Capitulo Vl

A sala dos professores ficava em uma parte mais isolada e um pouco longe das salas de aula, acho que faziam isso para não ser incomodados pelos alunos. Mas isso não importava, e sim o fato do Senhor gostosão estar me esperando do outro lado da porta, respirei fundo e dei duas batidas.

– Entre. – A voz saiu grossa, cortante e.... sexy. Sacudi minha cabeça arrumei minha bolsa no ombro e entrei na sala dos professores.

A sala era simples mais aconchegante, tinha 2 sofás em um canto e algumas poltronas pela sala, uma televisão de frente dos sofás, e uma mesa com potes de bolacha e garrafas de café.

E de costas para a porta tinha algumas mesas que eu supôs ser usada pelos professores para corrigir provas ou trabalhos nas aulas vagas, e em uma delas estava o Senhor Uchiha sentado de costas para a porta fazendo algumas anotações em alguns papeis.

– Er.. O senhor me chamou...

– Eu sei que te chamei, não tenho problemas de memória. – Nessa hora fiquei vermelha de raiva, e ele virou para mim, não disfarcei minha raiva, e ele ficou me encarando por um longo tempo, acabei me perdendo aquela imensidão ônix.

Foi ele quem desviou os olhos primeiro, virou e pigarreou voltado fazer o que ele estava fazendo.

– A parti de hoje eu quero que depois das aulas você venha para a sala dos professores para que possa me ajudar na correção das provas e trabalhos e quando for necessário que você ajude algum aluno em dificuldade.

Minha boca não caiu ela despencou, como assim ele iria fazer eu ficar todos os dias depois da aula ajudando ele a fazer o trabalho dele?

– Pera deixa ver se eu entendi. – Ele girou a cadeira cruzando os braços e levantando uma sobrancelha. –Você quer que eu faça suas obrigações como professor. – Ele deu um sorrisinho de lado, nessa hora eu me esqueci de tudo a minha volta, eu estava hipnotizada pela aquela perfeição que estava na minha frente.

– Não vou deixar todo o meu trabalho para você, você irá me ajudar. – Soltei um pequeno gritinho, o que fez o seu sorriso aumentar.

– Mas porque eu? Não fiz nada para você. – Falei irritada, meus maxilar já estava tensionado.

– Primeiramente por ter chego na minha aula atrasada o que eu não tolero. – Só pode estar brincando, só por causa de um atraso.

– Você está brincando né?

– Tenho cara de quem está brincando? – me lançou um olhar crítico.

– Não, mas eu já te expliquei eu me atrasei porque não sabia onde ficava nada dessa escola, era meu primeiro dia, eu ainda cheguei 40 minutos antes do sinal e eu não cheguei nem a 3 minutos de atrasada. – Falei já muito nervosa andando de uma lado para outro.

– Não me importo seus motivos, devia ter ido mais rápido ou chego mais cedo na escola, isso é para eu mostrar não apenas a vocês, mas a todos aqueles que pensem em chegar atrasados na minha aula. E não adianta gritar, pois já está decidido e não vou mudar de ideia.

Pelo jeito não tinha mais jeito

– Mas se era esse um dos motivos qual é o outro?

Ele sorriu e virou-se começou a separar algumas folhas em duas pilhas sem ao menos se preocupar comigo, que tinha certeza que minha cara não era das melhores.

– Foi por você ter me desafiado na frente da sala, e como percebi você entende de literatura, juntei o útil ao agradável.

Não, não, não, isso é um pesadelo. Calma Sakura respira fundo.

– Mas eu só estava tentando me justificar, eu não estava rindo do Senhor e sim dos alunos que estavam se escondendo para que você não os chamasse. – tentei explicar o que de fato aconteceu, e o motivo da minha risada na sua aula.

– Não me importa, você está começando a fazer tumulto nas minhas aulas. E para que isso não se repita é melhor cortar o mal de uma vez, e também para que mais nenhum engraçadinho tente algo do tipo.

Respire fundo Sakura, isso vai ser só por alguns dias, não se preocupe. Além do mais nada de mais pode acontecer disso tudo.

Seguindo o meu próprio conselho respirei fundo, andei em direção a cadeira que estava do outro lado da mesa e na sua frente, coloquei minha bolsa na mesa e o observei terminar de separar as folhas. Rapidamente ele colocou uma pilha na minha frente.

– Esses trabalhos são das outras salas, você entende bem de Fernando Pessoa né? – Afirmei com a cabeça já foliando o primeiro trabalho. – Quero que você corrija esses trabalhos, erros de gramaticas devem ser corrigidos e descontado postos a cada 2 erros, faça marcações na capa dos erros e a as notas de caneta vermelha já desconsiderando os erros, trabalhos considerado plágios devem ser zerados, sem segunda revisão. – Nossa ele era bem rígido. Depois que terminar essa pilha separe os trabalhos por sala.

Confirmei novamente, pelo jeito ele era muito rígido com os trabalhos, quando for fazer o meu tenho que tomar cuidado redobrado, mesmo que isso não vá para o meu currículo, não posso fazer de qualquer jeito, além do mais é sobre meu maravilhoso Fernando Pessoa.

– Certo, mas o senhor vai revisar os trabalhos depois? – Perguntei, pois ele não ia deixar eu dar as notas para os alunos, eu poderia aumentar ou diminuir a nota de algum aluno.

– Não irei revisar não, o que você colocar será a nota final. – Ok, agora fiquei surpresa, como assim eu iria dar as notas.

– Mas eu posso acabar dando uma nota errada para a pessoa, posso tanto dar uma nota a mais do que merece ou menor.

– Eu sei disso, por isso separei os trabalhos dos alunos mais tranquilos de corrigir trabalhos. – Apontou para a pilha na minha frente. – E os trabalho dos alunos mais complicados, aqueles que acabam fazem plagio, ou até mesmo os de leitura mais
“sofisticada”. - Apontou para a sua pilha. – Mas não se preocupe pela última lição que eu vi, você tem um bom vocabulário, além de não achar erros gramaticais, então acho que isso você saberá fazer sem grandes problemas, ou a Senhorita atrasada acha que não tem capacidade para esse tipo de serviço.

Eu fiquei surpresa da sua dedução, mas primeiro ele me elogia, depois me desafia. E eu não sou de fugir de nenhum desafio. Estreitei meus olhos em sua direção.

– Desafio aceito Senhor Uchiha.

...

No primeiro dia depois de 2 horas que estávamos corrigindo os trabalhos ele recebeu uma ligação, sabia que era de uma mulher pela voz extremamente irritante do outro lado da linha, depois disso ele me dispensou e disse para eu voltar no mesmo horário para terminarmos de corrigir todos.

Chegando em casa fiz as lições tomei um banho, mandei uma mensagem para a Hinata e para o Naruto para ver se eles iriam jantar em casa, mesmo que o Naruto não mora conosco ele sempre dala um jeito de vir comer em casa, mas ambos disseram que não iam. O que eu achei estranho, porque depois daquele dia não encontrei mais nenhum dos dois, ai tinha coisa, mas eu me preocupava com isso depois. No dia seguinte a Ino fez eu fazer o relatório completo do que o Senhor Uchiha queria, e ficou chateada por não ter acontecido nada mais “caliente”, segundo ela, entre eu e o Professor gostoso.

Bom já era o segundo dia que estávamos corrigindo aqueles trabalhos, e eu estava no final da pilha de trabalhos, minha bunda já estava doendo de ficar muito tempo sentada, além de eu estar morrendo de fome, pois eu vim direto da aula, desse jeito tinha apenas uma maça e um sanduíche no estomago e já passava das 4 horas da tarde.

Durante esse tempo nenhum de nós falou novamente, era um silêncio tranquilo e eu gostava assim, o dia anterior tinha sido da mesma forma, mas ficar tanto tempo em uma sala com alguém e não falar nada estava me tirando do sério.

Estava corrigindo um trabalho quando fui interrompida.

– Não devia fazer isso. – Olhei sem entender o que ele tinha falado. Ele me encarava com uma expressão que não conseguia decifrar.

– Desculpa, mas fazer o que?

Ele pegou a caneta da sua mãe e apontou para a minha boca.

– Essa sua mania de ficar mordendo os lábios enquanto está concentrada, você vai acabar machucando a boca, além de ser uma mania muito irritante.

Sim, eu tinha essa mania, e a Hinata e Dona Kushina sempre pegavam no meu pé por isso, pois eu acabaria machucando minha boca, mas nunca ninguém me disse que essa mania era irritante, e por que ela o irritava?

– Sempre tivesse essa mania. – Dei de ombros. – Nunca consegui parar, mas... – O olhei firmemente, e ele sustentou o olhar. – Porque essa minha mania te irrita?

Ele continuou me encarando sem desviar o olhar, e eu o encarava firmemente para que ele não fugisse e me desse a resposta que eu tanto queria.

Até que um barulho nos interrompe, me fazendo corar. Minha barriga tinha roncada.

O Senhor Uchiha abaixo a cabeça cobriu o rosto e começou a segurar a risada.

– P-Pare de rir. – virei a cara. – Isso não é engraçado.

Olhei de lado e o vi levantar a cara e sorriu, não foi um grande sorriso, mas naquele momento o mundo parou, ele tinha um sorriso tão lindo, ele ficou ainda mais bonito do que antes. Eu só voltei a realidade quando parou de sorrir e voltou a sua posição normal, e a cara de professor sério e mandão voltou. E voltou a corrigir os trabalhos.

– Parece que alguém está com fome. – Aquilo me irritou, logico que estou com fome, já estou a mais de 4 horas aqui.

– Logico, estamos aqui a mais de 4 horas, eu viu depois da aula, e não tive tempo para almoçar. – ele levantou o rosto me analisando com sua expressão de indiferença, aquilo me irritou voltei a corrigir os trabalhos.

Ficamos mais 10 minutos em silêncio, e eu sabia que só sairia dali depois que terminasse de corrigir os trabalhos, ainda bem que eu já estava corrigindo e colocando cada trabalho na pilha correspondente a sala, o que já ia me economizar bastante tempo.

Assim que eu coloquei mais um trabalho corrigido ele pegou na minha mãe impedindo que eu pegasse mais um trabalho, esse simples toque fez com que um corrente elétrica passasse pelo meu corpo, deixando minha mão que ele ainda segurava formigando, não sei se ele sentiu o mesmo, pois estava tentando disfarçar o meu desconforto.

– terminamos por hoje. – Ele falou com uma voz fria, mas fria do que o de costume fazendo meu corpo todo se arrepiar. – Pode deixar que eu termino esses trabalhos faltam poucos.

Tentei manter o tom de voz neutro, para que ele não percebesse tudo aquilo que ele estava causando no meu corpo.

– Não se preocupe, eu vou terminar esse depois eu vou, como o Senhor mesmo disse faltam poucos.

Ele revirou os olhos.

– Não seja teimosa menina vá logo para casa. Você não está com fome? – Minhas bochechas coraram levemente por ele me lembrar da minha barriga roncando minutos atrás.

– Sim, de qualquer jeito ainda vai demorar para eu comer, tenho que chegar em casa e fazer comida ainda. – Ele me encarou soltou minha mão, e juntou os papeis da mesa e colocou elas na sua pasta, depois as que eu tinha corrigido. E as que ainda não tinham sidas ele colocou junto das que ele ainda não tinha corrigido. Pegou sua pasta as folhas e o seu casaco.

Fiquei o olhando sem entender.

– Você não disse que está com fome, e vai demorar para fazer comida quando chegar em casa? – confirmei com a cabeça. – Junte suas coisas que vou levá-la para comer.

Mais ordenou do que pediu.

– Não se preocupe eu...

– Não tenho todo o tempo do mundo vamos logo com isso, junte suas coisas e vamos. – Não estava acreditando, mas uma coisa ele estava certo eu estava faminta. Juntei minhas coisas e fui em direção a porta que já estava aberta.

– Até que enfim. – Disse assim que passei por ele.

– Arrogante. –Sussurrei, mas acho que ele ouviu.

– Irritante.