– Vou te espancar primeiro, depois eu acabo com a sua amiga, ou é melhor o contrário? – Kleber provocava Ralph com a sua arrogância, o que o deixava moendo os nervos.

– Não vou deixar você fazer nem uma coisa, nem outra. – Retrucou Ralph, tentando se defender.

– Ah, é mesmo? Puxa, que bom. – Ironizava Kleber. – Assim me divirto mais.

Não adiantava. Ralph não estava conseguindo manter o controle da situação. E ainda por cima estava se irritando demais com Kleber, sua raiva aumentou mais. E ele percebeu que seu braço formigava, era a mesma sensação de quando havia lançado a rajada de vento.

Foi então que percebeu, que era assim que ele conseguia lançar vento pelos braços. Era a sua raiva. Ele se preparou, esperando o instante certo.

– Sabe, não devia deixar um pavio curto como você... – Kleber continuava a zombar, mas foi interrompido por Ralph, que lançava rajadas de vento aleatoriamente.

– Toma isso! – Gritava Ralph lançando fortes braçadas de vento o quanto podia.

– Será? – Kleber deu uma risadinha e começou a desviar rapidamente dos golpes de vento. Ralph tentou lançar mais, mas conforme Kleber se desviava, ele se aproximava de Ralph, até que ele conseguiu socar Ralph na cara.

Ralph se desequilibrou e caiu no chão, fitando Kleber, atordoado. Ele percebera que Kleber tinha uma força sobre-humana, o soco dele era dez vezes mais forte que um soco comum.

– O que estava dizendo? – Continuou Kleber. – Ah, é. Dizia que ia me vencer. – E deu uma longa risada mostrando a sua arrogância. – Você nunca vai me vencer fazendo essas braçadas fracas de vento.

– Droga, que força... – Ralph ainda manejava a bochecha onde levara o soco. Pelos cálculos de Ralph, Kleber quase quebrar seu maxilar.

– É isso mesmo. Sou um anjo. Mas não sou do seu tipo, com poderes elementais. – Kleber abriu os braços. – Sou um Querubim. Um anjo guerreiro. Minha força é maior que mil homens!

Ralph soava confuso e impressionado. Então era a força que Kleber era especializado. Estava ferrado. Em todas as circunstancias estava definitivamente ferrado.

– Agora, que tal eu terminar isso de uma vez? – Debochou Kleber. Se aproximando de Ralph. – Claro ou com certeza?

Nesse, que estava do outro lado da fábrica, conseguiu atravessar a cerca e seguiu sorrateiramente até onde Belle estava. Kleber havia cometido o erro de se esquecer da sua refém. Nesse aproveitou o momento para pegá-la e levar para onde Mariah estava.

– Porque nós não o ajudamos? – Perguntou Mariah, angustiada.

– Nós temos que deixar que ele descubra algumas coisas, Mariah. – Respondeu Nesse. – Mas se ele for derrotado, nós vamos interferir, então se prepare.

– Ok, então.

Kleber continuava a bater em Ralph, a mesma coisa que fizera com Gotay. Ralph tentava escapar de Kleber se dirigindo para fora da área coberta da fábrica, Kleber deu-lhe um chute que ele voou, aterrissando no chão de areia de cimento.

– Que foi? Eu só tô aquecendo! – Retrucou Kleber, se preparando para dar mais uma salva de surra em Ralph. – Vou te matar lentamente, não se preocupe.

– Droga! Droga! Droga! – Ralph estava tão furioso que criou uma forte ventania que jogou Kleber para trás.

– Seu maníaco de sete pontas, eu vou te ensinar a não jogar os outros pra trás. – Reclamou Kleber um pouco atordoado por ser jogado por Ralph, sua roupa estava toda suja. – Vou bater mais nesse aqui para você se arrepender pelo o que fez.

Kleber começou a chutar Gotay, que já estava desmaiado. Sua situação estava piorando. Ralph sentiu lágrimas caírem dos olhos. Não aguentava ver o pequeno amigo sofrendo daquele jeito.

– Pare, por favor! – Ralph implorava com os olhos já cheios de lágrimas. – Ele já tá desacordado. Pare!

– Eu não! Você me sujou e ainda quer misericórdia? – Kleber se fazia de coitado. – Nem a pau!

Kleber chutou Gotay com mais força. Ralph não iria deixar mais que Gotay apanhasse por ele. Não deixaria. Ele se moveu rapidamente para de trás de Kleber, e lhe deu mais um empurrão de vento para que ele se afastasse de Kleber.

– Ah, não. De novo? – Kleber já estava entediado. – Não vai querer me ver irrita...

– CALA A BOCA! CALA A MALDITA DA SUA BOCA!!! – Ralph gritou com todas as suas forças. – EU VOU TE MATAR NEM QUE SEJA A ÚLTIMA COISA QUE EU FAÇA!

– Ah, é? Eu pago pra ver.

Nesse instante Ralph sentiu tanta raiva, que algo invisível tomou conta dele, vento. Como na escola. Mas havia algo diferente, pois alguma coisa estava se formando nas costas de Ralph.

– Ei, tá vendo, Mariah? – Perguntou Nesse para a amiga. – Ele está...

– Pois é. Até que enfim. – Completou Mariah. – Parece que agora ele vai se virar sozinho.

– AAAHHHHHHHHH!!!! – Ralph gritava envolvendo vento em seu corpo, produzindo uma ventania muito forte. Kleber seria levado longe não fosse pela sua incrível força.

– Hum? O que está acontecendo? – Replicou Kleber, confuso.

– Eu acho que ele não é um novato afinal. – Completou Mariah. – Logo no primeiro dia e já consegue se desmaterializar.