Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo para adoçar a páscoa dos meus leitores *o*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/581352/chapter/15

Dimitrius abriu seus olhos no mesmo instante em que sentiu a presença de Cameron em sua mente. O imperador olhou para o lado, em direção do pequeno vão que existia entre as suas cortinas, e pode concluir que o dia ainda estava amanhecendo.

Um gemido frustrado e misturado com raiva surgiu em sua garganta, pois o anjo detestava acordar cedo e odiava mais ainda o responsável por pertubar o seu sono.

Eu espero que você tenha um bom motivo para estar me acordando, Cameron.

Gaia sumiu. A voz calma do tenente surgiu em sua mente. Ela não está em seu quarto e nem na mansão.

Dimitrius se levantou imediatamente após ouvir as palavras do seu tenente e caminhou em direção da janela para que pudesse acessar o lado de fora depois que vestiu suas botas. Seu instinto dizia que a imortal não havia ido atrás de Patrick novamente e o arcanjo preferiu confiar nisso. Além do mais, era provavel que Gaia estivesse em algum lugar da natureza desde que estava preocupada com os anciões a matando.

O anjo pensou em como a sua nova esposa era tola e imprudente, pois muitas pessoas desejavam o mal dela e agora que havia se casado com ele, esse ódio por ela apenas se tornaria maior. E Gaia não parecia entender que Cameron tinha o propósito de seguí-la por todos os lados por causa da sua segurança.

Dimitrius já havia visto a imortal com hematomas inexplicáveis que haviam sido causados por alguém que não gostava dela e o anjo não desejava que a machucassem novamente. Por mais que ambos tivessem sérios problemas de convívio, o imperador da humanidade tinha o dever de protegê-la como um arcanjo e agora como um marido.

Eu irei atrás dela. O anjo avisou para o seu tenente.

Depois de estender suas asas e saltar em direção do céu que ainda estava clareando, Dimitrius vôo em direção da natureza para buscar o ponto silêncioso em meio dela.

O arcanjo considerou voar até o local onde os anciões haviam atacado no dia anterior, imaginando que Gaia provavelmente estaria lá para fazer algo estranho que apenas uma amadora da natureza faria por plantas mortas, mas antes que ele chegasse até a clareira, ele ouviu o silêncio infinito que não existia em uma natureza.

Como existiam algumas árvores ao redor, Dimitrius procurou pelo espaço livre mais próximo para pousar já que era impossivel fazer isso em meio da floresta. E por um instante, o arcanjo desejou que Gaia não estivesse em um lugar de dificil acesso, pois ela parecia adorar se enfiar em pequenos locais que um anjo não podia nem ao menos caminhar sem se preocupar com suas asas.

Dimitrius já se sentia com muito mal humor para ter que aguentar suas asas sendo um problema na sua locomoção.

O anjo começou a andar em direção do lugar que acreditava que encontraria Gaia, tomando o cuidado necessário para não prejudicar suas asas nas diversas árvores que estavam ao seu redor. E no momento em que ele se lembrou que havia pedido a imortal um pequeno link para que ambos pudessem se comunicar mentalmente e sempre saberem onde cada um se encontrava, o anjo bufou. Afinal, esse link de almas apenas existia quando Gaia desejava.

O único modo que Dimitrius tinha para encontrá-la ainda era procurar pelo ponto mais silêncioso da natureza e isso o irritava, pois um link básico deveria existir entre eles desde que a união de almas não podia acontecer.

A união de almas era o maior simbolo que existia em um casamento, pois era como se os dois amantes se tornassem apenas um, nenhuma barreira existia em suas mentes e nada seria escondido. Mas no caso dele e da sua nova esposa, isso não podia acorrer.

A filha dos elementos tinha acesso ao futuro e Dimitrius não podia ter essas informações em suas mãos, ele compreendia isso muito bem, só não entendia por que ela se negava a ter a conexão básica de mentes.

O imperador da humanidade estava pensando em como entraria em um acordo com Gaia para que ela começasse a ouví-lo. Por mais que a imortal odiasse ouvir ordens dele, tudo o que Dimitrius estava dizendo era para mantê-la segura.

Só que, aparentemente, Gaia não pensava da mesma maneira que ele.

Dimitrius parou de caminhar quando avistou Gaia sentada na grama com pequenos lobos a rodeando para brincar. Os animais imediatamente notaram a presença dele, mas como a imortal de cabelos brancos se negava a usar até mesmo seus pequenos poderes para saber que alguém estava se aproximando dela, ela apenas notou que outra pessoa estava presente por causa da agitação dos filhotes que estavam próximos.

Gaia olhou por cima do seu ombro e quando seus olhos azuis encontraram Dimitrius, todo o divertimento que existia neles foi substituido pelo vazio que atraía todos os seus pesadelos.

O arcanjo não compreendia por que Gaia o olhava de tal maneira. Ele admitia que já havia a ameaçado no passado logo que assumiu o trono de um arcanjo, mas nunca havia a machucado de maneira alguma.

Pela pequena convivencia que ele teve com a imortal, Dimitrius sabia que ela já havia passado por coisas piores do que ameaças e esse olhar devia pertencer a essas pessoas, não a ele.

Gaia tirou os filhotes de lobo de cima do seu corpo e se levantou para virar em sua direção, no mesmo instante os olhos do arcanjo encontraram manchas de sangue em seu vestido branco.

— O que aconteceu?— Dimitrius perguntou com vontade de esganá-la por não ter obedecido a sua ordem de sair apenas junto com Cameron para que seu tenente pudesse protegê-la. Agora a imortal estava machucada e...
— Esse sangue não é meu.— Gaia falou apressadamente.— Não me olhe como se precisasse matar alguém, Dimitrius.—
— Você...—

Dimitrius parou de falar quando sentiu pequenos pesos sobre as suas botas, ele olhou para baixo e arqueou sua sobrancelha ao ver que pequenas bolas cinzas estavam mordendo seus sapatos. O anjo deu um passo para trás com a intenção de se livrar dos três filhotes que provavelmente eram menores que a sua própria palma, mas os pequenos pulguentos acabaram o seguindo.

— A mãe deles foi morta a algumas horas em um ataque.— Gaia explicou.— O sangue em meu vestido pertence a ela.—
— Você tentou salvá-la?—
— Não,— A imortal olhou para os filhotes em seus pés com uma expressão vazia.— Eu apenas acelerei o processo de morte dela para que não sentisse nenhuma dor.—
— Esse foi o motivo pelo qual saiu sozinha?—

Gaia olhou para Dimitrius e movimentou sua cabeça de maneira positiva.

— Isso é perigoso, Gaia.— O arcanjo voltou a falar.
— Por que você se importa tanto?— A imortal perguntou de forma agressiva.— Meu bem estar nunca foi do seu interesse antes.—

— Nós estamos casados agora.—

— Isso não singnifica nada, Dimitrius.—
Isso, significa tudo.— O anjo deu um passo pra frente para se livrar das pequenas bolas de pelo que agora mordiam a barra da sua calça e imediatamente Gaia se moveu para trás com a intenção obvia de manter a distância. Dimitrius odiou, pois todas as vezes que ela agia de tal forma, ele se sentia como um animal incontrolável.— Você se tornou um alvo agora que se tornou minha esposa. Se antes possuía inimigos, agora você tem muitos mais e tudo o que estou fazendo é para protegê-la.—
— Eu não quero a sua proteção, Dimitrius. O que eu realmente desejo é cumprir todas as ordens dos anciões para que ninguém sofra ameaças ou consequências por minha causa.—
— Eu também quero isso, Gaia, mas o que eles desejavam não é tão simples.—
— Você apenas tem que se deitar comigo... Isso é tão repugnante assim?—

O arcanjo encarou Gaia em silêncio após a sua pergunta e se surpreendeu com a resposta que surgiu em sua mente.


Ele não achava a imortal repugnante, muito pelo contrário. Gaia era uma bela mulher e diferente de tudo aquilo que já conheceu, as mulheres que já havia visto tanto no mundo mortal quanto no imortal eram todas parecidas, sempre possuíam semelhanças, mas a filha dos elementos era diferente e conseguia chamar a sua atenção.

Só que Dimitrius não conseguia sentir atração por mulheres que sentiam medo dele. Além do mais, não era apenas uma relação corporal que estava em questão.

— Nós precisamos gerar uma criança, Gaia.— Ele falou.— E essa criança, antes de qualquer coisa, será nosso filho e não uma peça de jogo dos anciões.—

A expressão da imortal em sua frente suavizou com a culpa e Dimitrius se deu conta que Gaia nunca havia pensado nessa criança com afeto. Ela estava apenas agindo conforme os anciões queriam para que ninguém saísse ferido.

— Você tem razão.— Ela murmuriou, desviando os seus olhos para os lobos.

— Para começar, nós precisamos melhorar nosso relacionamento, Gaia.— Dimitrius falou, pensando que já era hora de começar a fazer avanços, pois os anciões já haviam provado que estavam sem paciência.— E para isso eu preciso saber por que você tem tanto medo de mim.—
— Não...— A imortal sussurrou com seus olhos vagos após olhá-lo.
— Você precisa.— O anjo disse.— Eu irei me desculpar por qualquer tolice que tenha cometido em minha juventude. Todas as ameaças que eu disse a você eram apenas para assustá-la, não era minha intenção deixá-la com medo e... —
— Meus pesadelos não são sobre você, Dimitrius.—

O arcanjo encarou Gaia confuso, pois não estava fazendo nenhum sentido naquele momento. Ela o temia, desejava sempre manter a distância e falava que seus pesadelos não o envolviam?


— Eu não a compreendo.—
— Nós podemos falar sobre isso mais tarde?— Ela perguntou e Dimitrius estava pronto para dizer que não, mas ele a avaliou e considerou que não era correto conversarem sobre a vida de Gaia em meio de uma floresta enquanto ela estava suja de sangue.

Além do mais, as bolas de pelo aos seus pés estavam mordendo tanto sua calça que era provavel que ele ficaria sem ela em questão de segundos.

— Eu a encontrarei durante a noite para conversamos.— Ele falou.

Dimitrius estendeu suas asas e após tomar os cuidados necessários para não machucar os pequenos lobos, ele voou em direção do céu. No seu trajeto suas asas acertaram algumas árvores, mas elas não o impediram de voar e muito menos sofreram consequências.

Ele apenas foi cuidadoso com a natureza por causa de Gaia, pois não desejava arranjar mais motivos para a imortal odiá-lo. Afinal, esse relacionamento de ódio teria que acabar ou muitas coisas aconteceriam e apenas eles seriam os culpados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maldição | Amor Imortal 03" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.