Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 47
Amigos?


Notas iniciais do capítulo

Vermillion Pt. 2 (Tradução).


Ela pareceu vestida em todo o meu ser
esticada através de minha vergonha
Todo o tormento e a dor
Escaparam completamente e me cobriram
Eu faria qualquer coisa para tê-la para mim
Apenas para tê-la para mim


Agora eu não sei o que fazer,
Eu não sei o que fazer
Quando ela me entristece


Ela é tudo para mim
O sonho não correspondido
Uma canção que ninguém canta
O inalcançável
Ela é um mito que eu tenho que acreditar
Tudo que necessito para fazê-la real é mais uma razão


E eu não sei o que fazer,
Eu não sei o que fazer
Quando ela me entristece


Mas eu não vou deixar isso crescer dentro de mim
Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim
Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim
Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim


Um bloqueio em minha garganta
Sufocante,
Rasgado em pedaços
Eu não serei, não
Eu não quero ser isso


Mas eu não vou deixar isso crescer dentro de mim
Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim
Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim
Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim


Ela não é real
Eu não posso fazê-la real
Ela não é real
Eu não posso fazê-la real



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Brian ainda encarava o pedaço de papel. Uma fusão de culpa e curiosidade tomava conta de sua mente. Ela lhe daria aquele papel uma hora ou outra. Ele não poderia esperar. Letícia não tomaria o próprio tempo escrevendo algo que não fosse importante.

Não poderia esperar mais. Já tinha o papel em mãos. Que mal teria?

Depois de longos minutos caminhando, finalmente chegou ao seu apartamento, que se mantinha silencioso. Como de costume, os pais de Brian não estavam.

O rapaz então foi até o quarto, chutando o tênis para o alto, deixando-os cair por qualquer canto do local. Apesar da ressaca, queria ouvir música, se jogar na cama e finalmente relaxar os músculos.

Sincronizou na “Kiss FM”, e estava tocando “Burn”, Deep Purple.

Jogou-se na cama, resgatando o papel no fundo do bolso e passou a encará-lo enquanto o solo de teclado da música ecoava pelo quarto. Sentia-se com doente prestes a abrir o resultado de um exame médico. Seria o que tinha de ser.

Encarou o papel, e finalmente o abriu, deixando um papel menor que estava dentro do maior, cair sobre seu abdômen, e então, passou a analisar as letras pequenas estampadas no papel maior.

Respirou fundo.

“Syn,

Antes de qualquer coisa queria me desculpar por não dizer tudo pessoalmente. Você sabe o quanto tudo isso é difícil para mim.

Sei também que vai ser muito difícil te entregar esse papel, mas pelo simples fato de escrevê-la, já é um grande avanço.

Não sei mais como enrolar, então vou direto ao assunto. (Essa parte ficou péssima).

Enfim, queria explicar o motivo de eu ter me afastado de você, afinal, você merece mesmo saber.

Não estou querendo te fazer sofrer, Syn, muito pelo contrário. Estou querendo tomar uma decisão definitiva na minha vida.

A morte de Juliana não foi fácil. Ver uma amiga morrer diante de seus próprios olhos é algo que eu não desejo a ninguém. Esse é um dos motivos de eu ter me fechado.

As circunstancias da morte de Juliana também não foram uma das melhores. Fico me imaginando se eu poderia ter feito algo para evitar o que aconteceu e não encontro respostas e isso me deixa frustrada.

Apesar de tudo isso, nada do que eu sinto por você mudou. E é exatamente por isso que eu quero calcular muito bem o próximo passo a dar. Eu quase o perdi por algo sem volta e você não sabe o quanto isso foi terrível para mim. Eu sinceramente não sei o que faria.

Precisamos tentar outros caminhos.

Não me olhe mais com decepção, eu não estou agüentando mais.

Letícia.”

Brian respirou fundo novamente, tornando a dobrar o papel.

Ele já sabia de tudo aquilo, simplesmente não conseguia aceitar o fato de se separarem novamente. Esse era o maior problema. A separação.

Sabia que Letícia necessitava de um tempo, mas tudo parecia tão instável e aquilo sim era preocupante, e aquilo o deixava com medo.

Era muito difícil viver terminando e voltando o tempo todo.

Brian não queria que aquela história fosse assim. Letícia parecia sumir cada vez mais entre uma fumaça densa e intensa. Não enxergava, não sentia nada, estava morrendo aos poucos.

Uma lágrima de repente escapou dos olhos do rapaz. Por que teria de ser assim?

Para atormentá-lo ainda mais, de repente “Vermillion PT 2”, Slipknot começou a tocar na rádio.

O ritmo lento o deixava ainda mais angustiado.

Brian fechou os olhos buscando que tudo aquilo desaparecesse...

“Now I don't know what to do,

I don't know what to do

When she makes me sad.”

Ele não podia continuar sofrendo daquela forma.

Letícia não tinha culpa. Por que diabos aquilo tinha que acontecer com eles?

E se Pamela estivesse certa? E se Brian devesse realmente esquecer Letícia? E se aquela história realmente não tivesse jeito?

A música tocava, golpeando-o ainda mais e mais.

“She is everything to me

The unrequited dream

A song that no one sings

The unattainable

She's a myth that I have to believe in

All I need to make it real is one more reason.”

Brian não podia se torturar mais. Não mais.

De repente o final da música era abafado pelos gritos do som de toque de celular do rapaz.

Zonzo, o rapaz se ergueu da cama, deixando o papel menor, que por alguns instantes ele havia esquecido, cair pelo chão.

- Pamela? – perguntou ao atender.

- Oi Syn, não vai vir ao ensaio? – Perguntou a moça do outro lado da linha.

- Já está na hora? – o rapaz perguntou desnorteado, apanhando o papel do chão.

- Bom, na verdade eu queria mesmo é saber se você está bem... A Letícia te avisou que eu liguei?

- Ah... Avisou. – Dizia o rapaz na falta de uma resposta mais concreta.

- Por que não me ligou? Fiquei preocupada com você... Estou com o seu carro.

- É?! – O rapaz perguntava confuso, ainda não estava completamente curado da ressaca. – Ah é... Eu fui embora de táxi, é mesmo...

Pamela simplesmente gargalhava da confusão evidente na voz do rapaz.

- Pelo menos você está melhor. – dizia a moça.

- É, estou sim... Não se preocupe por que eu vou ao ensaio sim.

- Tudo bem então... – Pamela ria. – Vou estar te esperando.

- Tchau. – dizia Brian desligando o celular.

O rapaz respirou fundo fazendo esforço para voltar a realidade. Com calma, começou a se lembrar de tudo que havia acontecido no dia anterior.

- MEU DEUS...! – De repente, Brian se lembrava de algo muito importante. – MEU DEUS! A FESTA! PRECISO DO MEU CARRO! – O rapaz berrava, caminhando de um lado para o outro, colocando o último papel dentro do bolso, desligando o rádio.

Respirou fundo tentando esquecer um pouco dos assuntos que o angustiava.

Pegou a chave do apartamento, se dirigindo até o hall. Precisava do carro para comprar algumas coisas para a grande festa.

Assim que saiu, chamou o elevador, esperando inquieto para que ele chegasse logo.

O elevador finalmente chegou ao décimo sexto andar, quando Brian teve uma grande surpresa. O rosto de Letícia estava estampado na pequena janela do elevador.

- Letícia? – O rapaz perguntou surpreso. – O que você está fazendo aqui?

- Oi Syn... – Dizia a moça um pouco sem graça, se retirando do elevador. – Eu disse para a minha mãe que queria ficar um pouco hoje na casa do meu pai, assim eu posso ir à sua festa sem ter hora pra voltar para a casa.

- Ah... – Brian deu uma leve gargalhada. – Espertinha você, ein?

- Espero que meu pai não escute o barulho. – Letícia também gargalhava. – Bom, pode ir, não vou ficar te segurando.

- Ah... Quase me esqueci que estava de saída. – Dizia o rapaz dando uma leve risada e revirando os olhos. – É bom eu ir mesmo... Se não, não vai dar tempo.

- Ah... – Dizia a jovem.

Brian simplesmente ficava parado segurando a porta do elevador, esperando que Letícia se interessasse pelo que ele iria fazer.

- Espero que dê tempo. – O rapaz tentava instigar a curiosidade da moça.

- Aonde você vai? – Letícia finalmente perguntou.

Brian disparou um leve sorriso, satisfeito.

- Tenho que ir ao mercado comprar algumas coisas para hoje à noite e depois tem ensaio.

- Ah, era isso mesmo que eu queria falar com você... – Letícia respirava fundo, encarando o rapaz. – Como eu vim para cá, ao invés deu fazer minha irmã vir até aqui me buscar... Você pode me dar...

- Claro. – Brian dizia antes mesmo de a jovem terminar a frase. – Quer ir comigo ao mercado?

- Ah...

- Vai, vamos! Eu nunca fiz compras, vai ser bom ter uma mulher para me auxiliar. – Brian estendia um sorriso.

- Quem mais vai?

- Além de você? – Brian gaguejava.

- É. – Letícia dizia em um tom óbvio.

- Ninguém. – Brian coçava a nuca. – Não vai deixar de ir comigo por causa disso, né? – O rapaz a olhava tristonho.

- Ah Syn... – Letícia respirava fundo.

- Nós não passaríamos pela experiência de sermos amigos? – Brian a encarou.

- Tudo bem, eu vou. – Dizia a jovem respirando fundo e tornando a entrar no elevador.

Brian esboçou um sorriso satisfeito, seguindo a jovem.

Não entendia o que era aquilo que ele havia feito, sentia que Letícia estava desaparecendo diante de seus olhos, entre seus sentidos, mas sentia necessidade em tê-la ao seu lado. Era como insistir na dor, mas ele precisava. Era a única forma de se sentir vivo.

- Syn? A gente não tinha que ir para a garagem? – Letícia perguntou confusa, ao ver o rapaz descer no térreo.

- Não... – O rapaz disparou um riso sem graça. – Meu carro não está comigo.

- Está com a Pamela? – Letícia perguntou num tom de irritação.

- Está.

Letícia simplesmente bufou irritada.

- Não, calma... Você não ia querer que eu dirigisse até a sua casa naquele estado... Queria?

- Não. – Letícia cruzou os braços, o encarando.

Brian simplesmente sorriu vanglorioso, caminhando com Letícia pelas ruas.

- Ela bem que podia trazer seu carro ao invés de você ter que ir buscar. – Letícia resmungava, enquanto caminhava pelas ruas ao lado de Brian.

- Ela não sabe onde eu moro. – Brian tentava se explicar.

- Sei. – Letícia trincava os dentes, irritada. – Ela quer mais é que você vá lá... Ficar sozinho com ela...

- Letícia! – Brian resmungava. – Para de reclamar um pouquinho, está bem?

Letícia simplesmente respirou fundo. Tinha que conter aquele ciúme todo.

Não estavam mais juntos. Como Brian mesmo já havia dito: Não era mais namorada dele.

Brian caminhava ao lado da jovem sentindo o coração disparar. Ele era um completo idiota. Sabia disso. Insistia no fato de querer ficar perto de Letícia... Somente assim, a angustia o libertaria por alguns instantes.

Pegaram um ônibus e já estavam próximos a casa de Pamela.

- Deve ser aqui. – Dizia o rapaz.

- Desde quando você sabe onde a Pamela mora?

- Ela me disse um dia... – Brian respirou fundo. – É que... Ela fica me chamando pra sair.

- Ah, jura? – Letícia revirava os olhos.

- Deve ser aqui. – Dizia o rapaz parando em frente à um sobrado azul.

Os jovens se aproximavam do tal sobrado e Brian tocou a campainha, enquanto Letícia se encostava ao muro, logo ao lado da porta.

- SYN! – Letícia ouvia a voz animada de Pamela se aproximar. – Veio buscar seu carro, certo?

- Isso. – Dizia o rapaz esboçando um sorriso largo, enquanto se afastava para que Pamela abrisse o portão.

- Por que não entra e fica um pouco? Pra onde você foi ontem a noite?

- Ah eu...

- Entra... – Pamela insistia.

De repente, Letícia aparecia logo atrás de Brian, com as mãos na cintura e encarando Pamela com um olhar ameaçador.

- Ah... – Dizia a moça com um sorriso sem graça, ao ver Letícia. – Imagino que vocês devem estar com pressa. – Pamela baixava a cabeça, tentando desviar do olhar fuzilador de Letícia.

- Pois é. – Dizia Letícia, ainda encarando a loura. – Onde está o carro?

Brian arregalou os olhos, olhando assustado para a Letícia. Por um momento se sentiu uma garotinha sendo pega pelo pai na casa do namorado.

- Está na garagem. – Pamela dizia, rindo sem graça, desconfortável com a situação. Não esperava que Letícia estivesse com o rapaz. – Podem vir. – Dizia a jovem, parecia triste, chateada.

- Pamela? Está tudo bem? – Brian perguntava, enquanto caminhavam até o carro.

- Está sim. – Dizia a jovem se virando para o rapaz, sorrindo levemente e de má vontade.

Brian respirou fundo, tentando fingir não notar a tensão feminina presente ali.

- Aqui está. – Dizia Pamela se colocando ao lado do carro, estendendo as chaves para Brian. – A gente se vê no ensaio... E na festa. – A jovem dizia desanimada.

- Você vai à festa? – Letícia perguntava franzindo o cenho. – Ah, claro, você é a produtora... Devemos tudo a você, não? – Letícia cruzava os braços, encarando a moça.

- Vamos, Letícia! – Dizia Brian erguendo Letícia do chão, pendurando-a em seu ombro, colocando-a dentro do carro e fechando a porta.

- EI! – a moça resmungava de dentro do carro.

- Tchau, Pamela. – Dizia Brian, sorridente. – Obrigado por tomar conta do meu carro.

- Não precisa agradecer, Syn. – Pamela lhe estendia um sorriso. – Tchau.

Brian então ligou o carro, podendo finalmente se dirigir ao mercado.

- Posso saber o que deu em você? – Brian perguntava, enquanto dirigia.

- Como assim? – A moça perguntava confusa. – O que eu fiz?

- Esse seu jeito irônico de falar com a Pamela.

- Está defendendo ela? – Letícia o olhava, boquiaberta. – Ela estava dando em cima de você!

- E daí?! – Brian a olhava, sério.

Letícia arregalou os olhos, não esperando aquele descaso. Engoliu seco e baixou a cabeça, girando-a para o vidro, vendo a paisagem borrada passar por ele.

- Pequ... Lê... Me desculpe ter dito isso. – Brian respirava fundo, se lembrando da carta. Letícia não tinha culpa, estava sofrendo tanto quanto ele. – Desculpe.

- Não, tudo bem, você está certo. – Dizia a moça com um sorriso tristonho estampado nos lábios. – Você faz o que bem entender... Eu não sou mais a sua namorada.

Letícia respirava fundo, tornando a colocar as mãos próximo ao bolso da calça jeans.

- CARAMBA! – Resmungou quase aos berros.

- O que foi? – Brian mordeu os lábios. Sabia exatamente o que a jovem procurava.

- Nada... Acho que eu perdi uma coisa, mas não é nada importante. – Dizia a moça, parecendo querer dizer completamente o contrário. Era importante sim, e muito!

Brian simplesmente esboçou um sorriso trêmulo. Não sabia se deveria dizer a verdade.

O carro ficou silencioso, enquanto Letícia se mantinha tensa ao seu lado, preocupada com o papel desaparecido.

- Não vai descer? Já chegamos. – Dizia o rapaz, ao chegarem finalmente ao mercado.

- Ah... – Dizia Letícia desnorteada, descendo do carro.

- Letícia... – Brian dizia timidamente, enquanto apanhavam um carrinho, se escondendo entre a seção de bebidas.

- Oi? – a jovem perguntava, distraída com algumas garrafas de cerveja que colocava no carrinho.

- Nunca vi uma menina ir ao mercado e colocar primeiro as cervejas no carrinho. – Brian gargalhava.

- Oras, o que você sugere então? – A moça o olhava com um sorriso misterioso, como se estivesse desafiando.

- Compre primeiro as comidas...

- Brian Elwin Haner Júnior se preocupando primeiro com o que comer e não com o que beber? – Letícia dizia de modo zombador.

- Não bobinha, é que se não as garrafas podem quebrar com o peso das outras compras. – Brian estendia um largo sorriso, e então começou a gargalhar. – Minha filha, álcool é o coração de uma festa Gates! Tá ligada?

- Ah, cala essa boca. – Letícia gargalhava. – O coração da festa sou eu! Onde eu estou, fica muito mais divertido.

- Ah claro! Eu te vi aquela vez no bar, você nem sabe dançar direito. – Brian gargalhava, imitando a jovem dançar no meio do corredor do mercado.

- Para você está parecendo uma bichona eletrocutada. – Letícia gargalhava.

- O que? – Brian parava de dançar imediatamente. Tinha tantas lembranças sobre aquele apelidinho. Tanto boas, como ruim. O peito do rapaz estava gritando por dentro. Ele amava aquela menina demais! Tanto que até doía, e como doía aquela intensidade.

Letícia sem perceber o que havia dito, simplesmente continuou gargalhando.

- Não precisa ficar ofendido. – Dizia ela.

- Eu não fiquei sua anã de jardim. – Brian ria, tentando disfarçar os pequenos flashbacks que invadiram sua mente naquele instante. Queria tanto poder abraçá-la ali mesmo, beijá-la e comprar algo para os dois e somente os dois comerem durante a madrugada, enquanto jogavam vídeo game.

Brian de repente começou a idealizar o namoro perfeito. Letícia era o componente principal. Jamais a veria como amiga. Aquele sentimento nunca iria se apagar. JAMAIS! O rapaz novamente estava se sentindo angustiado. Letícia poderia desaparecer a qualquer instante.

- O que foi? – Ela chamava atenção. – Vai ficar aí me olhando? O que você acha que é melhor para gente comer? Tem que ser uma coisa bem pra...

Brian não lhe dava ouvidos, a jovem tagarelava, apontando tipos variados de comidas, porém Brian só focalizava aqueles lábios vermelhos se moverem. Queria beijá-los. O aperto em seu peito aumentava cada vez mais. Letícia o tinha em suas mãos.

- Responde, Syn! – A jovem tornava a chamar atenção. – Está chato fazer compras comigo? Quando a gente for colocar as outras compras é só deixar as garrafas por cima...

Brian simplesmente lhe esboçou um belo sorriso, deixando seus olhos escuros brilharem pelo rosto da jovem.

- Eu te entendo.

- O que? – Letícia perguntou confusa.

Brian não podia mais esconder aquilo.

- Eu só ainda não li o papel menor.

Letícia engoliu seco, arregalando os olhos.

- Está com você?!

- Sim.  – dizia.

Letícia simplesmente baixou a cabeça, deixando as bochechas corarem evidentemente.

- O maior você leu? – perguntou.

- Sim... – Dizia o rapaz se aproximando da jovem e lhe dando um abraço apertado. – Eu sei que você está sofrendo tanto quanto eu... Só tenho medo que a nossa história tenha um fim... É muito instável, tenho medo de esperar e algo nos derrubar de repente... Eu sinto que cada dia que passa você está me deixando ainda mais...

Letícia simplesmente se apoiou no abraço do rapaz, apertando-o com força contra seu peito.

- Desculpe ficar te olhando como se você tivesse me decepcionado. – Brian sussurrava nos ouvidos da jovem. – Você não me decepcionou... Mas eu estou com tanto medo...

- Syn... – A jovem se afastava alguns centímetros, encarando o rosto do rapaz. – Eu também estou com medo de dizer sim... Eu não sei o que fazer, estou tão angustiada quanto você.

Letícia então finalmente se soltou do abraço, encarando o rapaz.

- Esse é o problema pelo qual eu não queria ficar andando sozinha com você. Sempre temos algo a dizer...

- E isso é ruim?

- Isso não me deixa encontrar outros caminhos. – Letícia colocava a mão no rosto do rapaz e acariciava levemente. – Vamos terminar logo com isso... Falta uma hora pro ensaio.

- Tudo bem. – Brian baixava a cabeça, respirando fundo. – Obrigado por ter vindo comigo.

- Não precisa agradecer... Eu sou sua amiga. – Letícia o encarava seriamente.

- Não precisava ter dado tanta ênfase sobre ser minha amiga. – Brian dava uma leve risada, virando-se de costas.

- Desculpe. – dizia a moça, dando uma leve risada.

- Está a fim de experimentar cachaça pura? – Brian perguntava apanhando uma garrafa de cinqüenta e um nas mãos.

- Está tentando se matar ou tentando me embebedar?

- Te embebedar. – Brian dizia descaradamente.

- Vamos ver o que acontece se colocarmos um pouco de cachaça nessa festa. – Letícia gargalhava.

- Vai ser legal... Estou ansioso.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, provavelmente eu demore mais mesmo pra postar a fic. Acontece que os vestibulares começaram. (época muito tensa, aliás.)

Torçam por mim. *--------* Pra que dê tudo certo, que ano que vem eu esteja na facul. o/

Conto com a compreensão de vcs, e espero que gostem do cap.

Beeeijos.



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