A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 32
Um Encontro Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, tudo bem? Espero que gostem d capítulo, tenho tanto a dizer, mas só na notinha final... :3 Sem spoilers, Liz.
Lembrando para os leitores que ainda não sabem: As postagens são todos os domingos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/581962/chapter/32

P.O.V America

No dia seguinte, Marlee me evita. E no outro também. Decido me sentar no Salão das Selecionadas a uma distância segura e deixar bem claro que eu a notava sempre que passa por mim. Quero que ela saiba que pode confiar em mim. No entanto, eu não vou obrigá-la a falar.

São necessários quatro dias para ela me dirigir um sorriso triste de quem sabia que alguma coisa não ia bem. Apenas aceno-lhe com a cabeça. Aquilo parece ser tudo o que eu tenho a dizer sobre o que diabos se passa no coração dela.

Naquele mesmo dia, enquanto eu estou sentada no Salão das Selecionadas, Maxon me chama. Seria mentira se dissesse que não estou toda contente de correr porta afora para seus braços.

– Maxon! – exclamo, antes de me lançar sobre ele.

Quando me afasto, ele se mostra um pouco atrapalhado. Eu sei por quê. Ha alguns dias atrás, estávamos conversando e lhe confessei que tinha dificuldades para lidar com meus sentimentos. Pedi que não me beijasse até eu ter mais certeza. Ele assentiu, mas notei que ficou magoado. Ainda assim, não quebrou sua promessa. É difícil demais decifrar esses sentimentos com ele agindo como se fosse meu namorado, quando claramente não é.

Na verdade, esse nosso relacionamento pode ser definido como várias coisas: enrolado, aberto, inexistente... mas sem dúvida não era algo sério, tampouco oficial.

Ainda restam vinte e duas garotas depois da partida de Camille, Mikaela e Laila. Camille e Laila eram simplesmente incompatíveis com a Seleção e foram embora sem muito destaque. Já Mikaela sentia tantas saudades de casa que se desfez em choro e soluços durante o café da manhã, dois dias depois. Maxon a acompanhou até o quarto, o tempo todo com a mão nos ombros dela. Ele parecia não ficar triste por deixá-las sair, mas alegre por poder se concentrar em outras possibilidades, sendo eu uma delas. Mas tanto o príncipe como eu entendíamos que seria tolice dele entregar o coração a mim quando eu mesma não sabia por onde andava o meu.

– Como você está hoje? – ele pergunta enquanto se afasta.

– Ótima, claro. O que faz aqui? Não deveria estar... – eu ia dizer “no trabalho”, mas não sabia realmente qual era o trabalho de Maxon naquele mundo louco dos deuses, então, depois de uma pequena pausa para pensar, completo: – fazendo as coisas que os deuses menores com vinte e duas pretendentes fazem quando não estão com uma dessas vinte e duas pretendentes?

– Você está contando? – ele pergunta, sua expressão um misto de surpresa e divertimento. Dou de ombros. – Na verdade não. – ele responde simplesmente. – Esta tarde estou livre como um pássaro. – seus olhos brilham. – O que quer fazer? – ele me estende o braço para mim.

– Qualquer coisa! Há tanto na mansão que eu ainda não vi. Os cavalos, por exemplo. E o cinema. Você ainda não me levou lá.

– Então vamos agora. Um pouco de descanso para a cabeça me faria bem. De que tipo de filmes vocês gosta? – ele me pergunta enquanto caminhamos para a escadaria que eu acho que deve dar no porão e consequentemente no cinema.

– Na verdade não sei ao certo. Gosto de muitos tipos de filmes, apesar de não poder assistir a muitos... – falo, tentando não parecer meio triste com esse fato, apesar de assim me sentir. – Mas adoro livros de romance. E já assisti alguns bons filmes de aventura e comédia.

– Uma comédia romântica, então? – ele me pergunta.

Maxon levanta a sobrancelha como se tivesse segundas intenções. Não tem como não rir.

Viramos em um corredor e continuamos a conversar. Quando cruzamos com um destacamento da guarda da mansão, todos os soldados abriram caminho e saudaram o príncipe e sua acompanhante. Deve haver mais de uma dúzia de homens naquele corredor. Eu já estou até me acostumando com a presença deles. Mesmo um grupo tão grande não é mais capaz de tirar minha atenção dos momentos agradáveis que ia passar com Maxon em breve.

Mas, no entanto, eu paro e, Maxon, ao meu lado, também. O que nos faz parar é o suspiro que alguém deixou escapar enquanto passávamos. Tanto Maxon como eu damos meia-volta.

E ali está Christian.

Não posso deixar de soltar um suspiro também.

Christian era um filho de Afrodite que estudava no mesmo colégio que eu, então, quando nos encontramos no CHB, sermos amigos foi algo meio natural. Ele era um dos meus melhores amigos e uma das poucas pessoas que sabia de mim e de Noah, mas ele se afastara no meio do ano passado sem explicações ou um adeus, foi gradativamente que ele foi sumindo e quando eu percebi, ele já não olhava mais para minha cara. Quando nos encontramos no CHB nas férias do ano passado, achei que seria diferente, que ele voltaria falar comigo, que seríamos melhores amigos novamente, mas ele agiu como se nem ao menos nos conhecêssemos e como se também não tivesse vontade de fazê-lo.

Então, após a mágoa, eu fui o esquecendo aos poucos, depois, voltou a escola e já não nos encontrávamos tanto, ele tinha outras ocupações e todas as tarefas, matérias e obrigações que eram colocadas em meus ombros foram ocupando minha cabeça e afastando-me dele. Claro que ainda me doía um pouco quando o encontrava, mas era “um mal necessário”, como Georgia dissera.

Então vê-lo ali enquanto ele deveria estar em alguma faculdade para gênios extremamente bonitos foi para mim, sem dúvidas, uma surpresa. Eu só não me decidira se era uma boa surpresa ou uma má.

Claro que alguns dias antes eu ouvira uma das governantas da mansão mencionar de passagem o recrutamento, mas eu definitivamente não pensara em Christian como um dos recrutas, na verdade, eu só pensara em um monte de filho de Ares, Marte e Belona mal encarados.

Maxon interrompe meus pensamentos:

– Você conhece esse jovem, America?

Ele está definitivamente muito diferente, como se estivesse malhando muito mais e seus cabelos, normalmente agradavelmente bagunçados, foram cortados bem baixo, quase raspados. Suas roupas, normalmente as melhores, com um quê de sofisticação, mas ao mesmo tempo de simplicidade, haviam mudado totalmente e agora ali estava ele, com um dos uniformes brilhantes e bem ajustados da guarda do palácio.

Ele parece estranho e familiar ao mesmo tempo. Tantas coisas parecem fora de lugar ao seu redor. Mas aqueles olhos... aqueles olhos são os inconfundíveis olhos de Christian.

Meus olhos baixam para a plaqueta de identificação em seu uniforme: SOLDADO ROOSEFILD.

Tudo isso não deve ter levado um segundo.

Mantenho a compostura o suficiente para ninguém perceber a tempestade que se arma dentro de mim, num milagre puro e simples. Quero abraçá-lo, socá-lo, gritar com ele, xingá-lo, pedir explicações, exigir que saísse do meu refúgio. Quero cavar um buraco e sumir, mas eu ainda estou aqui.

Nada mais parece fazer sentido.

Limpo a garganta:

– Sim, Christ... – paro. Faço uma pequena pausa. Recomeço: – O Soldado Roosefild também é do Acampamento Meio-Sangue e já estudou em minha escola. Éramos conhecidos. – explico, sorrindo para Maxon.

Maxon parece se animar por mim.

– Bom, o que dizer? Bem-vindo, soldado Roosefild. Deve estar feliz por ver a Senhorita America novamente.

Maxon estende a mão para Christian, que o cumprimenta.

O rosto de Christian parece ser feito de pedra.

– Sim, Majestade. Muito feliz.

– Alteza. – alfineto-o suavemente.

– Alteza. – ele se corrige, aparentemente tentando não me fuzilar com o olhar.

Maxon parece ignorar essa pequena troca de farpas.

– Estou certo de que torce por ela. – ele tentou animá-lo, piscando para mim.

– Claro, Alteza. – Christian concorda, inclinando levemente a cabeça.

E eu me pergunto o que ele quis dizer com isso. Certamente que sim, torce por mim. Acho que ele prefere tudo a me ver com Noah.

– Perfeito. Já que America e o senhor já se conhecem, não poderia pensar em alguém melhor na mansão para tomar conta dela. Cuidarei para que faça parte do rodízio de guardas dela. Essa garota nega-se a ser acompanhada por uma criada durante a noite. Tentei convencê-la, mas... – Maxon balança a cabeça para mim.

– Isso não me surpreende, Alteza. – Christian finalmente parece relaxar um pouco.

O Deus menor/príncipe sorri.

– Bem, estou certo de que vocês têm um dia trabalhoso pela frente. Estamos de saída. Tenham um bom dia, soldados – Maxon acena com a cabeça e me leva consigo.

Luto com todas as minhas forças para não olhar para trás.

No escuro do cinema, penso no que fazer. O príncipe tinha deixado claro seu ódio a todos que me tratassem com desdém na noite em que lhe contei sobre Noah. Se eu lhe dissesse que o homem que ele acabara de designar como meu segurança era uma pessoa que havia me magoado quase tanto quanto Noah, será que Chris seria punido? Não quero testar o príncipe.

Bem, eu não posso contar. Não quero contar. Porque, apesar de toda a minha raiva, amo Christian como amo aos meus irmãos. E não suportaria vê-lo sofrer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gente, o que acharam dessa mini adaptação do Aspen. Não vai ser igual, vos garanto, Christian tem um papel totalmente diferente do de Aspen nessa Seleção, além de um lugar diferente no coração de America, ainda assim, ele o abala, é um grande amigo que por algum motivo, saiu do convívio com a Ames, um motivo que nem ela sabe qual é, mas America sendo America, vai descobrir ;)
Beijinhoos,
Liz.
P.S.: QUERO MUITOS REVIEWS E ESTOU ESPERANDO RECOMENDAÇÕES.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Seleção Semideusa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.