Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 51
Decisão.




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Brian não sabia mais o que fazer. Ainda estava na casa de shows.

Havia mandado Pamela ir embora e deixá-lo sozinho. Precisava raciocinar. Não poderia simplesmente virar para Letícia e dizer que ela estava fora. Não podia deixá-la fora de algo que era extremamente importante para ele. Queria que Letícia participasse de seu sonho. Queria mais do que nunca voltar com ela, e agora teria de deixá-la de fora. Sabe-se lá como ela reagiria.

O rapaz nem se quer prestava mais atenção no que bebia.

Bebia compulsivamente, enquanto seus pensamentos desgovernados roubavam-lhe toda a atenção. Estava triste demais, apesar do show maravilhoso que havia feito.

Letícia... Era tudo tão difícil assim? Ou eles tornavam as coisas como difíceis?

O coração do rapaz assinalava que era a segunda opção. Se não existissem medos, se Mateus não fosse tão obcecado... Poderia estar bebendo reguladamente, com Letícia ao seu lado, rindo e se vangloriando do maravilhoso show. Era injusto ter que escolher.

Brian de repente começou a sentir suas pálpebras pesarem, sentia também constantes tonturas e nem sabia mais o que estava bebendo. Mais uma vez, estava passando dos limites.

- Rapaz, eu acho melhor você parar. – Dizia o barman.

- CALA A BOCA! – Brian resmungava. – DESCE MAIS UMA DOSE AI! – Brian dizia entre dentes e lentamente.

O barman simplesmente deu de ombros, oferecendo mais uma dose ao rapaz. Brian bebeu nem sem ao menos hesitar, se erguendo do balcão, indo para o meio da multidão, fazendo uma dança completamente fora do compasso da música.

Brian não percebia estar empurrando as pessoas ao seu redor, até entrar em um bate cabeça, que com um único empurrão, já o desmontou pelo chão.

O rapaz estava tonto, e enxergava tudo embaçado. Não sabia mais onde estava, não sabia mais o que estava acontecendo... E de repente, tudo foi ficando escuro, enquanto as solas de sapatos desgovernados, o pisoteavam.

- Filha, você não precisava ter feito aquilo... – Clarice tentava tranqüilizar Letícia. – Eu sei que aquela mulher passou dos limites, mas você perdeu a razão.

- Eu sei, mãe! – Letícia dava uma grande golada de água, agora, mais calma. – Eu não suporto que ela fique falando aquelas coisas, sabe? Ela fica se metendo entre mim e o Syn... Parece que eu não tenho mais tranqüilidade nem pra respirar... Parece que qualquer coisa vai me tirar dele.

- Eu não acho. – Clarice dizia com sinceridade. – Não sei dele... Mas de você... Filha... sinceramente, não adianta você afastar esse rapaz de você. É muito pior você estando sem ele.

- Ah, mãe... Por favor. – Letícia revirava os olhos.

- Eu concordo. – dizia Priscila. – Todos ao seu redor concordam... Com exceção ao João, mas ele não conta muito.

- Preciso dormir. – Letícia resmungava. – Estou com a cabeça cheia!

- Imagino. – Clarice dava uma leve risada. – Que bom que decidiu vir aqui para a casa...

- É... Estou brava demais para discutir com o meu pai também. – Letícia revirava os olhos. – Não acredito que ele não ligou nem para saber como foi...

- Você não precisa do seu pai agora. – Clarice dizia, séria. – Você tem a mim e a sua irmã.

- Já é mais do que suficiente. – Letícia sorria, abraçando-as.

- Vai dormir então, cantora! – Clarice gracejava. – Amanhã vai estar tudo melhor...

- É... O Syn disse que queria conversar com você... Acho melhor mesmo você ter uma bela noite de sono para conversarem com calma.

- É... – Letícia suspirava, caminhando até o pé da escada. – Boa noite... – A moça esticava o pescoço para a janela, fitando a rua.

Priscila e Clarice simplesmente fitavam a tal cena, entendendo plenamente o que queria dizer. Letícia ainda sentia medo.

- Boa noite, minha filha... Não se preocupe, não tem nada aqui. – Clarice sorria, a fim de tranqüilizar a moça.

- É né? – Letícia gargalhava, sem graça. – Boa noite, de novo.

A moça finalmente afastou os olhos da janela, subindo para o quarto.

Não havia entrado lá desde que Brian veio procurá-la e terminaram rompendo.

De repente, tudo parecia como se todo o seu mundo fosse domado por Brian. Tudo ali lembrava ele.

A moça sentou-se da cama, encarando o telescópio. Também lembrava Brian. Afinal, o rapaz começou a se interessar misteriosamente pelo universo, deixando com que Letícia se divertisse ao explicar as constelações.

Mas, aquela noite não lhe permitia enxergar nada. Era lua cheia. A luz cintilava tão brilhante, que não permitia com que Letícia enxergasse as estrelas com clareza.

A moça suspirou, deitando-se na cama, e fechando os olhos. Queria realmente descansar, queria esquecer um pouco toda aquela confusão e lembrar-se apenas das coisas boas. Dos aplausos.

Quando finalmente pareceu querer esquecer as coisas que a irritavam, seu celular começou a tocar. Letícia demorou alguns instantes para abrir os olhos e perceber o que estava acontecendo, quando finalmente, irritada, apanhou o celular.

- Alô! – Disse, aborrecida.

- Posso falar com a Letícia? – Perguntou uma voz desconhecida.

- Quem fala?

- Aqui é o Dr. Fabrício, do Hospital Brasil.

- O quê?! – Letícia se sentou na cama, levemente assustada. – Aconteceu alguma coisa?

- Eu estou com um paciente aqui, chamado Brian Elwin Haner Júnior.

- O QUÊ?! – Agora o questionamento não era de susto, e sim de raiva. – Ele está bem?

- Bom, o paciente está bastante embriagado, uns rapazes o trouxeram aqui, ele estava um pouco ferido...

- PERAÍ! – Letícia interrompia o tal doutor. – Como assim ferido?

- Bom, me disseram que ele caiu na pista, e não o viram, ele acabou sendo pisoteado, e ficou inconsciente. Agora ele parece um pouco mais com noção, e ficou repetindo “Letícia...”, várias vezes, não localizei Brian Haner, pai dele, pois ele está operando agora... Preciso que alguém o leve... Então procurei no celular, e a tal Letícia só podia ser você, já que tinha um desenho de coração ao lado do nome...

- TUDO BEM! – Letícia se erguia da cama, acendendo a luz do quarto. – Estou indo... Não precisa avisar o Dr. Haner, eu me encarrego disso.

- Tudo bem, obrigado. – Dizia Fabrício.

Letícia então rapidamente desligava o celular, indo até o armário, apanhando uma calça jeans qualquer uma camisa do “Slipknot’.

- Priscila! – Dizia a moça, entrando no quarto da irmã. – Preciso que me faça um favor.

- Ah... – Priscila resmungava, virando-se de costas.

Impaciente, Letícia acendia a luz do quarto da irmã.

- É SÉRIO! – A moça insistia, cutucando as costas da irmã. – Acorda, Pri.

- O que é, Letícia? Que saco... – A jovem resmungava.

- O Syn está no hospital! Temos que ir buscá-lo...

- O que?! – Priscila abriu os olhos encarando a irmã. – Deixa que os pais dele façam isso, oras...

- Não dá! O Syn já está bastante encrencado... Quero ajudá-lo. – Letícia se sentava na cama da irmã. – Por favor...

- AAAH! – Priscila se erguia da cama, irritada. – Ta... Me dê dez minutos para eu me arrumar.

- OBRIGADA! – Letícia sorria, e corria para fora do quarto.

Rapidamente, Letícia descia as escadas, andando de um lado para o outro esperando que Priscila finalmente pudesse levá-la.

Letícia não entendia muito bem por que agia daquela forma. Simplesmente acreditava que fosse o certo. Brian precisava dela. As coisas estavam tão confusas para ele, quanto para ela.

Ainda tinha aquele tratado de amizade. Queria ajudá-lo. Afinal, Brian já estava encrencado por causa da festa e Letícia queria saber o que se passou na cabeça do rapaz para que ele se embriagasse novamente.

- Vamos. – Dizia Priscila, descendo as escadas, com os cabelos bagunçados. – Seja lá o que acontecer, a mãe não pode saber que saímos de casa às 3 da madrugada, e eu não vou descer do carro nem que me paguem.

- Tudo bem. – Letícia concordava, confirmando com a cabeça.

As duas moças, então, finalmente entraram no carro, dirigindo-se para o hospital onde Brian estava.

As ruas estavam desertas como era de se esperar em plena madrugada. Não demoraram muito para chegarem.

- Me espere aqui. – Dizia Letícia, antes de se retirar do carro.

- Vai rápido! – Priscila resmungava, de mau humor.

- MOÇA! Posso ajudá-la? – A recepcionista interrompia a corrida maluca de Letícia para dentro do hospital.

Letícia imediatamente parava de correr, encarando a recepcionista com um sorriso sem graça.

- Desculpe. – Dizia a moça. – Vim buscar o paciente Brian Elwin Haner Júnior. – Dizia.

- Ah sim... O filho do Dr. Haner.

- Exato. – Letícia sorria forçado, tentando ser o mais simpática possível. – Só não diga nada do que aconteceu ao Dr. Haner. – Letícia frisava para a recepcionista.

- Mas...

- POR FAVOR! – Letícia pedia. – Não precisamos ficar criando mais problemas, certo? – A jovem sorria, ainda forçando. – Dr. Haner tem muito trabalho pela frente... O Filho dele sempre apronta essas coisas. – Letícia revirava os olhos. – Pode deixar que eu vou compensar toda a bronca que ele levaria do pai.

- Bom... Se você diz... – A recepcionista dava de ombros. – Ele está no quarto 104, pode ir.

- Obrigada. – Letícia respirava fundo, se afastando do balcão da recepção.

A moça rapidamente virava os corredores, quando ela começou a perceber o que de fato estava acontecendo. Mais uma vez Brian havia exagerado... Ele realmente merecia uma bronca.

- CADÊ ELE?! – A moça abria a porta do quarto, entrando de imediato.

- Você é a Letícia? – De repente um rapaz jovem, louro, alto e olhos castanhos claros, a segurou pelo braço. – Por favor, não grite. – pediu.

- Como eu não vou gritar? – A jovem se soltava do rapaz, caminhando para o interior do quarto, de deparando com Brian deitado, de olhos fechados. Seus ferimentos eram extremamente leves. Apenas um arranhão no rosto. – ACORDA! – A jovem berrava, se aproximando da cama.

- Moça... – Fabrício franzia o cenho, se aproximando de Letícia.

- Oi, minha pequena... – Brian abria os olhos lentamente, sorrindo para a jovem.

- MINHA PEQUENA É?! Você andou bebendo que nem um louco, de novo?! – Letícia disparava um tapa no peito do rapaz.

- Moça, você não pode bater no paciente... – Fabrício alertava.

- EU VOU BATER EM VOCÊ SE CONTINUAR ME ENCHENDO! – Letícia se virava para o médico, apontando-lhe o dedo indicador na face.

- Essa é a minha Letícia... – Brian sorria.

- DÁ PRA VOCÊ FICAR QUIETO?! – A jovem novamente girava o corpo para Brian. - Eu vim te ajudar... Mas francamente... O que você tem na cabeça?!

- Brian, você tem certeza que é essa a Letícia? – Fabrício arregalava os olhos, encarando a jovem.

- Ela é inconfundível, não? – Brian continuava sorrindo.

- ANDA! Levanta dessa cama, eu e a Pri vamos te levar para a casa...

- Moça, eu não sei se é uma boa idéia Brian ir embora com você e...

- Tudo bem, Dr. Fabrício, eu já estou acostumado. – Brian tentava se sentar na cama, ainda se sentindo meio tonto. – Ela é um amor, mesmo assim.

- Ela?! – Fabrício apontava para Letícia, olhando-a, confuso. – Acho que você está bêbado demais, ainda...

- O QUE VOCÊ QUIS DIZER COM ISSO?! – Letícia encarava o homem, incrédula. – Eu só estou brava, por que esse mocinho aqui, fica bebendo demais ultimamente. – Letícia de repente disparava vários tapas em Brian. – E eu juro que dá próxima vez eu te mato.

- O QUE?! – Fabrício se encolhia, encarando Brian. – Moço... Melhor eu chamar seu pai.

- Não Fabrício... Relaxa... Letícia é... – Rapidamente Brian se silenciou. Estava prestes a dizer algo que não era mais verdade. Pelo menos naquele momento. – Minha... Melhor amiga.

Letícia engoliu seco ao ser rotulada apenas como ‘melhor amiga’.

Brian, apenas encarou a jovem, lhe disparando um belo sorriso ao perceber a reação atormentadora de Letícia.

- Fabrício, pode me dar um minuto com o Syn?

- Syn? – Fabrício franziu o cenho.

- É meu apelido. – Brian sorria, ainda com as pálpebras pesadas.

- E você quer ficar sozinho com ela? – Fabrício encarava Brian, de modo confuso.

Brian de repente começou a gargalhar, e Letícia revirou os olhos, irritada.

- Cara, você é bobo? – Dizia Letícia.

Fabrício então se aproximou da moça cautelosamente, apanhando a cadeira da jovem e removendo uma cômoda suspensa por quatro rodinhas.

- Tem muitas agulhas por aqui... É melhor eu tirar... – Fabrício sorria sem graça, se retirando do quarto.

Letícia simplesmente ficou encarando o médico enquanto ele se retirava, e então, voltou sua atenção para Brian.

- Pensei que os médicos fossem menos bobos. – A moça revirava os olhos.

- Esquece isso... – Dizia o rapaz, colocando lentamente as mãos por cima das da jovem. – Obrigado por vir.

Letícia examinou ao redor do quarto.

- Legal, ele me não me deixou nada para me sentar. – Letícia revirava os olhos.

- Ele deve ter pensado que você iria arremessar a cadeira em mim. – Brian ria.

Letícia então o encarou por alguns instantes, se sentando em cima da cama.

- Se você não me explicar essa historia direitinho, eu arrumo outra coisa para arremessar em você. – A jovem dizia num tom ameaçador.

Brian de repente, ficou sério. Começou a se lembrar das palavras duras de Pamela em relação a permanência de Letícia na banda. Não podia dizer. Não podia fazer isso. Letícia estava ali para ajudá-lo, ela não merecia aquilo.

- Nada, eu só estava curtindo. – O rapaz dava de ombros.

- Vai me dizer que essa bebedeira toda sua era apenas curtição? Fala sério, Syn... Você acha mesmo que eu vou acreditar nisso?

- Deveria. – O rapaz dava de ombros.

- Syn... Queria pedir desculpas pelo modo que eu agi com você no show. – A jovem respirava fundo, e umedecia os lábios.

- Tudo bem. – Brian lhe esboçava um leve sorriso. – Mas não foi por isso que eu bebi.

- Então...?

- Já disse que estava apenas curtindo. – Brian tornou a insistir. – Afinal, demos um show! Literalmente.

Letícia abaixou a cabeça, se erguendo da cama e se afastando por alguns instantes.

- Você me acordou às 3 da manhã para vir te buscar no hospital, pra depois me falar que era tudo curtição?! O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA?! – A jovem de repente, explodiu. – Você está deplorável!

- Não grita, é capaz que o Fabrício volte com uma camisa de força. – Brian gracejava.

- Há-há. – Letícia revirava os olhos. – Eu vou embora.

- O QUE?! E vai me deixar aqui? Meu pai vai me matar!

- Que pena. – Letícia lhe esboçava um sorriso maldoso. – Pensasse antes.

- Letícia! – Brian tentava se erguer da cama, sentindo uma leve tontura, caindo sobre a cama novamente.

Letícia imediatamente se virava para o rapaz, tentando ajudá-lo.

- Está vendo? – Brian sorria, ofegante. – Você não consegue me abandonar.

- Syn, para de graça, está bem? – Letícia debatia. – Eu só vou te levar para a casa agora, por que eu já vim até aqui... Ou melhor, fiz a Priscila acordar e vir até aqui...

- Você acordou sua irmã?

- Mas é claro! Acha que eu ia vir aqui de táxi? Patins?

- Você deveria aprender a dirigir... – Brian ria.

- É, eu bem que tentei. – a moça suspirava, olhando para as luzes brancas do teto do quarto. – Mas você sabe muito bem o que aconteceu.

- É, você derrapou e acabamos dormindo juntos... – Brian gargalhava.

- O QUÊ?! – Letícia de repente o encarou, com as bochechas coradas. – CALA A BOCA!

- Ué... É verdade... – Brian continuava a rir.

- Você ainda está bêbado! SÓ PODE! – Letícia de repente, deu outro tapa no braço do rapaz. – Se continuar falando essas coisas, eu juro que eu te largo aqui.

- Tudo bem. – Brian respirava fundo, fazendo leve esforço para se sentar na cama. – Parece que um trator passou por cima de mim. – Resmungou.

- Praticamente. – Dizia Letícia. – Eu ia ficar mais feliz se você me explicasse essa historia melhor...

- Eu já disse que estava curtindo. – Brian resmungava, erguendo os braços na direção de Letícia para que ela o ajudasse a se levantar.

Letícia rapidamente se aproximava do rapaz, deixando que ele se apoiasse em seus ombros.

- Vou deslocar a coluna se você continuar agindo assim. – A jovem resmungava.

- Lá vai você reclamar de mim de novo. – Brian fazia um bico.

Letícia apenas deu uma leve risada, caminhando com o rapaz em direção à porta.

- Brian?! – Fabrício estava em frente a porta, com a face pálida. – Você está bem? Onde ela está te levando?!

- Calma... – Brian disparava uma leve risada.

- Eu vou levá-lo para a casa dele... DÃ! – Letícia dizia aborrecida.

- Vai mesmo? Olha, ele está ainda meio tonto, é melhor deixá-lo aqui.

- NÃO! – Diziam Brian e Letícia em coro.

- Olha, meu filho, mais tonto do que ele já é... Impossível.

- Obrigado, Letícia. – Brian ironizava.

- De nada. – Dizia a jovem, dando de ombros.

- Brian, eu não sei se devo deixá-lo ir embora sozinho com essa menina, ela parece meio descontrolada. – Fabrício se aproximava, impedindo a passagem dos dois.

- Dá para você parar de dar uma de neurótico?! Eu já disse, o Dr. Haner não pode ficar se estressando com as coisas que esse menino apronta. – Dizia Letícia, tentando parecer o mais convincente possível. – Ele bebe todos os dias, chega tarde em casa, já foi acusado por roubo, gasta muito dinheiro com coisas inapropriadas, como filmes pornôs, e acredite se quiser... Ele adora filmes da Disney! Sério, se você me acha descontrolada, é por que você ainda não conhece direito nosso amiguinho embriagado aqui.

- Está vendo! Eu preciso ir para a casa ver... Cinderela e A Fera.

- É Bela e a Fera! – Letícia o corrigia. – Está vendo? Está tão bêbado que mal sabe o título do filme preferido dele. – Letícia gargalhava, puxando Brian pelo corredor. – Obrigada por ter cuidado dele. Você é um excelente médico, Fabrício.

- Bom... Se é assim, tudo bem, pode levá-lo.

- Obrigada. – Letícia continuava a sorrir, caminhando abraçada com Brian por entre os corredores.

Letícia carregava Brian em seus ombros, com uma dificuldade razoável, cambaleando  e se apoiando nas paredes.

Assim que saíram do hospital, caminharam com dificuldade pelo estacionamento vazio, até chegar ao carro de Priscila, onde a moça dormia e roncava de boca aberta.

- Pri! – Letícia cutucava a irmã. – Acorda, o Syn já está aqui.

- Ótimo, estou me sentindo muito bem sendo resgatados por duas mulheres. – Brian gracejava, disparando uma leve gargalhada.

- Ah, cala a boca e entra nesse carro. – Letícia resmungava, irritada, empurrando o rapaz no banco de trás e colocando o cinto.

- Que linda... Agora sabe como o cinto é importante... – Brian continuava a sorrir, como se estivesse tirando proveito da situação. Apesar de tudo, estava feliz por Letícia estar ajudando. Por que ela estava fazendo isso?

Letícia simplesmente fechou a porta do carro, caminhando até o banco do passageiro.

- Oi Syn... – Dizia Priscila, sonolenta. – Vamos levá-lo para o apartamento?

- Mas é claro. – Dizia Letícia.

Priscila simplesmente bocejou mais uma vez, ligando o carro e finalmente colocando-o para funcionar em meio as ruas desertas da noite.

Durante o caminho, Brian ficava cantarolando no banco de trás, enquanto Priscila e Letícia estavam tensas.

Priscila tinha que dirigir com cuidado e Letícia averiguava que não havia nenhum suspeito caminhando pela rua.

- Está entregue, Cinderela. – Letícia revirava os olhos, descendo do carro.

- Cuidado para o pai não souber da nossa presença aqui. – Priscila avisava, antes da irmã fechar a porta.

- Ai... É mesmo. – Letícia dizia mais para si mesma do que para Priscila. – A gente pode entrar pelos fundos.

- Não! – Brian protestava. – Eu também estou aqui sabia, Joanas Darcs?

Letícia simplesmente franzia o cenho, encarando o rapaz.

- Não se preocupem... Deixa que eu cuido disso. – Brian sorria.

- Já que você está espertinho, acho que devia subir sozinho então. – Dizia Letícia, lhe disparando um sorriso maldoso.

- Não! – Brian arregalava os olhos, tentando se manifestar antes que fosse tarde demais. – Sobe comigo, Letícia, por favor... Ainda estou me sentindo meio enjoado.

Letícia simplesmente bufava, olhando para a irmã como forma de protesto.

- Sobe com ele. – Priscila revirava os olhos. – Tchau Syn, se eu tiver que te buscar um dia de novo... Juro que te arremesso numa fonte de esgoto.

Brian simplesmente se aproximava da porta, sendo retirado do carro com ajuda de Letícia, que mais uma vez, fazia seu trabalho de suporte, impedindo que Brian caísse.

- Agora eu sei da onde você tira suas frases maléficas. – Brian resmungava, ao se lembrar da frase de despedida de Priscila.

- Acho que é mais ao contrário. – Letícia admitia com um sorriso modesto, segurando a porta para que Brian passasse. – E ela não deixa de estar certa...

Brian simplesmente revirou os olhos, caminhando cambaleando até o elevador.

- Esse porteiro não vai falar nada pro meu pai, né? – Letícia perguntava, enquanto aguardava dentro do elevador.

- Não. – Brian complementava, fazendo um não com a cabeça. – Acho que seu pai nem deve conhecer esse porteiro, ele só fica de madrugada.

- Você deve conhecê-lo bem então. – Letícia sorria novamente, de forma maléfica.

- Você poderia diminuir um pouco essas coisas indiretas, pelo menos agora. – Brian suspirava, se encostando na parede do elevador. – Meu corpo está todo dolorido... Acho que nem foi o álcool que me destruiu tanto assim, e sim as pisadas.

- Como foi que isso aconteceu? – Letícia perguntava, abrindo a porta do elevador, esperando que Brian passasse. – Até onde eu sei, você sempre foi bom em bate cabeça...

- Aquele bate cabeça no show do Bullet... – Brian deixava aparecer um leve sorriso no canto de seus lábios, enquanto ele se concentrava em manter as mãos menos trêmulas para destrancar a porta do apartamento. – Eu tinha uma motivação maior.

- Como assim? – Letícia franzia o cenho.

- Pense bem. – Brian encarava a jovem. – E me ajuda a abrir a porta, eu não estou enxergando nada.

- MEU DEUS! Você está pior do que cego em tiroteio. – Letícia revirava os olhos, se aproximando do rapaz, arrancando-lhe bruscamente as chaves e finalmente abrindo a porta. – Que trabalho mais árduo.

- Você ta fogo hoje, ein? – Brian revirava os olhos, entrando no apartamento e se jogando no sofá.

- Bom... Vou fazer um chá para você. – Dizia Letícia, fechando a porta, e suspirando.

Brian apenas fechou os olhos, ouvindo a porta dos armários se baterem conforme Letícia os fechava.

Estava tão confuso, que sentia seu corpo girar em meio a um vácuo.

Começou a se lembrar novamente das palavras injustas de Pamela. Letícia estava ali o ajudando apesar de tudo. Queria entender também o motivo de toda aquela determinação da moça.

De repente, sentiu algo cutucando seus ombros, e abriu os olhos de imediato.

- Calma, tolinho. – Letícia dava uma leve gargalhada. – Seu chá.

- Ah, eu não gosto de chá... Se você pudesse me ver um vinho...

- Você está zoando com a minha cara de que você ainda está pensando em beber, né? – Letícia o encarava, séria.

- Estou. – O rapaz gargalhava, se sentando no sofá, e apanhando a xícara das mãos da jovem, com cuidado.

- Não sei se você gosta de camomila... Mas acho que vai te fazer bem para dormir e tudo mais.

- Tudo o que você faz é perfeito. – Brian lhe esboçava um leve sorriso, dando uma pequena golada do chá. – Não disse?

- Syn... – A moça suspirava, se sentando ao seu lado. – Não adianta ficar puxando o meu saco, está bem?

Brian apenas disparou uma leve gargalhada, enquanto tirava proveito do chá.

- Não estou. – Garantia.

- Olha... Tem mais uma coisa.

- O que foi?

- Desculpe por hoje... Eu não sei onde eu estava com a cabeça, ter dado um soco na cara da Pamela, empurrei a outra menina...

- Tudo bem. – Dizia Brian, de imediato, como se quisesse bloquear aquele assunto. – Por favor, não precisamos falar disso agora...

- É verdade. – A jovem ria, sem graça. – Logo começa a amanhecer...

Brian simplesmente lhe esboçou um sorriso, voltando sua atenção para o chá.

- Obrigado. – Disse.

- Não precisa me agradecer...

- Só queria entender o por que você fez isso por mim...

Letícia suspirou, erguendo-se do sofá, e caminhando até a janela.

- Você não sabe por que eu fiz isso?

Brian não respondeu, apenas dando de ombros.

Letícia então se virou para o rapaz, com as pernas trêmulas.

- Eu me importo com você. – Disse. – Não entendo como você não pode saber disso...

- Está fazendo isso simplesmente por que se importa comigo? – Brian lhe estendia um sorriso angelical.

- Mas é claro! Por mais que eu morra de raiva de você, tenha vontade de te encher de porrada, ou chutes, ou te queimar numa fogueira, arrancar sua cabeça, seus olhos, te chutar para fora da atmosfera...

- Letícia, eu entendi...

- Pois é... – Letícia dava uma leve risada. – Apesar de tudo eu ainda me importo com você... E muito! Eu sou sua amiga, não sou?

- Mas é claro que é... – Brian se erguia do sofá, se aproximando da jovem e lhe dando um abraço apertado.

Quis ficar ali por um bom tempo, abraçando-a. Queria senti-la bem em seus braços, tentando amenizar a culpa que sentia por ter concordado com Pamela. Não podia tirar Letícia daquele seu sonho. Simplesmente não podia.

- Melhor eu ir. – Letícia sussurrava nos ouvidos do rapaz. – Por favor, pare com essa bebedeira, está bem?

Brian a soltava, simplesmente fazendo um sim com a cabeça.

- Não prometo nada. – Brian murmurou.

- Amanhã eu passo aqui para ver como você está...

- Tudo bem. – Brian sorria, dando-lhe um beijo no rosto. – É bom ter uma amiga por perto.

- É né? – Letícia sorria, fazendo um sim com a cabeça, como se tentasse aceitar aquela idéia. – Vai dormir agora.

- Sim senhora.

- Tchau então, garanhão. – Letícia sorria e suspirava, como se estivesse aliviada. – Até amanhã.

- Até. – Brian sorria, analisando a moça se retirar do apartamento.

Assim que Letícia desapareceu por trás da porta, a única coisa que a mente de Brian fez foi se torturar. Não pensava nos “Headshot” sem a Letícia, não conseguia imaginar tornar um sonho em realidade, sem ter a pessoa que mais o apoiou ao seu lado. Ele ainda nunca conseguiria se esquecer do jantar que fez com que seu pai finalmente fosse em uma apresentação e passasse a admirá-lo.

Rapidamente foi se deitar, determinado a ligar para Pamela e desistir daquela loucura. “Headshot” sem Letícia, não era “Headshot”.

Letícia finalmente voltou para a casa junto de Priscila, obtendo sucesso na missão da noite.

Clarice nem se quer imaginava que as filhas teriam saído.

- Você me deve uma. – Dizia Priscila, antes de retornar ao quarto.

- Claro, claro. – Letícia sorria, entrando em seu quarto logo em seguida.

Na manhã seguinte, Brian acordou com uma leve dor de cabeça, mas não hesitou na idéia de ligar imediatamente para Pamela, desistindo de demitir Letícia.

- Bom dia, filho. – Laura sorria, enquanto arrumava a mesa para o café da manhã.

- Bom dia, mãe. – O rapaz se aproximava da mãe, dando-lhe um beijo no rosto e um abraço apertado. – O pai ainda não voltou?

- Não... – Laura suspirou. – Teve uma complicação com um dos pacientes e ele teve que operá-lo de última hora.

- Entendi. – Brian respirava aliviado. – Mãe, já venho tomar café com a senhora, vou fazer uma ligação, me espera.

- Tudo bem. – A mulher sorria, ajeitando os detalhes da mesa.

Brian rapidamente correu, apanhando o telefone, e discando o número de Pamela.

- Alô?

- Oi Pamela, sou eu o Syn...

- Oi Syn! – A voz da moça era estridente e animada. – Bom dia...

- É, bom dia... – Dizia o rapaz, não tão animado. – Preciso conversar com você.

- Pode falar. – Dizia a moça. – Já demitiu a Letícia?

- Era exatamente sobre isso... Pamela, eu não vou demitir a Letícia.

De repente, um silencio profundo se instalou do outro lado da linha.

- Alô? – Brian tentava encontrar algum sinal de vida.

- Oi. – Pamela respondia, ríspida. – Como assim não vai?

- Pamela, vou ser direto. – Brian suspirava. – Ela não merece isso, você está sendo injusta! Ela é perfeita no palco, não tem motivo técnico algum para deixá-la de fora. É um problema pessoal com você.

- Aí que você se engana! Sua amiguinha me agrediu! Eu sou chefe de vocês, esqueceu?

- Eu sei... ma...

- Mas o que?! Depois de ter sido agredida ainda acha justo que eu a mantenha na banda? NÃO! Eu não vou! Eu ainda continuo firme no que eu disse, Syn. Ou a Letícia fora, ou a banda inteira fora, o que eu realmente acho um tremendo desperdício, já que vocês estão tão próximos... Hoje em dia, saiba que é difícil encontrar uma gravadora que contrate bandas assim tão depressa... Vocês vão ter que participar de novas batalhas de bandas, tocando em lugares ruins e sem reconhecimento... Você está tão próximo, Syn...

- É eu sei... – O rapaz abaixava a cabeça, irritado.

- Pois então... Como sua amiga, eu o aconselho... Não jogue isso fora. Se a Letícia gosta mesmo de você, ela vai te entender.

- Está bem. – Brian dizia, ríspido.

- Faça isso hoje mesmo, antes do ensaio... Já quero começar os projetos para o cd... Você foi promovido a vocalista.

- Ah... – Brian respirava fundo, revirando os olhos. – Tchau, Pamela.

- Já vai desligar?

- É... Tenho alguém para demitir. – Irritado, o rapaz simplesmente desligou o telefone.

Aquilo simplesmente era a coisa mais injusta e arriscada que ele faria, e ele definitivamente não tinha uma única escolha se quer.

Respirou fundo, tentando disfarçar o estresse, se sentando à mesa com sua mãe, tomando um café da manhã tranqüilo, coisa que fazia raramente com sua mãe, por isso tinha que aproveitar ao máximo e não deixá-la preocupada com seus problemas.

Assim que Laura saiu para trabalhar, Brian ficou tocando guitarra em seu quarto, treinando alguns solos novos, tentando amenizar a inquietude dentro de seu peito. Letícia logo chegaria e ele teria de dar aquela notícia ingrata, ainda mais depois de tudo que a moça havia feito por ele. Era terrível.

Brian aproveitou os momentos de solidão para conversar com o resto da banda sobre a permanência de Letícia. Nenhum deles queria abandonar aquele sonho ainda mais sabendo que estavam tão próximos de realizá-los. Acharam que aquela idéia era muita crueldade assim como Brian, mas era impossível largar mão de uma coisa que lutaram tanto por causa de uma pessoa. Por mais que doessem neles também, talvez a melhor coisa, era que Letícia realmente saísse.

De repente, o som que menos esperava ouvir, tocou. A campainha.

- QUEM É?! – O rapaz gritava do corredor.

- LETÍCIA!

Brian respirou fundo, sentindo-se seu peito de esfarelar. Tinha medo da reação da moça, não queria brigar.

- Oi, entra. – O rapaz dizia sorridente, abrindo a porta para que a moça passasse.

- Oi. – Letícia entrava no apartamento, sorridente, e dando-lhe um beijo na bochecha. – Já estava bebendo, é? – Letícia o encarou, séria, fitando a garrafa de cerveja em cima da mesa.

- Sinceramente? Ia começar a beber agora. – O rapaz sorria sem graça, apontando o sofá para que Letícia se sentasse.

Letícia simplesmente o encarou com um olhar ameaçador, mas não hesitou em se sentar.

- E como você está? Seus pais descobriram alguma coisa?

- Não, não descobriram. – O rapaz se aproximava, sentando-se ao seu lado. – Letícia...

- O que foi?

Brian simplesmente abaixou a cabeça, respirando fundo. Sentia-se como sendo enviado para sua sentença de morte.

- Preciso conversar seriamente com você.

- Nossa! Você ficou pálido de repente... O que foi? Está passando mal? – A moça se aproximava, pousando as mãos pequenas na testa do rapaz.

- Quero conversar com você. – O rapaz de repente disparava as frases entaladas em sua garganta. – É sobre ontem...

- Olha eu já pedi desc...

- Não é isso. – Brian a interrompia, encarando-a de modo sério. – É sobre a banda.

- O que tem? – Letícia o olhava, assustada. – Não gostaram da nossa apresentação? O que foi? Fala logo, você está me deixando preocupada.

- Antes de qualquer coisa, quero que saiba que eu mais do que ninguém não queria que isso acontecesse... Mas as coisas não são tão simples como eu imaginei.

Letícia de repente sentiu seu coração disparar. Ela sentia que havia algo muito errado ali.

- Letí...cia... – O rapaz simplesmente relutava ao dar a má notícia. – Me perdoa.

- O que foi que você fez?

- Não se trata de algo que eu fiz... – Brian se erguia do sofá, caminhando aflito por toda a sala. – Eu não queria... Me dói muito ter que fazer isso, mas...

- Mas o que?! – Letícia também se erguia do sofá, aflita.

- Você tem que sair da banda. – Brian encarava a jovem com os olhos brilhantes, temendo o que poderia acontecer logo após de citar a frase.

- O que...? – Letícia murmurou, incrédula. – Como?

- Pamela quer que eu demita você... Se eu não fizer isso... A banda inteira está fora.

Letícia de repente ficou boquiaberta, em silêncio. Tornou a se sentar no sofá, ainda sem uma expressão diferente na face, além da surpresa devastadora.

- Letícia, por favor, me perdoa... Eu sei que você ama cantar, mas a gente ainda pode continuar ensaiando por diversão... Eu juro que eu não queria você fora... Eu juro! Mas é complicado, a banda inteira seria demitida... Você sabe que é um grande sonho, que eu lutei muito pra realizar, inclusive receber um reconhecimento do meu pai... Eu fiquei sem saída...

Letícia, porém, ainda não reagia, o choque havia sido grande demais.

- Me perdoa. – Brian ainda pedia, com os olhos ainda mais brilhantes. – Você não sabe o quanto me dói tirar você... É como se a banda fosse morrer...

- Os outros concordaram com isso? Ou foi somente você e a sua querida Pamela que decidiram?

- Não tem nada a ver entre mim e a Pamela...

- Não parece, Syn...

- Mas não tem! EU JURO! Além do mais... Os outros concordaram, estão tão tristes quanto eu... Mas as condições são essas... Estamos muito perto, Lê... Mas se você não concordar em sair, eu dou um jeito, nem que a gente precise encontrar outra gravadora, não sei! Eu realmente não sei... – Brian abaixava a cabeça. – Pode me xingar, eu sei que eu mereço...

- Eu não vou te xingar...

- Então fala alguma coisa... Por favor, eu convenço o pessoal a encontrar outra gravadora se você quiser... – Brian suspirava, se aproximando da jovem. – Depende de você... Por favor, me fala alguma coisa.


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Notas finais do capítulo

Pessoal! Não sumam T_T HISAHISHAIHSAIHSIA

Espero que estejam gostando dos capítulos, aguardo os reviews.

beeejos ;D

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