A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 33
E um Outro Encontro Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, AMEEEI, SUPER AMEEEI as recomendações. Por isso, o capítulo é para as duas divoleitoras Lia e Paloma Singer ^^



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P.O.V America

No começo tive vontade de permanecer em meu quarto, mas acabei optando por ir para o Salão das Selecionadas, afinal, será hoje que darão o resultado do Show de Talentos.

Não sei se ganhei, de verdade, nem tento nutrir esperanças para não quebrar a cara, também não sei qual é o prêmio, acho que eles não disseram.

Mas, sinceramente, eu já estava cansando daquela rotina. Antes eu passava o dia entrando e saindo do Salão, em passeios com Marlee ou visitas às criadas no quarto. Mas passei a usar o Salão das Selecionadas como uma caverna. Nenhum homem, nem mesmo os guardas, tinha autorização para entrar lá sem ordem expressa de Annabeth. Para mim, era perfeito.

Bem, funcionou perfeitamente por três dias. Mas hoje é o anúncio, que Annabeth acabou de avisar que será feito por Maxon no Salão de Festas, com a presença de todos os guardas, Zeus, Tiquê, Gavril e até mesmo algumas pessoas de fora e serei obrigada a sair de meu esconderijo.

Segundo Annie, eles queriam fazer como qualquer episódio normal da “Seleção Semideusa” – como as outras meninas passaram a chamar os especiais da Seleção de Maxon na Tv Hefesto –, no estúdio, com Gavril, Maxon e todas as coisas “normais” do programa, mas Maxon, Annabeth e Percy decidiram intervir.

Maxon e Percy estavam, aparentemente, cada vez mais amigos. Ontem eu os vi da janela de meu quarto treinando esgrima juntos, Percy ainda ganhava de Maxon de lavada, podendo tê-lo matado mais de uma vez se fosse um combate real, mas claro, Percy era o melhor espadachim desde... desde que me entendo por semideusa. Maxon, sendo um deus ou não, não conseguiria superá-lo em apenas alguns treinos nem se quisesse.

Isso me lembra de que estou devendo alguns treinos à Percy.

Suspiro pesadamente antes de me jogar em um dos sofás, enquanto as outras meninas, todas animadas, pulam de um lado pro outro do Salão, de grupinho em grupinho, falando das belíssimas roupas que irão usar para impressionar o Príncipe, começo a achar que a tática “Sigam a America” já havia sido esquecida.

Levanto-me desanimada, minha tática “se esconda no Salão” também parecia ter falhado. Vou para meu quarto, mas minhas criadas já pareciam estar a par do anúncio e trabalham a todo vapor em um vestido. A cor do tecido parecia ser laranja e quando os raios fracos do sol da manhã que entravam pelas janelas abertas do quarto batiam nele, ele parecia queimar. Era simplesmente lindo.

Isso me anima um pouco.

Passo a tarde lendo e Mary me força a treinar expressões caso ganhe e caso perca – apesar dela, de uma forma bastante impessoal, para não falar o contrário, destacar que acredita que eu ganharei. Mas ela era suspeita, mesmo que Anne, Lucy e ela jurassem que outros funcionários da mansão achavam o mesmo, mas eu preferia não juntar muitas esperanças, por isso treino mais um pouco minha cara de boa perdedora.

E mal pisco meus olhos e o vestido já está pronto e já são três horas da tarde e então só faltam duas horas para o programa.

Lucy, Anne, Mary estão correndo de um lado para outro do quarto – e, infelizmente, me arrastando junto – fazendo os preparativos. Elas me fazem tomar banho, secam meus cabelos, os arrumam em um penteado belíssimo, maquiam-me, me ajudam quando me visto... suspiro ao meu olhar no espelho. Pelo menos valera a pena.

Olho para um dos relógios verde piscina em uma das paredes de mesma cor do quarto. Quatro e vinte e dois. Suspiro, ainda falta meia hora, mas fico feliz. Poderei me preparar mais um pouco.

Mary pergunta-me qual será o meu “discurso” de agradecimento caso eu ganhe e me dou conta que não pensara nisso. Suspiro. Assim, sendo tão complicado, parecia-me mais agradável ganhar, mas para minhas criadas isso estava fora de cogitação. E então eu bolo um discurso de agradecimento em vinte minutos, antes delas se darem por convencidas e me liberarem.

Caminho tranquilamente pelos corredores, com vontade de voltar para o quarto e não ter que enfrentar os holofotes novamente. Mas uma figura para em minha frente e me força a parar o meu suave caminhar.

Mas quando eu olho para cima, esperava qualquer pessoa menos meu pai.

– Olá, querida. – ele fala, sorrindo, seus dentes brilhantes quase me cegando à luz do sol.

– Olá, Apolo. – falo, desanimada. Ninguém havia dito que ele estaria aqui.

Apolo revira os olhos.

– Percebo que ainda está com raiva. Mas não deveria estar, minha filha, veja que maravilha foi sua mãe e eu termos lhe convencido a se inscrever. Se não o tivesse feito, não estaria aqui, nesse lugar lindo, conhecendo pessoas novas e Maxon... soube que Maxon e você estão bastante próximos. – ele me dá um sorriso cúmplice, mas eu o ignoro.

Tento arrodeá-lo e ir logo para o Salão de Festas, com esse lenga-lenga acabarei me atrasando, mas ele apenas pega meu braço e me gira para ele novamente. Olha para mim.

– Você está linda, America. Este vestido destaca quem você é realmente, o sol. Ou, pelo menos, uma parte dele. – ele ri como se tivesse contado uma ótima piada. – Também achei magnífica sua apresentação, representou-me muitíssimo bem, mas acredito que aquela apresentação foi um pouco além de seus dons como minha filha, isso foi o mais impressionante.

– Dá para parar com isso? – peço.

– Isso o quê?

– Fingir que se importa, agir como se fosse realmente meu pai.

Sua expressão muda instantaneamente, como uma luz que se apaga, ele larga aquele papel, o pai bom e presente, apoiador, gentil, e passa a ser quem ele é realmente, Apolo, um deus arrogante que não gosta de ser contrariado.

– Não gosto quando age assim. – ele diz e eu me encho.

– Dá próxima – digo, com um aceno, me afastando. – Tente ser um “bom pai” desde o início, beleza. – e caminho para longe dele, mas dessa vez ele não me impede de ir.

Começo a me questionar se não fui dura demais com ele dessa vez.

O Salão de Festas está lindo, com uma decoração leve e bem humorada. Há três cadeiras centrais similares a tronos e mais doze cadeiras menores – não que isso não as façam parecer com tronos do mesmo jeito – em volto delas, formando um semicírculo. Pelo menos isso, Eu tomo um lugar nas filas que estão destinadas às selecionadas, sentindo-me meio mal. Dessa vez não há Marlee para me confortar ou para, pelo menos, sentar-se ao meu lado, como uma presença tranquilizadora.

E me sinto mais sozinha naquele momento rodeada de pessoas do que jamais me senti durante toda a Seleção.

Gavril sobe ao palco improvisado. Annabeth nos avisara minutos antes que após o anúncio, a ganhadora dançaria uma valsa de abertura do baile com Maxon e que os prêmios seriam surpresa, nem mesmo ela sabia, e só seriam anunciados quando dissessem as três ganhadoras.

Não entendo porque meu coração está batendo tão forte.

Gavril pega o microfone e sorri para a câmera. Sei que já estamos ao vivo, e tento me lembrar de tudo o que Mary, Anne e Lucy me fizeram ensaiar hoje: discurso de agradecimento, cara de surpresa, cara de boa perdedora, mas tudo parece se esvair de minha mente enquanto eu limpo minhas palmas suadas discretamente no vestido.

– Boa tarde à todos. Como todos já sabem, nosso querido príncipe Maxon, filho do Rei do Olimpo, Zeus e da belíssima deusa Tiquê, está procurado sua esposa em um processo chamado Seleção. Há pouco, foi exibido nesse mesmo canal um “show de talentos” dessa mesma Seleção e hoje eu terei a honra de anunciar as três melhores apresentações dessas belas senhoritas e seus respectivos “prêmios”.

Olho para as reações do deuses sentados no semicírculo. Maxon, no meio, parece levemente desconfortável e Tiquê, ao seu lado, parece estar tentando confortá-lo. Zeus, do outro lado do príncipe, parece satisfeito consigo mesmo.

Todos os deuses olimpianos estavam lá, inclusive meu pai e Hades. Todos eles aparentavam – pelo menos para mim – assumir suas formas gregas, o que era legal para mim. Ao lado de Zeus estava Hera, que não parecia estar nada contente em, participar disso, talvez porque ser traída mais uma vez e o fruto desta traição estar tendo mais atenção do que ela não deve ser uma boa sensação. Deméter, ao seu lado, parecia levemente satisfeita, ainda tinha duas filhas na competição, mais do que alguns deuses ali presentes. Atena tinha uma expressão serena e sábia, o que deve ser seu habitual. Ártemis torcia levemente o nariz para aquilo tudo, certamente não estava tão feliz com o quanto tantas meninas estavam dispostas a fazer para conquistar um homem. Afrodite sorria alegremente, um sorriso sedutor, usava um decote um pouco grande demais para seu gosto, mas isso parecia mostrar de onde Celeste tirara sua postura. Dionísio tinha uma cara infeliz, igual a que ele usava todo santo dia no Acampamento.

Poseidon, ao lado de Tiquê, parecia meio contrariado, sua única filha na Seleção havia saído após brigar com Celeste e ele não parecia muito feliz com isso. Ares parecia entediado, mas seu olhar estava fixo no decote de Afrodite. Meu pai parecia com raiva. Hefesto parecia orgulhoso, afinal, ele tinha três filhas na competição, mais do que qualquer outro deus. Hermes sorria, peralta, olhos atentos, varrendo todo o lugar, segurando seu caduceu com força. Hades tinha sua cara de enterro de sempre e observava o lugar com desinteresse.

Algumas meninas, eu ficara sabendo, ficaram indignadas por só os deuses olimpianos terem sido convidados, pois os seus pais não estariam lá para apoiá-las e estas, agora, faziam cara feia para Gavril.

– Portanto, sem mais delongas, a apresentação que ficou em terceiro lugar cuja a integrante ou integrantes terá ou terão um jantar com o príncipe é... – ele faz uma pausa dramática e acho que vou desmaiar.

Fecho meus olhos e espero a conclusão da frase ansiosamente.


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Notas finais do capítulo

AGORA CONVIVAM COM ESSE SUSPENSE! BUAHAHAHA