POV FELICITY

Meu maior medo ao voltar para Starling City era que Oliver tivesse mais um de seus surtos de humor e me deixasse. Entretanto, uma semana passou e nosso relacionamento era o mais forte possível. A cada dia me apaixono mais por ele e minha felicidade depende totalmente do tempo que passamos juntos. Nós combinamos de jantar na casa do John, é aniversário de Sara e como seus padrinhos, temos que presentear nossa princesinha. Tomo um banho rápido ao chegar do trabalho e escolho um vestido rodado rosa. Coloco meu salto de sempre e deixo os cabelos soltos. Não posso negar que me produzi totalmente para meu namorado. Afinal, hoje faz exatos três anos que ele entrou em minha sala pela primeira vez. Ouço a campainha tocar e me apresso em abrir a porta.

– Felicity Smoak? – Sorri. – Oi. Sou Oliver Queen. – Brinca com a situação. Poderia continuar com a brincadeira ou beija-lo. Preferi beija-lo é claro, até porque como sempre, naquele dia falei mais do que deveria. Ao nos afastarmos do abraço, ouço o suspiro de Oliver. – Nós não podemos nos atrasar um pouco? – Diz arqueando a sobrancelha.

– Não podemos, Sr. Queen. – Digo o virando de costas e o empurrando para a porta. – Já estamos mais do que atrasados. – Ele se vira para mim novamente.

– Eu terei que me controlar a noite toda para não arrancar esse vestido? – Sorri malicioso, quando engulo seco. Dá um passo em minha direção e eu estremeço. Esse é o efeito Oliver Queen sobre mim. – Eu poderia te arremessar naquele sofá agora e te levar ao paraíso em segundos. – Sussurra em minha orelha. Seu cheiro maravilhoso chega as minhas narinas e sinto o ambiente ficar quente. Droga! – Mas estamos atrasados. – Se afasta e anda em direção à porta. Mas o que? Ah ele só pode estar de brincadeira.

– Oliver! – Grito e ele continua andando, rindo.

– Agora os dois terão que se controlar. – Sorri torto. Cerro os olhos e entro no carro pedindo mentalmente para as horas passarem logo. Em questão de minutos chegamos à casa de Diggle. Lyla está terminando de acertar os últimos detalhes da mesa e John está com Sara no colo. Corro até minha afilhada e a pego de seus braços. Sorrio com sua risada e sinto Oliver se aproximar.

– Sabia que te encontraria aqui. – Diz passando a mão na cabecinha da neném. – Concordo que este é o melhor lugar para estar. – Traz o olhar ao meu e sorri. – Lyla está procurando por você. – Assinto e estico a bebê para Oliver. Ele arregala os olhos e hesita.

– Está com medo, Sr. Queen? – Debocho. Ele maneia a cabeça e contenho o riso. – Não acredito que o Arqueiro está com medo de um bebê. – Ele fecha a cara. – Pega ela logo Oliver. – A estico novamente e ele a segura, totalmente sem jeito. Sara o encara por alguns segundos e depois ri. Ele solta o ar e a traz para mais perto de si, apoiando-a em seu peito. – Agora você está no melhor lugar. – Digo para Sara e beijo o rosto de Oliver. Saio do quarto, seguida por Oliver e abraço Lyla.

– Pode ir treinando. – Lyla diz e Oliver enruga a testa em surpresa. A campainha toca e Roy adentra o apartamento junto com Thea. – Agora que todos já estão aqui podemos comer. Vou colocar Sara na cadeirinha. – Tira a bebê dos braços de Oliver e ela ameaça chorar.

– Sei o que está sentindo. – Digo e todos caem na risada. Coro sem graça. Tenho que começar a pensar baixo. A comida estava maravilhosa e o assunto da mesa era a elaboração do plano que nos ajudou a reatar o namoro. Ri com os comentários medrosos de Roy e com o entusiasmo de Thea.

– Agora esperamos pelo casamento. – Thea diz entre risadas. Enrijeço com o comentário e olho para Oliver que continua rindo das brincadeiras. – Te ajudarei com todos os preparativo da festa e definitivamente serei a tia legal. – Finaliza.

– Tia legal? – Roy pergunta.

– Claro. Meus sobrinhos vão me amar. – Engasgo ao ouvir e todos se viram para mim. Sorrio e volto a beber a água. Não consigo levantar meu olhar para Oliver. Tenho medo que sua reação tenha mudado e que ao sair daqui, ele resolva ‘conversar’. O assunto muda para futebol e me levanto com finalidade de ajudar Lyla com a cozinha. Enquanto eu lavo, ela e Thea secam e guardam as louças.

– Felicity? – Escuto Oliver chamar depois de alguns minutos. Me viro e ele está sério. – Vamos? – Assinto e seco as mãos. Nos despedimos de todos e deixamos o apartamento. O silêncio se instala no carro.

– Sara cresceu muito rápido. – Digo tentando quebrar o clima. Já imagino no que ele está pensando e sinceramente, não sei se a noite vai terminar como queríamos. Ele não diz nada. – Oliver? – O chamo. Ele tira os olhos do trânsito e olha para mim. – Você está bem? – Ele assente e sorri fraco. Ok, agora eu tenho certeza que tem algo errado. Chegamos a minha casa, ele desce do carro e abre a porta para mim. Entro no apartamento com os sapatos na mão. – Acho que tem resto de um sorvete no cong... – Me viro e Oliver ainda está em pé na porta. – O que foi? – Finjo não saber.

– Eu preciso falar com você. – Fecho os olhos momentaneamente. Nós dois caminhamos em direção ao sofá e nos sentamos um de frente para o outro. – É sobre o que Thea falou hoje. – Estremeço com a ideia de ser deixada. – Há alguns dias tenho pensando em nossa relação. Em como dependemos um do outro para sermos completamente felizes. – Pega em minha mão. – Eu garanto que haverá fases difíceis. E garanto que, em algum momento, um de nós, ou até mesmo nós dois, vamos querer fugir. Mas eu também garanto que se eu não lhe pedir para ser minha, vou me arrepender pelo resto de minha vida. Porque eu sei, no fundo do meu coração, que você é a única pessoa certa para mim. – Respira fundo e tira do bolso uma caixinha preta. Automaticamente levo minha mão à boca, completamente surpresa. – Felicity Smoak, você aceita ser minha até o resto de nossas vidas? – Abre a caixa e um lindo anel é revelado. Não consigo evitar um sorriso de orelha a orelha.

– Eu já sou sua. – Digo com a voz trêmula. – E serei sua para sempre. – Assinto e uma lágrima escorre dos olhos de Oliver. Com delicadeza, ele põe o anel no meu dedo e me beija, como se não houvesse amanhã. Nossos corpos estão tão colados, que parecemos um só corpo. Oliver não hesita em agarrar no decote do vestido e rasga-lo de uma vez só. Grito com o feito e ele sorri.

– Eu disse que arrancaria ele. – Sussurra e leva os lábios ao meu pescoço, mordendo e beijando minha pele. Sua mão vai até minhas costas, me puxando para cima. Envolvo minhas pernas em sua cintura. Um grunhido escapa de meus lábios ao sentir seu volume dentro das calças tocar minha coxa. Ainda em seu colo, estouro todos os botões de sua camisa e mordo meu ombro com força ao sentir nosso contato intimo. Um calor sobe pelo meu corpo. Oliver me joga na cama e para de me beijar. Permanece alguns segundos me olhando e enfim cai sobre mim novamente. Seus lábios percorrem por todo meu corpo. Não consigo conter os gemidos formados em minha garganta. Inverto a posição, com a intenção de torturar Oliver, assim como ele faz comigo. Beijo seu abdômen exposto e coxas. Levo o olhar ao seu e vejo o efeito que estou causando. Ele troca as posições novamente e me leva ao paraíso como o prometido. Eu definitivamente poderia me acostumar com isso pelo resto da vida.

POV OLIVER

Essa foi a decisão mais fácil que já tomei em toda minha vida. Saber que acordarei todos os dias ao lado da mulher que amo, já me deixa completamente ansioso para o futuro. No caminho de volta para casa, pensei tanto no que iria falar que acabei ignorando Felicity. Acredito que ela estava temendo ser deixada novamente, pela reação que teve quando disse que precisávamos conversar. Sei enfrentamos muitos problemas e discutimos muito sobre algumas coisas desnecessárias até chegarmos aqui. Sei também que as brigas não irão parar tão cedo. Entretanto, essas barreiras não serão capazes de nos afastar, porque o que sentimos pelo outro é maior do que tudo que vivemos quando visto o capuz. Ainda deitado na cama, depois de fazer amor inúmeras vezes com minha noiva, sinto-a se mexer do meu lado. Despertando, ela traz a mão até seu campo de visão e sorri ao ver o anel em seu dedo.

– Graças a Deus não foi um sonho! – Solta e se vira para mim.

– É real, Sra. Queen. – Seu sorriso aumenta. Traz a mão a meu rosto e acaricia minha cabeça, com os olhos nos meus. – No que está pensando? – Pergunto curioso.

– Na sorte que tenho de ter conhecido Cooper. – Fecho a cara. Serio Felicity? Pensando no ex, enquanto estamos em um momento intimo?

– Vai mesmo pensar em seu ex-namorado maníaco agora? – Pergunto incrédulo.

– Deixe de ser ciumento. – Diz sorrindo. – Se não tivesse conhecido Cooper, não teria me tornado uma hacker na faculdade. Seria uma adolescente qualquer sem impulsos para subir na vida ou sem me importar com as pessoas a minha volta. Se não tivesse o conhecido, não me tornaria quem sou hoje. Não teria ido trabalhar na QC e nunca teria balbuciado para o meu chefe, enquanto ele me pedia para examinar um computador cheio de furos de bala. – Finaliza.

– Eu não acredito nisso. – Digo e ela arqueia a sobrancelha. – Acredito que nós estamos destinados a encontrar quem amamos, mesmo que demore um pouco para percebemos que aquela pessoa é a certa. O destino é apenas uma ponte que nos liga a pessoa que devemos amar. – Beijo sua testa e sinto o aroma de lavanda vindo de seus cabelos. Ela fecha os olhos momentaneamente e depois me fita por inteiro.

– Eu te amo Oliver Queen. – Escuto como uma música para meus ouvidos.

– Eu te amo Felicity Smoak. – Digo como se fosse a primeira vez. Sei que ainda temos muito que enfrentar pela frente, mas se tenho uma única certeza na vida é de que amo essa mulher.