Ralph desfizera a meditação.

Ele estava de volta ao desfiladeiro onde aconteceria o segundo teste. Mas quando ele percebeu, estava ventando muito, mas muito forte mesmo. O loiro avistara Chen na entrada do grande penhasco, com picos de pedra que brotavam nele.

– Essa é a hora. – Pronunciou o panda. – Já sabe como é o segundo teste, certo?

– Sim. – Respondera o garoto. – Eu preciso concentrar a minha aura e me deixar ser levado pelo vento, né?

– Correto. Vamos começar. Dessa vez eu irei te mostrar o que como deve fazer. – Disse o panda. Ele pulou para o desfiladeiro e ficou equilibrado num dos picos de pedra, o que era incrível pela grande força do vento. Ele se concentrou. Ralph podia sentir a aura de Chen se concentrar por todo o seu corpo, então, de olhos fechados, o panda pulara pelo penhasco em direção ao vazio da profundidade.

O loiro ficou desesperado e queria ajuda-lo, mas aquilo não foi necessário. Pois, na hora em que o panda estava caindo, a ventania “o carregara” para a frente, desviando dos picos de pedra e avançando até o lado com segurança. Ele ainda estava de olhos fechados.

Então ele abriu os olhos, e se viu no outro lado.

– Viu? Fui carregado pelo vento.

– Mas como? Você pareceu controla-lo... – O garoto estava surpreso com o que vira. Era como se o vento era vivo e salvara o panda de uma queda feia.

– Pareci, não. Eu o controlei. – Corrigiu Chen.

– U – Usando somente a sua aura?

– Quando você tentar, você verá. – Chen começou a caminhar pelo outro lado. – Até mais.

– O quê?! Seu panda burro! Volta aqui! – Ralph berrava contra o desfiladeiro, para ver se Chen o escutava.

– Será melhor fazer isso sozinho. – Aconselhou o panda, quase desaparecendo pelo outro lado de uma colina. – Eu irei tirar um cochilo.

– Saco. Muito bem, então. – O garoto engoliu em seco, não dava para disfarçar que estava com medo. Ele se aproximara um pouco mais da beirada do desfiladeiro, e quase caíra pelo forte vento. Querendo se focar mais na tarefa, o loiro fechou os olhos, e concentrou a sua aura pelo seu corpo. Sem enxergar nada pela frente pelos olhos fechados, ele pulou. E mergulhava a cada segundo pelo escuro desfiladeiro. Vamos, vento! Cadê você?! Ele pensava com nervosismo. Me carregue logo senão eu vou morrer!

Uma forte ventania percorreu o corpo de Ralph e o moveu para a sua direção. O garoto comemorava de olhos fechados, mas a sua concentração sumiu de repente, e todo o seu controle sobre a ventania se perdera. Como se ele fosse invisível, a ventania prosseguiu sem ele. E Ralph mais uma vez estava caindo pelo grande desfiladeiro. Ele abrira os olhos.

– Droga! – Para se salvar, o loiro criou um impulso de vento pelas mãos e o levantou para cima até onde ele tinha pulado. Ele estava assustado. Seu coração parecia sair pela boca. – Estava tão perto... Vou tentar de novo!

Ele estava tão nervoso e assustado que ele teve que tentar se acalmar primeiro para depois conseguir focar sua concentração. Quando ele sentiu novamente que estava pronto, ele pulou de novo.

Chen estava deitado debaixo de uma árvore, apreciando a sua sombra.

– Hum. Ele vai cair muitas vezes. – Murmurou o panda. – Ele não sabe ser relaxado. Quer fazer as coisas com pressa dá nisso.

Dois segundos depois que o garoto pulara ele voltara novamente do penhasco atordoado.

– Isso vai demorar. Vou dormir enquanto isso. – Chen esboçara um sorriso na boca. – A propósito, será que ele virá?

No Templo da Harmonia...

O Arcanjo ouvia grandes ocorrências e dera conselhos para os seus soldados. Seu jeito calmo era o que acalmava a angústia dos enviados à Haled. Ele sabia que tempos tenebrosos estavam chegando, e havia alguém por trás de tudo aquilo. Mas só pensar naquilo o incomodava, e ele não podia se estressar. Principalmente por manter sua postura segura diante de seus soldados incomodados.

– Bem... Acho que posso ir até lá e me acalmar um pouco. – Murmurara O Mensageiro. Desfazendo sua posição confortável e se levantando. – Sinto que aqui só está esquentando as coisas. E até eu preciso de um ar puro. Como será que ele está indo?