Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro
Notas iniciais do capítulo
Vamos aqui com nosso querido Gabriel :3
A tarde percorria, e o loiro ainda não conseguira vencer o desafio.
Ele gritava para si mesmo. Não conseguia se concentrar o suficiente para cruzar o outro lado. Ralph sabia que tinha que ter calma, mas não conseguia. Porque algo tão simples era tão difícil para ele?
– Acho que essa já é a vigésima tentativa... – Murmurava o garoto para si mesmo. – Não importa! Não ligo se será centenas ou milhares de tentativas, eu não vou desistir!
– Que grande confiança você tem sobre si mesmo. Isso é muito bom. – Uma voz surgira do nada, que assustara o garoto. Mas aquela voz era familiar. Tinha um tom de um coro cantando em sinfonias formais, não sendo isso, ele jamais reconheceria que seria Gabriel.
– C – Comandante... – O loiro olhara de relance para O Mensageiro, que estava atrás dele de pé. – O – O que o senhor faz aqui?
– Bem. Vim observar como você está indo. – Respondeu o Arcanjo solenemente. – E tenho uma outra notícia para te dar. Mas não quero atrapalhar o seu treinamento.
– Não. Quer dizer... Não estou indo muito bem, mesmo... – A resposta deixou o arcanjo um pouco curioso, e seu olhar transmitia à Ralph que ele deveria explicar melhor. – Digo, não consigo manter a minha meditação e cruzar até o outro lado.
– Ah, isso... Então você precisa “ser” o vento... – Refletia o arcanjo, mas mais para si mesmo. – Meditação é algo difícil mesmo, mas para cabeças controladas e calma é uma tarefa simples.
– Acredito que eu não seja desses... – Disse o garoto.
– Bem... Talvez eu possa te ajudar te dando um conselho. – Gabriel se sentara em uma rocha. Sua presença era agradável.
– Jura? Quer dizer... Muito obrigado.
– Não precisa agradecer. – O Arcanjo fizera uma pausa. – Bem, eu pareço ser um arcanjo com uma mente bem controlada, mas... Isso é uma mentira.
– Como?
– Estou sempre meditando para me manter calmo. Se você encontrar a paz em seu coração, poderá fazer qualquer coisa, Rafael. Não quero que me entenda mal, mas eu também já cometi grandes erros no passado, e só de lembrar deles, minha cabeça ameaça se explodir.
– Espere. O senhor cometeu grandes erros?! Eu pensei...
– Que anjos e arcanjos não cometem erros? – O Arcanjo deu um pequeno sorriso sarcástico. – Isso não existe, Rafael. Tantos humanos, demônios e nós também, mentimos e erramos. É natural. Isso é uma forma de evoluir suas ações.
– Quanta coisa deve ter acontecido no passado... – Refletiu o anjo loiro, olhando o Arcanjo.
– Bem. Garanto que aconteceu muita coisa para as minhas próprias ações me mudarem. E assim eu adotei a meditação como uma forma de sempre me manter assim. Com ela, deixei de ficar estressado.
– Então... Você encontrou a sua paz?
– Sim. Quando você for meditar, relaxe seu coração e sua mente. Controlar a natureza não é algo que se consegue facilmente, e ser a natureza é algo ainda mais difícil. Mas sabe o que o Pai deu para a natureza ser tão perfeita assim?
– Não. – Respondeu o loiro inocentemente.
– Paciência, Rafael. Paciência. – O Arcanjo se levantara. – Contorne os seus erros, e ache sua própria solução. Ser a natureza é saber como transformar tudo em algo simples e natural. Seja livre como o vento.
O Arcanjo seguia para a direção do Templo da Harmonia.
– Ah, senhor! – Ralph chamara a atenção de Gabriel, e se curvara quando ele se virara. – Que assunto o senhor queria comentar comigo?
– Ah, sim. Quero propor um acordo. Se você completar esse desafio com Chen, você saberá.
Claro que era um acordo difícil. Mas não que seria impossível.
– Sim, senhor! Obrigado mais uma vez! – O loiro viu o arcanjo desaparecer diante as árvores da floresta.
– Controlar minhas emoções... Contornar os meus erros... Ser o vento... – Ralph refletia cada frase que Gabriel lhe dissera. Ele sentia algo dentro dele. Confiança. Determinação. E... Paz. A paz de querer completar aquilo no tempo dele e ao jeito dele.
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