Patrick estava sentado no tronco de uma árvore que sempre costumou passar o seu tempo para desfrutar da tranquilidade longe do castelo. Ele observava a natureza calma ao seu redor e se perguntava quando o inferno voltaria a ser agitado para que pudesse se distrair dos perigos que existiam em sua mente.

Desde que a pequena Luna nasceu, os demônios do nível 2 deixaram de criar problemas e pararam de ocupar os soldados de Maximus. Ao mesmo tempo que isso era algo bom, também era preocupante, pois ninguém podia imaginar o que aquelas pessoas sem cérebro estariam planejando enquanto se mantinham quietos.

O tenente ruivo suspirou já que se sentia frustrado pela falta de ação em sua vida

— Você parece lamentável suspirando ai em cima.— A voz de Gate invadiu o silêncio calmo da floresta durante a noite e Patrick se virou no tronco para encontrar o outro tenente.
— Lamentável é Ellylan não estar sendo atormentada por nós.—

O demônio sorriu perversamente.

— Até mesmo Ellylan marece tranquilidade.—
— Então não interrompa a minha, Gate.—
— Um bom amigo não permite que o outro passe seu tempo pensando em uma mulher casada.—

Gaia.

Patrick encarou Gate com certa raiva por mencionar a filha dos elementos, pois mesmo que não estivesse pensando nela naquele momento, ele não podia negar que já havia pensado nessa mulher mais do que podia-se permitir.

Todos acreditavam que ela e Patrick estavam em um relacionamento sério e cheio de amor antes que a imortal casasse com Dimitrius, mas a verdade era que nada havia ocorrido entre eles. Não por falta de desejo desde que era impossivel não se sentir atraído por Gaia depois de conhecê-la, mas talvez por falta de oportunidade e coragem.

E agora que Gaia estava casada com um arcanjo, esses desejos estavam sendo assassinados.

— Eu não entendo por que todos acham que estavamos apaixonados.—
— Bom,— Gate sorriu ironicamente.— Vocês não foram discretos.—
— Não fomos porque não existia nada para ser escondido.—

E era verdade. Afinal, nada além de uma amizade inocente ocorreu entre eles.

— É claro.— O tenente o respondeu forma sarcastica.— Todos os imortais acreditam na palavra de um demônio, quem seria eu para discordar?—

Patrick jogou um olhar fuzilador em direção do seu amigo.

Gate podia ser um grande idiota quando queria e essa capacidade arruinava o humor de todos que estavam próximos.

O demônio ruivo se perguntava quando ele encontraria uma mulher para importurná-la e deixar a todos em paz. Seria uma grande conquista para Ailee que não podia nem ao menos respirar fora da sua casa sem ter que aguentar o ciumes possessivo do seu irmão mais velho.
— Eu tenho uma pergunta.— Gate deixou toda a sua provocação de lado e assumiu uma postura séria. Nesse momento, ele conseguiu capturar toda a atenção de Patrick, pois quando o tenente se tornava sério, não existia brincadeiras.— Se tudo fosse diferente do que é, você teria a amado?—
— Sim.— Patrick o respondeu sem pensar, pois essa era a única verdade.

O tenente ruivo não amava Gaia, mas sabia que se Dimitrius não a tivesse a tirado de suas mãos tão rápido, ele seria um homem apaixonado por uma mulher casada.

Patrick não sabia ao certo quais eram os sentimentos da imortal em relação a ele, mas imaginava que Gaia também se sentia da mesma forma. O tenente apenas desejava que ela não estivesse apaixonada por ele, pois quanto mais demorasse para esquecê-lo, mais impossivel seria para Patrick fazer o mesmo.

Se manter afastado era a sua melhor opção, pois agora Gaia pertencia a Dimitrius e ele não pretendia destruir o casamento de um arcanjo por causa dos seus desejos. Patrick manteria sua honra inabalável, mesmo que seu coração o mandasse agir de outra forma.