desconexas apenas para fingir que estava fazendo anotações sobre a aula, quando na verdade estava desenhando (tentativas sofríveis, devo dizer) uma planta carnívora devorando um bonequinho de palito que eu nomeei de “Zero”.

Senti meu novo colega de estudos se inclinar na direção de meu ouvido, e meu corpo inteiro enrijeceu em antecipação. Os sussurros delicados de sua respiração tocaram minha orelha causando coisas muito incômodas no meu estômago antes de ele sussurrar.

– Precisamos conversar.

Engoli em seco, dizendo a mim mesma para parar de ser babaca e tomar o controle de mim. Quando eu não sabia o que sentia por ele não me importava muito com essas reações, mas depois da descoberta eu estava me perdendo muito facilmente nelas.

– Não, nós não precisamos – rebati, a voz baixinha para o careca não ouvir.

Zero recuou, recostando-se em sua cadeira e bufou profundamente como se buscasse paciência interior antes de arrastar-se para mais próximo de mim.

– Não é sobre o que aconteceu entre nós hoje – me assegurou.

Fiz uma debochada expressão desentendida.

– Hoje? Alguma coisa entre nós hoje? Por que não há um nós, Zero. Existe um Eu e você, entendeu? Separados. E tudo que aconteceu foi que eu cumpri minha palavra sobre manter sua humanidade.

Zero ergueu uma mão e bagunçou o maravilhoso cabelo prateado em um gesto de frustração.

– Não precisa ser tão infantil sobre o beijo que me deu – sussurrou de volta, bravo – Aconteceu. Passou.

Kami-sama, ele não tem o mínimo de percepção? Nenhum desconfiômetro?

Trinquei os dentes, desejando fazer do lápis que eu segurava uma arma.

– Então não o cite, seu bastardo idiota – resmunguei – Senão terei que revidar citando sobre certa paixonite não correspondida que tem pela Kuran.

E lá estava eu, pegando um graveto e cutucando a ferida da onça albina...

Zero estreitou os olhos, um brilho irado em suas íris lilases.

– Você não tem nada a ver com isso, Hime – cuspiu de volta – E você parece muito certa quando afirma que ela não corresponde.

Eu ri falsa e malignamente.

– Talvez porque a fiz chorar quando ela me viu beijando Kaname Kuran.

Eu sei, exagerei sobre o que realmente aconteceu entre eu e o líder do dormitório, mas quem liga? Eu tivera um momento de inspiração e tinha certeza que Kaname não se importaria sobre eu inventar para Zero que eu o beijara (eu esperava que não) depois das provas que me dera sobre estar afim de mim, então eu precisava mostrar para o branquelo que eu não ficaria sentada no canto lamentando que a dondoca desbotada não me beijara.

Seguiria o famoso sistema de amar o próximo!

Zero me ama? Não? Próximo!

Zero fez uma careta de nojo e desgosto.

– Você beijou Kaname Kuran? – inqueriu, parecendo horrorizado.

Não me passou despercebido que ele não se concentrara ao detalhe de que Yuuki saíra magoada da minha suposta cena de pegação com o Sangue-Puro.

– Sim. Ele me convidou para ir ao baile com ele, não sabia? – provoquei – Nós nos vimos ontem durante o horário a aula, começamos a conversar sobre tudo e então...

– Hime Kurosu e Zero Kiryuu! – o professor chamou nossa atenção, parecendo furioso – Vocês não pararam de falar desde que a Srta. Kurosu se sentou. Gostariam de dizer a turma o assunto que é tão importante que não pode ser discutido no intervalo?

Meu rosto queimou quando toda a turma se virou em nossa direção, alguns dando risadinhas e outros parecendo curiosos para ver o que aconteceria – mais por causa do Zero-Bomba-Relógio do que por mim.

Zero mediu o professor friamente, como se fosse um inseto insignificante que batera contra o para-brisa do carro.

– Não gostaríamos, não. – ele respondeu, impassível.

O professor bufou, a cabeça redonda se tornando vermelha em toda a sua extensão, e eu sabia que se não fizesse nada ficaria encrencada com ele.

– E-eu digo! – falei rapidamente, antes que o crânio do professor explodisse – Estávamos falando sobre… sobre…

– Estavam falando sobre o relacionamento dela com Kaname Kuran – falou Naomi friamente, que estava sentada a minha frente – E Zero estava tendo uma espécie de ciúme maluco por ela, nada que nos surpreenda... Agora pode continuar a aula?

Eu não sabia se cavava um buraco para me afundar nele, ficava mortificado por Naomi ter ouvido parte de nossa conversa ou brava por ela ter falado meias-verdades para a turma.

Antes que eu tivesse chance de retirar toda aquela maluquice que Naomi dissera e encerrar os murmúrios conjunto de olhares atravessados lançados para mim e o albino, o professor pigarreou enquanto limpava o suor da careca com um lenço.

– Então guardem os infortúnios de suas vidas amorosas para outra hora, entendeu? – eu abri a boca para responder, mas ele não me deixou falar nada – Continuando nossa aula...

Fechei a cara para o homem da cabeça pelada, dizendo-o mentalmente que era muita sorte dele eu não ter visão de raio-laser.

Desliguei-me da tagarelação do professor, percebendo que minha situação na parte “normal” da minha vida estava ficando cada vez mais bagunçada – não que antes já não fosse, mas agora eu já tinha o ódio de minha amiga e uma turma inteira acreditando que eu vivia um triangulo amoroso entre Zero e Kaname, o que era uma mentira sem tamanho.

– Eu queria conversar sobre nossa viagem a Lunier – Zero sussurrou para mim inesperadamente – Eu sei que está brava comigo e, como eu já te disse, não estou tentando ser seu melhor amigo, mas ainda há a grande questão sobre quem você é de verdade. Podemos trabalhar juntos nisso e virar a página sobre o que houve hoje, ou nos atrasarmos arrumando mais um motivo para brigas entre nós.

Eu suspirei, lembrando-me daquele pequeno detalhe sobre Lunier e quem eu era, e eu odiava ter que admitir que Zero tinha razão...

– Certo. – disse por fim – Sem ressentimentos.

É isso, minha gente! Eu vou voltar a Lunier... E com Zero!


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Notas finais do capítulo

Mas minha gente, essa semana da Hime tá uma coisinha... Ela não tá com sorte nenhuma! Mas então, que vocês acham da mentirinha da Hime sobre ter beijado Kaname? Essa reação de Zero... Sei não! Ou eu e a Hime estamos vendo coisa onde não tem, ou Zero realmente ficou uma arara pela mentirinha inocente. Será que era ciúmes? Ou era repulsa por Hime ter beijado Kaname? Ou era só mais uma vez Zero bancando o protetor e pensando em todos os perigos que poderiam ter acontecido com essa pegação que nunca aconteceu? E a Hime tava meio revolts nesse cap, não acham? Minha gente, ela quase podia subir na mesa e cantar aquela música do RBD hehe
E sou rebelde (8
Ok, parei kkkk
Bem, espero que estejam ansiosos para ver a terra tremer no próximo capítulo o/
Alguém tem palpites do que vai acontecer? Comentem!
E inté a próxima o/