Anjo da Água escrita por Chris Lima


Capítulo 7
Capítulo 6




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Dilecto estava na fase de lua nova. Os guerreiros estavam mais fracos devido à ausência de qualquer resquício da lua e isso era mais preocupante do que nunca, pois as abominações estavam se aproximando mais da muralha periférica. Toda cautela e esforço seriam necessários para impedir uma possível invasão.

Devido à preocupação com a saúde de Mosheh, que fora encontrado quase morto na manhã do dia que voltou para o forte, com o destino de Sachiel, que cada vez mais se torna indiferente com o seu dever, e com a integridade do Império, os damasos resolveram consultar os semideuses, que eram os representantes dos deuses em terra. Em outras palavras, eles eram uma espécie de oráculo para essa civilização. Sempre que isso acontecia, eles recrutavam duzentos civis e cinquenta soldados para irem ao templo.

Os damasos não podiam ir pessoalmente, pois os semideuses repugnavam qualquer contato com aqueles domadores. Por isso, sempre que eles decidiam consultá-los, o suspense pairava sobre o império, pois qualquer pessoa poderia ser escolhida para ir até o templo. Os mais destemidos se ofereciam, pois ver os semideuses era o desejo de qualquer um daquele império. Quem não deseja ter a verdadeira forma de algo divino em mente?

Porém, outros temiam, e esse medo não era sem nenhum um fundamento plausível. Ocorre que o templo ficava além das muralhas, dentro da floresta, em um local bastante reservado, mas que possuía bastantes surpresas para desatentos. Diziam os semideuses, que eles necessitavam de toda tranquilidade para que pudessem manter a comunicação com os deuses e sempre exigiam a mesma quantidade de pessoas, duzentos civis e cinquenta soldados, caso isso não fosse obedecido, o templo não os receberia.

Muitos vampiros aproveitavam essas visitas pra saciarem sua sede. Inúmeras chacinas já ocorreram nessas visitas ao templo, poucos que iam até lá continuavam com vida. Entretanto, sempre sobreviviam alguns e, quando voltavam, eles eram aclamados por todos e tinham uma boa história para contar. Esses que sobreviventes eram considerados afortunados, pois eles teriam sido escolhidos para levar a mensagem ao império. Por isso, suas vidas eram poupadas.

E mais um “teatro” era encenado em Dilecto. Mais um motivo para se derramar sangue. 

É fato também que algumas visitas tiveram sorte e todas as pessoas voltaram sãs. Quando isso acontecia, uma festa começava. Por todas as cidades era visto comemorações, bebedeira, sorrisos, danças e comidas gratuitas. A cidade mudava de cor, as pessoas tornavam-se mais bonitas, a alegria pairava no ar. Quando isso acontecia, era presságio de “bons tempos” na visão dos semideuses.

Os dias que se aproximaram à visita deixaram o ar do império mais pesado, “quem seria os escolhidos dessa vez?”. Cinco dias antes à consulta, foram anunciadas as pessoas que iriam realizar tal empreitada e a maioria possuía a idade na faixa dos vinte. Já faziam duas décadas que nenhuma consulta foi feita. Aquele momento certamente era novo para essas pessoas.

Estava nublado na manha que saíram do império. As flores que pintavam o chão estavam dançando à medida que cada gota tocava suas pétalas. Muitos caiam em poças por conta da terra que estava escorregadia. Inicialmente, para esses jovens, cada queda se tornava motivo de gargalhadas. Até os guerreiros se permitiam sorrir durante essa viagem.

Dentro da floresta era impossível distinguir se era dia ou noite, as lamparinas acesas cortavam aquela penumbra e os grilos cantavam uma sinfonia tenebrosa, outros animais também os ajudavam. Às vezes, era possível escutar alguns uivos e outros sons indistinguível.

As mulheres, que andavam sempre atrás, assustavam-se com um simples cair de um galho. Os homens, apesar de tentarem transparecer segurança, assustavam-se tanto ou até mais que as mulheres. Mas não era para menos, pois, aquele local frígido e úmido aparentava ser o palco de inúmeros homicídios a sangue frio.

— Tomem cuidado, alguns vampiros se escondem aqui. Fiquem sempre juntos – falou um guerreiro.

— É aqui que vocês lutam? – perguntou uma mulher, que se aproximou para ficar mais perto do guarda que falou.

— Nós evitamos entrar em florestas, isso acontece apenas quando é necessário. O sol nos ajuda, mas essa floresta dá vantagens para esses monstros. A nossa sorte é que essa escuridão existe apenas no contorno do templo, em geral as árvores permitem que a luz do sol penetre-as. Agora silêncio, garota.

— Por que os semideuses ou os deuses nada fazem para extinguir esses monstros?

— Essa luta é nossa.

O silêncio invadiu novamente aquele grupo, mais algum tempo passou e somente o som da natureza era audível. Alguns já estavam cansados, pois estavam caminhando sorrateiramente há muito tempo. Aquilo era fácil para os guerreiros, eles já eram acostumados, mas aqueles homens e mulheres, reles operários, não aguentavam sequer dar um passo.

Resolveram parar para descansar e criaram algumas fogueiras para poderem se aquecer. Enquanto os civis estavam em volta das fogueiras, alertas, os guerreiros continuavam em pé, incorruptíveis, garantindo a segurança de todos.

Entretanto, não demorou muito para os civis começarem a conversar e tentarem suprir aquele temor com histórias engraçadas ou heroicas. Uma dessas histórias narrava o desenrolar da fuga de um civil dos braços de um vampiro. O rapaz que a contava, entusiasmava-se com cada sílaba dita e por horas encenava aquela façanha e sua baixa estatura auxiliava a graça.

Até que então uma pessoa resolveu falar algo que não era bom ser dito.

— Reza a lenda – começou o jovem – que esse homem possuía dois metros de altura, olhos negros como a noite, a pele parda e o corpo extremamente viril. Um dia antes ao feito – ele levantou-se e ficou em posição de combate – ele teria sonhado com duas enormes presas o atacando, então ele viu um poço e pulou. Preferia morrer a ser sugado por essas sanguessugas – ele se deitou na terra – mas quando chegou ao fim do poço ele despertou extremamente suado, estava ofegante e quando ficou em frente ao espelho, o garoto possuía duas marcas de presa no seu pescoço. Ele ficou desesperado com aquilo, não sabia o que realmente era aquilo, seu sangue fervia, suas mãos esbarravam-se por todos os móveis de sua casa. Ele estava louco, completamente louco – o homem levantava suas mãos e as balançava por todos os lados – foi quando ele viu sua pequena irmã. A sede por seu sangue era enorme e ele não conseguiu se segurar – o homem pulou no pescoço de uma garota e o beijou levemente – a pobre criança morreu de uma única sugada. Sentindo-se culpado ele fugiu para essas florestas, de tanta falta do sol ele passou a ter alergia do mesmo e todas as pessoas que apareciam aqui, ele sugava. Possuíam dois finais: eles morriam ou sobreviviam. E acredite, o pior era sobreviver, pois quando as pessoas sobreviviam, tornavam-se vampiros e passaram a compartilhar daquela triste sina.

— Essa foi a pior história que eu escutei – falou seu amigo.

Um dos guerreiros que estava perto escutou tudo e sorriu ironicamente. Ele sabia que aquela história era uma tremenda farsa, a falta de criatividade era notável e o verdadeiro motivo estava longe disso. Mas nem todos do império sabiam disso, as pessoas ignoravam sua própria cultura e, por isso, tornavam-se tão rasos e desinteressantes.

— Vocês querem saber o que realmente deu início ao primeiro vampiro? – falou um guerreiro.

Todos assentiram.

— Miac era irmão de Leba. Miac era responsável pela colheita, pelas plantações e pelas florestas, já Leba era responsável pelos animais: lobos, cabras, touros, tudo que vocês imaginarem. Os dois viviam em uma plena harmonia, nada desejavam, pois eram honrados todo mês com a presença dos deuses em sua humilde casa.

Certa vez Miac levou aos deuses uma oferenda. Todas as suas melhores frutas, vindo das melhores sementes. Todos os sabores já provados pelo ser humano ele ofereceu. Aquilo lhe rendeu dias de penúria, pois cada gota em excesso, cada pequeno detalhe poderia lhe render a perda da colheita. Ele estava certo de que seria apreciado.

Leba também fez o mesmo, pegou o que tinha de mais valor: uma ovelha, a de raça mais rara, a primogênita de seu rebanho. Aquilo também teria lhe rendido muita luta, pois alimentar, evitar doenças, entre outras coisas, levava muito tempo.

Com bastante contentamento e gratidão, os deuses aceitaram o que Leba trouxe, mas o presente de Miac não foi aceito de bom grado. O que lhe deixou irado, pois toda a sua luta, todos os meses escolhendo as melhores sementes, plantando, adubando, e colhendo não foram necessários para os agradarem. O que mais gerou raiva foi o fato de que não teria sido a primeira vez que aquilo ocorrera.

As ofertas de Leba sempre eram bem aceitas. A tristeza tomou conta de seu coração, a inveja o dominava e a loucura cegou seus olhos. Certo dia, Miac chamou seu irmão Leba para o lugar mais afastado de sua casa, mais escuro e mais sombrio que existia.

Quando seu irmão chegou a tal local, foi golpeado duramente diversas vezes com uma pedra, parecia que ver o sangue de Leba escorrer pelo seu corpo e sujar o chão o divertia. Ele parou apenas quando seu irmão jazia morto sobre aquela imensidão de sangue.

Na visita seguinte, os deuses perguntaram sobre a localização de Leba, mas Miac se fez de desentendido e perguntou se por acaso era o cuidador de seu irmão, pois ele não era obrigado a saber onde o outro se encontrava. Palavras erradas, eu afirmo, pois os deuses são onipresentes, onipotentes e oniscientes.

Assim que terminou aquela frase, os deuses o amaldiçoou de uma forma tão terrível e tão cruel que ninguém deseja para si.

Isso foi feito, pois ele era o primeiro assassino de Dilecto e tal feito deveria ser punido na sua proporção para lembrar que a maldade deve ser sempre repugnada.

A punição foi o banimento do império. Ele foi obrigado a vagar por esse mundo por toda a eternidade, levando a morte por onde passasse. Afinal, ele prezava por isso. Isso seria feito devido à sua insaciável sede por sangue e viveria sempre na escuridão, do mesmo modo que ceifou a vida de seu irmão.

Miac, desde então, passou a viver a mercê da sociedade. Vagava pelas ruas durante a noite e se escondia em casas abandonadas – ou qualquer outro local escuro – durante o dia. Sua sede era incontrolável, sempre que alguém se aproximava dele, ele atacava. Os fracos morriam, os fortes se transformavam em abominações iguais a ele.

Então, após décadas de assassinatos e infectações, iniciou-se uma reação em cadeia. Isso gerou a ira das pessoas que perdiam familiares e amigos. Diante de tanto sofrimento, os deuses transformaram o ódio dessas pessoas em bestas e as implantaram nos homens mais destemidos. Bem, assim nós fomos criados e para sempre isso será nossa sina.

Diante de tanta desgraça e temendo que os vampiros destruíssem a nossa floresta, os semideuses vieram morar no meio da natureza. Os outro motivo já são conhecidos por vocês, que é tranquilidade para que pudessem manter a comunicação com os deuses – ele sorriu de lado e continuou¹– Bem, agora que vocês já descansaram, é melhor continuar.

— E a raiva que os semideuses têm dos damasos? – perguntou uma mulher, insistindo em continuar a conversa para evitar andar.

— Eles se recusaram morar nas florestas.

— Eles surgiram de onde?

— Acredito que você já sabe.

— Sou ignorante, não tenho acesso aos estudos, conte-me por favor.

— Isso não se aprende em escolas.

— Por favor – ela insistiu.

— Desde o primórdio da humanidade eles já existiam, até mesmo antes dos vampiros, eles tinham a função de velar pela natureza, trazendo as estações, mantendo o ciclo da água, preservando a terra, criando calor necessário, filtrando o ar, dentre outras atribuições. São eles que movem a nossa natureza.

— Os damasos sempre foram necessários – completou outro guerreiro.

— Eles se negam a vir à floresta e nós somos obrigados a vir em seu lugar – falou a mulher – eu vou voltar, não sou obrigada a fazer isso! –A mulher limpou seu enorme vestido com um laço nas suas costas, que marcava sua cintura e começou a andar em direção contrária.

— Eles não se negam a vir aqui. Sempre há um damaso fora das muralhas, lutando pela segurança de vocês. Mosheh pagou um alto preço por isso.

— Você não pode fazer isso, os semideuses já sentiram sua presença – um outro guerreiro intrometeu-se na conversa.

— Sentiram? Pois que venham me buscar, eu irei voltar.

Assim que falou, uma mulher loira apareceu a sua frente. Ela possuía vestes extremamente brancas e seus pés estavam descalços. Seu olhar era de ternura, compaixão, bondade e afeto.

— Não se vá, pequena garota. Nós estávamos esperando por você – ela falou – por todos vocês.

O resto do caminho foi guiado por essa mulher. Em nenhum momento alguém teve coragem de dirigir a palavra a ela, tampouco resmungaram por cansaço. Muitos se entreolhavam, temendo aquela aparição. É certo que os semideuses são dotados de poderes sobrenaturais, mas aparições são coisas muito assustadoras. Por isso seguiram em silêncio. Um silêncio sem paz.

Os semideuses eram conhecidos por possuíram um altruísmo desmedido. Muitos afirmavam que eles visitavam as pessoas mais miseráveis para confortá-los. O mais importante é que eles não davam o peixe, ensinavam a pescar.

— Chegamos – a doce voz daquela mulher soou entre os ouvidos daquelas pessoas – peço que os guerreiros fiquem aqui fora, nosso templo é muito sagrado para que vocês entrem com essas bestas dentro de si.

— Mas elas foram presente dos deuses – retrucou um guerreiro defendendo os seus.

— Em quais circunstâncias? – Ela o fitou incisivamente – Se essa guerra não existisse, as bestas não seriam necessárias. Muitas vidas seriam poupadas!

— Nós não temos culpas – retrucou outro, suas palavras demonstravam tristeza.

— Eu sei, mas insisto, vocês devem ficar aqui.

Os guerreiros assentiram. Todo o resto se dirigiu para dentro daquele enorme monumento. O templo possuía duas torres enormes, o que dava uma impressão de contato com os deuses. Sua fachada possuía um portal, com tímpanos em ogivas. As paredes encantavam a todos que a observavam, pois eram de tijolos de mármore triangular, como a Duomo di Milano.

Ao entrar no portal, todos se depararam com um enorme corredor, cuja altura das paredes eram quase o triplo de suas alturas. No teto da catedral era possível ver as abóbadas de nervura, o que auxiliava ainda mais a beleza daquele local.

Quando chegaram à sala central, eles viram um altar onde estavam sentadas três pessoas, incluindo a mulher loira que os guiaram até lá. Todos estavam com uma expressão séria e preocupante. Nenhum dos peregrinos teve coragem de olhá-los por muito tempo,

Aquele lugar era repleto de pinturas, umas de deuses, outras da guerra. Mas uma chamou a atenção em particular, era uma mulher ruiva extremamente bonita gritando de dor sob um vampiro naquela floresta, pela expressão no retrato, a mulher não viveria por muito tempo. Muitas moças ao se depararem com aquela pintura não escondiam o susto que levavam, às vezes tampavam a boca, na tentativa de abafar a barulho emitido.

— Meu nome é Dominic, vim dos deuses, por isso o meu nome. Esses são meus irmãos, Émidio, cujo nome significa meio deus e meio humano e Rogata, que nasceu devido a suas preces. Nós nascemos há muito tempo, antes mesmo que esse império, somos criação direta dos deuses. Por isso é que depois dos deuses, é a nós que vocês têm de orar. Somos o que Dilecto têm de mais próximo aos céus. Dessa forma, peço-lhes que se ajoelhem em um semicírculo, pois o que estão vendo agora é a mais pura evocação do divino.

Dominic encantou os homens daquele local, sua voz era melódica, seu cabelo eram ruivos como os de Sachiel, mas eram mais vivos e mais chamativos. Seus olhar era doce, afável e meigo. Ela vestia um vestido branco, com corte evasê, mangas longas de boca de sino e um decote, revelando um pouco de seus seios.

Assim que o semicírculo se formou, Emídio, que estava sentado entre as duas mulheres, se levantou para se ajoelhar  próximo a todos. De repente, todas as luzes se apagaram. A escuridão penetrou aquele local de tal forma que não era possível enxergar nada, nem mesmo as próprias mãos. Um aroma de flores invadiu os narizes daquelas pessoas. O temor aos poucos foi sumindo, a cabeça daquelas pessoas estavam leves e não sentiam mais os seus corpos.

Vários feixes de luzes coloridas invadiram o teto do templo, parecendo a aurora boreal. Aos poucos ela se tornava mais intensa e passava a se movimentar mais rápida. Sussurros inaudíveis soaram pelos ouvidos das pessoas, eles tentavam falar algo, mas estavam bastante confusos. Uma voz feminina tentava se destacar entre as outras. Daquilo que era falado, distinguia-se apenas “você vai morrer”.

Após alguns minutos assim, todas as voz pararam ao mesmo tempo. E como um coro, as vozes falaram:

“O pacto será rompido, o ultimo culpado morrerá e o criador tornar-se-á a sua criatura, para exalar mais uma vez o odor do sofrimento, apreciando, assim, sua condenação.

Os hipócritas serão mortos e na quarta tempestade de meteoros, na era da lua viva, ele vingará o sangue derramado de suas espécies. Sua bondade será a sua salvação e benção cairá sobre ele e sobre quem ele escolher”.

Após isso, tudo sumiu. E a luz do local retornou. As pessoas olharam para o altar, mas nenhum semideus foi visto. Agora eles precisavam retornar para o império, o conselho foi dado, mas ninguém entendera seu sentido. O que seria feito agora? Levantaram-se aos poucos e saíram do templo em uma fila única. Fora daquele enorme monumento, encheram-se de desespero e se amaldiçoaram pelo que viram.

Todos os guerreiros estavam mortos, nenhum homem lobo sobreviveu para contar a história.

Eles seriam os próximos?

Com certeza.

Ataques assim eram típicos nessas expedições, todos estavam cientes do que poderia ocorrer. Eles precisavam ser ágeis agora, os homens que sabiam lutar pegaram as armas dos guerreiros que não foram saqueadas pelas abominações, cada homem armado passou a ser responsável por dez pessoas. Alguns que estavam sem armas improvisaram com pedaços de madeira, pedras, ou qualquer coisa que viam pela frente.

— Se nós sobrevivermos, essa será uma boa história para se contar – falou um dos homens armados ao seu amigo.

Os primeiros soaram. Eram gritos femininos, gritos de dor, desesperados por ajuda. Os homens que estavam armados procuravam entre si, onde estavam os vampiros? Mais gritos, alguns masculinos, outros femininos.

— Dora, onde está você? – Gritou um homem, procurando sua irmã.

Mais gritos.

— Apareçam, covardes! – Gritou uma mulher que segurava um enorme pedaço de madeira.

Assim que ela falou, uma horda com mais de trezentos vampiros os cercaram, eles estavam sedentos por sangue, em alguns, a prova da maldade da escorria pela boca: rastro daquele líquido precioso.

A chacina se iniciou, a maioria tentava lutar, mas era óbvio que iriam perder. Os mais covardes, em meio ao caos, tentavam fugir. Muitos foram apanhados e as presas daqueles monstros logo perfuravam seus pescoços. Gritos de dor.

As pessoas que eram maiores ou mais robustas era atacados por dois. Membros voavam por toda parte, algumas cabeças de vampiros foram decepadas. Heróis fizeram isso.

“Corra”, “corra”, dizia uma mulher a si mesmo. Ela conseguiu escapar com seu marido daquele local, eles foram os afortunados, eles levariam a mensagem.  Demoraram mais de sete horas para chegarem à muralha periférica. Apesar de correrem muito, nada se comparava aos passos de um cavalo. Como esse animal fez falta para esses dois!

— Onde estão os outros? – Perguntou um guerreiro ao vê-los se aproximando.

Eles abaixaram a cabeça e todos que viram entenderam o que eles queriam falar.

Mortos ou transformados


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