Ralph e Chen sobrevoaram a Floresta dos Sonhos. O sol batia forte naquela hora, mas mesmo assim, o loiro não se incomodava com o calor, já que na floresta era tudo tão escuro e frio. Enquanto avançavam em direção aos desfiladeiros, ele via a vegetação mudar, antes, a grama era escura e molhada pelos orvalhos, mas agora ela virara uma grama seca e vívida, além da presença de rochas enormes que demonstravam a chegada no destino.

Mas aquele desfiladeiro ainda ficava dentro da extensão da floresta.

– Chegamos. – Pronunciou o panda. – Aqui é o segundo local do exame. – O penhasco na qual vinham pela frente não era assim tão largo, mas de dentro dele, havia picos de pedra que pareciam grandes espinhos de pedra que brotavam.

– E o que eu realmente tenho que fazer aqui? – Perguntou o loiro, sem entender nada.

– Isso tem tempo. Preciso que você primeiro saiba a razão desse segundo teste. – Disse o panda, segurando a Vingadora Indomável. – E para isso a usaremos.

– A espada? Agora eu fiquei curioso.

– Do jeito que você é, não me surpreende. – Bufou o panda, meio entediado. – Pare de amolar e a segure logo!

– Você é um panda bem marrento. – Resmungou o loiro. O panda deixara a espada no chão e ele a pegara, ainda estava pesada para ele.

– E você é um cabeça-de-vento. – Chen retrucara de volta. – Quero que primeiro se concentre na espada.

– Certo. – O garoto ainda estava irritado com Chen, mas não recusaria uma ordem, afinal, ele era o seu mestre agora acima de tudo. Com as duas mãos, ele as pressionou no cabo da espada e fechou os olhos, deixando de prestar atenção no que estava ao seu redor. Quanto mais ele se concentrava, ele sentira uma energia, vinda de algum lugar. Ela de repente se expandiu. Tudo em volta do garoto estava escuro, e aquela energia gigante ameaçava engolí-lo, seja lá o que fosse. Ele tirou as mãos da espada.

– O que foi isso? – Questionara o anjo.

– O que você viu foi a aura da espada, garoto. –Respondera Chen. – Isto é o que chamamos de Meditação. Com ela, você pode identificar auras concentrando a sua mente ao seu redor. A aura pode deixar rastros em objetos, e nós o usamos para identificar isso. É bem útil em missões de resgate.

– Meditação... – O loiro olhava para as próprias mãos. – Então... Esse é o segundo teste?

– Mais ou menos. É quase isso. – Disse o panda. – Eu vou te dizer o que fará agora.

– Tudo bem.

– No primeiro teste você aprendeu a controlar a aura de ataques inimigos. Como o seu elemento é o vento, você precisa a controlar a sua própria aura.

– Controlar minha aura? – Ralph estava um pouco confuso. – Mas, se eu já não a controlo, então...

– Não é isso. Eu vou te dizer de uma outra forma. – O panda coçava a nuca. – Ah! Já sei! Você sabe porque você não consegue empunhar a espada?

– Ora, claro que não! É pra isso que estou fazendo esses testes! – Retrucara o anjo. – Você está andando em círculos, panda burro!

– Não me chame de panda burro! É a sua maldita aura que você não controla! – Chen tentava manter sua calma. – Você precisa saber a como controlar a sua aura, sendo levado por outra aura!

– Hum? Outra aura?

– Agora você está aprendendo. – O panda dera um sorriso de desafio. – É pra isso que você irá passar por esse desfiladeiro. Esse é o seu teste! Mas... Sem usar as suas asas.

– Sem as asas? Assim não vou conseguir me locomover. Como eu vou fazer isso?

– Focando a sua mente, você terá que ser levado pelo vento daqui. E aqui venta muito forte. Teremos que esperar as ventanias chegarem. Enquanto isso, você irá meditar e concentrar a sua aura.

– Sim, senhor! – Ralph botou a mão na cabeça, imitando um soldado.

Ralph se sentou-se em uma pedra e ficou em uma posição confortável. Fechou os olhos e começou a se concentrar. Durante isso, sua mente apareceu novamente naquele lugar escuro, mas agora tudo estava mais detalhado. Em vez de ser uma negritude completa, parecia que ali estava repleto de estrelas, que cintilavam em pequenos pontos de luz. E quando o garoto olhou para si mesmo, sua pele e ambas suas roupas estavam num tom prateado. Ele se sentia livre ali, leve, solto naquele espaço aberto. Ele agora sentia, aquela era a aura dele, que significava apenas um pontinho de luz prateada num monte de estrelas, mergulhados naquela negritude. Um dos pontos de luz estava próximo à ele, e assim que ele percebeu aquela energia tão familiar, vira que era a aura da Vingadora Indomável. A espada que o desafiava.