Survivor escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 18
A Fuga


Notas iniciais do capítulo

Galerinha do mal, para provar para vocês que também estou sofrendo, em pensar que ficarei dias sem postar, madruguei durante dois dias para adiantar esse capítulo para vocês! Acreditem, é difícil para mim também. Enfim, obrigada pelos comentários. Boa leitura!



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POV FELICITY

Esse é um daqueles dias que você não quer abrir os olhos. Ainda mais depois de um trauma como o de ontem. Ainda sinto as mãos daquele homem no meu corpo. Estremeço com a lembrança e sinto Oliver despertar com minha movimentação na cama. Ele está deitado de bruços com seus grandes braços abraçados no travesseiro. Ele vira seu rosto, ficando de frente e próximo ao meu. Esbanja um sorriso fraco e traz a mão ao meu rosto. Sorrio fraco e pouso meu rosto sobre sua palma.

– Como você está? – Pergunta baixo apertando mais a mão em meu rosto. Fico em silêncio por um tempo, apenas me afundando mais nos profundos olhos azuis de Oliver.

– Vou sobreviver. – Digo pegando sua mão e beijando-a delicadamente. – Obrigada por ontem. – Ele franze o cenho. – Eu estava com medo e você me respeitou. – Ele sorri e deposita um casto beijo em meus lábios. Solto o ar dos pulmões e me apoio para sentar, mas meu pulso dói e Oliver percebe. Ele pega em minha mão e vê as marcas dos dedos que ficaram em minha pele. Seu olhar se transforma e sua respiração acelera. Ah não! Eu conheço esse olhar. Toco em seu peito e ele traz o olhar ao meu. – Pode parar com esse pensamento. – Ele se faz de desentendido. – Sei bem o que está pensando, Sr. Queen. A culpa não é sua. Eu que deveria tomar mais cuidado. Poderia ter acontecido com qualquer uma, eu que dei o azar de passar por ali. – Ele relaxa o olhar. - Não pense mais nisso. Por favor. – Ele assente e me puxa para um abraço. Pouso minha cabeça sobre seu peito, agradecendo por tê-lo ao meu lado.

POV OLIVER

Cochilei durante a noite, mas de hora em hora despertava para olhar minha loira. Ver sua pelo branca de delicada cheia de marcas em seu pescoço e o hematoma em seu rosto me fervia os ossos. Não consigo parar de pensar no que aconteceria se Roy não tivesse aparecido. Seria obrigado a me tornar um assassino novamente. Eu sei que ela vai usar essa situação para argumentar sobre as aulas de autodefesa. Meu maior medo é ela pensar que pode lidar com esse tipo de homem e acabar morta com um tiro na cabeça. Sinto ela estremecer ao meu lado, como se tivesse tendo um pesadelo. Me viro para olha-la e esbanjo um sorriso ao vê-la de olhos abertos. Prendo meu olhar ao seu. Deus, como ela consegue ser tão linda. Levo minha mão ao seu rosto. Ela aceita o toque e sorri também.

– Como você está? – Pergunto preocupado. Ela fica em silêncio por alguns instantes, apenas me olhando.

– Vou sobreviver. – Diz pegando minha mão e beijando-a delicadamente. – Obrigada por ontem. – Obrigada? – Eu estava com medo e você me respeitou. – Sorrio e deposito um casto beijo em seus lábios. Ela suspira e se apoia para sentar. Franze o cenho como sentisse dor e levanta a mão. Só assim, vejo os dedos marcados em seu pulso. Aonde mais ele havia a tocado? Irrito-me com o pensamento e a culpa me atingi. Se tivesse ficado na caverna, nada disso teria acontecido. Sinto sua mão em meu peito e fito seus olhos. – Pode parar com esse pensamento. – Tento não transparecer minha culpa. – Sei bem o que está pensando, Sr. Queen. A culpa não é sua. Eu que deveria tomar mais cuidado. Poderia ter acontecido com qualquer uma, eu que dei o azar de passar por ali. – Relaxo o olhar. - Não pense mais nisso. Por favor. – Assinto e a puxo para um abraço. Se ela pensa que irei deixar isso passar fácil, está muito enganada.

Depois de algumas horas, ainda deitados, mas sem conseguir dormir, resolvemos ir para casa de Felicity. Ela não se alimentava há tempo e estava muito abatida para trabalhar por hoje. Fiz questão de leva-la me certificando de sua segurança. Se ela me achava chato antes, imagine agora. Entrando em seu apartamento, ela toma o rumo do banheiro, enquanto vou para cozinha. Não sei cozinhar muito, mas o que sei fazer, modéstia parte fica muito bom. Preparo então um jantar para nós. Depois de uns minutos, sinto dois braços envolverem meu tronco com um abraço e um beijo delicado no meio de minhas costas. Sorrio com o carinho e me viro para olhar em seus profundos olhos azuis.

– O cheiro está maravilhoso. – Me dá um beijo rápido e para ao meu lado para olhar a panela. – Vou colocar a mesa. – Se vira e só então vejo que estava usando uma camiseta minha.

– Onde arranjou essa camisa, Srta. Smoak? – Arqueio as sobrancelhas. Ela cora e perde a voz. – Não me lembro de ter deixado aqui. – Ela leva a mão nos cabelos. – Aliás, não há vejo desde antes de ir enfrentar a Liga. – Ela sorri torto. – Pode se explicar agora. – Sorrio já sabendo a resposta.

– Você já sabe a resposta, Sr. Queen. – Cora mais e arqueio novamente as sobrancelhas, querendo ouvir a resposta de sua boca. – Ok, eu falo então. Eu a roubei logo depois do nosso encontro desastroso, porque queria algo seu comigo. Satisfeito? – Esbanjo o maior sorriso de todos. Adoro ver seu constrangimento com coisas bobas, como essa. Me viro novamente para o fogão e ela termina seu serviço. Nos sentamos a mesa e comemos, enquanto conversávamos sobre banalidades. Nesse momento nada parecia capaz de estragar o que tínhamos ali. A não ser, nossa fatídica realidade. Não poderíamos ser uma família perfeita tão cedo. O capuz é grande parte de mim, assim como Felicity. Não posso simplesmente abandona-lo. Me levanto da mesa com esses pensamentos e retiro os pratos. – O que foi Oliver? – Ela se levanta e vem atrás de mim. Começo a lavar a louça, ainda de costas para ela. – Oliver. – Diz em tom de aviso. Abaixo a cabeça e me viro.

– Isso não é real Felicity. – Ela parece não entender. – Essa não é nossa realidade. – Pela cara que ela faz, parece começar a processar o que estava dizendo. – Não podemos ser uma família. Pelos menos não enquanto eu for...

– O Arqueiro. – Ela interrompe balançando a cabeça. – Você está fazendo de novo. – Não digo nada. – Deus, como fui ingênua. – Leva mão a cabeça.

– Felicity... – Tento.

– Não me venha com seu discurso do hospital! – Ela me corta. – Oliver, nós estamos indo bem. Ninguém aqui falou em família. – Seus olhos enchem de lágrima. – Por favor, não faça isso. – Abaixo a cabeça.

– Não posso ignorar o que aconteceu ontem. – Ela revira os olhos.

– Pare de se culpar por tudo Oliver! – Se irrita. – Eu tinha uma vida antes de você aparecer. Já disse que fui descuidada e...

– Ai que está o problema, Felicity, você não pode se descuidar. Eu tenho inimigos que farão de tudo para me atingir. A primeira pessoa que sofrerá com isso é você. Ontem foi um bêbado, mas poderia ter sido o Slade ou qualquer outro buscando vingança. – Elevo o tom de voz. – Você não pode mais se descuidar. – Enfatizo. – Deveria estar lá com você e não estava.

– E agora vai se afastar para me proteger? – Diz rindo em deboche. Se aproxima. – Se você quer se culpar pelo que aconteceu, ok. Agora, pense no que pode acontecer se você se afastar como antes. – Recuo um passo e reflito, mas não podia me dar o luxo de ficar com ela e colocar sua vida em real perigo.

– Sinto muito. – Saio ao apartamento, acreditando ser nosso fim. Sei que sou um covarde por deixa-la lá, mas não posso mais coloca-la no risco de acabar morta por um de meus inimigos.

[...]

Entro na caverna, esperando encontrar paz no lugar. Me surpreendo ao encontrar Laurel de pé em frente ao meu traje.

– Laurel... – Chamo sua atenção. – O que faz aqui? – Ela suspira e desencosta da mesa.

– Vim ver como está. Afinal, você partiu para uma batalha com o mestre da Liga dos Assassinos e quando voltou, não teve a decência de me procurar. – Solta de uma vez. – Aliás, não me contou desde o inicio que iria partir. Então me desculpe se fiquei preocupada só agora. – Ela não entenderia, afinal, sabe que não matei Sara. Ela me perguntaria o motivo de me entregar e não posso simplesmente contar que estava protegendo Thea. Por isso menti.

– Me desculpe por não te contar. Só me impediria de partir. – Ela relaxa os ombros.

– Você está bem Ollie? – Pergunta sabendo que estava com algum problema. – Eu te conheço, sei que algo está te incomodando. O que houve? – Solto o ar dos pulmões e passo a mão na cabeça.

– Eu terminei com Felicity. – Recebo um olhar repreendedor. – Não me olhe assim. Eu preciso mantê-la segura. – Revira os olhos. – Ela merece uma pessoa melhor, Laurel. Eu só estou a protegendo.

– Não, você não está. Você está se protegendo, Oliver. Não quer mais lidar com o sofrimento de perder uma pessoa que ama, então se afasta e usa a desculpa mais ridícula de todas. – Franzo o cenho. – John me contou o que aconteceu ontem. Sei que se culpa por não estar ao lado dela na hora, agora eu te pergunto, como se afastar vai mantê-la segura? – Abro a boca, mas nada sai. Caminha até mim, põe a mão no meu ombro. – Não a afaste pelo medo. Se quer protege-la, fique com ela e pare de fugir. – Sai da caverna me deixando sozinho com todos esses pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Oliver sempre querendo estragar o momento né? Coloquei a Laurel, mas ela não se tornará fixa na fic (não gosto dela, por favor, não me odeiem). Foi bem curtinho, eu sei... Podem me culpar por isso, vou viajar amanhã e nem mala fiz ainda! Enfim, não postarei amanhã galera, porque estarei na estrada :( Não sei quando vou postar, mas fiquem atentas que posso dar o ar da graça. Prometo que dentro de uma semana (sexta que vem no máximo), voltarei com vários capítulos pra vocês! Comentem o que acharam. Beijinhos e até breve!



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