Survivor escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 15
Eu confiei em você


Notas iniciais do capítulo

O que será que Thea vai fazer? Leiam e comentem! Obrigada pelos comentários... Boa leitura!



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POV THEA

“Tudo que é bom, dura pouco”, como já dizia o ditado. De todas as mentiras que vivi – e olha que foram muitas – não me surpreendo mais com essa. Oliver havia ocultado parte de sua vida para mim. Ele e a desculpa de tentar me proteger. Entendo sua preocupação, mas já sou adulta e posso lidar muito bem com alguns problemas. Depois que conheci Malcolm me tornei mais forte. Ele se tornou meu apoio. Não sei se consigo acreditar no que Oliver jogou sobre meus ombros. Após assistir o vídeo em que apareço matando a Sara. Não quero acreditar que é real. Não quero acreditar que matei uma pessoa, ainda mais que essa pessoa é a Sara. Estou completamente desolada e em dúvida de quem confiar. Não posso ficar parada. Preciso perguntar para Malcolm a verdade. Tenho certeza que ele terá uma explicação para isso.

[...]

– Minha filha! – Diz se levantando da cadeira. – O que faz aqui?

– Vim ver meu pai... – Controlo a voz. – Não posso?

– Você é sempre bem-vinda... Mas qual o motivo da visita? – Arqueia uma sobrancelha.

– Quero que me conte sobre o assassinato de Sara Lance. – Ele se surpreende com minha resposta direta. – E não pense em omitir algo. – Se aproxima.

– Ela foi assassinada na cidade há alguns meses. Mas disso você já sabe minha filha. – Tenta me tocar e me afasto.

– Você sabe quem a matou? – Pergunto sugestiva. Ele parece refletir.

– A Liga dos Assassinos já resolveu essa questão. Não precisa se preocupar. – Responde com um sorriso no rosto.

– Você não respondeu minha pergunta, pai. – Digo em tom seco.

– Não. Não sei. – Arqueio uma sobrancelha. – Não faço mais parte da Liga. Você sabe disso. – Ergo meu olhar ao seu e sorrio me dando por vencida. – Por que pergunta?

– Sara era minha amiga. Sonhei com ela essa noite e quis conversar sobre isso. – Respondo rápido.

– Você sabe que pode confiar em mim, certo? – Abre os braços. Vou em sua direção e o abraço.

– Eu sei pai... Eu sei. – Minto.

[...]

Como a vida pode ser tão complicada? Há uma semana atrás estava viajando com Roy pelo mundo. Nossa última parada foi em Corto Maltese. Aproveitamos cada segundo de nossas férias, como se não houvesse amanhã. Desconfiava que Roy ainda ajudava o Arqueiro. Mas agora descobri que o Arqueiro é Oliver e não consigo ficar brava com Roy. Anos atrás quando resolvemos fugir, ele queria mesmo ter vindo comigo. Só que precisava ajudar meu irmão. Ele precisava ser o herói que sempre foi. Oliver estava certo. Malcolm não é quem eu pensava que fosse. Poderia manter as aparências de filha, para tentar descobrir mais sobre seus objetivos. Tenho que ajudar Oliver a deter esse monstro que acreditava ser meu pai.

POV OLIVER

Não imaginei que minha conversa com a Thea fosse ser franca. Ainda estava na dúvida se iria omitir sobre Malcolm, mas ouvi-la defendendo ele, enquanto ele é o real culpado disso tudo, me fez soltar tudo de uma vez. Ela não é mais uma criança. Sabe se proteger e está mais forte. Não queria a trazer para essa realidade, mas não havia outro jeito.

Estou na caverna com Felicity. Ela está nos computadores procurando por informações sobre o paradeiro de Merlyn. Estávamos a dias tentando encontrar seu esconderijo. Nem minha loira estava conseguindo, o que a deixa extremamente irritada. Ela bufa mais uma vez. Sinto que está chegando ao seu limite, então me aproximo e deposito sobre seus ombros descobertos um beijo. Ela se arrepia com o contato e se vira para mim, derrotada.

– Ele definitivamente tem algum companheiro com habilidades tecnológicas. – Diz apontando para os computadores. – Ele é um fantasma. Nenhuma câmera capturou sua imagem há dias. Não há movimentos em sua conta bancária e em nenhum outro lugar. – Põe a mão sobre as têmporas.

– Iremos encontra-lo. – Digo abaixando sua mão e beijando cada um de seus olhos. – Você precisa parar um pouco. – Pego em sua mão e a levanto da cadeira. Ela sorri com o gesto e me abraça. – Você sempre foi pequena assim? – Ela se afasta um pouco e fecha a cara.

– Você que é muito grande... – Diz séria, mas com um sorriso nos olhos. – Estou sem salto hoje. – Finaliza e sorri. Escutamos passos da escada. Nos viramos ainda abraçados. Era Diggle e Roy.

– Não me acostumei com os dois juntos ainda. – Roy diz ao nos ver, sorrimos e nos afastamos. – Thea está lá em cima. – Se vira para mim. – Ela quer falar com você. – Assinto e subo as escadas.

[...]

– Oi. – Me aproximo dela devagar. – Está me procurando? – Ela se vira para mim.

– Estou. – Seus olhos se enchem de lágrimas e ela corre até mim e choca seu corpo ao meu. – Me desculpa Ollie! Você estava certo, Malcolm é um monstro e eu o defendi durante esse tempo todo. Não acredito que se arriscou por mim, mesmo depois de tudo o que fiz. Me desculpa por te decepcionar. Estou muito arrependida. – Chora ainda me abraçando.

– Speed... – Passo a mão por seu cabelo curto. – Você é minha irmã, independentemente do nosso sangue. Eu faria qualquer coisa... – Respiro. – Qualquer coisa para te proteger. – Ela me abraça mais forte. – Nós podemos deixar isso para trás. – Ela assente. – Não existem mais segredos entre nós. Isso, você pode ter certeza! – Ela, enfim se afasta.

– Então você sabe o que tem no porão da Verdant. – Sorri torto. Não consigo evitar um sorriso também.

– Vem, deixa eu te apresentar meu local de trabalho. – Pego sua mão e desço as escadas. Ela olha para todos os lados, maravilhada com o espaço amplo da caverna. – Esses são meus parceiros. – Digo quando minha equipe se aproxima. Ela sorri.

– Uma bela equipe. – Diz e abraça Roy. – Então era por isso que Felicity vinha sempre concertar a internet... – Diz e todos rimos com o constrangimento da loira.

– Felicity é mais que minha parceira... – Digo indo em sua direção. – Nó estamos juntos. – Passo meu braço por sua cintura. Thea quase surta com a novidade.

– Não acredito! – Diz maravilhada. – Finalmente hein Ollie. – Fecho a cara e todos riem do comentário. A tarde passou rápida. Felicity e Thea sentaram-se no canto para conversar, enquanto ficamos treinando. O ambiente estava leve e cheio de paz. Agora eu sentia como se não houvesse nada faltando. Thea sabia de tudo e escolheu ficar ao meu lado.

[...]

Mais um dia passou, eu estava morando com Thea de novo. Não concordava com a ideia dela permanecer próxima a Malcolm, mas confiava o suficiente nela para deixa-la tomar essa decisão. Entediado no apartamento, resolvo ir até a caverna treinar. Desço as escadas devagar, quando escuto vozes conversando no tatame. Diggle estava sentado atrás da pilastra escondido e observando Roy e Felicity. O que ela pensa que está fazendo vestida daquele jeito e lutando com Roy? Me apresso em tira-la de lá, mas uma mão pega em meu ombro. Diggle faz sinal para que permaneça em silêncio e me sente ao seu lado. A contragosto, me sento e observo Roy ensinar Felicity um pouco sobre autodefesa.

– Mantenha a guarda armada Felicity. – Roy diz posicionando seus braços na frente do rosto. – Separe mais o joelho, para ter mais equilíbrio. – Ela obedece, mas se distrai e abaixa a guarda. Roy dá um toque em sua testa, sinalizando o feito. – A guarda Barbie! – Ela cerra os olhos, infeliz com a situação. – Você é pequena, por isso pode se mover rápido, mas enquanto não tem prática, vamos começar devagar. – Roy tenta um golpe e por pouco não pega em Felicity. Cerro os punhos nervoso. Felicity se distrai e Roy dá uma rasteira, fazendo seu corpo cair de bruços sobre o tatame. Um grito baixo sai da garganta de Felicity e me levanto. Diggle me puxa, me fazendo sentar novamente. Ela se levanta e os dois continuam. Alguns minutos depois, ela já estava mais rápida. Infelizmente, isso não impede que Roy a acerte com um golpe, caindo com seu corpo sobre o dela. Ok. Agora já deu. Me levanto e antes que Diggle me impeça, o fuzilo com o olhar. Ele ergue as mãos como sinal de rendição e então continuo meu caminho. Puxo Roy pela gola da blusa e levanto Felicity com uma mão só.

– Oliver! – Ela grita com o contato rápido. – Estamos treinando. – Diz tentando se desvencilhar dos meus braços.

– Estavam treinando. – Digo sério. Roy se afasta com meu olhar, entendendo que eu não tinha gostado nenhum pouco da ideia. – Já chega. – Ela cerra os olhos.

– Você está maluco Oliver? – Diz irritada. Vejo pelo canto do olho Diggle e Roy subirem as escadas. – Não é porque estamos juntos, que tem o direito de mandar em mim. – Bate o indicador no meu peito.

– Já acabou? – Pergunto sem paciência. Ela reflete.

– Sim. – Diz firme. Ergo-a com força e jogo-a sobre meu ombro. – Oliver! O que pensa que está fazendo? – Diz dando tapinhas em minhas costas. Jogo-a sobre a cama e tiro a camisa. Ela para seu olhar sobre meu corpo, mas desvia rápido e fecha a cara. – Oliver Queen, se pensa que tirando a camisa vai fugir dessa, está muito... – Desço meu corpo sobre o dela e apoio minhas mãos, uma de cada lado do seu tronco. Ela prende a respiração e não cede. Aproximo meus lábios do seus e ela estremece, mas não me beija. – Enganado. – Completa depois de muito tempo. Dou um beijo em seu pescoço e mordo de leve sua orelha. Ela rosna baixo. Me levanto, a fim de me afastar, esperando um retorno da provocação. Ela me puxa de volta e meu corpo cai inteiro sobre o seu. Ela nos gira, com minha ajuda, sentando em meu colo. – Essa conversa ainda não acabou. – Sussurra em meu ouvido e sela seus lábios aos meus.

POV FELICITY

Acordo assustada com o telefone tocando. Olho para o relógio e dou um pulo da cama. Estou atrasa e provavelmente Ray está atrás de mim.

– Alo? – Atendo enquanto caminho com pressa até o banheiro.

– Srta. Smoak. – Ouço a voz de Ray dizer. Esbarro meu braço em um pote de vidro, que cai no chão. – Está tudo bem?

– Droga! – Me lembro da ligação. – Está sim... Estou atrasada, eu sei. – Adianto.

– Te liguei justamente por isso. Não precisa vir a empresa hoje. Terei que viajar para uma reunião e estou te dando folga nesse período. – Suspiro aliviada.

– Obrigada! – Digo entusiasmada. – Boa viagem Ray.

– Se cuida Felicity. – Ele desliga e me jogo na cama. Hoje definitivamente será um dia bom.

[...]

Acordo novamente alguns minutos depois. Tenho esse pequeno problema. Não consigo voltar a dormir depois que me acordam, só se estiver muito cansada, o que não é o caso. Visto uma roupa confortável, afinal, não precisaria trabalhar. Opto por usar sapatilhas ao invés de salto. Uma ideia surge em minha cabeça, poderia aproveitar a folga para treinar autodefesa com os rapazes. Coloco uma roupa para o treino dentro da bolsa, pego meu café e parto em direção a caverna. Chegando lá encontro apenas Roy e Diggle. Os dois estavam conversando e param quando me aproximo.

– Bom dia! – Digo entusiasmada.

– Bom dia. – Os dois dizem ao mesmo tempo. Sorrio para eles. – O que faz aqui a essa hora loira? – Diggle pergunta curioso.

– Estou de folga e resolvi vir treinar com vocês. – Me apresso em dizer a última parte. Diggle engasga com o café.

– Não vamos treinar com você Felicity. – Cerro os olhos.

– Por que? – Pergunto querendo uma explicação diferente da que esperava.

– Porque da última vez que comentei com Oliver que você estava treinando, achei que nunca mais fosse ver a luz do dia. – Roy responde com o olhar amedrontado.

– Ah por favor... – Imploro. – Oliver não está aqui! E é só em caso de realmente precisar me proteger. – Olho para John.

– Não olhe para mim. – Ergue as mãos em rendição. – Preciso ir deixar a Sara na creche. – Diz e sai me deixando apenas com Roy. Ele engole seco.

– Imagina se algum dia, um bandido como aquele do metrô tenta me pegar de novo e você não pode me ajudar, lógico que iria conferir se está desarmado e depois poderia me proteger. – Digo implorando novamente.

– Está bem, você ganhou... – Comemoro com as mãos. – Mas você que vai explicar para Oliver! – Assinto animada. – Agora vá se vestir. – Vou até o banheiro e me visto. Volto ao encontro de Roy e vamos em direção ao tatame. Roy me explica o básico sobre autodefesa. - Mantenha a guarda armada Felicity. – Roy diz posicionando meus braços na frente do rosto. – Separe mais o joelho, para ter mais equilíbrio. – Obedeço, mas recebo um toque em sua testa. – A guarda Barbie! – Cerro os olhos, infeliz com a situação. – Você é pequena, por isso pode se mover rápido, mas enquanto não tem prática, vamos começar devagar. – Roy tenta um golpe e por pouco não pega em meu rosto. Me distraio com o ataque e acabo de bruços no chão, por causa de uma rasteira. Grito baixo e involuntariamente com o impacto. Me levanto e continuamos. Alguns minutos depois, já me sinto mais rápida. Mesmo assim, Roy me acerta com um golpe e tento me defender, mas o puxo junto e nós dois caímos. Seu peso estava todo sobre o meu corpo. Coro e abro a boca para dizer algo, entretanto sinto seu peso sumir e alguém puxar meu braço.

– Oliver! – Grito com o contato rápido. – Estamos treinando. – Digo tentando me desvencilhar dos meus braços.

– Estavam treinando. – Diz sério. Roy se afasta com seu olhar fuzilante. Ele definitivamente não gostou da ideia. – Já chega. – Diz autoritário e cerro os olhos.

– Você está maluco Oliver? – Digo irritada com seu tom. - Não é porque estamos juntos, que tem o direito de mandar em mim. – Bato o indicador em seu peito.

– Já acabou? – Pergunta sem paciência.

– Sim. – Digo firme. Sinto meu corpo sair do chão e encaro o mesmo pendurada no ombro de Oliver. – Oliver! O que pensa que está fazendo? – Digo dando tapinhas em suas costas, que nem pareciam o afetar. Ele me solta sobre o colchão da cama e tira a camisa. Ah não... Isso é golpe baixo. Fito seu maravilhoso peitoral por alguns minutos e volto a mim. – Oliver Queen, se pensa que tirando a camisa vai fugir dessa, está muito... – Seu corpo desce de encontro ao meu e me sinto presa com seus grandes braços a minha volta. Prendo a respiração, tentando me controlar. Ele estava me provocando, mas não iria ceder tão fácil. Ele se aproxima mais e involuntariamente estremeço, mas não cedo. – Enganado. – Finalizo a frase, quando me lembro que não havia terminado. Sinto seus lábios em meu pescoço e solto o ar devagar. Ele morde de leve minha orelha e um grunhido escapa de minha boca. Droga! Ele tem esse efeito sobre mim. Já estou prestes a ceder, quando ele se afasta. Irritada pelo movimento, o puxo de volta. Giro nossos corpos ficando por cima e de frente para ele. Beijo seu pescoço com pressa e sussurro em seu ouvido. – Essa conversa ainda não acabou. – Procuro por sua boca e a beijo ferozmente. De uma coisa eu tenho certeza, se a cada vez que eu e Oliver discutirmos, acabarmos em uma cama, começarei a inventar motivos para uma possível discussão.


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Notas finais do capítulo

Uhuuuul! Consegui finalizar mais um a tempo... Ta meio difícil, mas to fazendo o possível para atualizar todos os dias ;) Beijinhos e até breve!