Num segundo, tudo havia mudado.

A mente de Ralph ainda mal percebera que ele havia voltado ao templo. E uma tontura o dominou, fazendo-o desequilibrar e cair no chão. O panda o ajudou se levantar, enquanto o loiro ainda se lembrara da aura flamejante se tornar prateada.

– C – Como eu fui? – Perguntou o garoto, tentando se manter em pé por causa da tontura.

– Bem, melhor do que você foi não dá pra ser. – Comentou o panda, e ele viu um sorriso no rosto do loiro.

– Nossa. Nunca imaginaria que vivenciaria uma coisa como aquela. – Murmurou o garoto.

– Bom, o resultado está nas suas mãos. – Expressou o panda. O loiro olhou para a sua própria mão e viu que a Vingadora Indomável estava em suas mãos. E ela já não era mais pesada, e sim leve como segurar uma pena.

– Uau! Eu... Eu finalmente consegui empunhar a espada! – Ralph mal estava acreditando, e dava pulinhos de alegria. – Eu consegui! Eu consegui!

Ahh. Esse garoto sabe como se alegrar facilmente. Pensara Chen, um pouco orgulhoso.

– Muito bem, muito bem. Já vi que pode dominar a espada. Agora iremos logo realizar o teste final.

– Hum. Se eu já consegui dominar a espada, então... – O loiro coçava a nuca. - ... O último teste...

– Eu serei o seu oponente. Quero ver as suas habilidades com a sua espada. – Pronunciou Chen.

– Uma luta? Ótimo então! – Ralph balançou a espada em suas mãos como se fosse vento. – É um bom teste final!

– Que bom que gostou. Porque eu não vou pegar leve. – Disse Chen. Ele se aproximou da entrada do templo e pegou uma vara de bambu. Aquilo surpreendeu o garoto.

– Hum? Vai usar uma vara de bambu contra mim?

– Não me subestime. Posso usar a energia do vento tão bem quanto você, e é a mesma coisa com esta vara de bambu. Tenho muito mais experiência que você.

– Entendo. – O loiro suspirou fundo e estendeu a Vingadora Indomável. – Mas, dessa vez eu é que direi. Não subestime a Vingadora Indomável!

Os dois se encararam. Aquilo seria a parte final do treinamento, mas mesmo assim não seria a parte mais fácil. Disso o loiro sabia. Chen era um bom mestre, apesar de um pouco preguiçoso, ele sabia dominar bem o vento, se não fosse por isso, ele nunca teria chegado até ali, se não fosse por ele. E para isso Ralph tinha que vencê-lo, para mostra-lo que suas lições o fizeram evoluir. O aluno deveria superar o mestre.

– Vamos começar. – Chen se preparou para o combate. E girava seu bambu constantemente. Ralph estava atento, ou pelo menos ele tentava, porque de repente, sem nem avisar, Chen apareceu de trás do loiro e o atacou com o seu bambu, o garoto desviou rapidamente e reagiu atacando com a espada, mas como não tinha tanta habilidade com ela, só conseguiu bloquear alguns ataques, e foi forçado a tomar distância. Mas o panda não deu trégua, e partiu para mais uma abordagem, o loiro decidiu ir na ofensiva e atacou também. Foram golpes e contra golpes da espada e do bambu, até que Chen manobrou vento na sua arma e lançou uma rajada de vento contra o garoto, que escapou dando um salto, mas aquilo era exatamente o que o panda queria.

– Tome isso! – Vento foi envolvido em um dos punhos do panda. – Whirlwind! – Uma rajada espiral de vento foi lançada contra Ralph. Como não havia mais nada para se defender, ele usou a espada, como um escudo, que bloqueou o golpe perfeitamente.

– O quê?

– Agora é a minha vez! – O loiro concentrou sua aura. E o incrível era que a sua aura irrompia da espada também, prova de que ela era dele. Um manto invisível de vento ficou envolvido na espada. – Tome isso! – Ralph fez um movimento de meia lua no chão com a espada e uma pressão de ar surgiu e foi contra o panda, que foi surpreendido pela força do golpe, e se defendeu com o bambu para não cair.

– Nossa, que poder! – Murmurou Chen, incrédulo. – Como ele conseguiu focar tanta energia na espada?

– Isso... Não é eu... E sim nós! – O loiro pronunciou-se com determinação. – Ela está comigo, e com ela, eu o derrotarei!

– Pode vir, se tentar! – Chen deu uma cotovelada numa das estátuas ao seu lado. – Lide com centenas de rajadas de vento contra você!

Ralph ficou surpreso. Num segundo depois, uma série de rajadas cortantes de vento surgiu da boca da estátua em direção à ele. O garoto deu um pulo e começou a contra-atacar as rajadas de vento com a espada, para se equilibrar no ar, ele teve que abrir as suas asas. Chen não esperara tamanha coordenação do garoto, e isso o deixou mais intrigado.

– Aguenta isso! – Do bambu, uma grande e enorme rajada de vento, que mais parecia uma navalha gigante seguiu em direção ao garoto, que não demonstrou medo, mas sim mais determinação me querer vencer.

– Ahhhhh! – Ralph segurou a grande rajada de vento com a espada, o poder era muito forte, mas mesmo assim ainda estava no páreo.

– Impossível! Como uma espada pode revidar uma rajada de vento?!

– Desde que... O seu dono, seja... EU! – Concentrando bastante força, o loiro devolveu a rajada, e ela causou um tremendo estrondo no templo, ameaçando destruí-lo. Ralph pousou, suas asas balançavam lenta e cautelosamente. O loiro ofegava um pouco, mas não era pela quantidade de poder, e sim pela emoção da batalha. Algo como aquilo tiraria o fôlego de qualquer um!

Uma cortina de pó havia se levantado. Mas quando ela cessara, o loiro viu surpreendido, que Chen estava intacto pelo golpe. Ao seu redor, tudo estava destroçado. Seu bambu havia resistido ao ataque, mas como consequência ele havia se partido em dois, e o panda ofegava rapidamente.

– Nunca... Vi... Alguém usar tanto poder... Com tanta facilidade... – Murmurou o panda, exausto.

Ralph o olhou de relance. Acho que exagerei um pouco... Não devia ter botado tanta força. Pensara o loiro. Ele olhou a sua espada, que cintilava do seu poder, e ela parecia despertada, pronta para enfrentar batalhas, ela havia voltado a viver.

– Oh, bem... É duro de dizer isso... Mas você passou, moleque. – O panda se aproximara do loiro. – Já não sou mais seu mestre.

Ralph o olhava chocado.

– A – Acabou? M – Mesmo? – Ele mesmo não acreditava.

– Sim. Agora você pode ir. É literalmente um soldado, rapaz. – Expressou o panda.

O garoto levantou os braços.

–EU CONSEGUI!

– Vamos voltar. – Chen não deixou de dar uma risadinha.

– Ok! – O garoto prestou continência ao mestre, e o seguiu em direção à saída do templo.