Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 30
Capítulo 30




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Depois que Dimitrius tocou os lábios de Gaia, o arcanjo imediatamente rodeou o pequeno corpo da imortal com seu braço pra não dar a chance dela escapar para longe. Mas considerando o modo paralisado em que estava, o anjo duvidava que ela conseguisse pensar muito sobre o que fazer naquele momento.

De certo modo a falta de pensamentos era bom.

Pensar nunca era algo produtivo quando um casal se beijava.

O arcanjo da humanidade trouxe o corpo de Gaia para perto do seu até que ela estivesse completamente apoiada contra ele. E Dimitrius nem ao menos podia negar do quanto adorou a forma em que a imortal se encaixou contra o seu próprio corpo, ainda mais quando podia sentir o coração acelerado dela bater tão rapidamente.

O anjo tocou os lábios da filha dos elementos de forma leve para não assustá-la e repetiu o toque calmo até que a boca dela deixasse de ser tão firme contra a sua. Naquele momento, Dimitrius levou sua mão até a sua nuca para segurá-la da melhor forma possível e garantir que não movesse sua cabeça quando o arcanjo usou seus dentes para mordiscar o lábio inferior da imortal.

Gaia soltou um suspiro de puro prazer sob a pequena mordida e o anjo afastou seu rosto apenas os centimetros necessário para encontrar aqueles olhos azuis grandes e chocados.

— Você gosta disso.— Ele sussurrou, não podendo esconder sua surpresa.
— Eu...— Gaia estava sem palavras e o anjo não a julgava por isso. Considerando todo o passado dela com Gregory, era surpreendente que ela não estivesse desmaiando em seus braços.— Ninguém nunca me beijou assim. É diferente.—

Antes de ouvir o que a imortal tinha para dizer, Dimitrius já tinha decidido acabar com o toque tão íntimo, por aquela noite deveria ser o suficiente, mas Gaia conseguiu fazê-lo mudar de ideia sobre suas ações com a sua inocência.

— Isso não é nem mesmo o começo de um beijo, gatinha.—

O imperador da humanidade curvou sua cabeça novamente para voltar a se deliciar nos lábios quentes de Gaia, mas dessa vez ele não voltou a beijá-la. Dimitrius usou a ponta da sua língua para acariciar o canto da boca da imortal, contornando a curva que existia ali até que a imortal estremecesse ao toque.


Gaia tentou se afastar quando o novo sentimento abalou seu corpo, mas Dimitrius acompanhou seus passos e a segurou firme contra ele. O arcanjo estava decidido a não deixá-la fugir, a menos que ela chegasse ao seu limite, o que obviamente não aconteceria logo devido ao fato dela estar conhecendo o significado do prazer.

Dimit...—

A imortal tentou falar o seu nome para se afastar dele, mas o anjo aproveitou o momento em que Gaia abria sua boca para beijá-la de forma apropriada. De um jeito que, como ela mesma admitiu, nunca havia experimentado antes.

O arcanjo tocou a língua da imortal em uma caricia lenta para provocar as novas e diversas sensações que deviam estar explodindo no interior dela. Gaia soltou um pequeno gemido contra a sua boca e o som abafado apenas fez com que Dimitrius repetisse o mesmo movimento de uma forma mais rápida e apaixonada para incentivá-la a fazer o mesmo que ele.

Gaia respondeu a sua carícia de forma lenta e calma, demonstrando em sua cautela a falta de experiência em beijar alguém, mas quando a língua dela invadiu a sua boca e tocou a dele, foi o suficiente para que Dimitrius sentisse o seu membro endurecer.

O arcanjo da humanidade estava excitado por causa de Gaia.

A mulher de cabelos brancos levantou suas mãos que estavam presas entre os corpos deles para apoiar sobre o seu peito e o simples toque ardeu contra a sua pele. O anjo continuou a beijando no mesmo ritmo que Gaia para não assustá-la, mas no instante em que suas carícias calmas fizeram Dimitrius chegar ao seu limite, ele finalizou o beijo com um roçar de lábios lento para aproveitar o máximo que podia daquele sentimento que estava agitando todo o seu interior.

Um beijo era tudo o que ele teria.

Por aquela noite.

O arcanjo sabia que não podia exigir mais do que isso da imortal em seus braços, por mais que tivesse permitido que ela acendesse um desejo incontrolável dentro dele, Dimitrius era ciente que iria levá-la direto para a morte se a jogasse em sua cama para apresentá-la à um prazer muito maior do que aquele que sentiu ao beijá-lo.

Ele respirou fundo para controlar todos os seus desejos vulgares que estavam trancanfiados durante muito tempo, durante todo o tempo em que Dimitrius não conseguiu encontrar uma amante que despertasse o seu lado aventureiro.

Desde que Diane havia o traído e levado com ela toda a sua vontade de viver.

Dimitrius encontrou os olhos tão claros e azuis da imortal ainda presa em seus braços.

— Não entre em minha mente.— Ele a avisou para não chocá-la com seus pensamentos perversos. Tudo o que o arcanjo menos precisava era que Gaia ficasse traumatizada por causa dos seus desejos masculinos.
— Você pode me dizer se isso foi desprezível.— Ela falou em um tom baixo, demonstrando que compreendeu errado o sentido das suas palavras.

Gaia tentou se afastar para quebrar aquele abraço que havia se tornado tão confortável para Dimitrius, mas o anjo não permitiu que ela fugisse. O imperador da humanidade usou o seu braço ao redor da sua cintura para apertá-la contra o seu corpo até que a imortal sentisse contra o seu ventre o que havia feito com ele.

— Eu não chamaria isso de desprezível.— Ele disse depois de respirar fundo para encontrar suas forças.

Dimitrius observou as bochechas de Gaia ficarem rosadas devido ao constrangimento e o anjo desejou deixá-las da mesma cor que agora só que por outro motivo que não envolvia em nada a vergonha. No entanto, antes que ele considerasse suas tentações, Dimitrius se afastou de Gaia para que a imortal finalmente colocasse algum espaço entre eles, mas tudo por que o arcanjo da humanidade sentiu a presença de Maximus em sua mansão.


E ele chegou na conclusão de que nunca desejou matar seu irmão mais velho, mas naquele momento parecia ser uma ótima ideia.

***

Dimitrius estava olhou para o imperador do inferno enquanto esperava que o seu irmão falasse, ambos haviam se encontrado no salão em que os tronos foram colocados para julgamentes e ele esperou que Maximus fosse o primeiro a falar para lhe explicar o que estava fazendo em sua casa ao invés de estar com sua esposa e filha.

— Você mentiu para nós.— O arcanjo loiro acusou sem nenhuma dúvida em suas palavras.
— Do que exatamente estamos falando?— Dimitrius foi sarcástico.— Você precisa ser mais claro, irmão.—
— O seu relacionamento com Gaia.— Maximus foi direto ao ponto e deu alguns passos para ficar mais próximo de Dimitrius. Seus olhos azuis estavam intimidadores e seu olhar provavelmente faria um demônio covarde falar tudo o que sabia.— Essa história não acaba apenas em um casamento para gerar um herdeiro, Dimitrius.—
— Eu falei a vocês que os anciões exigem o mesmo que queriam de Meridius.— O anjo foi, de certa forma, sincero. Afinal, no passado os seus superiores ordenaram que Meridius abandonasse Niffie para casar com alguém que fosse capaz de lhe conceber um filho desde que sua atual esposa não tinha tal capacidade. Se o seu irmão mais velho não tivesse ameaçado os anciões e o mundo que eles protegiam com a enorme força desconhecida que crescia dentro dele, o plano teria dado certo.
— E o que mais?—

Dimitrius olhou para Maximus com cautela.

— Você não pode entrar em minha dimensão e me acusar sem provas, Maximus.—
— Ai está a minha prova.— Maximus ironizou suas palavras.— Você trata a seu irmão como se fosse um inimigo.—
— Eu trato meu irmão como um intrometido que deveria estar se preocupando com sua esposa ao invés da minha.—

O arcanjo sorriu.

— Essas palavras costumavam ser minhas, Dimitrius.—

Dimitrius não sabia ao certo o que podia fazer para se livrar do outro arcanjo, mas estava certo que expulsá-lo de sua mansão apenas faria com que ele ficasse.

— Ellylan viu as linhas negras no braço dela.— Maximus falou depois de alguns segundos em silêncio.
— Você sabe que existe muito de Gaia que não conhecemos.—

— Mas também escutamos historias sobre essa imortal desde o momento que nascemos para sabermos que veias negras é algo incomum em seu corpo.—
— Você esteve observando o corpo de Gaia, Max?— O imperador da humanidade arqueou uma sobrancelha ao questionar seu irmão, se sentindo incomodo com a ideia de Maximus fazer algo tão depravado em relação à Gaia.
— Eu acredito que linhas negras seriam bem notáveis contra o tom da pele dela.— Seu irmão se defendeu e Dimitrius o odiou por ter tanta razão.

Quem não notaria aquelas linhas quando Gaia não usava um vestido de mangas longas?

Só um imbecil não notaria e seus irmãos estavam longe de serem tolos.

— Não me faça trazer Meridius para essa conversa.— Maximus mencionou o arcanjo mais velho e isso apenas fez com que o ego de Dimitrius fosse ainda mais machucado.
— Eu não sou mais uma criança para usar Meridius como uma ameaça.— Ele avisou o anjo loiro, não podendo acreditar que seu irmão faria esse tipo de jogo.

Maximus sorriu de forma descarada.

— Não deixa de ser uma ameaça válida mesmo depois de adulto.— O imperador do inferno falou.— Nosso irmão não tem a mesma paciência que tenho para ter essa conversa.—

Era verdade, pois naquele momento ao invés de estar o ameaçando, Meridius estaria esganando Dimitrius para começar a falar o que havia escondido deles.

O anjo suspirou para acalmar a onda de orgulho que o atingiu depois de admitir o seu próprio fracasso.

— Os anciões envenenaram Gaia.— Dimitrius falou a verdade.— Quando aquelas linhas negras chegarem ao seu coração, ela vai morrer.—
— O que, exatamente, eles desejam?—
— Um herdeiro, como você já sabe.— O arcanjo olhou para o seu irmão mais velho de forma séria.
— Então... Como Meridius se negou a abandonar Niffie e gerar um herdeiro tão poderoso como ele, Gaia virou um alvo para os superiores desde que é mais forte que todos nós.— Ele concluiu e o anjo da humanidade apenas movimentou sua cabeça para concordar.— E eles ameaçaram a vida dela para que vocês não ignorem os pedidos deles.—
— Se ela morrer, nós não sabemos o que pode acontecer conosco.—
— Nós encontrariamos uma solução.— Maximus falou aquilo que Dimitrius já esperava.
— Devemos parar de pensar que podemos superar os anciões, Maximus. Se eles conseguiram atingir Gaia que está até mesmo a cima deles, nós seriamos apenas soldados de papel.—
— Essa criança... Ela será o filho de vocês.—
— Eu sei.— O arcanjo falou, se lembrando quando disse palavras parecidas para a imortal que agora era a sua esposa.— O veneno não progrediu desde que nos casamos e estou trabalhando para que o nosso relacionamento melhore. Não sei se algum dia posso ter um casamento como o seu e o de Meridius, mas imagino que será o suficiente se seguir o exemplo dos nossos pais.—

Um relacionamento sem amor, mas com respeito o suficiente para mostrar a seus filhos que eles não precisavam estar apaixonados para amar sua família.

— Gaia esta de acordo com tudo isso?— Maximus perguntou desconfiado.— Considerando em sua nova habilidade para mentir, eu não duvido que você a mantenha acorrentada em algum lugar dessa mansão.—

Dimitrius sorriu com a ideia da imortal acorrentada, pois assim seria muito mais fácil de controlá-la.


— Ela está de acordo.— O arcanjo garantiu ao seu irmão.— E está se esforçando.—
— Você deseja esse casamento, Dimitrius?— Maximus perguntou.— Mesmo que Meridius e eu encontrassemos uma forma de livrá-lo de tudo isso?—
— Sim.— Dimitrius não se permitiu pensar muito sobre isso, pois não sabia ao certo qual seria sua resposta. Apesar de não amá-la, Gaia conseguia intrigá-lo a ponto de desejar estar sempre próximo dela, só que o anjo não estava pronto para admitir tal coisa tão fácilmente, muito menos explorar seus novos sentimentos para compreendê-los.

Com tudo o que estava acontecendo em sua vida, Dimitrius estava se sentindo... bem. O arcanjo da humanidade deixou de conhecer esse sentimento a partir do momento em que soube da traição de Diane, mas agora as coisas estavam mudando.


E tudo por causa de Gaia.


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