Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 28
Capítulo 28




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Dimitrius estava começando a ficar acostumado em sentir a presença da ligação que Gaia havia aberto para que ambos pudessem se comunicar quando estivessem distantes um do outro, mas o arcanjo da humanidade se tornou incomodo no momento em que esse pequeno link, que não se aproximava em nada da união de almas de casais, se fechou e sumiu completamente da sua mente.

Quando a imortal fazia isso, significava que ela estava fazendo algo muito, muito errado que iria irritá-lo no momento em que a encontrasse. E a filha dos elementos tinha a ilusão de que conseguiria arrumar mais tempo para fazer suas coisas quando fechava o link de comunicação entre eles.

O arcanjo da humanidade parou o que estava fazendo em seu quarto e saiu em direção do corredor para procurar a sua nova esposa e saber o que estava fazendo para tentar se esconder dele.

Onde está Gaia? Dimitrius perguntou para Cameron desde que ele era o tenente responsável por ser a sombra dela.

Ela não saiu da mansão, imperatore.

Você tem certeza? Dimitrius franziu seu cenho, pois era quase impossivel que a mulher de cabelos brancos estivesse fazendo algo que consideraria errado dentro da sua casa.

Sim.

O imperador da humanidade não questionou mais o seu tenente, pois confiava em sua palavra. Por mais que Gaia fosse capaz de fugir de todos eles por causa dos seus poderes que a deixava a cima de qualquer imortal, era quase impossivel de manter em segredo a sua fuga por muito tempo quando o anjo tinha pessoas muito capazes ao seu lado.

Mas isso era estranho.

Por que a imortal cortaria o link entre eles quando estava na mansão? Nem mesmo quando foi se encontrar com Patrick ela o fez.

Naquele momento, Dimitrius não poderia usar a natureza ao seu favor para encontrá-la, pois Gaia não estava em meio dela para que o silêncio existisse por toda a região em que ela estava próxima. Por um momento o anjo se odiou por sua mansão ser tão grande, mas também ficou aliviado por não ser como seus irmãos mais velhos que preferiam castelos grande para uma demonstração de poder.

O arcanjo da humanidade começou se movimentar para ir em direção do quarto que havia dado para a filha dos elementos, mesmo sendo o lugar menos provavel que ela estaria, Dimitrius tinha que começar a procurar pelos locais mais simples antes que tudo se tornasse complicado.

Essa era a principal regra para procurar aqueles que gostavam de se esconder e como um imperador, ele tinha que estar ciente disso e de muitas outras coisas que ninguém dava muito valor.

Dimitrius estava prestes a subir a escadaria que o levaria até o corredor onde se encontrava o quarto de Gaia, mas ele parou quando ouviu um latido ardido seguido de vários choramingos caninos.

Os pequenos pulguentos.

Os filhotes conseguiam ser bastante agitados e insuportáveis, mas se existia algo que Dimitrius nunca ouviu foi o choro deles.

Nem mesmo quando ele fez com que Gaia os abandonasse na floresta no dia em que sua mãe morreu.

O anjo deixou de caminhar em direção do quarto da imortal e foi em direção dos choramingos que não paravam por nenhum segundo.

Se algo acontecesse a esses pequenos animais, era provavel que Gaia o matasse dessa vez ao invés de deixá-lo em coma. Então Dimitrius garantiria o bem dos lobos antes que continuasse procurá-la, pois passar pela experiência de quase morte novamente era algo que não fazia parte dos planos dele. Afinal, quando isso ocorreu pela primeira vez, ao acordar o arcanjo teve que se casar com uma mulher que jamais desejou.

Dimitrius não teve uma boa experiência e... O anjo se viu paralisado no momento em que entrou na sala em que os pequenos lobos estavam chorando e tudo pelo simples fato de ver Gaia encolhida no chão enquanto gemia baixo.

A imortal segurava o seu braço com linhas negras firme contra o seu peito e não precisou de muito para compreender exatamente o que estava acontecendo com ela.

— Gaia.— O arcanjo disse assim que se ajoelhou diante do pequeno corpo dela.

Dimitrius levou uma das suas mãos até o seu ombro para movimentá-la até que estivesse em uma posição aceitável para que ele pudesse levantá-la em seus braços, mas o anjo acabou ficando surpreendido com a temperatura tão gelada que sentiu ao tocar em sua pele pálida.

Gaia nunca foi tão fria, nem mesmo quando ele a viu de tal maneira naquela gruta escura.

Dimitrius se sentou no chão e apoiou as costas dela contra o seu joelho flexionado para que ele pudesse vê-la de melhor forma e compreender algo do que estava ocorrendo. A imortal não estava sã por causa da dor que sentia, mas muito menos estava perto de desmaiar.

— Gatinha.— Ele sussurrou para chamar a atenção dela e por um momento aqueles olhos azuis, quase brancos, se abriram apenas o suficiente para vê-lo. No entanto, tal ato não significou nada desde que ela não ficou paralisada pelo fato dele estar a tocando.

Dimitrius não sabia o que fazer e o seu desejo foi de bater em sua cabeça para que finalmente desmaiasse, pois assim a imortal sofreria menos do que naquele momento. Contudo, o arcanjo não podia bater nela.

Nem ao menos permitir que outra pessoa fizesse isso.

O imperador da humanidade uniu as mãos de Gaia e as apertou contra a sua para que seus dedos gelados pudessem receber calor. E se sentiu incomodado demais por vê-la tão incapaz de revidar o que os anciões estavam fazendo à seu corpo.

Mas o que o deixou mais aflito diante daquela situação, foi o fato de que Dimitrius não podia fazer nada.

Ele não podia proteger a mulher que foi escolhida para ser a sua esposa e isso o deixou irado, pois o arcanjo podia proteger todos a quem desejava, mas com Gaia era impossivel.

Ninguém podia lutar contra os anciões e tudo o que o anjo podia fazer naquele momento era obedecê-los para que nada de ruim acontecesse a essa imortal.

Os seus superiores estavam o lembrando de que o jogo não podia funcionar conforme as regras de Dimitrius, que ele não podia esperar que a imortal superasse os seus medos para gerar um herdeiro e isso era tão insensivel quanto obrigá-la a se casar com ele.

Um herdeiro...

O arcanjo parou de respirar por um instante diante da ideia que surgiu em sua mente naquele momento e mesmo que parecesse insano, talvez ajudasse.

Talvez.

Mas era tudo o que ele tinha desde que não pretendia produzir um herdeiro para o trono com Gaia naquele estado.

E se a dor não parasse, pelo menos ela desmaiaria sem o uso de agressão.

— Desculpe, Gaia.— Dimitrius falou e se perguntou quando foi a última vez que ele pediu desculpas para alguém com tanta sinceridade. Talvez essa fosse a primeira vez, mas o anjo não podia negar que a imortal em seus braços merecia.

O arcanjo da humanidade soltou as mãos de Gaia e tocou o rosto dela para que pudesse deixá-lo firme contra o seu outro braço que servia de apoio para a cabeça da imortal. E antes que o arcanjo pensasse melhor sobre os seus atos, ele se inclinou para baixo até que seus lábios tocassem os de Gaia levemente.


O toque foi suave como se estivesse esbarrando nas pétalas brancas das margaridas que havia ganhado dela e o anjo ficou surpreso pelo leve formigamento que sentiu surgir em seu interior depois que encostou nos lábios da filha dos elementos.

Depois de simples segundos, Dimitrius sentiu o corpo de Gaia se tornar duro como uma pedra de gelo e o anjo se afastou para que pudesse ter certeza de que seu plano ridículo havia funcionado de algum modo.

A imortal estava com suas palpebras pesadas e o breve momento em que o arcanjo visualizou os seus olhos pode ver que sua mente não estava presente naquela sala. Dimitrius ficou aliviado, pois sabia exatamente que a sua consciência iria embora nos próximos segundos.

Demorou menos do que o imperador esperava, mas antes que Gaia finalmente desmaiasse para encontrar a sua paz, ela murmuriou de forma quase inaudivel.

Patrick.

No entanto, o imperador da humanidade, ouviu sua palavra como se estivesse gritando dentro daquela sala.


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