Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 29
Capítulo 29




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Gaia abriu seus olhos assim que acordou e temeu que a claridade agredisse sua visão, mas ela acabou se deparando com uma enorme escuridão que não se expandiu no local por causa de uma lareira que estava acessa.

E imediatamente a imortal percebeu que não estava em seu quarto, mas sim naquele em que Dimitrius ocupava.

Não precisou de muito para que notasse onde estava, pois podia concluir facilmente por causa das enormes cortinas escuras que não permitiam nem um único flash de luz naquele quarto tão grande e a lareira em frente da cama também dizia muito desde que Gaia não possuía uma em seu quarto. Além do mais, mesmo sem ver, a imortal podia sentir que estava deitada sobre uma cama que era feita para acomodar anjos.

A imortal se moveu com cuidado, levantando seu tronco com cuidado para não chamar a atenção enquanto procurava Dimitrius, rezando para todas as forças da natureza que estivesse sozinha naquele quarto.

Mas considerando sua sorte, não foi uma surpresa quando seus olhos encontraram o anjo. No entanto, ao invés de querer fugir para longe, a imortal ficou quieta onde estava para observar o arcanjo da humanidade que dormia sentado na mesma cama em que ela estava.

Dimitrius estava com suas costas apoiada na madeira escura da cabeceira de sua cama e uma das suas asas estava aberta de tal modo que quase tocou o corpo de Gaia enquanto ele dormia tão tranquilamente. Mais alguns centímetros e a imortal poderia ter sentido a leveza de suas penas contra a sua pele novamente.

Contudo, o que mais chamou a atenção da filha dos elementos foi os pequenos lobos que dormiam em um bolinho aquecido entre eles e em cima da asa que o arcanjo manteve aberta.

Isso a surpreendeu, pois não imaginava que Dimitrius permitiria tanta liberdade para os animais, mas Gaia sabia que isso não devia ser surpreendente desde que o arcanjo sempre conseguia deixá-la surpresa com suas atitudes que eram todas ao contrário do que ela imaginava.

Era um fato que não podia negar que a imortal havia construído sua opinião de Dimitrius sob a imagem de Gregory.

Um erro fatal, pois o arcanjo da humanidade não era como aquele monstro que fez tanta maldade a ela.

Deixando seus pensamentos de lado, Gaia olhou para o seu braço cujo as linhas negras eram um destaque contra a sua pele. Ela temia que o veneno tivesse avançado mais do que deveria em direção do seu coração e isso a assustava, pois menos tempo eles teriam para realizar o que os anciões desejavam. No entanto, quando seus olhos encontraram as veias envenenadas, ela não encontrou nenhuma diferença.

Tudo estava como antes.

E Gaia se perguntou o motivo disso, pois ela sentiu a mesma dor de quando as linhas cresciam e isso significava que o veneno estava progredindo em seu corpo.

Mas considerando que ela estava deitada na cama de Dimitrius, era evidente que o anjo havia a encontrado enquanto sofria com a queimação em seu braço e era provável que ele tenha feito algo.

Gaia olhou em direção do arcanjo novamente e não pensou duas vezes antes de invadir a sua mente para encontrar as respostas de todas as suas perguntas.

O arcanjo da humanidade estava soltando as mãos de Gaia para tocar o rosto dela e deixá-lo firme contra o seu outro braço que servia de apoio para a sua cabeça. E então ele se inclinou para baixo até que seus lábios tocassem os de Gaia levemente.

Patrick.— Ela murmuriou depois que ele se afastou.

A filha dos elementos saiu da mente de Dimitrius e prendeu sua respiração ao mesmo tempo que levava sua mão em direção dos seus lábios.

Ela não podia acreditar.

Dimitrius havia a beijado... E Gaia havia o chamado de Patrick!

O arcanjo da humanidade devia estar irado e provavelmente tinha desejado jogá-la em direção do chão quando o chamou por tal nome.

Estava evidente que era muita bondade da parte dele que ela estivesse deitada em uma cama naquele momento depois do que tinha feito.

Gaia mordeu seu lábio inferior, desejando fugir para longe, mas sabendo que isso era praticamente impossivel. Ela teria que enfrentar o imperador da humanidade assim que ele acordasse.

E a imortal nem ao menos sabia pelo o que se sentia pior, pelo beijo ou por ter chamado Dimitrius de Patrick.

Uma confusão de sentimentos a bombardeou e isso fez com que Gaia ficasse completamente confusa sobre o que pensar.

A imortal deveria estar tendo um ataque de pânico naquele momento por causa de ter recebido um beijo de Dimitrius... Não deveria?

Por que Gaia não estava reagindo ao toque do anjo como sempre reagiu?

Um gemido de pura frustração escapou por seus lábios e o pequeno som foi o sunficiente para acordar o arcanjo ao seu lado.

Gaia saiu da cama do arcanjo imediatamente e o movimento brusco fez com que os pequenos lobos acordassem. Eles ficaram agitados por vê-la e correram em sua direção para saltarem sobre as suas pernas com a intenção clara de ganharem colo.

Só que naquele exato momento a imortal não podia dar a atenção que eles desejavam e mereciam.

— Vão.— Ela disse em um tom baixo para os filhotes e eles a obedeceram imediatamente, mesmo que não gostassem da ideia de sair do quarto.

Ao observar que a porta do quarto do arcanjo estava fechada, Gaia manipulou o ar até que tivesse força o suficiente para mover a madeira escura. Ela manteve a porta aberta depois que os pequenos lobos passaram correndo para o outro lado da porta, pois se Dimitrius estivesse com um humor ruim a ponto de permitir que as sombras de sua alma o controlasse, ela não via motivos para continuar naquele quarto que via como um perigo.
Gaia olhou em direção de Dimitrius assim que os filhotes sumiram de sua vista e o arcanjo que agora já estava em pé ao lado da sua cama, a encarava sem nenhuma demonstração de sentimentos. Ela ficou tentada a invadir a sua mente novamente, mas não queria se traumatizar com as ideias que estariam presentes em seus pensamentos sobre como iria matá-la.


Ao se lembrar de que ela havia o chamado de Patrick, foi impossivel não ver as imagens de um beijo que não recordava em sua mente. Suas bochechas esquentaram por causa disso e se odiou por demonstrar sentimentos quando o anjo em sua frente não o fazia.

— Me desculpe.— Gaia falou a única coisa que podia desde que não pretendia fingir que nada do beijo havia ocorrido.
— Pelo quê?— Dimitrius perguntou de forma sombria, se misturando na escuridão do quarto como se pertencesse à aquele mundo negro.
— Por tudo o que aconteceu hoje.— A imortal se sentiu frustrada.— Você teve que me beijar para poder ajudar e...—
— Ter que beijá-la não é um problema, Gaia.— O arcanjo se movimentou ao redor da cama para que pudesse se aproximar dela, mas parando antes que o espaço fosse algo que ela exigisse mentalmente.
— Eu o chamei de Patrick.—
— Isso foi um erro.— Por um momento o humor brilhou nos olhos de Dimitrius e ela se sentiu aliviada por ver algum sentimento. A menos que o anjo se divertisse em matá-la, seu divertimento era bem vindo.— Um grande erro.—
— Eu não estava consciente quando fiz isso, nem ao menos sabia que você me beijou até estar em sua mente.—

O arcanjo da humanidade arqueou sua sobrancelha ao ficar intrigado.

— Você não se lembra de nada.—
— Não.— Gaia murmuriou sem jeito e desviou seus olhos para o chão.
— Já vejo.— Dimitrius falou pensativo.— Eu cometi dois erros.—

Dois erros?

Ela levantou seu olhar para encará-lo e o anjo já não estava tão distante como Gaia gostaria.

— Eu a beijei como Patrick.—
— Patrick nunca me beijou.— Ela sussurrou, começando a se sentir sufocada devido ao imperador que parou de caminhar quando já não podia andar mais por causa do corpo dela em sua frente.
— Então eu a beijei como você gostaria que ele a beijasse.—
— Não é verdade.— Gaia tentou se defender.— Qu- Qual é o segundo erro?— Ela gaguejou por se sentir ameaçada.
— Não foi memorável o suficiente para ser lembrado.—

A imortal tentou se afastar do arcanjo no momento em que ele falou, mas Dimitrius agarrou o seu pulso com força o suficiente para mantê-la onde estava.

O toque e a aproximação devia fazê-la entrar em pânico, mas Gaia não estava em pânico. Ela não sentia medo, a filha dos elementos sentia algo mais e não conseguia compreender o que era.

— Eu devo corrigir meus erros, gatinha.—
— O quê?— Ela arregalou seus olhos quando o arcanjo usou o aperto do seu pulso para puxá-la em sua direção.
— Você feriu o meu orgulho como um homem.— Dimitrius falou em um tom baixo e ele já não estava tão sombrio como antes, o imperador estava... diferente.— Esse foi o seu erro.—

E então, Dimitrius a beijou.


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