Lost in Paradise escrita por Drylaine


Capítulo 5
Ligação Perigosa


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capitulo sera focado em Kai e Bon Bon e seus desabafos. Tava na hora do bruxinho entrar na trama e depois do ep 6x13 eu fiquei mais inspirada e animada com o rumo da fic e tbm da própria serie. Kai e Bonbon arrasaram e me emocionaram muito e vcs o q acharam me conta depois nas reviews. Agora vamos ao capitulo!!!



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Bonnie

"Para e me escuta! Eu sou real, assim como o seu urso. Sabe como ele veio parar em minhas mãos, Bon Bon?" Meu olhar se fixou em seus azuis gélidos. "Damon deu ele pra mim. Deu pra salvar a sua querida Elena. Afinal tudo é por Elena. Não importa você. Eles continuaram a sua vida. Eles se esqueceram de você." Suas palavras eram tão cheias de veneno e ao mesmo tempo, eram a verdade nua e crua.

Eu sempre soube que no topo das prioridades e opções, eu era a última da lista: primeiro SEMPRE Elena depois os Salvatore, depois tínhamos Carol e, então, Jeremy e assim vai até chegar em mim. Bonnie a bruxinha lembrada sempre quando as coisas saíam do controle.

Vários flashes piscavam em minha mente me fazendo reabrir velhas feridas.

"Se eu tiver que escolher entre a bruxa e Elena... sempre será Elena. Dane-se a bruxa!"

"Você tem que trazer Stefan de volta!"

"Você tem que salvar Tyler!"

"Bonnie, você tem que abrir a tumba e libertar Katherine!"

"Bonnie, onde está Damon? Você tem que trazê-lo de volta pra mim!" E as vozes ríspidas ecoavam em minha mente.

Era isso que eu era?! Apenas um ser que não tinha vida própria parecia um robô: - Faça isso! Faça aquilo! Bonnie vai salvar a todos porque é pra isso que ela serve. Não importa o preço que ela irá pagar.

"Você só é importante quando é uma bruxa podendo ser usada como uma grande arma de combate. Mas, sem isso... você é insignificante."

E as palavras de Damon voltaram pra me perturbar e me despertar pra realidade.

"E no fim, Bonnie Bennett sempre estará sozinha."

"Nós somos muito parecidos, Bonnie. Fomos esquecidos aqui. Tratados como inferiores. Eu sei como é a sensação de viver só em dor e solidão." Kai disse firme com sua face sombria enquanto me mantinha presa entre seu corpo e o chão frio. Suas palavras eram como punhais me rasgando por dentro, destruindo minhas esperanças, me fazendo perceber o quanto eu fugia da obscuridade que já vivia em mim.

Quanta dor uma pessoa pode experimentar e não se sentir fraco e cansado? Como uma pessoa pode sobreviver a um mundo sobrenatural, ver pessoas morrer dia após dia de formas tão cruéis ou ainda ver seus entes queridos morrer diante de si e não pirar? Como uma pessoa pode fazer tudo certo, lutar incansavelmente contra o mal e se sacrificar por àqueles que amam, sendo capaz de esquecer-se de si mesma e ainda assim receber como prêmio a morte? E quando isso tudo não é suficiente você ainda terá como companheiro a solidão.

Eu acho que sempre foi o meu destino morrer jovem, só estava adiando o inevitável. Claro, porque se quisesse viver mais eu teria que me afastar de tudo e todos que me colocavam no meio do furacão. Eu tinha que ser como Abby e fugir pra quem sabe ter uma vida de verdade, sem perigos. Podendo realizar os meus sonhos, enfim tendo uma vida normal.

Mas, não! Bonnie Bennett era orgulhosa demais, corajosa demais, leal e altruísta demais e, sobretudo, estúpida demais.

Bonnie Bennett era cega demais, desesperada por ter uma família, amigos e tudo o que ela pudesse se agarrar pra não deixar a solidão lhe invadir. Pra não encarar que ela sempre foi solitária, não importava que sua avó estivesse sempre lá, mas ela não era a sua mãe ou o seu pai. Sheilla por mais carinhosa, forte, paciente e amável que fosse nunca iria conseguir substituir o imenso vazio que existia em meu coração. O vazio que surgiu quando minha mãe Abby tinha fugido da cidade abandonando seu esposo e sua pequena filha de 5 anos, sem nem uma despedida. Sem nem olhar pra trás.

Ainda havia Wilson, meu pai ausente que a cada ano que passava foi se tornando mais ausente. Eu sei que ele me amava do jeito torto dele, mas ele me amava. Eu nunca passei necessidade, mesmo assim, o que eu mais queria eu não tinha. O meu maior desejo era ter uma família completa como os Gilbert ou os Forbes.

Ah, como eu invejava Elena por ter seus pais pra lhe mimar e um irmãozinho pra brigar, ou Carol que mesmo tendo pais divorciados ainda os tinham por perto, sempre olhando por ela, lhe cuidando.

Então, veio o sobrenatural a qual eu fui arrastada sem chance de escolher. Quer dizer, no inicio eu ainda tive escolhas, mas pelo meu altruísmo cego eu acabei por fazer as escolhas erradas. Escolhas que hoje eu me arrependo amargamente. Escolhas que agora me arrastaram para um caminho sem volta. E quando olho pra trás vejo o quanto eu perdi e eu me odeio por isso. Pois tudo o que eu vejo é que não valeu a pena. Eu perdi e fiquei jogada e esquecida na solidão.

"Damon, nunca soube valorizar você devidamente. Caramba! Você parece muito quente nessa camisa xadrez." Meus devaneios são interrompidos por Kai e seu cinismo, seus olhos pareciam agora me devorar com malícia. Eu sabia que ele estava jogando comigo me manipulando. Se eu quisesse ser livre teria que jogar o mesmo jogo.

"O que você quer de mim?" Eu disse fria sabendo que pra ser livre desse inferno teria que pagar um alto preço. Meu coração pulsava furioso.

"Uma ligação de sangue." Ele disse me livrando de seus braços e se levantando. "Vem comigo. Juntos nós seremos invencíveis!" Kai me estendeu a mão, eu não tinha escolha a não ser aceitar.

Eu desejava desesperadamente minha liberdade custe o que custasse. E naquele momento, senti um vazio tão grande me invadir ao mesmo tempo em que um novo sentimento havia se enraizado dentro da minha alma. Um desejo voraz e implacável por vingança. Eu iria arrastá-los para o mesmo abismo que eles haviam me deixado.

Kai Parker

Malachai, ou simplesmente Kai, como eu gosto de ser chamado, já fora um garoto com uma imaginação fértil e com sonhos e medos iguais a outras crianças, mesmo assim, eu ainda era visto como uma aberração. O garoto que era destinado a ser o líder do Clã, mas que nunca poderia assumir a posição do pai por não ser um bruxo, por não possuir magia em sua essência.

"Você é uma aberração, Kai. Um estúpido! Uma vergonha para o Clã." Pela milésima vez meu irmão Mike me provocava. Nós discutíamos e acabamos entrando numa briga física com chutes, pontapés, murros e ofensas verbais que se misturavam as minhas lágrimas de fúria e frustração. E no meio de todo o turbilhão de emoções dentro de mim, inconscientemente eu suguei toda a magia do corpo de Mike fazendo com que sua magia fluísse intensamente para todo o meu corpo, me alimentando e fazendo-me forte e poderoso.

"Para! Ele não está respirando." Todos me olharam assustados ou com repugnância. Então, descobri aos 10 anos que embora não pudesse fazer magia eu ainda poderia sugar a magia alheia. Mas, havia um preço... apenas um toque meu e eu poderia matar outro bruxo.

Mike acabou ficando em coma por uma semana. A noticia se espalhou para todo o Clã, todos me rejeitavam ou temia estar perto de mim, minha habilidade recém descoberta havia se tornada uma maldição perante meu Clã e minha família. Meu próprio pai me rejeitava, tratava-me como lixo, apenas o Clã era mais importante que tudo. Eu fui domado pra ser o que meu Clã queria, pra servir e jogar com suas regras estúpidas. Eu nunca poderia perder o controle, eu nunca poderia ser parte ativa ali, porque eu seria uma ameaça. Eu me isolei de todos e a cada dia uma magoa, ódio e amargura se apoderaram de mim até o ponto que decidi que era hora de ser livre.

Cego por uma fúria incontrolável eu acabei por matar 4 dos dos meus pequenos irmãos, sem nem um vestígio de culpa. Sem nenhuma lágrima. Entretanto, ainda havia algo que eu almejava mais que minha vingança. Ainda faltavam dois gêmeos Olivia e Luke, aqueles que viriam a serem os líderes do Clã, o que era pra ser meu por direito. Então, Jo me traiu protegendo eles e me deixando a mercê de uma punição eterna.

Fui isolado numa prisão vivendo o mesmo dia sob um eclipse solar ao final da tarde e tento como minha única companhia a solidão. Os dias se tornaram meses, que se tornaram anos. Anos vivendo num tormento sem fim.

Os dias eram sempre os mesmos, sempre alegres demais sob o sol radiante e as noites eram frias e sombrias me fazendo sonhar com vozes agonizantes, sangue e desespero. Eu sabia que era minha mente atormentada por algo parecido com a culpa, pois cada canto daquele lugar estava marcado com a minha fúria e loucura. Cada canto daquela casa possuía o cheiro de sangue, medo e morte.

Perturbado pela solidão e ira sem fim, decidi que era hora de acabar com isso. Eu tentei me matar varias e varias vezes de tantas formas terríveis. Primeiro na banheira enquanto tomava banho eu imergi e fiquei lá deixando a água invadir meus pulmões mais e mais até que a minha respiração se esvaísse. A segunda vez eu cortei meus pulsos e fiquei sangrando até o fim das minhas forças. Na terceira vez eu me enforquei no porão de casa e, assim, eu fui tentando cada vez mais. E a cada vez experimentando uma dor diferente, uma punhalada no coração um corte profundo e uma dor agonizante até que acabei ficando enfurecido e insano.

Na minha insanidade quando estava prestes a fazer minha última tentativa peguei a caminhonete velha de Joshua e sai desgovernado até que o carro perder o controle e tudo se transformou num borrão. Quando acordei dei de cara com uma pequena borboleta solitária sobrevoando minha cabeça. Eu ri loucamente, talvez, isso fosse um sinal.

Há dez anos presos num universo onde tudo parecia o mesmo, tudo estava estagnado, se morresse aqui, eu voltaria vivo no dia seguinte como se nada tivesse acontecido, sem nenhum arranhão. Eu Kai Parker vivia apenas na companhia da minha solidão miserável e da pequena Cindy minha borboleta de estimação que sempre passeava comigo, nós viajamos pra muitos lugares até que acabei por chegar a Virginia, numa cidade pequena chamada Mystic Falls.

O que eu não imaginava era que encontraria outra alma viva nesse lugar. A primeira vez que os vi estavam conversando ou discutindo na varando de uma casa qualquer. No começo eu fiquei apenas a espreita observando cada passo deles. Como era a sua rotina, quem eles eram e a cada vez fui descobrindo mais sobre o vampiro e a bruxa Bennett que ainda não tinha sua magia, mas praticava todo o santo dia.

Cindy quando não estava comigo estava lá no jardim da pequena garota de pele chocolate, cabelos negros acima dos ombros, corpo bem desenhando sob as roupas curtas ou justas que costumava usar e não fazia bem para a minha imaginação. Ela era diferente muito otimista, orgulhosa demais e muito corajosa, porque não é qualquer um que seria estúpido de enfrentar um vampiro furioso e ainda sair inteiro. Havia algo sobre ela que me deixava mais interessado até que eu descobri o Porquê.

Um dia quando o vampiro inquieto saiu a procura da tal bruxa eu decidi me aproveitar do momento pra invadir a casa da garota e desvendar mais sobre ela. Bonnie Bennett era a neta de Sheilla Bennett, a bruxa que criou essa prisão pra mim, que ajudou o Clã a me destruir.

Se uma Bennett havia me deixado preso nesse inferno... Uma Bennett iria me tirar daqui!

Passei quatro meses apenas nas sombras, vigiando os dois. Assistindo a relação divertida e complicada entre eles. Damon o vampiro trapaceiro arrogante e incrédulo e Bonnie a bruxa "inútil" mais muito persistente e otimista. Eles brigavam a maior parte do tempo, desde coisas pequenas há coisas mais tensas. Ele gostava afastá-la com suas palavras duras. Eu vi que ela se sentia às vezes insegura, às vezes magoada e acho que por muitas vezes, ela também se sentia cansada de tudo aquilo. Eu sabia que havia muito mais que aversão ou hostilidade entre ambas às partes, principalmente, Damon. O vampiro sempre estava à espreita, sempre de olho nela.

Então, chegou a hora de sair das sombras. Primeiro passo, fazer contato indireto: as palavras cruzadas.

"Yellow Ledbetter! É a palavra indecifrável, Damon."

"Meus parabéns! Você conseguiu concluir a palavra cruzada."

"Não, eu não. Foi você não é?"

"Não fui eu."

Foi divertido vê-los confusos, sobretudo, Bonnie o que acabou por causar mais tensão entre eles.

"Eu sei que tem mais alguém aqui Damon. Ele pode ser a chave pra nos tirar daqui. Então, me explique aquilo?"

"É o meu carro! O meu carro!" Damon parecia todo feliz ao encontrar o seu Camaro Azul estacionado propositalmente por mim na frente do mercado.

Segundo passo: jogar com suas mentes.

"Eu sei que tem mais alguém aqui. Alguém que trouxe seu carro e que preencheu as palavras cruzadas e você também ouviu o barulho."

"Não há ninguém aqui, apenas é sua mente louca e desesperada pra fugir desse inferno. Estou condenado a esse lugar vivendo com a pessoa mais chata do mundo!" Damon disse indiferente fazendo a bruxa ficar irada.

"Esperança é a única coisa que me faz continuar, Damon. Então, se está de saco cheio, se não tem esperança... dê um fim a tudo. Vamos... acabe com isso, porque isso não está ajudando." E mais uma vez ELA foi embora.

O último passo era me apresentar. Claro que as coisas não foram simples, eu tinha que os manipular, fazê-los confiar em mim, mesmo desconfiando.

"Fique longe dele!" Bonnie havia conseguido de volta seus poderes e estava muito segura de si. Ela era realmente incrível, forte, inteligente e muito leal.

"O importante é que você tem a sua magia de volta. Funcionou. Você realmente não acha que eu iria matar Damon, não é? Em que universo isso faz sentido? Quem mataria 1/3 da nossa população? Eu não sou um monstro. Eu sabia que Bonnie iria aparecer. Ela sempre volta, todas as 13 vezes. Sabia que com a motivação certa que ela seria capaz de acessar a sua magia, embora me fez um pouco preocupado com toda a sua insignificância que a vida de Damon não seria motivação suficiente, mas revela-se que era. Eu acho que é assim que vocês mostrar seu amor." Eu disse olhando intensamente para os olhos esverdeados de Bonnie, ela era linda.

Eu me divertia flertando com ela, tocando-a quando podia, sentindo o seu delicioso cheiro se misturando com sua magia fluindo por todo o seu corpo e, claro, aproveitando pra irritar Damon. Ele era tão patético com seu olhar enfurecido e selvagem. Tinha certeza que ele queria arrancar a minha cabeça a cada vez que eu a tocava, ou quando sorriamos cúmplices.

"Nós podemos estar em desacordo. Mas, nunca. Nunca mais colocar as mãos sobre ela." Damon disse furioso até que eu tive que encerrar o meu jogo.

As revelações vieram à tona. Este lugar na verdade era o meu inferno particular. Um lugar criado como punição para o meu pecado. A partir daquele momento Bonnie me olhou com repugnância o que me fez lembrar de todo o meu próprio ódio por meu Clã.

Bonnie era apenas a porta para a minha liberdade, querendo ou não ela teria que me tirar dali. Nada iria me parar, nós lutamos, eu a fiz vulnerável tantas vezes, ainda assim sua coragem e lealdade permaneciam intactas. Ela era tão estúpida, ela se sacrificou pra deixar Damon ser livre.

Entretanto, eu não desisti. Ela não tinha saída, nós podíamos continuar a brincadeira de gato e rato, sempre se confrontando, sempre ferindo uma ao outro. Ela foi capaz de mandar sua própria magia pra longe de mim, achando que isso seria suficiente pra me parar. Mas no fim, eu venci.

"Foi divertido, Bonnie. Mas, eu tenho que ir. Tenho um acerto de contas com um certo Clã de bruxos. Adeus!" Eu disse após apunhala-la com a faca que possuía a magia de Jo, pois só precisava do seu sangue.

Deixei-a abandonada e ferida, sem olhar pra trás, mesmo que no fundo havia uma parte minha que queria tê-la ao meu lado. Isso não importava agora eu era livre.

Mystic Falls nos dias atuais virou de cabeça pra baixo com a minha chegada. Eu não me importava quem eu teria que ferir pra conseguir tudo o que eu mais almejava. Eu matei, eu feri, eu consegui muito mais magia. A magia dos viajantes corria em minhas veias, me aquecendo, me fazendo mais insano, de alguma forma a magia tinha vida própria eu precisava de controle sobre mim mesmo. O ritual de fusão estava prestes a acontecer, Jo não podia mais fugir.

Mas, eu ainda precisava ser imbatível. A magia iria se esgotar então necessitava de um plano B. Eu ainda possuía o ascendente de 94 que havia consertado depois que a Bennett havia quebrado. Sei que Damon havia conseguido com a Jo, o ascendente original, porém eu o queimei o que impediu qualquer chance de Bonnie ser livre.

Mas, nem tudo era o fim pra bruxa solitária. Eu já havia observado toda a rotina dos seus amigos idiotas. Eu conheci a famosa Elena que podia ser linda e tão fraca, dependente e egoísta, combinava perfeitamente com Damon. Eu me diverti a torturando e no meio de tudo eu havia formado um plano perfeito. Uma troca:

O urso com toda a magia de Bonnie por Elena viva e intacta, ou a exposição não apenas da vampira, mas de todos os vampiros pra toda a cidade. Com certeza teríamos um confronto interessante.

Damon hesitante fez a sua escolha. É obvio que ele faria tudo por sua amada. Eu vi por trás de seus olhos enfurecidos que havia a culpa, ele sabia que estava traindo a garota que havia se sacrificado por ele, que sempre esteve lá pra ele ouvindo suas reclamações ou lamentações. Estava na hora de Bonnie Bennett ser livre não apenas daquela prisão, mas também, de sua própria servidão a vampiros por quem ela tinha uma lealdade cega. Era hora de se libertar disso, ser poderosa e invencível como ela sempre foi, mas nunca percebeu.

Quando eu retornei para o mundo paralelo encontrei Bonnie num estado deplorável. Ela estava parecendo insana apenas vestida numa camisa xadrez, provavelmente de Damon. Em outro momento tudo seria divertido e excitante pra mim, mas não agora. Não com ela preste a experimentar mais uma rodada de dor e agonia. Eu sabia qual era a sensação e aquilo mexeu até as minhas entranhas.

"Eu já fiz isso. Eu já tentei varias vezes. E a cada tentativa eu sangrei, chorei, sofri de agonia e me senti mais furioso. Não faça isso! Porque você não vai morrer, mas vai sofrer com a dor e sangrar até o dia se repetir e tudo voltar a seu devido lugar. Porém a sua mente já terá experimentado a dor de morrer agoniando de dor. E isso te fará louca."

Eu tentei ganhar tempo pra conseguir chegar até ela e quando consegui a puxei bruscamente para os meus braços fazendo com que eu caísse sobre ela. Houve tensão entre nós, Bonnie continuou lutando contra mim até que suas forças se esgotaram. Nossos olhares se desafiaram.

"Para e me escuta! Eu sou real, assim como o seu urso. Sabe como ele veio parar em minhas mãos, Bon Bon?" Eu joguei o meu veneno. "Damon deu ele pra mim. Deu pra salvar a sua querida Elena. Afinal tudo é por Elena. Não importa você. Eles continuaram a sua vida. Eles se esqueceram de você." Eu me sentia vingado ao ver o olhar de magoa e decepção dela.

Olhando para ela tão vulnerável e pequena em meus braços me fazia ainda mais seguro do que eu queria.

"Nós somos muito parecidos, Bonnie. Fomos esquecidos aqui. Tratados como inferiores. Eu sei como é a sensação de viver só em dor e solidão."

Eu estava jogando com ela, ao mesmo tempo, que estava mexendo com minhas próprias feridas. Feridas que nunca iriam cicatrizar, mas isso não importavam agora.

"Damon, nunca soube valorizar você devidamente. Caramba! Você parece muito quente nessa camisa xadrez." Eu disse sarcástico aproveitando o momento ali, quebrando um pouco da tensão.

"O que você quer de mim?" Ela foi direto ao ponto. Suas lágrimas já haviam secado.

"Uma ligação de sangue." Me levantei e estendi a minha mão pra ela. "Vem comigo. Juntos nós seremos invencíveis!" Bonnie vestiu uma máscara vazia e aceitou a minha mão.

Bonnie e Kai iria se tornar um só numa ligação perigosa. Era um pacto de sangue e nada poderia nos parar. Tudo era uma questão de poder e vingança.

Contudo, o que eu não imaginava é que haveria o efeito colateral da fusão e todos os meus planos acabariam por estar vulneráveis diante de sentimentos que, até então, eu nunca havia experimentado ou há muito tempo havia esquecido.

Eu acabaria por fazer o possível e até o impossível por causa dela. Bonnie seria minha salvação ou a minha total condenação.


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Notas finais do capítulo

Por enquanto é isso pessoal. No próximo acontecerá a fusão e Bon Bon fará uma surpresinha pra Damon e seus amiguinhos. Ah e por favor cade os reviews, Bjus!!!



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