Capítulo 4 – Inesperado

Por incrível que pareça, Alice conseguiu passar em todas as lojas. Eu acho. Como? Usando a velocidade “normal” dos Cullen. E me puxando junto, poderia acrescentar. Eram dez horas, e as lojas já estavam fechando. Melhor para mim. Quando me falaram em passar o dia fazendo compras, esqueceram de avisar para não o fazer com uma vampira viciada em moda.

É isso que dá ser amiga de uma.

            _Nossa. Acho que terminamos – disse Alice enquanto saímos de mais uma loja, prestes a se fechar. – Nem acredito que passamos em todas. O tempo voou, não acha?

            _É. Nem percebi a hora passar – eu disse com tédio. Acho que se eu passar por mais uma vitrine, ou eu faço um escândalo, ou eu desmaio ou eu morro ou eu nem sei o que eu faço. Minha cabeça doía.

            _Bella, eu sei que você adorou, mais o seu pai vai ficar preocupado. Anda, tira essa cara de poucos amigos e vem comigo. Você ta bem?

            _Ah, to sim Alice. Só to com um pouquinho de dor de cabeça... – eu estava parada? Comecei a andar. A cada passo fazia um barulho extraordinariamente grande dentro da minha cabeça.

            _Você viu aquela sandalha que eu comprei para mim? Ia comprar uma para você, mais você disse que já tinha comprado demais... – ela ficou tagarelando, mais eu nem escutava. Eu havia me quebrado toda, e agora não era só a cabeça que doía.

_ PARA ! – o que? Que que tava havendo? Paro por quê ? Ela tava berrando! – Aquela loja. Não acredito que eu não vi ela. Sua vampira idiota, não enxerga nem uma loja – nossa, comecei a ficar preocupada. Agora ela falava sozinha? – Vem, eu vou ver uma coisa bem legal lá. Ainda bem que esta aberta ainda. – ela estava super feliz. Ai meu deus, eu mereço. Ela tinha distúrbios mentais ou alguma coisa parecida?

_Alice, eu não quero entrar não. Prefiro ficar aqui e te esperar – como eu disse, eu não ia passar numa vitrine nem a pauladas. Nem olhei para a loja, apenas vi que era uma lojinha azul. Me encostei na parede.

_Tudo bem. Depois a gente passa em uma daquelas farmácias para comprar um remédio pra você. Se estiver doendo muito... Entra que eu saio, ok? – não, eu não ia entrar. 1º que eu já tinha prometido a mim mesma, e 2º, Alice queria fazer as compras dela. Deixa ela ser feliz!

Acenei com a cabeça e ela entrou, então eu fechei os olhos. Puxa, não havia percebido que estava cansada. Meu olho ardeu, então eu o abri de novo.

Meu coração deu uma cambalhota, depois um pulo e acelerou. Tinha uma pessoa – um homem - alta, musculosa, de cabelos pretos na minha frente. E ao seu lado, um cara alguns centímetros mais baixo que o primeiro, e cabelos no mesmo tom, um pouco maior.

Mais os olhos. Pouco me importava que eles fossem vampiros. Que eles fossem quem eu imaginava que eram. Mais os olhos...

Imaginei, todo esse tempo, que os Cullen tinham olhos dourados por causa do sangue do animal. Mas fiquei o tempo todo me perguntando que cor teriam os vampiros que não são como os Cullen.

E nesse momento desejei nunca ter me perguntado isso. Eu não queria a resposta. Não queria saber. Mais era pior agora: eu via.

Era um vermelho muito forte. Difícil de descrever. Um pensamento curvou minha mente. A cor da morte. Sim. A descrição perfeita para a cor daqueles olhos. Mais eu já havia visto eles antes. Os olhos, quero dizer. Num jogo de baseball.

Ah, não, não me diga que foi a Vict...

Não. Podia ser uma tal de “família real do mundo dos vampiros”... Não sonha, Bella.

_Olá – disse com simplicidade o homem mais alto e com ombros largos.

Estavam esperando uma resposta minha. Mais eu estava petrificada. Se eu deixasse sair um mínimo de som da minha voz, ela se tornaria um grito. Talvez um pedido de socorro para Alice ou algo assim.

Depois de alguns segundos percebi que eu teria que falar alguma coisa. Respirei fundo.

_O que vocês querem? – ufa, eu não berrei.

_Se você quer uma resposta direta, senhorita, ela seria “você”. – o outro falou. Tudo bem. Já to assustada. Ai meu deus, me ajude.

Ouvi um ruído na loja. Alice! Ai, que ela veja os dois homens mais forte do que aparentam na minha frente e me salve. Por favor, por favor, por favor.

Droga. Isso não ta adiantando. Vou ter que falar com eles de novo.

_Como assim? – não seria legal bancar a retardada, mais eu precisava de tempo até Alice me escutar, sem eu precisar gritar. – Quem são vocês? – tentei falar um pouco mais alto. Alice não seria ela mesma se não ouvisse minha voz, convenhamos.

_Você saberá na hora correta – e o de cabelo maior deu um sorrisinho sínico. Ódio passou por mim. – Mas no momento temos que levar você.

_Po-por quê? – eu gaguejei. Sim, eu estava cada vez com mais medo.

_Eu sou Demetri – disse o maior. – E esse ao meu lado é Alex. Volturi. Vamos levar você conosco. Sem nenhuma pergunta a mais. – Volturi? A família real? Não. Não podia ser. Eles iam fazer alguma coisa comigo? Ai meu deus, me socorre.

_Sim, eu vou ficar com esses... Obrigada – era ela. Eu estava salva. Alice!

_Venha agora – falou Alex com urgência.

_Não, me solta – ele pegou meu pulso e ia me puxar.

_Bella! – ela gritou. Mais já era tarde de mais. Me pegaram e me levaram para longe.

Pelo menos eu acho.

PDV Alice

Entrei na loja de sapatos. Não acreditava mesmo, de verdade, que a deixei passar. Tinha coisas lindas lá.

Veio uma vendedora simpática, me dizendo o que eu mais gostei. Escolhi uma sandália branca básica, um sapatinho fechado com salto preto, uma rasteirinha branca com prata e mais algumas coisinhas lá.

Comprei tudo. Ah, não me culpem, ta legal? Eu sei, eu tenho que me controlar quando eu vejo uma loja, mais não consigo. Uma vez a Rose me tirou o cartão de credito da minha mão e não me devolveu até sairmos do shopping. Não é para tanto, não é? Eu também comprei umas coisinhas para a Bella. Sabe como é, presente e essas coisas.

Fui para o caixa pagar minhas coisas. A menina somou tudo. Mais uma vez, para conferir. Me deu o valor. Puxa, minhas comprinhas foram caras aqui!

Estava entregando o dinheiro para a garota do caixa. Droga, não tinha trocados para dar a ela. Ia ser um troco e tanto, mas... Minha bolsa caiu e fez um baita de um barulho. Saco, caiu tudo. peguei tudo rapidinho, sem que a bolsa do balcão visse e me levantei com o dinheiro.

_Não, me larga – a voz da Bella gritou.

_Bella! – eu quase gritei também.

Peguei minhas compras – o que? Você estava esperando que eu deixasse tudo de lindo que eu comprei ali, na loja? Não mesmo – e fui correndo ver o que essa menina fez.

Tarde de mais. Dois vultos encapuzados a pegaram e um menor olhou para mim. Ai me belisca que eu to tendo um pesadelo e... Alice para, você não sonha mais mulher! Uau, os olhos eram mais vermelhos do que eu acharia possível. Ele virou a cabeça e saiu correndo... rápido demais. Vampiros? O que vampiros iriam querer com a minha Bellinha? Ah, mais eles ia se ver comigo e... Não, Alice, você não pode sair correndo atrás deles. Mesmo sendo forte, eles também são. Até mais que você talvez...

Sai correndo atrás do meu – ou de qualquer outro – carro.

Ta legal. Estou no meu caro. Agora pensa Alice, pensa.

Eu sabia bastante, mais não o suficiente para ter certeza que eu podia acelerar igual uma louca e ir procurar...

Muitas pessoas. Todas encapuzadas com mantos escuros. Alguns os tinham negos, outros não. Mais isso só deixava a visão mais assustadora. Três cadeiras do tipo de tronos. Affe, mais que brega ein? Para! Agora não é o momento certo para pensar em combinações. Tudo isso em uma sala grande. Tinha alguns degraus que davam para os tronos, e não tinha nada mais na sala alem das pessoas. Um vampiro tirou o capuz e revelou sua face. Não! Não, não, não! Eu já havia visto aquele rosto. Estava em um dos quadros de Carlisle e...

A visão se fechou. Não, perai!

Mantos, tronos, olhos vermelhos, muitas pessoas... Mais que droga! Como não pensei neles antes?

Acelerei para o aeroporto mais próximo daqui. Olhei no relógio. Eu fiquei pensando durante 2 minutos. Me lembrei de uma coisa. Iria ter que avisar o Edward. Ele com certeza iria querer vir comigo pegar a Bella. Disquei o numero dele.

_Alice? O que houve? Vocês não estão aqui e... – ele iria começar a me dar uma bronca por ter furado com ele. Essa realmente não era a hora certa para ESSA bronca.

_Edward, aconteceu uma coisa – não deixei ele terminar.

_Uma coisa? Que coisa? Me conta – ele exigiu serio.

_A Bella. Ela... Os Volturi pegaram ela.

O telefone ficou mudo por 3 segundos e depois ele desligou. Sim, ele estava vindo ao meu carro. 

04/02/10