Survivor escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 20
Para sua proteção


Notas iniciais do capítulo

Capítulo quentinho procês. Boa leitura!



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POV FELICITY

Volto a consciência e abro os olhos com certa dificuldade. Me sento no colchão e observo o lugar a minha volta. Um quartinho pequeno. Definitivamente precisa de uma faxina, com a quantidade de poeira no local. Sem muitos móveis, apenas um abajur no chão, uma cadeira velha e a cama. Me levanto devagar, mas a cama estala alto. Sinto meu pescoço doer, levo a mão até o local que senti a fisgada e ainda está sensível. Estranho o fato de ser sequestrada e levada para um lugar, onde janelas e portas estão abertas. Quem quer que tenha planejado, não é muito bom em planejar sequestros. Sei que deveria estar totalmente desesperada, mas algo me diz que não preciso. Escuto o chão fora do quarto ranger . Ok, agora eu estou com um pouco de medo. Ando devagar até a porta.

– Oliver! – Dou um pulo para trás e trago a mão no peito completamente assustada. – Está tentando me matar?! – Digo ofegante. Seu olhar alivia e se aproxima. Ufa! Agora definitivamente, sei que estou segura.

– Está machucada? – Pergunta analisando todo meu corpo e trazendo os olhos aos meus.

– Estou bem. – Respondo e toco suas mãos. Um calafrio percorre meu corpo e não consigo tirar os olhos de seus profundos olhos azuis. – Onde estamos? – Quebro o silêncio.

– Não sei. Ainda. – Se afasta e desce as escadas. O sigo. – Os armários estão cheios, então não querem nos matar. Pelo menos por enquanto. – Engulo seco ao ouvir a última parte.

– O que faremos? – Pergunto olhando ao redor até parar os olhos nele.

– Vamos procurar alguma civilização próxima. – Ele parece refletir. Assinto e saímos da cabana. Oliver começa a analisar o chão. Um barulho vindo do lado esquerdo o alarma e pego em seu braço instintivamente. Vejo um animal se mover e automaticamente solto o ar que prendia. Continuamos alguns segundos na mesma posição. – Está tudo bem. – Ele diz e coro. Solto seu braço e me afasto.

– Oh desculpe. – Andamos mais alguns passos e me lembro do momento que passei em Lian Yu. – Espero que aqui não tenha minas explosivas. – Digo alto, sem perceber. Vejo o sorriso em seus lábios e evito olhar para ele com vergonha. Eu e a minha mania de não filtrar as coisas. Continuamos por algumas horas, mas não encontramos nada. Já estou cansada de andar. Minha garganta está seca e o ar está faltando um pouco. Está absurdamente quente.

– Deveríamos voltar. – Finalmente resolve. Assinto e respiro fundo tomando um pouco do ar que me faltava. – Você está bem? – Pergunta com o olhar preocupado. Assinto, afinal, é vergonhoso dizer que não tenho preparação física nenhuma. Começamos nosso caminho de volta. O sol estava forte, os únicos raios solares que adentravam a mata, mantinham o local quente. Caminhamos mais alguns metros e não aguentei. Senti tudo a minha volta girar e tive o tempo exato para me sentar em um tronco, caso contrário, cairia com tudo. Não percebi Oliver se aproximar, só quando sua mão me tocou. Levei o olhar ao seu. – Você está bem? – Resolvo abrir o jogo e nego com a cabeça. – O que está sentindo?

– Estou muito tonta. – Digo com muita dificuldade.

– Está muito quente. – Divaga. – Você deve estar desidratada. – Ele começa a me olhar. Sinto a temperatura subir e sei que estou a ponto de desmaiar. Em um único movimento, tiro a blusa. Sei que é completamente estranho, mas o calor era tanto que precisava aliviar um pouco. Tento não encara Oliver. Não quero que pense que fiz isso para provoca-lo, por isso, prendo a blusa pelas alças do sutiã e me abano. Me levanto, mas desequilibro com a tontura e sinto seu braço envolver minha cintura. Sinto minha pele queimar onde ele toca. Pigarreio e coro sem jeito. Escorada em seu ombro, começamos a caminhar e dentro de algumas horas chegamos à cabana. Ao entrar vou diretamente me sentar tentando recuperar o folego. Oliver me estende um copo de água e o aceito rapidamente. Ele dá alguns passos, se distanciando e tira a camisa. Engasgo com a cena e meu corpo acende. Ele me olha, mas evito olhar em sua direção.

– Vou tentar tomar um banho. – Aponto para as escadas. Preciso apagar esse fogo que queima minha pele. Ele assente, então me viro para subir, mas paro. – Qualquer coisa, eu grito. – Brinco. Ele ri e assente. Entro no quarto e encontro sobre a cama uma mochila. Chamo Oliver e analisamos juntos várias peças de roupas. Coro ao pegar uma lingerie vermelha. Oliver sorri torto e eu a coloco de novo dentro da mochila. Me amaldiçoando mentalmente. Vou até banheiro e me encosto na porta fechada. Minha real vontade é de voltar no quarto e mostrar para Oliver que somos melhores quando estamos juntos. Respiro fundo, cessando a ideia e ligo o chuveiro. A água gelada batendo em minhas costas me faz relaxar. Antes de sair, me certifico que Oliver já deixou o quarto e pego algumas peças na mochila. Visto uma regata branca simples e um short florido. Quem quer que tenha feito isso, além de apagar rastros muito bem, sabe combinar peças de roupa. Desço as escadas a fim de preparar algo para comer. Não encontro Oliver na sala, então saio da casa e o vejo sentado na pequena varanda. Me sento ao seu lado e observo a mata, assim como ele.

– Você está melhor? – Pergunta quebrando o silêncio.

– Sim. O banho me fez bem. – Digo passando a mão nos cabelos. – Está com fome? – Minha vez de quebrar a tensão. Ele assente. Ameaço levantar, mas sua mão me puxa de volta. – O que foi? – Franzo o cenho.

– Estou feliz que esteja aqui comigo. – Diz baixo. Meu coração acelera e sorrio.

– Também estou. – Digo e levo a mão ao seu rosto. Ele deita a cabeça em meu ombro e respira de forma lenta. Uma paz nos cercava, até me lembrar de que aquilo não é real. Me movo, com finalidade de levantar e faço. Entro na casa e Oliver me segue.

– Algum problema? – Pergunta ao ver que estou séria. Olho para ele e minha vontade é soca-lo. Como ele é capaz de me perguntar se tenho algum problema? É claro que tenho.

– Só estou com fome. – Minto. Ele parece refletir e fecha os olhos.

– Felicity. – Me chama, mas levo a cabeça para dentro da geladeira. – Fe.li.ci.ty! – Usa o tom de aviso. Me viro para ele novamente. – Você pode conversar comigo. – Diz como se não soubesse o problema.

– Será que posso mesmo? – Solto com raiva. Ele assente. – Meu problema, Oliver Queen, é você. – Digo coma mão na cintura tentando conter o choro. – Você roubou meu coração e agora não consigo pega-lo de volta. – Soluço. Ele dá um passo em minha direção e me envolve em seus braços. Apoio minha cabeça em seu peito e choro mais uma vez por ele. Por nós.

– Me desculpe por fazê-la sofrer. – Diz e me afasto. Ele franze o cenho.

– Não quero suas desculpas Oliver. – Respondo secando as lágrimas. – Eu só quero ficar com você. – Finalizo. O silêncio se instala no ambiente e sem alguma resposta, vou paro o quarto. Me deito na cama e fecho os olhos com força, querendo limpar minha mente. Não acredito no quanto ele é egoísta. Se ele pensa que sou de ferro, está muito enganado. Sinto a cama afundar do meu lado e dois braços me envolverem. Estremeço, mas não correspondo ao abraço. – Se pensa que ficarei com você agora e quando voltarmos para casa, seguirei suas regras de proteção, está muito enganado. – Ele acaricia meu braço.

– Estou aqui Felicity. – Sussurra em meu ouvido. – Estou com você. – Aperto os olhos, não me deixando levar. Me sento na cama e passo a mão pelos cabelos.

– Até quando Oliver? – Cuspo as palavras. - Até alguém me assaltar ou algum inimigo novo aparecer na cidade? – Pergunto desanimada. – Não quero passar por isso de novo. – Ele se senta e fita meus olhos. Se levanta sem dizer nada e sai do quarto. Ok. Por isso eu não esperava. Ele realmente não queria ficar comigo. As lágrimas começam a descer, mas param quando Oliver retorna e senta de novo na cama.

– Hey. Eu só fui buscar uma coisa. – Seca minha lágrima com o polegar. – Há alguns dias, depois que fui idiota o suficiente para te deixar de novo. Cheguei à conclusão de que estava afastando a única luz que me mantém vivo. – Hesita. - Eu não sou bom para você Felicity.- Reviro os olhos. - Mas por sua causa, me tornei bom. Você me iluminou com seu sorriso e olhar no dia em que entrei em seu escritório pela primeira vez. Mesmo mentindo para você e inventando as piores desculpas, você confiou em mim e me ajudo, sem nem mesmo saber quem eu realmente era. – Por causa da sua ajuda, me tornei quem sou hoje e peço desculpas por descontar em você a frustação de saber que não poderei te dar o futuro que merece. – Ele abaixa o olhar. – Você me deu um motivo para viver Felicity. Antes disso... – Aponta para sua volta. – Eu já estava disposto a te reconquistar. – Respira fundo. - Por mais que não possa ter proteger sempre, gostaria de te dar uma lembrança minha. – Tira de seu bolso um cordão de prata com um pingente de aljava. – Desse modo, estarei sempre com você. – Finaliza. As lágrimas escorrem pela minha bochecha. Ele coloca o colar em meu pescoço e deposita um beijo em minha nuca. Levo o olhar ao seu.

– Você não pode reconquistar o que nunca deixou de ser seu. – Um sorriso toma conta de seus lábios e me aproximo lentamente. Beijo seu maxilar com delicadeza e vou subindo por suas bochechas. Sinto a barba roçar em meu rosto e deslizo minha mão até seus cabelos. Os agarro e uno nossas bocas. Um beijo lento e apaixonado. Um beijo de saudade. Ele se aproxima mais e segura minha cintura com força. Não posso negar que eu e Oliver sempre fomos bons em adivinhar o que o outro gosta. Ele consegue me deixar louca só de tirar a camisa, imagina nessas circunstâncias. Sinto sua mão tocar minha barriga e me arrepio. Tiro a blusa rapidamente e ele imita meu gesto. Agora eu deliro, literalmente. Sinto os beijos em meu pescoço e o puxo para mais perto. Minha mão, antes em sua nuca, vai até o cós de sua calça. Ele abafa o riso em meus cabelos ao perceber minha dificuldade de livra-lo delas. Me ajuda e com agilidade e a peça é atirada do outro lado do quarto. Suas mãos vão ao meu short e os tira delicadamente, deslizando lentamente os dedos na minha perna. Sinto o ar pesar e um calor subir pelo meu corpo. Em poucos minutos vou ao paraíso com Oliver. Deus, assim eu não sobrevivo. Com Oliver ainda em cima de mim, sinto sua respiração rápida em meu pescoço. Ele levanta um pouco a cabeça, o suficiente para me olhar nos olhos. – Ei. – Digo com um sorriso no rosto. – Você vem sempre aqui? – Brinco. Ele ri com a cantada.

– Sim. – Diz entrando na brincadeira. – Espero continuar vindo por muito tempo. – Sorrio e assinto. – Nossa, lindo o seu cordão. – É sua vez de brincar.

– Obrigada! – Pego no cordão e o beijo. – Meu namorado me deu. – Oliver fecha a cara e me preocupo. Falei alguma coisa errada? Será que ele não se considera meu namorado? Ai meu Deus! Felicity e seu dom de dizer mais do que deveria. – O que foi? – Pergunto com receio.

– Você já tem namorado... – Revira os olhos. – É um cara de sorte. – Diz e sorri. Ufa! Por alguns segundos pensei que tivesse se arrependido. – Ele se importaria se eu roubasse um beijo? – Sorri malicioso.

– Espero que não. – Digo já unindo nossos lábios. Hoje, definitivamente, a noite será longa.

POV DIGGLE

Como militar sou capaz de apagar qualquer rastro de pegadas ou marcas de pneu. Oliver é esperto e a primeira coisa que fará é ir procurar por pistas. Será questão de tempo para descobrir que isso é obra minha. Ele provavelmente vai desconfiar da ajuda de Thea também. Ela foi a alma feminina do plano. Separou a comida e as roupas com o maior carinho. Ela consegue ser muito esperta, até mais que Oliver. Ela que teve a ideia de ligar na Palmer Technologies e explicar que Felicity está resfriada e não apareceria lá hoje. Nossa ideia é tira-los de lá tempo o suficiente de terem feito as pazes. Afinal, se ficarem muito tempo, acabarão brigando de novo. O segundo dia já está amanhecendo, irei até lá, rezando para tudo estar resolvido. Levarei Thea comigo. Não posso deixar a gênia fora dessa. Passo em sua casa e seguimos caminho até a fazenda.

– Você acha que deu certo? – Thea pergunta ansiosa.

– Espero que sim. Nós podemos ter ajudado... – Reflito. – Ou podemos ter estragado tudo. – Ela assente fraco.

– Vamos rezar para ser a primeira opção. – Sorrio torto e acelero o carro.

[...]

Depois de aproximadamente uma hora dirigindo, chegamos ao local. Dirijo devagar, porque sei que Oliver ficará alarmado com a aproximação de um carro. Antes de chegarmos na casa, estaciono e continuamos o caminho a pé. Ao chegar na cabana, batemos na porta com certo receio. Segundos depois a porta se abre, revelando Oliver e sua carranca.

– Eu imaginei. – A única coisa que diz. Abre passagem para entrarmos. – Pode sair Felicity. – A loira antes escondida, se revela e pousa as mãos na cintura. – O que estavam pensando? – Oliver solta. É, parece que não demos tempo o suficiente para os dois.

– Ah Ollie... Nós só queríamos ajudar. – Thea diz e ele relaxa o olhar.

– Eu tenho um emprego sabia? – É a vez da Barbie dizer. Assinto e sorrio.

– Você está resfriada, na verdade. – Revira os olhos. – Desculpe, nos precipitamos e não deveríamos ter nos envolvido. – Os dois assentem. – Agora vamos dar o fora daqui.

– Antes de sairmos... – Felicity começa e caminha até o lado de Oliver. – Queríamos agradecer. – Diz pegando a mão do herói. – Por nos darem esse tempo que precisávamos juntos. – Um sorriso toma conta de todos.

– Graças a Deus! – Thea solta. – Achei que Oliver tinha estragado tudo de novo. – Todos riem menos ele, que depois cede e sorri também. Pegamos as coisas que levamos e deixamos o lugar com a sensação de dever cumprido.


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Notas finais do capítulo

Momentos finais da nossa história. Provavelmente, terá só mais um capítulo (please, não me façam sofrer mais). Eu simplesmente não quero finaliza-la, mas não tem jeito. Obrigada por todos os comentários! Beijinhos e até o final!



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